–O que esta dizendo Juvia? –Perguntou Teddy, ainda assustado.

–Juvia quer quebrar o vinculo, assim Teddy não irá mais sentir nada, e quando a maldição finalmente acabar, Juvia vai ter outra família, e nenhum de nós dois irá precisar se encontrar de novo, é o que Teddy sempre quis não é? –Todos ficaram em silencio e Teddy parecia chocado então como num passe de magica ele se recompôs e disse com uma frieza que Gray se assustou.

–Sim, você tem razão Juvia, sempre quis quebrar esse vinculo idiota que me faz sentir tudo o que você sente.

–Teddy, você esta com o livro da nossa mãe? –Juvia perguntou, Teddy revirou os olhos e respondeu. –É claro que não, não levo aquela coisa pesada de um lado para o outro, vou mandar uma carta para Josh, pedirei para que ele traga o livro o mais rápido possível. –Teddy saiu do quarto, Juvia soltou um suspiro.

–Juvia você tem certeza que quer quebrar o vinculo? –Gajeel perguntou.

–O que é esse vinculo? –Gray perguntou.

–Juvia e Teddy tem um vinculo desde que nascemos, o vinculo funciona como uma espécie de comunicação entre nós, não podemos conversar, mas podemos sentir o que o outro sente, como a dor, a angustia, a tristeza e esses tipos de coisa, elas são maiores se um estiver perto do outro ou acordado, Teddy resolveu ir embora antes de Juvia, nosso vinculo ainda existia e ainda existe, mas ele sempre disse que queria quebra-lo, mas Juvia nunca deixava, o vinculo só pode ser quebrado se as duas pessoas estão de acordo, Juvia não queria que quebrasse o vinculo porque era a única coisa que nossa mãe havia deixado conosco, mas agora é melhor quebra-lo antes que as lembranças de Teddy se vão junto com as de Juvia. –Juvia estava olhando pela janela, ainda acariciando a coruja em seu colo, pela janela ela viu Teddy pedindo para um de seus lobos ir ao encontro de Josh com a carta em sua boca.

–Hã... Sua mãe criou o vinculo como? Desculpa ser insensível, mas ela não morreu quando vocês nasceram? –Perguntou Gray com cuidado para não deixar Juvia triste.

–Ela fez isso antes de nós nascermos, quando ainda estávamos na barriga dela. –Juvia sorria.

–Aah, entendi. –Gray ficou um tempo olhando a Juvia até que Gajeel chamou sua atenção.

–Juvia? Você quer mesmo fazer isso? E se for algo que você não quer fazer? E se conseguirmos desfazer a maldição? E se... -Gajeel parou no meio da frase, Juvia estava olhando pra ele com uma expressão misturada com diversão, satisfação e questionamento, uma sobrancelha levantada, um sorriso brincando em seus lábios, para Gray era uma visão provocante, bonita, encantadora, para Gajeel era terrível, ele sabia o que ela pensava e ela para a infelicidade dele também sabia o que realmente se passava na cabeça dele e o mais importante, ela sabia o que se passava no coração daquele dragão de aço, ela sabia que ele a amava como uma irmã e só a ideia de que ela possa sofrer ou se arrepender dessa decisão fazia seu coração se apertar, é claro que ele jamais demonstraria algo assim, mas ela sabia disso e ele sabia muito bem que Juvia percebia quando ele estava preocupado com ela e ela sempre fazia com que ele ficasse envergonhado por isso, Gajeel apenas emitiu um barulho de indignação e virou o rosto já corado em direção a parede, Juvia riu, ela apreciava aquilo, para ela era incrível como ninguém além dela e de Levy terem percebido o urso enorme que há dentro de Gajeel, ela é claro, jamais pronunciaria aquilo, não perto dele pelo menos, mas ela tinha certeza de que Levy concordaria com ela, depois de rir com tudo aquilo, voltou a olhar a floresta pela janela e respondeu a Gajeel de uma forma calma, com uma voz branda, com uma firmeza.

–Juvia vai fazer Gajeel, Juvia tem que fazer, não por ela, por Teddy, ele merece ser feliz, Teddy merece ter uma vida diferente da qual tinha antes, se Teddy perder a memória como ele ficará? Juvia não pode deixar que isso aconteça, Gajeel deve entender do que Juvia esta falando.

–Amores fraternais são os piores. –Gajeel terminou e fez o barulho de indignação de novo, Juvia sorriu, Gray sentou e ficou ali, apenas olhando-os, então percebeu que estava com fome, não havia comido nada, então ele olha para a cama onde Juvia estava deitada antes e vê que ela mal tocou o café da manha que Mira preparou para ela, ele vai até a cama e pega a bandeja e leva até Juvia, coloca em frente a ela.

–Você tem que comer, vou descer, comer um pouco, vai ficar com ela Gajeel? –Gajeel balança a cabeça afirmativamente. –Ta, volto mais tarde Juvia, coma. –Então saiu, fechando a porta atrás de si.

–O Garoto realmente passou a se importar com você, idiota, só enxerga as pessoas quando ele esta prestes a perdê-las. –Juvia estava comendo e apenas concordou.

–Quer um pouco Gajeel? Juvia atrapalhou seu café da manhã. –Disse Juvia oferecendo um pouco de sua comida.

–Não, obrigado, estou sem apetite. Então, vai mesmo desfazer o vinculo hein, que coragem. –Diz ele num tom pouco convincente. Juvia não pareceu perceber, apenas deu de ombros, nem concordando nem descordando. Gajeel estava um pouco elétrico, não conseguia acreditar que ela ia mesmo desfazer aquela droga de vinculo, aquilo era a única coisa que ligava ela ao idiota do irmão gêmeo e o babaca estava disposto a isso só pelo orgulho de conseguir o que um dia talvez tivesse quisto, pensando nisso saiu de repente e deixou Juvia sozinha e confusa.

..............

Na biblioteca de maldições Fineus e Sebastian estavam pegando todos os livros que pareciam com o que Sebastian havia aprendido a magia, não eram muitos os livros parecidos e havia tantos diferentes, podia se encontrar de qualquer cor, grossura, manuscritos ou impressos, com imagens ou apenas escritos, capa de couro ou brochura, e as cores, até mesmo Sebastian tinha que admitir que as cores eram lindas para capas de livros de maldições, tipo um com as cores do arco-íris e que brilhava no sol, quando Fineus pegou pra ver como era dentro a bibliotecária correu e tomou o livro das mãos dele com uma cara feia e perguntou –Esta querendo nos cegar? Não abra esse livro aqui. – ela colocou o livro de volta na prateleira e voltou para o balcão, Fineus olhou pra Sebastian e esse estava contendo o riso.

–Você esta rindo Bash? Achei que não risse? –Disse Fineus um pouco surpreso e usando seu tom irônico, Sebastian olhou pra ele bravo.

–Não me chame de Bash! Nunca mais me chame de Bash, não gosto disso. –Bash estava vermelho e quem ria era Fineus.

–Vamos logo ler esses livros pra ver se algum deles pode ter algo de útil. –Eles caminharam em silencio até uma das mesas livres e colocaram mais ou menos 25 livros praticamente iguais, de couro preto, e letras douradas e pequenas com poucas ilustrações em seu interior, mas muita folhas, por volta de 500 á 600 paginas cada livro. E lá ficaram, abrindo livros, lendo-os até ficarem com dor de cabeça, por fim, quando era 20h30min Sebastian desistiu de procurar, Fineus já estava com os olhos vermelhos e sua cabeça estava explodindo de dor decidiu parar também, desdás 13h00min que não comiam nada, não paravam nem descansavam apenas liam.

–Vamos procurar um hotel, amanha continuamos de onde paramos, vamos separar os livros que não lemos ainda pra continuarmos amanha. –Fineus começou a separar, Sebastian ajudava, eles estavam cansados, frustrados e famintos, quando terminaram foram direto procurar uma estalagem onde pudessem ficar, acharam uma perto da biblioteca, pegaram dois quartos e combinaram de tomar banho e depois se encontrarem para comer algo.

Fineus POV ON

Fineus odiava se sentir impotente, odiava não poder ajudar sua irmãzinha, não se culpava, mas não se perdoava por não ter conseguido fazer nada para impedir que a maldição chegasse até ela, odiava também o fato de gostar de Sebastian, odiava o fato de não odiar seu irmão mais novo, mais ainda estava bravo, como aquela criatura fofa e indefesa se tornou tão duro e mal-humorado? Ele odiava não entender o porquê dele ser assim, ele e a Juvia haviam protegido Sebastian dos castigos do pai, eles haviam feito um acordo de que se outra criança viesse, eles não permitiriam que ela sofresse nas mãos do pai, e assim o fizeram quando seu pai trouxe Sebastian e sua mãe para morar na casa deles, a mãe de Sebastian não aguentou a pressão e foi embora deixando Sebastian pra trás, Fineus e Juvia cuidaram dele, quando ele já estava maior ele quebrou um vaso de estimação de seu pai, o velho ficou furioso, quando ameaçou para bater no menino Fineus entrou na frente e levou um tapa no rosto, seu pai ficou furioso, mas Fineus não deixaria o velho bater na criança se pudesse impedir, Juvia pegou Sebastian e levou ele pro quarto enquanto os empregados limpavam os cacos do vaso e Fineus tentava fazer com que a raiva do velho diminuísse, eles nunca deixaram que o velho batesse no pequeno Bash, Juvia levara chicotadas por ele, Fineus ficou sem comer por 2 dias para que Bash pudesse comer, eles nunca permitiriam que seu pequeno irmão tivesse sofrido o que eles sofreram nas mãos do velho, por isso Fineus não entendia como um garotinho doce, educado, fofo e alegre pode se tornar alguém tão amargurado, frio e impulsivo. Fineus terminou o banho e se trocou e percebeu que estava morrendo de fome, saiu e encontrou com Sebastian saindo de seu quarto.

–Vamos comer? Estou morrendo de fome.

–Sim, também estou.

Desceram e foram a um restaurante que ficava perto da estalagem, comeram em silencio, eles não tinham muito que falar um para o outro, quando terminaram voltaram para a estalagem e dormiram.

Fineus POV OF

No dia seguinte eles tomaram café e foram imediatamente para a biblioteca, começando novamente a busca por qualquer pista ou meio de ajudar sua irmã.

–Okay, estou ficando irritado, impaciente, vou ir buscar café, você quer Bash? –Sebastian direcionou um olhar assassino ao irmão mais velho que riu. –Entendi, com açúcar então.

Fineus saiu da biblioteca e foi em direção da cafeteria, enquanto Sebastian continuava sem muita convicção a procura nos livros em cima da mesa, ele estava começando a achar que nunca poderiam salvar a Juvia de seu destino imposto quando leu uma coisa que o deixou surpreso, no livro que estava lendo ele encontrou um jeito de salva-la, talvez, de talvez salva-la. O talvez deixava-o nervoso, se desse errado, se o talvez virasse um não, ele não pensaria nisso agora.

Pensamento Sebastian: Fineus estava demorando, que droga, porque aquele traste demora tanto para comprar café. Nesse momento Fineus entrou na biblioteca. Meus Deuses como ele anda devagar, se ele continuar assim Juvia perde a memoria antes dele chegar a mesa, criatura lerda. Sebastian olhou para Fineus com cara de raiva e Fineus levantou o copo e sorriu, Sebastian fez um sinal impaciente para que ele se apresasse.

–Não achei que quisesse o café tanto assim Bash. –Disse Fineus debochando.

–Ah vá pro inferno com esse apelido e com seu café. Olhe isso, achei um jeito de talvez salvar a Juvia. O único problema é que é muito perigoso, para ela. –Sebastian já estava a ponto de dar uma na cara do irmão por causa do apelido e por sua demora, mas quando falou sobre um modo de ajudar Juvia sua face se tornou seria, muito seria.

–Perigoso como? O quanto é perigoso Sebastian? –Fineus estava com uma cara seria, igual a do irmão caçula.

–Perigoso a ponto de mata-la e se não mata-la, se ela for forte e não morrer no processo pode ficar sequelas, não diz que tipos de sequelas e ela ficara com o dragão nas costas como um lembrete.

–Lembrete? Lembrete de que Sebastian? – Perguntou Fineus olhando confuso.

–Eu vou explicar, mas antes, vamos sair daqui, vou comprar o livro então conversamos. –Sebastian foi até a atendente que sorriu para ele que corou um pouco, ele não estava acostumado com mulheres sorrindo para ele, então pagou o livro e foi em direção à porta com Fineus atrás de si.

–Okay, agora você vai e explicar? –Fineus estava começando a ficar impaciente.

–Meus deuses, seja mais paciente, quando chegarmos à estalagem eu conto, mas antes, vamos comprar algo para comer lá, enquanto conversamos. –Sebastian parou e entrou em uma padaria, Fineus ficou lá fora, esperando o irmão voltar, Sebastian voltou minutos depois com uma sacola.

–Comprei rosquinhas, uns pães doces que estão com uma cara ótima, bolachas, um pacote de salgadinhos e suco de laranja e maracujá, agora sim podemos ir. –Sebastian disse se encaminhando para a estalagem. Chegaram á estalagem em 10 minutos, subiram e entraram no quarto de Sebastian.

–Então criatura, você vai falar ou vou ter que te bater? –Disse Fineus com os punhos fechados.

–Calma, eu vou falar, é que para mim é um pouco constrangedor, é algo que eu não sabia, não esperava. –Disse Sebastian sentando em sua cama e cruzando as pernas já comendo um pacote de bolacha, seu rosto trazia um semblante triste, culpado, quase chorando.

–Oh! Fale logo. –Fineus sentou de frente para o irmão, numa cadeira que tinha no quarto.

–Okay. O dragão ficará nas costas dela para lembra-la de nunca confiar em quem ama, o dragão falará com ela quando ela estiver perto de qualquer pessoal que ela ama.

–Ta, não estou entendendo, porque o dragão vai lembra-la de nunca confiar em quem ela ama? –Fineus estava confuso, não conseguia entender.

–Eu não sabia, mas, a maldição só pode ser colocada por alguém que a pessoa amaldiçoada ame. Ninguém que a pessoa não ame pode amaldiçoa-la, ela teria que... Juvia teria que... –Sebastian não conseguia dizer aquilo, passou a vida inteira dizendo a si mesmo que eles não gostavam dele e no fim, estava mais errado do que nunca.

–Juvia teria que ama-lo. –Disse Fineus serio.

–Mas é impossível me amar. –Sebastian tinha certeza de ter dito baixo o suficiente para não ser ouvido e novamente estava enganado.

–Ah! Você é mesmo um idiota mesmo né? Juvia é sua irmã mais velha seu pirralho, é claro que ela te ama, acha que ela te protegeria do nada? Não seja burro ao ponto de pensar que nunca amamos você. –Fineus andava pelo quarto, havia perdido completamente a paciência com o irmão, francamente, como o garoto poderia pensar que Juvia não o amava? Garoto estupido!

Sebastian não levantava o rosto, fixava seus olhos no pacote de bolacha, não queria encarar o irmão.

–Ta bom, passamos dessa fase, agora o dragão conversara com ela? O que ele dirá? –Fineus disse, ainda estava meio confuso com tudo aquilo.

–O dragão colocará suspeitas na cabeça de Juvia, a fará desconfiar daqueles que ama, ele plantará a desconfiança. –Sebastian explicava ainda de cabeça baixa.

–E não tem nada para parar o dragão?

–Bom, a marca sempre ficará nela, nada que faça poderá tira-la de lá, mas tem como fazer o dragão se calar, mas será muito doloroso para ela, ela terá queimar a marca. –Sebastian dessa vez levantou os olhos e olhou o irmão, Fineus estava olhando para fora, pensativo.

–Juvia já sofreu tanto, não sei se ela ira querer isso. –Falou ainda pensativo.

–Bom, o método de tirar a maldição será um tanto quanto complicado e irá doer em todos nós.

–Todos nós?

–Sim, Teddy terá que estar conosco, será uma magia complicada, demorada e exaustiva, principalmente para Juvia e para o Teddy.

–Certo. Você me explica essa magia no caminho para Magnolia, agora arrume suas coisas, vamos partir daqui a pouco.

...........

Enquanto isso em Magnolia.

–Juvia não quer comer Gray-sama. –Ela fazia bico, ele ria e pedia para que ela comesse pelo menos um pouco, ela estava pálida e ele cada vez mais preocupado.

–Vamos Juvia, coma mais um pouco, só mais um pouco, você parece tão fraquinha, esta me deixando preocupado. –Ele fazia chantagem, se ela se preocupasse com ele, ela comeria mais, deu um pouco certo, Juvia comeu um pouco e depois fez careta.

–Juvia não quer mais, Juvia já esta cheia, Juvia se sente bem.

–Juvia sempre se sente bem, coma logo tudo Juvia. –Disse Teddy entrando no quarto, estava com uma expressão seria.

–Juvia não quer. –Ela falou mais alto. –Porque todos querem que Juvia coma tanto, é muita comida, Juvia não aguenta. –Juvia fez uma cara de brava e depois uma cara enjoada, ela não aguentava mais comer, todo a entupiam de comida, sorte que dessa vez era Gray que estava ali com ela, pois se fosse Gajeel já teria jogado a comida goela abaixo e Juvia iria acabar explodindo.

–Juvia, você precisa estar forte para que possamos desfazer a ligação, teremos que usar muito poder magico e nas condições que esta agora não poderá fazer tão cedo. Então eu peço que coma tudo que lhe é dado. –Teddy disse baixo e serio, com uma expressão de ameaça. Gray viu Juvia cerrar os punhos e trincar os dentes, ele tinha certeza que se Juvia não estivesse tão fraca ela se levantaria e daria uns bons murros em seu gêmeo, mas Juvia estava fraca e não era a comida que iria ajuda-la a recuperar suas forças, o que a maga da agua precisava mesmo era uma maneira de se ver livre dessa maldição, quando pensava nisso Gray ficava com o coração apertado, o mago do gelo jamais admitiria nem para ele mesmo que seu coração pertencia a Juvia.