Para Sempre Assim escrita por Nyck


Capítulo 2
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada por cada um dos comentários, vejo que estão gostando!
Caprichei neste capitulo! Espero que gostem e boa leitura!
#Nyck



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Algumas vezes, tudo que precisamos é de um bom ombro amigo, alguém que nos mantenha em pé independentemente de medos, inseguranças, desavenças ou desafios.

O dia amanhecia em Nova Iorque, mais um dia como outro qualquer se não pela falta que ela já fazia antes mesmo do sol raiar fortemente na cidade.

O despertador tocou pela terceira vez seguida, ele voltou ao quarto e o desativou pelo resto do dia. Sua cama estava arrumada, indicando não ter sido utilizada na noite anterior. Sua roupa de trabalho já estava em seu corpo, a típica mistura de social e sem graça. Somente ele conseguia se vestir desta forma e continuar incrivelmente sexy.

Aquela noite ele havia passado em claro, o sofá foi seu único companheiro durante todo tempo que ficou acordado, de vez em quando ele pegava no sono, mas estes cochilos duravam pouquíssimo tempo. Nada que o fizesse descansar como realmente merecia.

Não existiam culpados ou inocentes. Em situações como está é mais fácil buscar uma solução que buscar alguém para julgar culpado.

O relógio marcava pouco mais que seis da manhã, estava realmente muito cedo. A impaciência tomava conta da mente agitada daquele homem enquanto dirigia até laboratório, pontos de interrogação surgiam mais e mais a cada pensamento referente a Stella.

Para Mac, neste exato momento ela poderia estar correndo perigo, eis o motivo pelo qual durante toda madrugada o celular do detetive passava por uma análise, checagem de telefonemas, e mails, caixa postal... Todos os meios pelos quais ela poderia se comunicar. Mas a cada uma destas checagens era mais um fio de esperança que desaparecia.

Por isso considero o ser humano o ser mais tolo existente. Que tamanho de orgulho seria este da parte de ambos, que os impediam de fazer um simples contato um com o outro?

Sua vaga no estacionamento mudou para o lado oposto, aquela marca não poderia lhe assombrar logo a este horário.

Ele pode ter evitado a marca de Stella no estacionamento. Mas de que adiantaria? Cada centímetro daquele bendito laboratório tinha sua marca, não em letras, mas em lembranças.

Chegando ao trigésimo segundo andar, sua respiração pesada já lhe avisava o que teria que enfrentar a seguir, além de seus pensamentos que certamente estariam nela o dia todo, ele teria que aguentar o interrogatório da equipe. Se bem que pelo horário de sua chegada ainda teria certo tempo para formular respostas inquestionáveis.

Observando tudo com rica atenção em detalhes, Mac chegou em sua sala. Sua mesa estava lotada com montes e mais montes de papeis referentes ao trabalho. Teria algo a mais para se preocupar ao longo do dia.

****

Trabalho e preocupação de um lado, enquanto do outro víamos uma mulher sorridente transparecendo sincera felicidade.

Stella saía do aeroporto carregando uma mala média, uma pequena bolsa pendurada no ombro, algo grande muito bem embrulhado e alguns folhetos que recebera ao desembarcar. As estampas de sua bagagem mostravam claramente de onde era. A Estátua da Liberdade inclinada segurando uma plaquinha "New York”. Tudo isto marcado em preto e branco.

A cidade de Atenas era simplesmente magnífica. Seus olhos brilhavam a cada esquina que o táxi virava. Tudo calmo, ruas asfaltadas com paralelepípedos, curvas fechadas apresentando comércios e casas idênticas. Tudo completamente diferente da cidade agitada a que estava acostumada. Um ar calmo, pessoas simples, ali não poderiam existir razões para infelicidade.

O táxi estacionou em frente o grande prédio em formato H. Um hotel aparentemente contraditório à cidade. Stella havia saído de Nova Iorque as pressas, com pensamentos confusos lotados de dúvidas absurdamente horríveis. Não teve tempo para reservar um lugar onde se hospedaria enquanto estivesse na Grécia, aquele hotel havia sido indicado pelo próprio taxista.

O saguão era harmonioso. Algumas decorações referentes a deuses gregos e uma linda escultura dedicada a Deusa da Sabedoria, patrona da cidade.

Após os procedimentos precisos para sua hospedagem, Stella foi guiada até o segundo andar.

– Caso precise de algo, nos informe pelo telefone disponível ao lado de sua cama. – sorriu lhe estendendo a mão.

Um homem alto, pele bronzeada, olhos escuros e cabelos morenos. Um funcionário muito simpático.

– Obrigada! – retribuiu o sorriso dando-lhe um forte aperto de mão.

Ele se retirou deixando Stella a sós consigo mesma.

O quarto era grande, não muito, mas bem aconchegante. O detalhe que mais chamou atenção dela foi a maravilhosa vista que a permitia ver parte daquela encantadora cidade.

Os raios de sol, já fracos devido horário, invadiam o lugar.

Stella organizou seus pertences no quarto e tomou um longo banho. Queria sair para conhecer a cidade e já ter certeza de alguns de seus destinos no dia seguinte, porém, achou melhor descansar antes de qualquer coisa.

****

Não queria mais ter que ficar nesta agonia!

Se por um único segundo pudesse finalizar absolutamente tudo isto e ainda poder trazê-la de volta, juro que faria.

Fui à sala do chefe Sinclair. Disse sobre o afastamento da Stell, mas me referi a questão com um “tirou férias”. Pela forma que reagiu pude perceber que ele não foi muito a favor. Só que pelo tempo em que trabalhamos aqui, sem parar, sem descanso, nos dedicando ao máximo, Sinclair não poderia questionar por muito tempo. Nem proibi-la.

Pela manhã toda equipe me cobriu de perguntas. Minha resposta fora fria e direta:

“– A vida pessoal da Stella não me interessa! Se quiserem saber algo sobre o afastamento dela estão livres para perguntá-la.”

Não queria ser grosso, mas isto foi inevitável.

Até agora já tivemos três casos. Designei-os para o trabalho, mas não saí desta sala. Acho que montei uma fortaleza aqui dentro.

Não sei onde ela está, não sei como está. Ela sempre esteve comigo nos momentos mais delicados e complicados da minha vida, e agora quando é ela quem precisa de alguém ao seu lado, ajo como um idiota deixando minha melhor a mais fiel amiga correndo riscos que mal sei quais são.

Acabei de dispensar a equipe para o horário de almoço.

Sei bem o que deverei fazer neste tempo!

****

O orgulho era grande, mas a possibilidade da Stella estar correndo perigo passou por cima de qualquer outro sentimento de Mac.

Havia pouco movimento no laboratório, muitos funcionários certamente aproveitavam o horário de almoço. Mac saiu do laboratório sem se importar com a forma que poderia ser recebido por Stella. Cada segundo seria precioso o bastante para ele.

Após enfrentar o trânsito caótico típico da Big Apple, Mac finalmente chegou ao local que tanto frequentara nos últimos dez anos.

****

Estacionei em qualquer lugar e me dirigi ao prédio dela.

Passei as grandes portas giratórias já sentindo frio na barriga. Minhas diversas vindas até aqui ocasionaram minha passagem livre, não teria que me identificar, o que seria ainda melhor.

– Senhor Taylor?

Estava para entrar no elevador quando ouvi alguérm me chamar. Virei-me para lhe dar atenção, era o síndico do prédio.

– O senhor não pode subir!

Certamente após aquela briga, Stella já havia proibido minha entrada.

– Por quê?

– A senhorita Bonasera não se encontra!

Bom, por esta não esperava. Se bem que a Stella não iria passar o dia todo em casa. Quis perguntar se ele sabia para onde ela havia ido, mas achei melhor mentir e descobrir algo por mim mesmo.

– Claro, eu sei que não está! – ele me olhou confuso esperando que desse uma explicação – Ela me ligou pedindo que viesse até aqui pegar uma papelada referente o trabalho.

– Ah! - pelo sorriso que deu, esta desculpa parecia ter funcionando – Então pode subir, desculpe o incômodo.

Assenti e sorri para o homem. Quando novamente me dirigia ao elevador lembrei-me de um favor que ele poderia prestar. Seria errado...

– Que cabeça a minha! – desta vez o olhei com uma expressão fingida – Esqueci de pedir as chaves! – passei as mãos sobre os cabelos e bufei fingindo raiva.

– Não seja por isto! - ele enfiou as mãos nos bolsos do macacão cinza que usava e retirou um molho de chaves que logo reconheci – É uma norma estabelecida e aceita por todos. Quando viajam os moradores devem deixar ao menos uma cópia aqui, para casos emergenciais. E vejo que isto é um caso de emergência.

Balancei a cabeça de forma positiva. Ela havia viajado. Mas para onde?

Ele me entregou as chaves deixando claro que aquilo jamais se repetiria.

Entrei no elevador e apertei o andar desejado. Sei que não é certo fazer isto, não poderia me intrometer desta forma em sua particularidade, mas diferenciar o certo e errado é o que menos importa agora.

Cheguei ao andar de seu apartamento. Até isto era parecido com ela. Tudo em silêncio. Uma calmaria total.

Entrei em seu apartamento. Tudo milimetricamente organizado, os móveis, a decoração, tudo impecável. Seu perfume misturava-se com o cheiro da casa. Uma sensação maravilhosa.

Fechei a porta e me dirigi a seu quarto, olhei todos os cômodos da casa na esperança de achar algo que me dissesse para onde ela havia ido. Observei tudo dando atenção a cada detalhe, analisava tudo como se fosse uma cena de crime. Não ousei procurar nada em gavetas, isto já seria intromissão de mais. Porém, após a terceira busca que fiz em seu quarto, pude ver na segunda gaveta da escrivaninha ao lado de sua cama um pedaço de papel saindo pela metade.

Até pensei em deixar pra lá, mas aquilo chamou minha atenção.

Puxei um pouco a gaveta até que pude ter acesso ao papel. Foi aí que soube para onde ela havia ido. Era um folheto de uma companhia de viagens. Havia um circulo vermelho em volta de um anúncio, estava específico que ela havia viajado para Grécia.

Uma coisa ligou-se a outra. Stella não havia desistido de resolver aquele caso.

Precisava achá-la antes que algo de ruim acontecesse.

...


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Notas finais do capítulo

Comentem...
Beijinhos, até o próximo!
#Nyavk