Yin e Yang escrita por Park Sunhee


Capítulo 11
Enigma.


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! Podem me xingar, me odiar e tudo mais, mas espero que não tenham abandonado a fic. Posso me explicar: estava sem computador. Gente, vocês tem noção como foi ficar um mês sem computador? Foi completamente horrível! Mas me perdoem por isso, meu notebook deu um problemão no HD e tive que mandar arrumar o que demorou.
Mas aqui está mais um capítulo e chega de enrolações!



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Abri meus olhos lentamente por causa da claridade incomoda em meu rosto. Senti o braço e Barry em volta de minha cintura e fitei a janela fechada. Pisquei os olhos diversas vezes e olhei no relógio vintage branco na cabeceira de minha cama lembrando que deveríamos voltar o mais rápido que conseguíssemos, o que não seria um problema.

Balancei Barry após soltar seu braço de minha cintura. O escutei resmungar algo, mas sabia que não era nada além de um pequeno drama para que ele pudesse dormir um pouco mais, eu o entendi, por mim, ficaria ali o dia todo apenas deitada conversando de coisas fúteis ao lado dele novamente, mas não tínhamos tal dádiva. Não enquanto Mia estivesse por ai causando o caos.

Dei um pequeno sorriso quando ele abriu os olhos e os fechou novamente, novamente o balancei lentamente, desta vez, apoiando meu cotovelo na cama, de modo que, eu pudesse ver seu rosto por completo.

– Hora de acordar, Barry – sussurrei perto de seus lábios.

Era fácil acordá-lo, fazer o que se sabia os truques? Dei uma gargalhada quando, rapidamente – claro – fui jogada de volta à meu lugar na cama. Barry estava em cima de mim com as mãos no colchão, ambas em volta de meu corpo em um jeito que ele não jogasse todo seu peso por cima de mim.

– Bom dia! – ele disse com seu sorriso encantador.

– Bom dia, dorminhoco!

– Estava cansado, você sabe.

Balancei a cabeça positivamente – É, mas eles podem estar precisando de nós.

Olhamos na mesma direção quando, em cima do chão de madeira e embaixo da calça jeans jogada ao chão, algo começou a vibrar freneticamente. Tive certeza que era o celular de Barry quando uma música começou a tocar em volume baixo, mas audível para ambos. Ele virou seu rosto em minha direção e apenas o fitei esperando que ele fosse atender o telefone, afinal, tínhamos passado a noite fora do local em que, temporariamente, pertencemos e aquela atitude deve ter deixado Caitlin e todo o resto realmente preocupados.

Barry tentava se concentrar em mim e naquele momento que poderia ser o último de nós dois juntos. Não que eu quisesse, e ele muito menos, eu sabia, mas não tínhamos muita escolha. Todos sabemos como vidas de super heróis são complicadas e perigosas e o que eu iria fazer? Juntar-me à ele em seu “time”? Virar uma dona de casa que espera por ele com o jantar pronto? Continuar minha carreira de advogada normalmente como se nada tivesse acontecido em minha vida? Não tinha ideia do que aconteceria comigo, porém, de uma coisa eu sabia: não poderíamos ficar juntos.

Não éramos mais o antigo Barry e a antiga Deb.

– Vai – sussurrei olhando para o telefone que chamava interruptamente no chão.

– Não deve ser nada demais – ele disse ainda sorrindo, logo moveu seu olhar para o chão onde o telefone havia parado de tocar – viu?

– E se for? E se estiverem precisando de você?

Ele me fitou em silêncio.

– Barry Allen – o fitava séria – vá atender este telefone ou retornar pra quem quer que seja.

Ele riu saindo de cima de mim – Sim, minha dama.

Dei uma fraca risada apoiando meus cotovelos na cama e inclinando meu corpo um pouco para frente, o fitava coberta pelo lençol branco e frio enquanto ele retirava sua calça do chão e segurava o celular.

– Caramba!

– O que foi? – o fitei sem entender.

– Mais de cem chamadas da Caitlin – ele me fitou e logo colocou o telefone no ouvido tentando contatá-la.

Fiquei de pé assustada. Desde quando mais de cem ligações poderia e seria um bom sinal? Peguei uma roupa qualquer em meu guarda-roupa e logo as vesti, Barry ainda tentava ligar para Caitlin e, na terceira vez – sem sucesso – jogou o celular em minha cama aparecendo completamente vestido, me fitou nos olhos sem um sorriso sequer e apenas me puxou para seu colo segurando minhas pernas com uma das mãos e minhas costas com a outra.

– Pronta?

– O que acon...

Minha perguntou se tornou em um grito esganiçado quando Barry deu o impulso correndo rapidamente como de costume. Fechei a boca novamente fazendo com que meus lábios se tornassem uma linha reta e rígida, o que eu chamava de: grade para mosquitos e pedaços de qualquer coisa desagradável. Não corria muito nos braços e Barry, mas, como ensino da primeira vez, aprendi a ficar de boca fechada nas vezes seguintes.

Em segundos estávamos parados no corredor da sala central onde não encontrávamos nada além de uma completa bagunça. Monitores quebrados, teclados e mouses jogados ao chão, a maca onde Oliver estivera estava destruída em meio a pedaços de vidro. Barry me fitou rapidamente e logo correu em direção à saída, definitivamente iria procurá-los pelo prédio e se os achasse não sei como faria para me avisar, mas ele não podia ficar dependente de mim.

Com o vidro inteiro quebrado, pude escutar um barulho de algo se mexendo dentro da sala onde Barry costumava correr em cima de algo que, algum dia, fora uma esteira. Olhei ao meu redor e estava sozinha, com quem quer fosse que estivesse lá. Poderia ser qualquer um, inclusive Mia e eu poderia estar à centímetros de minha morte. Abaixei-me atrás da mesa onde os computadores ficavam e procurei qualquer coisa que pudesse ser minha nova arma.

Havia vários pedaços de vidro ao chão e não tinha uma escolha melhor. Segurei o pedaço mais pontudo em mãos e, abaixada, fui engatinhando em direção ao antigo local de treinamento de Barry tentando ser o mais silenciosa e cautelosa possível. Mais uma vez escutei pedaços de vidros estalando no chão pelo lado de dentro, levantei minha mão com a “arma” a medida que ficava mais próxima à porta.

Parei por alguns segundos prendendo a respiração, empurrei a porta com o braço e logo levantei a arma segurando-a firmemente em frente à meu rosto. Não havia ameaça alguma ali, apenas Caitlin completamente machucada jogada ao chão. Ela tentava se mover e não sabia ao certo o que fazer para ajudá-la, mas, sem pensar duas vezes, larguei o pedaço de vidro indo até rapidamente até ela. Caitlin abriu os olhos lentamente me fitando assustada, mas sem força alguma para levantar, gritar ou correr. No instante em que ela conseguiu me reconhecer, sua respiração voltou ao normal e ela ergueu sua mão direita em minha direção. Segurei sua mão e ela, com os olhos arregalados, apertou-a com tanta força que a única coisa que pude fazer foi afagar seus cabelos tentando acalmá-la do jeito mais estupido possível, afinal, ela precisava de um hospital e não um cafuné.

Mas eu não conseguiria levantá-la em meio à tantos cacos de vidro, eu apenas a machucaria mais e, de maneira alguma, deixaria Caitlin sozinha ali. Tentava pensar em algo enquanto analisava suas feridas: diversos cacos de vidro pelo corpo e rosto, hematomas que já estavam começando a ficar roxos e cortes nem tão profundos. Pelo menos no lado direito de seu corpo, já que ela estava por cima do braço e da perna esquerda.

– Cait – sussurrei tentando parecer calma, mas estava sendo em vão – tenho que te virar... Sei que vai doer um pouco, mas você tem que acreditar em mim.

– Hum...

Ela resmungou, não conseguia montar palavras inteiras que ficava sem ar e eu, deparando com aquela cena, estava começando a ficar ofegante tentando me manter calma e no controle, mas a verdade era que eu estava apavorada demais para sequer pensar em tentar manter a calma. Segurei seus ombros com força e virei seu corpo de modo que ela ficasse com a barriga para cima. Ela mordeu os lábios abafando um grito, mas ainda sim foi alto o suficiente para que eu fechasse meus olhos.

– Desculpe – pedia enquanto criava coragem para abrir os olhos – Cait, me desculpa.

Abri os olhos e senti meu coração pulsar rapidamente ao ver um pedaço de vidro enormemente grosso ultrapassado bem próximo de seu peito. O sangue no chão estava começando a secar e a poça só não me assustava mais do que o fato de Caitlin ainda estar viva.

– Meu Deus... O que ela fez com você? – senti um nó formar em minha garganta – Caitlin, eu sinto... – seus olhos arregalados me fitaram mais assustados que antes – você ficará bem – falava tentando acalmá-la – não se esforce, você verá quando estiver bem, tudo bem? – segurei seu rosto quando a notei apavorada tentando ver o que tinha acontecido – por favor.

Novamente escutei um barulho de passos em meio aos estilhaços de vidro, mas assim que virei meu rosto vi Barry com sua roupa de Flash olhando assustado para Caitlin, o fitei tentando parecer calma, mas ele sequer me olhou, ajoelhou-se em direção à Caitlin quem tentava falar algo, mas nada além de gemidos saiam de seus lábios.

– Não diga nada – Barry a advertiu dando um fraco e forçado sorriso – vamos te tirar daqui, tudo bem?

Ela me lançou um olhar como quem estivesse dizendo a Barry que eu estava ali e tinha ajudado.

– Obrigado – ele sorriu me fitando e logo tornou a fitar Caitlin – eu sei que ela é ótima. Vou te tirar do chão, ok? Será tão rápido que, quando perceber, já estará no hospital. Você entende o que digo?

Ela balançou a cabeça positivamente.

– Ótimo! Só te levantarei quando estiver pronta, certo? – Barry a fitou e em seguida me lançou um rápido olhar com um fraco sorriso – você está bem?

Somente assenti em silêncio.

– Ela está jogando conosco – ele esticou sua mão com um pedaço de papel – é um enigma. Preciso de sua ajuda.

– Claro – assenti sentindo meu estômago embrulhar.

Estiquei minha mão pronta para segurar o tal papel e Barry segurou-o com mais força de modo que me forçasse a olhar para ele e foi o que fiz, ele chegou seu rosto perto do meu e me deu um rápido beijo na testa. Ele sabia que eu estava apavorada o suficiente para que precisasse me acalmar, mas Caitlin era nossa prioridade naquele momento e não o culpava. Caitlin ergueu sua mão direita em direção a Barry apertando sua mão o que, pelo que podíamos compreender, era uma indicação de que estava pronta. Pelo menos esperávamos. Olhei Barry quem acenou positivamente e frenético como fazia quando estava nervoso, e não tinha como não estar naquele momento.

– Fique relaxada, certo? – ele a fitou – não deixarei nada acontecer com você, nunca.

Antes que ela pudesse desistir, tentar falar algo ou sequer sentir dor vi Barry desaparecer e levantar alguns estilhaços do chão ao sair de lá correndo com ela. Olhei para o papel em minhas mãos, ela faria um de seus jogos conosco, como ela sempre gostou, afinal, quem pode nos culpar por ler e assistir tanto Sherlock Holmes? Fitei o papel em minha mão, com sua caligrafia constituindo um pequeno e enigmático poema.

Quando o núcleo está quebrado

E todo o resto estilhaçado

Não há o que se fazer

A não ser

Ler.


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Notas finais do capítulo

E então?! Eu sou uma grande fã de Sir Arthur e seu personagem mais famoso e respeitado: Sherlock Holmes (e Moriarty) e acabei por acrescentar um enigmazinho pra vocês. Alguém tem algum palpite do que Mia quis dizer?
Prometo escrever o próximo capítulo o mais rápido que conseguir, não briguem comigo, faculdade está de volta e já tenho 11 trabalhos pra fazer, mas me esforçarei, afinal, a fic já tá no fim :/
Me digam o que acharam e, mais uma vez, me perdoem pela demora. Beijos!