Austin

Eu estava andando na escola,e pude sentir o clima quente. Já havia de passado alguns dias que eu havia voltado para Miami. O fato é que estava tudo estranho. Diferente. Tudo o que eu sentia era desconexão.
Olhei para o cigarro no meu bolso. Eu fazia isso o dia inteiro. Era como se toda vez que eu olhasse,eu teria um plano brilhante e tudo se resolveria. Já havia se passado quatro dias de tudo que aconteceu. Em quatro dias, minha mãe havia morrido. Em quatro dias,a avó por parte de mãe da Ally também faleceu. Em quatro dias,o pai da Mackenzie descobriu que ela e o Charlie poderiam começar a ter algo,e a mudou para Miami. Em quatro dias. O meu pai havia voltado. Meu celular tocou pela décima vez. O Charlie ligava mais quando estava em Miami comigo do quando ele estava em NY.Ele veio comigo a Miami.
Andei mais pelo corredor e me olhei no espelho da sala. Eu estava péssimo. Não dormia a dias,e meus olhos estavam inchados. Eu tremia do nada agora. Passei as mão no cabelo e respirei fundo.
Nesses últimos dias,eu falei no máximo três palavras. Duas foram palavrões,e a outra foi "Obrigado" A Ally não sabia muito o que fazer,e eu podia ver. Eu não falava com ela a dias.

—MOON! - Ouvi a voz irritante do Dallas e senti meus dedos tremerem. -Você está bem,querido?

Ri ironicamente. -Querido?

—É. Porque? Vai chamar a sua puta,que se ne lembro se chama Ally. Ou... Sua
mãe?! - Ele disse com intonação e eu virei no mesmo segundo. Eu acho que não deu tempo de alguma coisa. Eu só VI o olhar assustado do Dez no fim do corredor. Eu praticamente vooei em cima do Dallas, e esmurrei o nariz dele,e o garoto logo se levantou, e eu logo VI o sangue escorrendo de seu nariz.

—QUEM VOCÊ PENSA QUE É?! - Ele gritou como se estivesse com dor no nariz,mas a dor dele não era maior que meu ódio.

—O CARA QUE ROUBOU SUA NAMORADA. ISSO BASTA? -Eu gritei alto e logo senti um murro na minha boca. Senti meus lábios latejarem.

—Sabe o que você é pra ela? Nada. Ela sempre vai ser minha. - O garoto se gabou e eu o olhei com nojo. Várias pessoas ao redor assistiam.

—Você é maluco? ELA NÃO É MINHA,MUITO MENOS SUA,ELA NÃO É PROPRIEDADE DE NINGUÉM SEU MACHISTA IMBECIL. - Eu gritei com tudo que conseguir. Eu estava prestes a ir embora.

—Ela vai embora. Que nem sua mãe, deve ter preferido morrer a ficar com você...Sabe,esse murro que eu dei em você,parece com o que eu já dei na Ally. - Eu só lembro de está em cima do garoto, o esmurrando. E muito. Eu podia ver o sangue escorrer,eu estava com muita raiva.

Alguns amigos dele me seguraram,até que eu senti duas mãos leves no meu rosto.
—Vamos embora daqui.- A garota falou baixo e eu olhei para as pessoas assustadas ao lado. Estávamos na rua,e eu olhei para as minhas que tinham sangue e senti medo. Se eu tinha medo do que eu fiz,imagine outra pessoa.

Nós sentamos em um banco e a Ally me mandou esperar um pouco. Minhas mãos doiam. Ela chegou com um pouco de gelo,e colocou no meu lábio superior, que latejava.

—Ally,Eu...
—Cale a boca. - Ela disse que calmamente enquanto limpava meu rosto que tinham alguns cortes.

Eu ri de lado e eu ela sorriu,me dando um beijo de leve na bochecha.

Fomos andando,até a minha casa. E eu revirei os olhos. Era minha casa. Abri a porta,e logo vi uma menininha de cabelos loiros, que tinha o cabelo cacheado.E sorri de lado. Uma coisa boa ao meu pai voltar era que eu descobri que tinha uma irmãzinha de seis anos,por parte de pai. A mãe dela havia morrido no parto dela.

Ela sorriu brincalhona ao me ver,e logo virou a cabeça para trás, onde a Ally estava.

—Quem é essa Aus? - Ela disse com a voz doce e eu sorrir.

—Essa é a minha namorada. - Eu disse calmo e ela abriu um sorriso.

—Tipo,namorada ou namorada pra casar? - Ela disse e eu RI,porque falei pra ela que eu tinha namoradas, e namoradas que eu queria ficar pra sempre,e ela deduziu que seria pra casar.

—É, ela é tipo pra casar. - Eu disse baixo e logo entramos. Eu deixei ela e meu pai ficarem na casa,pois no atestado,minha mãe havia colocado ele como dono de ela morresse. Eu apenas não entendia. Como ela sabia que ele iria voltar? Eu já havia percebido que as pessoas ao meu redor sabiam muito mais que eu.

—Quem chegou,minha menina?! - Ouvi uma voz baixa,do Mark,ou melhor,meu pai,e fui mais para trás,como um impulso. -Oh...Oi Austin!

Ele disse em um sorriso e eu cocei a nuca. Eu não sabia muito o que dizer. Ele havia mudado nesses últimos anos,ele havia virado professor. Eu sabia que ele não era uma má pessoa. Mas eu sentia mais raiva,porque eu sabia que haviam mentido para mim que ele estava na cadeia. E porque ele não foi atrás de mim? Porque depois de quase oito anos?!

Ele ficou olhando para Ally,como se esperasse que eu fosse apresentar ela,mas se fosse por mim,eles nunca se falariam.

—É... Essa é a Ally Dawson. E esse...Você sabe. - Eu disse constrangido e a Ally apertou sua mão, e ele sorriu.

—Você é a filha do Lester não é?! Você não estava lá quando eu fui a sua casa,ele me disse que a filha dele e meu filho estavam namorando. - Ele falou como se achasse aquilo muito legal,e a Ally sorriu.

—É, a gente só passou para chamar a Lilly pra tomar milkshake com a gente...- Falei baixo,e eu percebi que meu tom de voz era parecido com o dele.

—Você quer ir com a gente? - A Ally falou alto e claro,e eu arregalei os olhos pra menina,que me deu um beliscão no braço.

—Não... não... eu não quero incomodar vocês...

—E não vai,é perto da minha casa. Vamos. -A Ally disse decidida,e a Lilly segurou a mão do Mark e fomos.

....

—Qual o sabor que vocês querem? - O garçom da sorveteria em frente a praia perguntou.

—Menta com fruta, milkshake. - Eu disse no mesmo momento do meu pai,quer dizer,Mark.
Ele sorriu de lado e eu olhei para baixo...
Olhei para a Lilly que sorria inocentemente. As vezes,eu queria voltar a ser criança.