Sweet Girl escrita por Tha Reis


Capítulo 19
Feliz




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Austin

Quando eu era mais novo,um senhor do meu bairro trabalhava nas ruas de Manhattan. A cidade do luxo,das lojas. Eu lembro que passava por lá as vezes. E lá tinha várias garotas por lá. E um dia eu arrumei confusão por isso. Não vou entrar em detalhes. Apenas um garota rica,e eu,com seu pai. Quem me salvou foi o senhor de barba grande. Eu nunca esqueci oque ele me disse.

–Eu vou te explicar uma coisas garoto,como amigo. -Ele andava comigo em direção ao meu bairro,calmamente. -Infelizmente existe uma coisa no mundo,que você precisa entender. Gente rica e gente pobre não se dá bem não. Não dá certo. Simples assim.

Eu nunca esqueci aquilo na minha vida. Fiquei com aquilo na cabeça por anos,tentando entender o porque. Só nunca saiu da cabeça.

Foi nisso que eu pensei nos cinco minutos que a diretora havia comunicado que já que íamos passar duas semanas na tal casa de campo,os dormitórios além de estarem dividido os quartos só meninos e só meninas,seriam divididos por classe social. Claro que ela não disse com essas palavras,mas disse que quem tem mais condição,pagou pelos os melhores quartos.

Apenas olhei pra Ally e sorri de lado. Eu era acostumado. Coloquei meu braço no ombro do Dez e fui andando com ele até o dormitório. Eu estava cansado. Acho que mais mentalmente do que fisicamente. Deitei na minha cama e joguei a minha mochila em qualquer canto do quarto,e o Dez deitou na cama ao lado. Silêncio total. Aquilo me dava medo,eu admito. Eu era muito diferente da Ally. Em todos os sentidos possíveis.

–Você pensa muito. -O Dez falou calmamente,me fazendo virar de lado e vê-lo deitado,quase dormindo.

–Eu sei. Não é tão bom assim. -Coloquei as mãos na cabeça e respirei fundo mais uma vez.

–Então faça parar. -O mesmo disse,de olhos fechados,bocejando. Ele iria dormir,pois de madrugada teria uma festam,que as pessoas do meu lado do dormitório estavam fazendo.

–Esse é o problema. - Senti meus dedos tremerem e coloquei minhas mãos na cabeça. -Eu não consigo parar.

Ally

Olhei em volta das pessoas ao meu lado. Sentadas,conversando coisas chatas. Ah,o Iate que meu pai comprou para mim.

Ah,meu pai me comprou duas motos.

Ah,meu pai me comprou um unicórnio.

Não que a última seja verdade,mas sinceramente eu não duvido de nada.

–Devíamos ter chamado todo mundo. As pessoas do outro lado também. -Falei calmamente olhando para o outro lado do gramado,que dava para ouvir risadas e música antiga.

–Eles nem devem ter bebida de verdade. -O Dallas sorriu divertidamente bebendo um gole de Uísque e eu revirei os olhos. A nossa diretora ligava tanto para nós...

Olhei no relógio. Já fazia uma hora que aquela festa acontecia,e não tinha dança,muito menos música boa. Revirei os olhos e fui rapidamente para o lado de fora dos dormitórios,onde ficava um lago. Aquilo me deu vontade de chorar que eu não consegui explicar. Imaginava se minha seria assim o tempo todo. Agarrei meu casaco e um sentimento estranho veio em mim. Raiva. Apertei minha bolsa e joguei ela com toda força,em cima de um banco que tinha ao lado.

–AI! - Ouvi um grito vindo do banco. Arregalei os olhos na mesma hora,mas logo depois comecei a rir.

–Foi mal! -Coloquei a mão na boca,ao ver o garoto loiro com as duas mãos na barriga enquanto tinha um cigarro entre os dentes,e rir.

Ele sorriu de lado,e ajeitou o casaco xadrez que vestia,que era bem maior que ele. Voltei a encarar o lago. Sempre que algo assim que acontecia eu lembrava do meu irmão. Era meio impossível não lembrar. Ele sempre me falava que não gostava dessas festas,ou desse mundo.

–Ei... -Ouvi a voz do Austin,que estava sentado na grama,bem em frente ao lago,sorri fraco e deitei ao seu lado,e ele logo fez o mesmo.

Ficamos calados por alguns minutos,e eu o observei o olhando apenas para cima,fumando calmamente.Ele logo percebeu que eu estava olhando,e virou o rosto para mim.

–Você quer...- Ele falou se referindo ao cigarro,e eu neguei,rindo. -Eu gosto do natal...

Ele disse apontando para o enfeite que tinha em uma das árvores,e eu apenas continuei calada.

–Você também pensa demais,não é? -Ele disse olhando pro céu,e eu respondi que sim. -Como você faz parar?

Então,pela primeira vez olhei diretamente para ele naquela noite. Então,ele colocou o cigarro de lado e virou para mim.

–Eu não sei...Eu converso com as pessoas. -Disse sorrindo,e ele deu de ombros.

–Você estava em uma festa,falando com pessoas,mas está pensando muito agora. -Ele disse sarcasticamente e eu revirei os olhos. - Sabe de uma coisa ? Eu vou te levar para uma festa de verdade. Vem.

Fomos andando em direção oposta aonde eu estava,e eu posso dizer que realmente era uma festa diferente. As pessoas conversavam animadamente e dançavam. Mas música que as pessoas estavam tocando agora no momento. Fiquei sentada por alguns minutos,enquanto o Austin falava com algum menino da festa,e logo ele veio sorridente me chamando para dançar.

–Não precisa eu...- Ele puxou minha mão,e na verdade aquilo foi de bom a muito engraçado. Porque aquilo tecnicamente não era dançar,mas estava muito divertido. E então,o Max um garoto da nossa turma,começou a sapatear no ritmo da música,e todos abriram uma roda em volta dele.

E então o Austin,entrou no meio e começou a sapatear também,e aquilo era muito incrível. Eu lembro que estava com muita sede,e nós fomos pegar alguma coisa para beber,e na mesa tinha dois meninos fazendo guerra de braço. Sorri de lado.

–Eu aposto que vocês não conseguem fazer isso. -Os dois viraram para mim,e olhei para os meus pés,tentando lembrar de onde tinha deixado meus sapatos. Lembrei que fiz aula de Ballet por 10 anos,e fiquei de ponta de pé. Ou melhor dedo. O Austin começou a rir,e os dois meninos muito chocados também. Desequilibrei segurando nos braços do Austin. Eu estava muito feliz pra ser verdade.

Estávamos andando pela grama,ao redor do gramado do local,depois da festa. Já devia ser umas três da madrugada,e eu estava descalça,e estava chovendo,mas aquilo só deixava o momento melhor.

–Como você conseguiu viajar o mundo inteiro sendo pobr...- Tampei a boca rápido olhando para o garoto loiro ao meu lado,e ele apenas riu.

–Sendo pobre? Eu pegava carona,arranja trabalho,e tinha minhas economias. - Ele falou calmamente. -Um dia,quando eu viajar outra vez,eu levo você.

Ele falou e eu comecei a rir. Mas logo vi que ele parecia está falando sério.

–Tá.Vamos supor que aconteceria. Oque faríamos? -Falei curiosa.

–Dormiríamos nas praias,beberíamos cerveja barata.Escalaríamos montanhas. Um ano depois disso,iríamos para a faculdade,um ano mais tarde. Você faria faculdade de música,em NY,porque alugaríamos um apartamento lá. Pequeno,mas daria. Eu faria faculdade de letras,e escreveria para jornais locais e revistas por um tempo. Depois nos formaríamos,você se tornaria professora da Juilliard,e eu seguiria minha carreira como antes e como escritor de livros. Depois,nos casaríamos e teríamos dois filhos. -Ele falou seriamente e eu o olhei encantada.

–Austin,Eu amo você. -Eu falei seria e ele virou de lado e me olhou.

E então,como na maioria das vezes,meus lábios foram dele. Olhei para o seu rosto,enquanto as gotinhas de água caiam no cabelo dele e sorri abertamente. E ele fez a mesma coisa.

–Porque você está rindo tanto? -Eu falei rindo,e ele colocou o polegar nos meus lábios,e então a chuva parecia piorar a cada minuto.

–Eu só me sinto feliz. -Ele disse rindo feito uma criança.


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Notas finais do capítulo

comentem!



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