O que Um Homem é Capaz de Fazer escrita por Dehcbf


Capítulo 16
Datas Expeciais V




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Assim que terminara de cantar, correu do palco indo direto ao banheiro, onde era perto da mesa onde estava. Nem prestara atenção na salva de palmas que era direcionado a ela, se trancara numa cabine e chorava alto. Sabia que aquele passeio não seria nada bom!

- Ah! Vê se eu mereço! – exclamou uma das mulheres que estavam no banheiro. – Fui completamente ignorada por um Deus Grego e agora tenho que agüentar chororô de garotinhas! Essa boa!

- Também né?! Você queria o que? Tava quase arrancando a roupa para o cara! Parecia uma desesperada. Era lógico que ele não iria ficar com você!

- Isso é inveja! Só porque eu tive a coragem de ir lá falar com ele...

- Ah claro! – ironizou aquela que estava falando com a primeira. – eu posso até estar com inveja pelo fato de ter ido falar e eu não, mas que você ficou se mordendo quando ele ficou babando por aquela garota que estava cantando agora poço, ah isso estava!

- Ora! Me poupe!

- Há! Eu te conheço! Você ficou mordidinhha sim!

- Cala a boca! – e logo as vozes foram se distanciando, mostrando que as duas mulheres saíram do banheiro.

Tomoyo saiu da cabine um pouco mais feliz. Pelo menos não era a única que não tivera uma boa noite. E foi bem feito! Não gostara daquela mulher mesmo...

°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-Versão Tomoyo-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°

Eu sabia que aquele dia no bar ia ser terrível! Sabia. Minha intuição é infalível! Já passou duas semanas desde o ocorrido. No fundo, no fundo gostei do que aconteceu, mas por fora... Pergunto-me se fiz a coisa certa. Ele tentou me impedir, mas o que adiantava? Estava bêbada e decidida a fazer aquilo. Sinceramente, não sei o que deu em mim. Estava lá, tomando nihonshu*, naquela hora, aos poucos. Até que, de repente, a mesma mulher que tava dando em cima de Eriol, voltou agarrá-lo enquanto dançavam uma música qualquer que um possível bêbado estava cantando. A cena era um tanto bizarra, mas me deu tanto ódio! Via que ele tentava escapar dos braços dela, só que a mulher parecia uma lula! Ele se sentia desconfortável e ela não largava dele, com isso eu bebi todo o meu copo de nihonshu de uma vez, levantei e fui até ele. Chegando lá, dei um puxão num braço dele e o agarrei pelo pescoço. “Sabe como detesto essa sua mania de se agarrar a outras mulheres quando brigamos, nee, koi?”, disse a ele. Estava claro que estava bêbada, já a bebida fez efeito enquanto eu o alcançava, entretanto parecia que a mulher não percebeu isso e que Eriol entendeu minha jogada, apesar de estranhar. “Mas você sabe que não quero nada com elas, não é? Aishiteru* mais do que tudo no mundo!”, declarou ele. Aquilo me deixou sem ação por alguns instantes, porém recuperei-me rápido. “Isso é o que você sempre diz.”, falei indiferente.

- E você sabe que é verdade.Eriol sussurrou no meu ouvido, me arrepiando toda.

- Se fosse verdade você não teria mentido para mim todo esse tempo.

- Sim. Eu sei. É por isso que resolvi te esquecer. – e com isso, me soltou. O peguei pelo braço e enlacei seu pescoço de novo.

- Você não vai fugir de mim!

- E eu não quero te fazer sofrer...arregalei os olhos. – Me solte Tomoyo. Antes que nós dois nos arrependemos dessa conversa.

- E se eu não quiser?

- Você não está em condições de querer algo.

- Duvida?

- Não vai ser preciso. Seus olhos vermelhos, seu hálito e seu comportamento te denunciam.

- Acha que eu não sei o que esta acontecendo? Acha que eu não separei você daquelazinha por mim mesma? Saiba que quando levantei daquela mesa já estava decidida a fazer isso! – disse séria.

- Mas a bebida afeta as suas decisões. E não adianta negar, eu vi você bebendo! Pode não ter bebido muito, mas bebeu!

- E acha que só um gole pode me transformar numa delinqüente?!

- Nunca te chamei de delinqüente. Só quero dizer que, dependendo da bebida e de quem bebe, o álcool pode afetar em suas ações, fazendo com que a pessoa faça algo que vá se arrepender depois.

- Eu não vou me arrepender depois, se é disso de que tem medo...

- Tenho medo disso sim. Mas não adianta tentar conversar com você nesse estado.

- E por que não? Sabe muito bem que vou me lembrar desse dia mesmo...

- Mas não totalmente...

- Por que foge tanto de mim?

- Por que você me pediu?

- E agora você faz tudo o que eu mando?

- Claro que não Tomoyo. Faço aquilo que acho sensato fazer.

- Só agora?

- Antes tarde do que nunca. – eu sabia, por mais bêbada que estava: eu o estava irritando.

- Muito tarde você quer dizer...

- Realmente, não da para conversar com você...!

- Só por que eu disse a verdade?

- Então foi para isso que você veio falar comigo? Jogar verdades na minha cara?

- Não...! Claro que não...

- Ah! Já sei! Foi para inflamar seu ego não foi? Teria feito isso com qualquer cara que visse pela frente, mas aproveitou o fato de que me conhecia e juntou a fome com a vontade de comer!

- Não! Eriol, não é isso...! – naquela hora eu senti vontade de surrá-lo!

- Quer saber? Que se foda! Da tua vida quem cuida é você. Só te peço uma coisa: não me meta nela! Não to nem um pouco afim de ser acusado depois...

- Eriol, que bosta! Me escuta, pelo menos?

- Escutar o que? Que te deu vontade de fazer showzinho foi?

- Cala a merda da boca e me escuta!

- Tenho mais o que fazer do escutar uma bêbada!

- Eriol, da pra fazer o favor de calar a boca!

- Vem calar! Se é que você tem... – parecia que havia voltado no tempo... Primeiro uma discussão, depois... O beijo. Eu o beijei com desespero! O agarrei pelo pescoço e não o largava. Não era aquele beijo de língua, mesmo por que... Bem, eu não sou muito expert nesse assunto... Ele tentava me separar dele, mas eu não queria isso. Quanto mais ele tentava nos separar, mas eu me agarrava nele. Até que eu inclinei minha cabeça para trás e entreabri meus lábios, deixando claro o que eu queria. Apesar de ele ter hesitado um pouco, senti sua língua quente e temerosa encostar-se à minha. Acabei por gemer baixinho e ele rendeu-se, me beijando de modo alucinado. De repente ele parou.

- Não posso continuar com isso... – murmurou rouco mais pra si mesmo eu diria.

- E porque não? Você quer isso, eu quero isso...

- Você só quer por que bebeu. Duvido queira se estivesse sóbria.

- Duvida mesmo? Olha que é capaz de perder. – percebi que ele se assustou com a resposta, mas como não estava “nem ai” para reação dele, mordi seu lábio inferior.

- Você não quer isso Tomoyo.

- Vou te provar o quanto está errado... – e o beijei outra vez. Não só uma, como várias, até ele render-se, o que não demorou muito.

Agora, parando para pensar, talvez... Só talvez, ele estivesse certo. Eu me sinto um pouco... Incomodada. Não diria arrependida, nunca direi. Havia dado a minha palavra e com isso não vou voltar atrás, mas... Aquele beijo mexeu mesmo comigo. Quer dizer, aqueles beijos mexeram comigo. Percebi que, mesmo que ele não tenha mudado, mesmo que ele não me ame de verdade, eu quero lutar por ele, só que... Não agora. AH! Quer saber? Não me arrependo do que fiz, mas não vou ficar me rastejando não! Ele disse que queria me esquecer... Então esqueça! Começou tudo errado mesmo. Preciso de algo que dê certo desde o inicio e com ele isso é impossível! Vou deixar esta questão em aberto por enquanto...

°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-Versão Shoran-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°

Nossa! Quanto tempo que eu não narro, não? Essa Nyla vai me pagar um dia...! (#alto lá! A fic é minha e tenho doto o direito de modificá-la u.u#) – ingrata – (# eu ouvi isso!#) Certo, certo! Não vamos criar confusão!

Bem... Já estamos em outubro! - Eu sei... O tempo passou absurdamente rápido, mas são ordens da Nyla... O tempo tem correr já que o ultimo capítulo esta enorme de grande! - Havia recebido um telefonema da Hikaru, pedindo pelo amor de Kami, que eu fosse ao aniversário da Tomoyo. Isso está me deixando uma pilha de nervos! E o pior é que não pára por ai! Quem tinha atendido ao telefone, que por um milagre – não sei -, foi a minha mãe! Lógico que a ruivinha doida ganhou uma aliada. E com isso eu me ferrei. Minha mãe falou para eu ir de qualquer jeito, se não ela mesma ia me levar até lá, assim ela aproveitaria para conhecer a Sakura. Bem, depois dessa, vocês até podem imaginar o que vou fazer... – Ei! Não pensem que eu vou fugir ok? Preciso resolver logo isso!

Como a festa, com certeza, vai demorar a acabar, vou ter que passar a noite na casa da Tomoyo. Com isso tive que arrumar minhas coisas numa mochila. Já é véspera e tinha que ir logo para o Japão. Por pouco eu não fui no jatinho particular da minha família, o que por sinal eu odiaria do mesmo modo que eu odiei a idéia quando minha mãe propôs aquilo. A viajem foi tranqüila, a recepção foi razoável, o passeio que fui obrigado a dar para poderem arrumar o salão – já que acabei chegando muito cedo – e assim a Sakura não me encontraria antes da festa, o que, por sinal, eu achei completamente desnecessário, mas já que eu estava nas mãos da Hikaru... Pois bem, tudo correu do jeito que elas queriam. Arrumei-me no horário e fiquei enrolando a festa inteira. Até certo ponto, para falar a verdade. Já tava lá no meu quarto copo de refrigerante – resolvi não encher a cara para não dar vexame. – quando um rosto conhecido passa por mim, vestindo um uniforme verde pastel. Não sabia se ria ou se partia para briga, então resolvi ficar no meu canto. Percebi que a pessoa em si já me notou, mas não falou nada. Continuou a fazer o que estava fazendo, que era verificar a mesa do Buffet. Estava sério, bem compenetrado no trabalho, diferente de Tomoyo, que não tirava os olhos dele. E o que mais me impressionou na noite – por enquanto – foi o olhar de Tomoyo. Parecia confusa e saudosa. Continuei a tomar meu refrigerante, até que o vi entrar na cozinha, já que estava na porta desta. Ele olhou para mim e abaixou a cabeça. Vi que Tomoyo quase veio atrás dele, mas controlou-se. O problema nisso tudo é que sou curioso! Com isso entrei na cozinha e encontrei Eriol sentado numa cadeira de frente para um balcão.

- Já sei pra que veio e já adianto que esta perdendo o seu tempo. – quase não o reconheci. A voz séria, o semblante neutro.

- Eu sei. Não vim por causa disso. – Ele me olhou incrédulo. – Também... Não é pra menos.

- Veio pra que então? Pra ver minha cara linda é que não foi!

- Claro que não! – sentei-me numa cadeira de frente a ele. – Tem outras caras muito mais bonitas que a sua...

- Fala logo! Veio me testar?

- Não. Vim para entender. Não se esqueça que sempre fui curioso. – disse rindo.

- Ah! Alguém te contou alguma coisa?

- Não. Por quê? Tinha algo a me contar?

- Se você gostar de ficar ouvindo fofocas, sim tinha.

- Fofocas? – indaguei irônico – Hum... Não... Prefiro uma fonte mais confiável para ficar mais informado dos assuntos...

- Ou seja, da vida dos outros?

- Também. Anda homem! Desembucha! A coisa é tão grave assim?!

- Não! Foi só uns beijos, o que me deixou uma insônia ferrada por meses!

- Beijos, hã? Sei...

- É sério caramba!

- Eu sei que é sério. Mas sabe que não gosto de não soltar alguma piada de vez em quando...

- É... Você é do tipo: perco o amigo, mas não perco a piada.

- Exato! E o houve de tão estranho nos beijos? – fiz questão de frisar as ultimas palavras.

- Desespero. Ela me beijou como se sua vida dependesse disso. Disse que não iria se arrepender do que aconteceu, mas... Ela tava bêbada.

- Você a embebedou?

- Não! Havia ido num bar de karaokê, para passar o tempo, rir de quem canta mal... Só que ai uma mulher começou a me encher, dizendo que me achou bonitinho e um monte de coisa com “inho”. Se tem uma coisa que eu me enchi, não agüento mais, é mulher fácil. Aí a mulher continuou no pé e tentava de tudo para ignorar ela, nisso eu vi a Tomoyo uma mesa onde estava a Sakura, um cara grande e uma ruiva que não desgrudavam...

- Touya, irmão da Sakura e Hikaru, namorada dele.

- É... Deve ser. Só sei que teve uma hora que ela levantou da mesa e foi para o palco, cantou uma música com letra forte, coisa que não era muito a cara dela, mas até que combinou bastante quando ela cantou... Bem estou desviando um pouco. Aí, enquanto ela cantava, eu não tirava os olhos dela, só que a mulher que tava me enchendo ficou com raiva e saiu. Assim que a Tomoyo terminou de cantar, saiu correndo para o banheiro, porque acabou chorando enquanto cantava. Depois de um tempo, eu vi que a Tomoyo voltou para mesa e pediu nihonshu. Até aí, pensei que não ia ter mais nada para fazer, só que a mulher insuportável voltou e implorou uma dança, o que eu achei horrível da parte dela porque tinha um cara bêbado tentando cantar uma música em francês. Foi horrível! Só não ficou pior porque do nada eu senti alguém me puxando pelo braço e me agarrando pelo pescoço, logo vejo que era a Tomoyo. Disse umas coisas como se fôssemos namorados e dei graças a Kami por ela ter tido essa idéia. Só que, num certo ponto, não foi tão bom assim. Discutimos e com isso ela me beijou.

- Pera ai! Vamos com calma... Você cansou de mulher fácil e a Tomoyo te beijou? Fala sério, isso está surreal demais!

- Mas é verdade! Antes ela só tivesse me dado um beijo, mas não! Ela me beijou tanto que perdi até as contas. Agora é que não entendo mais nada!

- Realmente, isso está bem estranho. Mas, essa é a vida de vocês e não estou afim de me meter.

- Não mesmo?

- Não! Só faria isso se a situação fosse diferente... – agora que eu percebi... Depois de muito tempo eu tive uma conversa decente com Eriol. Ele realmente mudou. Está mais sério, agora parece homem! – Percebeu uma coisa?

- O que?

- Estamos conversando!

- Ta... E daí? – mas a tapadisse... Isso não muda nunca!

- Dã! Esqueceu que não estávamos nos falando?

- Ah é! Verdade! Incomoda-se com o fato?

- Não. Nem um pouco. E você?

- Também não.

- Então, quer saber? Vamos esquecer o que aconteceu antes? – disse, estendendo uma das mãos.

- Certo. – ele apertou minha mão.

Tá certo, isso foi estranho. Mas era uma amizade tão antiga... Não que a Tomoyo não merecesse, porém o Eriol mudou, de verdade. Eu, mais do que ninguém, poderia notar isso. Acabamos conversando sobre vários assuntos, sabem? Colocar a fofoca em dia? Pois é, conversamos sobre tudo! Até que a Hikaru apareceu lá reclamando que tava faltando alguma coisa, com isso eu voltei ao lugar de antes. Pensando bem, eu não estava me divertindo nem um pouco naquela festa. Tirando a conversa que tive com Eriol, não teve nada mais interessante ali. Saí do lugar em que estava e andei perto da mesa de Buffet, foi quando eu me encontrei com Sakura. Ela estava parada, comendo algum doce, com certeza! Estava diferente, vestida de um modo mais... Sexy. – aposto como tem dedo da Hikaru! – Ela me viu e ficou parada esperando eu falar com ela, coisa que não estava em condições de fazer. Uma, porque estava entediado demais e quando eu estou entediado, meu humor fica uma porcaria. Duas, porque ela estava sexy demais... Isso vai afetar meu juízo! Sendo assim, eu segui reto e deixei-a lá. Sei que ela não gostou nada, nada do que eu fiz, mas eu já disse! Meu humor está um lixo!

°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-Versão Sakura-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°-°

Certo! Ali vem o Shoran! Agora é só esperar que ele venha falar comigo... Eu acho... Ele não está com uma cara muito feliz e isso não é legal. Será que é por causa da minha roupa? Eu falei para Hikaru que aquilo na era preciso, mas ela me escutou? Não! Ela não me escutou! Tudo bem, deixa estar! Continuei lá, paradinha! Sabem, desde que a festa começou eu venho observando ele. Parece que esta vendo aquelas exposições chatas de artes, onde você anda e anda e só vê quadros e mais quadros. Por mais que seja lindo e fascinante, aquela falta de movimentação mais intensa torna as coisas mais enfadonhas. Vi que ele estava conversando com Eriol, o que, a princípio, estava cheio de tensão, tornou-se algo mais agradável até mesmo para ver. E eu continuei lá, paradinha. Só que filha da mãe passou reto! Tem noção? Detesto quando as pessoas me ignoram! Se não for propositalmente, até entendendo, mas proposital? Me poupe!! Ele vai me olhar, custe o que custar!


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