Quem é o monstro? escrita por aa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Meu primeiro conto de horror em terceira pessoa.



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Uma garota andava solitária pelas ruas daquela cidade. Estava nublado, a lua cheia iluminava minimamente. A escuridão da noite era dissipada apenas pela iluminação dos postes. Ela não parecia se importar com isso. A cidade era tranquila, não havia perigo em sair à noite. Houve alguns casos em que pessoas foram brutalmente assassinadas, mas isso não parecia incomodá-la. Deveria ser o tipo de pessoa que acreditava que nada de ruim aconteceria consigo. Então, com toda a paciência ela andava sobre a calçada, enquanto observava as vidraças dos restaurantes, cafés e demais estabelecimentos. Por algum motivo gostava de observar as pessoas.

Do outro lado da rua, escondido pela sombra dos prédios, um homem observava a garota. No instante em que colocou os olhos nela, teve uma certeza, a certeza de que seria ela. Seu coração acelerou. Ele precisava se aproximar, precisava estar em contato. Nunca havia sentido tanto a necessidade de ter alguém junto a ele. Havia algo nela, talvez fosse a sua aparência frágil. Talvez o jeito despreocupado de andar. Ele não saberia explicar. Só sabia que precisava dela.

A aparência daquela garota o encantou de uma forma que nem mesmo ele saberia explicar. Talvez não fosse causado por um detalhe, e sim, por todo o conjunto. Ela não era o tipo de garota perfeitamente linda, era bonita sim, mas trazia consigo marcas de horror. A jovem possuía um cabelo cinzento que não chegava a tocar o seu ombro. Seus olhos grandes tinham um tom castanho avermelhado. Sua pele pálida indicava que não saia de casa, ou que costumava sair somente durante a noite.

Seu jeito de se vestir não condizia muito com o de uma garota. Seu vestuário era composto por uma camisa branca de mangas longas, estas estavam remangadas até o cotovelo; uma calça negra que chegava até a metade da canela; chinelos vermelhos, e para completar, suspensórios. O único detalhe feminino nela, era a fita vermelha que prendia a sua franja para o lado. Vermelho como o sangue. Vermelho como as costuras do seu corpo.

Havia costuras em diversas partes do seu corpo, como aqueles que os médicos fazem, mas esses eram vermelhos. Talvez ela gostasse da cor; e já que era pra ser costurada, por que não fazê-lo com uma cor agradável. As costuras eram formadas por duas linhas que se cruzavam. A garota tinha costuras na parte inferior do seu olho direito e do lábio. Isto não era assombroso. Talvez ela tivesse entrado em uma briga ou caído. Era possível que tivesse se cortado e precisasse fechar o corte. Mas não parava por ai, cada costura mostrava um quê a mais. Algo que abria as portas da imaginação para pensar que tipo de atrocidades aconteceram com aquela ela.

As costuras desenhavam no seu corpo, esboçavam marcas do que provavelmente seria um passado cruel. Mas o que aconteceu com ela? Havia uma fila de costuras na vertical que preenchiam o comprimento do seu pescoço. Teria ela sido cortada na garganta? Também havia diversas linhas costuradas por toda a circunferência dos seus antebraços, mãos e dedos. Teria ela tido os braços, mãos e até mesmo alguns dedos decepados? Que tipo de monstro havia feito aquilo com ela? Poderia ela ter mais marcas escondidas por baixo da roupa? Isso parecia não importar mais. Agora ela conseguia perfeitamente andar pelas ruas sem medo e com um belo sorriso que parecia iluminar tudo ao seu redor.

Cada detalhe que aquele homem observava da garota só o fazia desejá-la ainda mais. As teorias que fez sobre como aquelas marcas surgiram, só o fazia ficar ainda mais louco e ansioso por tê-la. Ele precisava dela e não poderia mais esperar. Com cautela ele saiu das sombras, não queria assustá-la. Não queria fazê-la correr para longe. Talvez a vista de um homem que vestia um sobre tudo e um chapéu marrom se aproximando no meio da noite a aterrorizasse.

A garota seguiu andando sobre a calçada, mas inesperadamente entrou em um beco escuro. Talvez aquele fosse o caminho mais rápido. Mas realmente valeria a pena se arriscar daquela forma? Talvez fosse loucura, mas para o homem era a sua melhor e única oportunidade. Então, na esperança de encontrá-la, de poder falar com ela, de tocá-la, ele se lançou beco a dentro e a escuridão o engoliu.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Espero que tenham gostado e que eu os tenha deixado curiosos. Críticas e sugestões serão bem vindas.



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