Escrito nas estrelas escrita por Bethane


Capítulo 18
Escuro




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Não acredito que alguns pessoas nascem para ser más e outras para ser boas. O que diferencia umas das outras é o tipo de vida a que foram expostas, as suas experiência e suas carências. Para sermos pessoas melhores temos que aprender a nos colocar no lugar das outras e nem todos tem essa capacidade. Eu não detesto o Gabriel por tentar me matar, vou morrer logo de qualquer forma. Só fico triste por essa ser a única vida que ele conhece, pra ser livre ele precisa fazer mal as outras pessoas.

– Eu realmente espero que não haja uma próxima vez. - me levanto da cama e me aproximo da grade da cela. - Eu detestaria ter que lutar com você.

– Por que você sabe que irá perder! - ele diz rindo.

– Não, nunca pensou em fazer a coisa certa? você tem a chance de fazer o bem, por que não faz?

Sua expressão fica dura por um momento.

– Qual é? quer me dar conselho de como devo viver a minha vida? pois estou bem com a vida que levo. As pessoas me valorizam meu trabalho.

– Fazer mal as pessoas, esse é seu trabalho? essa é a única vida que você conhece, como pode dizer que é a melhor? Onde você vivia? você só esta " livre " por que eles precisam de você lá fora. Você usurpou uma identidade que não é sua.

Ele segura na grade com uma mão e o meu pulso com a outra. Seus olhos parecem dois lagos verdes. O Tobias se levanta e eu peço pra ele não fazer nada.

– Isso é a única coisa que me permitiram ter, ou se esqueceu que sou um clone igual a ela. - ele aponta para a clara, com um olhar de puro ódio. - Não tivemos uma família, só pessoas frias e insensíveis nos dando ordem, nos forçando a treinar sem parar. Estou apenas cumprindo ordem das pessoas que me criaram.

– Você tem que fazer as coisas por você e não por que alguém te mandou. Pensa que é só você que tem problemas? todos temos, e sempre tentamos lidar com eles da melhor forma. - seguro sua mão e fixo meu olhar no seu. - A vida é muito curta e preciosa para ser desperdiçada assim. Independente de ser um clone, é sua vida e só você pode decidir o que fazer com ela.

– Que comovente! - vejo o Mathew aparecer com os seus capangas. - Mas, temos assuntos para acertar senhorita Claire.

Ele faz um sinal com a mão e o guarda abre a cela. O Gabriel me solta enquanto o Mathew entra na cela com seus homens armados até os dentes.

– Eu posso saber que assunto é esse?

– Claro! - ele me olha da cabeça aos pés.- me passa seu medalhão.

– Não! - eu grito. - o que pensa que está fazendo.

Seus capangas aponta as suas armas para a Sarah e o Tobias.

– Então o que vai ser?

Não penso duas vezes e tiro o medalhão e o entrego. Ele o vira de um lado para outro, mas não consegue abri-lo.

– Abra! - ele diz.

– Eu não sei como abrir isso. Não há como abrir. - digo rezando para que ele acredite em mim. ele me olha e depois guarda o medalhão com ele.

– Tudo bem, isso não será problema pra mim. Aposto minha vida que foi aqui que eles colocaram a fórmula. Já venci adversidades maiores que essa.

Ele sai da cela e segue escada acima. Eu deslizo pela grade e me sento no chão, ver a Sarah e o Tobias na mira de uma arma foi assustador.

– Você acha que ele está certo? - a Sarah se senta ao meu lado. Aproximo meus lábios do seu ouvido e sussurro. Aqui deve ter câmeras.

– Sim, tem uma fórmula mas não acho que seja o que ele está procurando.

– Como assim? - ela pergunta um pouco alto demais. Eu olho pra ela e voltamos a sussurrar.

– Eles estavam muito certos de que eu estava com ela. A única coisa que trouxe de Chicago foi o medalhão. Ontem fiquei um bom tempo tentando abrir e consegui. Há mesmo uma fórmula, mas eu troquei por uma falsa.

– Mas eles vão descobrir que é falsa.

– Sim, mas quando conseguirem isso, estaremos bem longe daqui.

– Como? - ela está rindo agora.

– Calma, precisamos esperar o sol nascer. E até lá eles não poderão fazer nada sem energia elétrica. - digo rindo e ela me olha que a sobrancelha erguida. - Por que você não dorme um pouco até chegar a hora de ir?

Me levanto e a puxo em direção a uma das três camas no quarto. A Sarah se deita e coloca a cabeça no meu colo, como fazíamos quando uma não conseguia dormir. Começo a mexer no seu cabelo.

– Eu sabia que você viria. - ela pausou um pouco. - mas estou com medo do seu plano.

– Você nem sabe qual é. - digo rindo.

– Mas sei que deve ser bem louco e deve envolver muita adrenalina e perigo. Você sempre parecia atrair problemas quando éramos criança. - Ambas começamos a rir nos lembrando das nossas travessuras de criança.

– Eu sempre estarei aqui pra você. Pode apostar.

Nesse momento todas as luzes se apagam, e eu começo a relaxar, tudo está correndo bem.

– O que aconteceu? - o Tobias pergunta, quase havia me esquecido que ele estava ali.

– Só um apagão, Que horas são Clara?

– Não consigo ver no escuro! - ela diz, começo a rir.

– Foi mau, mas a luz voltará por volta da seis da manhã, então durmam um pouco, pois amanhã será um longo dia.

– Não sei quem vai conseguir fazer isso. - o Gabriel diz, ele e a Clara não se separavam nunca e eu tinha a impressão de que estava acontecendo algo entre os dois.

– Clara, você e o clone do Gabriel tem algum problema? ele olhou pra você como se quisesse reduzi-la a pó.

– Nós tivemos um lance, ele não aceitou muito bem o término! - ela diz, e eu podia jurar mesmo sem conseguir ver que ela deu de ombros.

Me lembrei da insistência do outro Gabriel comigo e me senti muito culpada. Sem saber acabei empurrando-o mais pro fundo do poço. Dei um longo suspiro e rezei pra que o que eu disse mais cedo o ajudasse de alguma forma.

Claire, como você sabe que a luz voltará as seis da manhã? - o Tobias me pergunta. No meu colo a Sarah está quase dormindo.

– Vamos dizer apenas que pedi pra alguém pra fazer isso.

– O Uriah. - diz a Sarah com a voz grogue de sono. - ele é muito bom em fazer estragos, vamos esperar que ele consiga religar.

– Tenho certeza que ele conseguirá. Precisamos que ele consiga. Durma bela adormecida, te acordo quando sua carruagem chegar.

Ela ainda tenta sorrir mas o sono parece vencer essa batalha.


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