Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 62
Capítulo 62 - Sorrisos, ameaças e mudanças.


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Desculpe pela demora, estive ocupada, mas tentarei postar mais rápido.
Boa leitura.



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Meus olhos estavam pesados em quanto fitavam a parede a minha frente, Anne e eu já tínhamos conversado sobre todas as coisas supérfluas que poderíamos falar.

Ela estava sentada no chão ao meu lado com as pernas esticadas e a cabeça encostada na minha cama, provavelmente olhava para o teto, da ultima vez que virei para olha-la ela tinha os lábios entreabertos e uma expressão seria.

Talvez ela estivesse pensando em algo muito importante ou quem sabe não estivesse pensando em nada...

Eu teria que assimilar melhor a ideia da epilepsia, a parte em que ela ficava “ausente”, tinha que saber quando ela estava ausente e quando estava apenas ignorando tudo a sua volta ou distraída em seus pensamentos.

Olhei para a luz que entrava pela janela e constatei que não era muito tarde, mas senhora Hill podia estar preocupada.

_Seu celular está ligado?_ Perguntei com a voz sonolenta fazendo-a voltar a realidade.

_Sim..._ Ela sussurrou pegando o celular que estava no bolço de seu casaco e verificando, arrumou a postura logo depois e se espreguiçou.

A temperatura dentro do quarto era confortável graças ao aquecedor, o outono já estava acabando e o frio aumentava a cada dia. Logo seria o ultimo dia de outono e a tão esperada festa do final de outono. A festa na qual convidei Anne, que não tinha o menor interesse em comparecer.

Ela olhou-me com o cenho franzido por algum tempo, e eu aguardei o que estava por vir.

_ Você quer perguntar alguma coisa?

Sua voz era lenta, deixava explicito toda a sua desconfiança, como se precisasse deixar mais claro.

_Não... Eu deveria querer?_ Rebati imitando sua expressão.

_Deveria. Você não fez nenhuma pergunta inconcebível ou que me deixasse extremamente desconfortável a ponto de cogitar não responder, isso é muito incomum se tratando se uma conversa entre nós._ Ela explicou virando seu corpo para encarar-me totalmente.

Sorri sem acreditar no que estava ouvindo.

_E você está sentindo falta de se sentir desconfortável..._ Comentei _Me surpreende esse seu comportamento masoquista, achei que não era do seu feitio._ Disse sarcasticamente.

_É estranho Sebastian, da mesma forma que você não quis que eu te contasse sobre mim por sentir-me pressionada; apenas pressionada. Você queria que eu quisesse contar... E eu quero que as coisas não mudem drasticamente.

Sua voz não tinha muita força, era visível que ela não queria iniciar uma discursão, só estava expondo o que sentia, o que queria e o que pensava sobre tudo o que estava acontecendo e parecia tão rápido...

_Mas as coisas irão mudar, não sei se drasticamente, mas não será como antes. Agora eu sei mais sobre você, sei o que quis me contar e por enquanto estou satisfeito, entretanto, não espere que seja como antes..._Olhei-a serio e conclui._ Você não está agindo como antes, consequentemente não será como antes; porem, não espere que eu deixe de aparecer na sua casa sem avisar ou fazer qualquer outra coisa que te irrite.

Ela sorriu como se minhas ameaças já não fizessem efeito, e era a realidade; talvez ela não tivesse o que temer naquele momento.

Nos olhamos por algum tempo, por qualquer motivo. Era bom vê-la tão de perto, podia enxergar cada detalhe de seu rosto e percebi que ela fazia o mesmo. Estávamos muito próximos consegui sentir a respiração dela em meu rosto.

Eu sabia o que devia acontecer em seguida, sabia que queria e que talvez Anne não também quisesse o mesmo...

Toquei meus lábios nos dela sutilmente, foi quase um esbarrar, mas o simples toque me permitiu sentir exatamente sua textura, que muitas vezes me pareceu meio áspera, lábios secos e machucados; mas que naquele momento eram sensíveis, macios e devo dizer que nunca me pareceram tão lindos.

O beijo foi prolongado naturalmente, demos passagem um para o outro, tínhamos permissão mutua.

Anne continuou com seus toques mais delicados, calmos e calculados; aquela calma acabava com a minha paciência e me faziam querer mais contato. Meus labos agarraram os dela com força, a pressão, as mordidas que dei sem pensar que poderia estar machucando ainda mais aqueles lábios finos.

Senti suas mãos em meu rosto, e nos afastamos um pouco, o bastante para que eu conseguisse ver o olhar um pouco assustado da Anne e seus lábios que ainda estavam entreabertos.

_Não quero que tudo mude rápido de mais._ Ela sussurrou sem desviar os olhos dos meus.

Medo, era isso que a fazia hesitar tanto e pensar tanto. Mas o que podia dar errado? Nunca fomos muito um para o outro, não tínhamos no que nos decepcionarmos...

_A lentidão também pode ser um problema, encontraremos nosso tempo.

Anne concordou, ainda com uma expressão pensativa, mas não se afastou. Ela não me evitou, não ignorou o que estava acontecendo. E não pude deixar que um pouco de contentamento se apossasse de mim e que ganhou mais espaço quando ela se aproximou novamente, dessa vez mais segura.

Depois de algum tempo, (tempo que não sei ao certo se foram horas ou alguns minutos) Anne decidiu que deveria voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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