Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 59
Capítulo 59 - Tudo que há a dizer III


Notas iniciais do capítulo

Olá
Estamos em momentos decisivos de nossa história, talvez eu demore um pouco para escrever o próximo capítulo.
Estou adorando os comentários, no inicio não pensei que tantas pessoas fossem ler e gostar dessa história. Mas agora, lendo a opinião de cada um dos leitores em cada um dos capítulos; fico muito contente MESMO.
Tenham uma boa leitura.



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Pela primeira vez, Anne andou ao meu lado, não precisei correr atrás dela.

Andamos em silêncio por algum tempo até que ela começou a falar o que me pareceu ser uma tentativa de iniciar uma conversa, acabando assim com o silêncio.

_Já mandei uma mensagem para a minha mãe dizendo que demoraria um pouco.

_Disse que estaria na minha casa?

_Não, mas disse que estaria com você... Ela gosta de você._ Anne falou referindo-se a Arabela.

_Também gosto dela._ Comentei sem nenhuma emoção, gostava de ver o esforço dela em tentar seguir em algum assunto.

_Mas não é grande coisa ela gostar de você... Ela costuma gostar das pessoas._ Ela disse por fim, tornando aquilo algo banal.

Quando chegamos a entrada da minha casa, Anne já havia desistido de manter um dialogo sobre qualquer coisa. Ela olhou toda a fachada, nada escapou de seus olhos.

Abri a porta e fiz sinal para que ela entrasse, entrei em seguida e fechei a porta atrás de mim. Ela deu alguns passos curtos e olhou com muita atenção tudo que havia ali; as obras de arte, os objetos antigos contrastando com o estilo moderno da casa.

Depois de mais algum silêncio no qual observei as expressões que passavam pelo rosto da Anne; curiosidade, choque e desconforto. Até que ela falou:

_É bem... Diferente.

Eu sabia que aquela foi a forma mais educada que ela encontrara para dizer que aquilo tudo era um exagero e não tinha a menor classe onde deveria estar uma sala. Mas era só olhar para seu rosto para ver o que ela estava pensando, era visível o incômodo dela.

_Pode deixar suas coisas ali._ Falei apontando para a mesa num canto._ Quer alguma coisa?..._Perguntei tentando parecer um anfitrião.

_Não, não obrigada._ Ela falou colocando suas coisas no lugar que mostrei.

Eu sabia que ela não estava tão bem como tentava parecer, não estava tão segura... Não parecia tão disposta a falar. Porem, eu não iria me sensibilizar por seu esforço, estava disposto a ouvir; durante todo o caminho até chegar em casa me preparei para ouvir o que ela tinha a dizer.

Passei meus olhos pelos objetos que haviam ali no que devia ser a sala, não era um lugar confortável, era intimidador; todas as peças antigas, algumas feitas de uma madeira pesada e outras com detalhes cuidadosos.

_Vem comigo..._Chamei-a e sem esperar por sua resposta, comecei a caminhar em direção a cozinha.

Não havia ninguém lá; provavelmente as empregadas já haviam terminado todos os afazeres e ido embora; era assim que as duas trabalhavam para minha família há anos. Sempre foram instruídas a não ficarem na casa por muito tempo; era assim até quando trabalhavam na casa dos meus avos paternos. Elas deviam parecer invisíveis, trabalhar rápido e silenciosamente...

Quando criança eu percebia o trabalho sorrateiro das empregadas, e às vezes falava brevemente com a mais velha, Abigail, era uma senhora simpática, com um sorriso fácil.

Ouvi os passos da Anne atrás de mim, um pequeno sorriso se formou em meu rosto. Achei um tanto quanto hilário o fato dela estar tentando confiar em mim, ela devia estar realmente decidida a contar-me o que estava acontecendo.

Talvez até mesmo a garota dos olhos monótonos, a mais distante e alheia a tudo já não conseguisse manter-se distante, quem sabe seus pensamentos pesem de mais.

Abri a porta que levava até a parte dos fundos da casa, ouvi-a bater quando eu já estava lá fora, aguardei, esperei ouvir o som da porta abrindo novamente, o ranger e o baque dela fechando.

Dei alguns passos e sentei-me no degrau da mesma forma que tinha estado naquela madrugada, quando pensei como seria quando encontrasse Anne novamente.

Ela ainda não havia aberto a porta e eu já contava os segundos e pensava que ela poderia estar cogitando desistir, dar meia volta e sair dali se perguntando o porquê de ter perdido seu tempo. Se ela desistisse e saísse sem dizer nada, não sei ao certo qual seria meu próximo passo.

Aqueles pensamentos evaporaram no momento em que ouvi o barulho do trinco da porta, respirei fundo e mantive minha expressão amena.


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Notas finais do capítulo

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