Voltei para meu quarto, faltava pouco tempo para que chegasse a hora de sair, ir para escola e tentar encontrar Anne.

Quando já estava prestes a sair, senhor Volkov aproximou-se e me informou que viajaria acompanhado de sua esposa, por cerca de um mês por Djibouti. Foi apenas um aviso, não foi um convite ou algum tipo de pergunta, como se perguntassem se eu ficaria bem... Era só um aviso.

Se fosse um convite eu recusaria, Djibouti não me parece um dos lugares mais confortáveis, mais limpos ou mais bonitos. Nem os mistérios e a história de Djibouti despertam meu interesse... Não perderia meu tempo com um lugar que só me remete a poeira, pobreza, calor, pessoas ricas seguindo um guia e fingido que ligam para tudo a sua volta, fingindo que não querem voltar para suas casas o mais rápido possível e lembrar da viagem apenas para contar a alguns amigos.

Senhor Volkov entregou-me uma quantia de dinheiro com a qual eu poderia passar três meses tranquilamente, ele não queria ter algum imprevisto.

Desejei a ele uma boa viagem e retirei-me, mas na realidade eu só pensava na quantidade de doenças que alguém poderia contrair num lugar como Djibouti, o ambiente devia ser ruim até para quem tem o azar de nascer na terra seca de um pais pequeno... Não sei o que eles farão por um mês num pais tão pequeno, e também não me importo.

"Eles nem sabem no que estão se metendo", pensei dando um sorriso triste.

Provavelmente eles estavam indo com um grupo de amigos igualmente ricos e desocupados.

Tirei da minha cabeça qualquer pensamento relacionado aos meus pais e prossegui com minha caminhada a passos lentos até a escola.

Quando entrei na sala vi que algumas pessoas já estavam lá, mas Anne não estava. Olhei o relógio pendurado na parede acima da cabeça do professor, ainda não estava muito tarde.