Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 45
Capítulo 45 - Falhas II




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Eu não fugiria de seus olhos acinzentados...

_Por ontem, você parece chateada pelo que houve._ Respondi procurando as palavras certas, o que me fez ficar um pouco nervoso.

_O que houve ontem?_ Anne perguntou um pouco alheia, eu já não sabia se ela estava mesmo tentando lembrar-se do que poderia ter acontecido ou se estava só querendo ver-me explicar tudo.

_Anne, não irei falar sobe ontem e dizer que não deveria ter dito algumas das coisas que disse, dizer que se eu pudesse voltar no tempo e não dizer nada eu faria tudo diferente. Só estou te pedindo desculpa porque você parece chateada e deduzi que fosse por ontem, pensei que isso funcionaria, mas não tenho o menor arrependimento por nada que falei, alias, você é que deveria se desculpar pelas palavras que usou_ Expliquei franzindo o cenho.

Anne sorriu.

_Tudo bem Sebastian... Você consegue tirar minha calma que me custa tanto a ter, mas tudo bem, pois você é assim, está sendo você mesmo.

_E quem eu realmente sou?

Assim que pronunciei aquelas palavras desejei não tê-las dito. Eu não queria saber o que ela pensava de mim.

_Sebastian, suas falhas te definem. Não preciso descrever sua personalidade e provar tudo que digo para saber sobre você, pois você já me dá tudo através dessa sua personalidade obsessiva.

O silencio tomou conta de mim, eu estava surpreso e ela continua com sua expressão pensativa, suas palavras eram ditas sem pensar, ela dizia tudo que queria e tenho que assumir que o que ela dizia abalava-me um pouco, perturbava-me mais do que qualquer alucinação que tive em toda a minha vida.

Não pude deixar de pensar no que ela disse; fazia muito sentido, era assustador e ainda havia o tom melancólico em sua voz que aguçava ainda mais a minha vontade de se entender o que acontecia dentro dela.

A pior parte de ficar perto da Anne era o fato dela saber mais sobre mim do que qualquer outra pessoa sabia e de perceber com facilidade quando eu estava tentando enganar alguém.

Ela não se deixava levar por meus sorrisos, por minha educação e minha versatilidade. Todos me viam como alguém agradável por causa dessas coisas, por sempre saber dizer o que todos queriam ouvir ou ser contra as coisas que queriam que eu fosse.

Sempre soube mentir muito bem. Não sei se isso é uma qualidade, mas serviu-me muito bem.

Seria bem mais fácil se Anne acreditasse em tudo que digo como todos os outros, mas se fosse assim eu não teria o menor interesse nela...

Anne perturba-me e me prende, é a única pessoa capaz de fazer isso, entretanto ainda penso que quando ela já não for um enigma estarei livre, dentro de minha própria prisão de grossas paredes de incertezas, grades de devaneios e muros translúcidos.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem,
podem favoritar também e até recomendar, vejam que coisa extraordinária! kkkkk



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