Susan, a filha de um Vingador escrita por Lia Araujo


Capítulo 40
De volta a Vermont


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! A criatividade me fez um breve visita e comecei a escrever esse capitulo.
SURTO TIME:
MEU DEUS, MAIS UMA RECOMENDAÇÃO. VOCÊ NÃO SABE A MINHA ALEGRIA, ACORDEI DESANIMADA E AGORA ESTOU COM FORÇA TOTAL, VOU ATÉ TENTAR ESCREVER O PRÓXIMO CAPITULO AGORA
Lua Chase Jackson, muito obrigada por recomendar a fic, estou muito feliz com as suas palavras, fiquei emocionada com elas. Muito Obrigada!
Então esse capitulo é dedicado a você Lua Chase Jackson, espero que goste!
Boa leitura galera!



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POV Susan

Quando as sombras se desfizeram estávamos no mesmo beco que conheci o Nico. Soltamos as mãos, segurei a alça da minha mochila, mas quando dei um passo senti uma fraqueza tomar conta do meu corpo, minha visão escurecer. Dei um passo para trás procurando algum apoio para que me mantivesse de pé, mas não encontro e a cada segundo que passava sentia que iria desabar.

Antes que eu caísse senti um braço envolver minha cintura me ajudando a sentar e parecia que em algum lugar distante alguém me chamava. Minha visão começou a clarear, a voz se aproximava

– Susan - Nico me encarava - O que aconteceu?

– Uma forte tontura - digo após respirar fundo - Não é nada demais

– Como nada Su? - Jhon falou me olhando - Não é a primeira vez que isso acontece, você precisa saber o que você tem

– Mas eu já sei - falo pendendo minha cabeça para trás, estava latejando um pouco - Estou com anemia e esqueci de tomar o meu remédio

– Quando você soube? - Nico perguntou

– No aniversario do Jhon - respondo fechando os olhos - Eu demorei porque o fiz alguns exames e constaram que estou com anemia

– Porque não contou para gente? - Jhon perguntou e eu abri os olhos para olha-lo

– Porque não é nada demais - respondo simplesmente - Além do mais, já estou tomando medicamento para isso

– Você sabe que amenia não é uma doença e sim um sintoma - Jhon fala levemente preocupado - Precisa fazer um exame completo para saber exatamente o que você tem

– Pode deixar doutor - ironizo e ele revira os olhos

– As vezes você é pior que crianças - ele resmunga

– Sem drama Jhon - falo tentando me levantar, mas a fraqueza não estava permitindo. Então Jhon e Nico me ajudaram

– Acho melhor levarmos ela em casa - Nico fala e Jhon assentiu

Jhon pegou a mala e Nico andava ao meu lado atento a qualquer movimento infalso que eu fazia. Chegamos na frente da minha casa subi os degraus e me sentei no cercadinho em frente a porta sentindo a minha cabeça doer um pouco.

– Onde estão as suas chaves? - Jhon perguntou me olhando

– Em algum lugar dentro da minha mochila - digo dando de ombros - Quer procurar?

– Esquece - ele diz tirando a mochila das costas, abre o zíper lateral tirando o molho de chaves dele e destrancando a porta em seguida

Jhon abriu a porta, todas as luzes da casa estavam apagadas. Nico estendeu a mão para que pudesse me ajudar a levantar. Assim que entramos as luzes se acenderam e as pessoas dentro da casa gritaram SURPRESA, na sala tinha uma faixa branca com as letra em verde BEM VINDOS DE VOLTA E FELIZ ANIVERSARIO JHON, os sofás, as poltronas e a mesinha de centro fora tirados, deixando o lugar bem mais espaçoso. No meio da sala uma pinhata em formato de touro estava pendurada, era quase um tradição no aniversario dele, sempre tem uma pinhata em formato de animal repleta de doces.

Os amigos da escola do Jhon estavam ali, alguns funcionários do Buffet e da ONG Criança Feliz, a qual eu e Jhon somos voluntários. Todos vieram parabenizar o Jhon e me desejar as boas vindas, mas eu não estava em clima de festa. Quando Marta se aproximou de nós falou

– Feliz aniversario meu filho - ela disse abraçando o Jhon - Senti sua falta

– Também senti a sua - ele disse quando desfizeram o abraço, a tia Marta me olha

– Meu Deus Su! - ela falou me olhando - Você está pálida, o que houve?

– Nada demais, apenas uma queda de pressão e uma pequena dor de cabeça - respondo esboçando um pequeno sorriso

– Acho melhor você descansar um pouco - tia Marta falou me olhando

– Está bem, só quero falar com a Tia Sam antes - digo olhando-a - Sabe dizer onde ela está?

– Ela está terminando de organizar as coisas na cozinha - Marta respondeu

– Obrigada tia Marta! - digo sorrindo e ela assentiu

Comecei a andar em direção a cozinha acompanhada do Nico, no meio do caminho ele diz

– Vou voltar para o acampamento - ele fala me olhando

– Já? - falei e logo me corregi, calma eu tenho que me controlar - Quero dizer, não vai aproveitar um pouco da festa?

– Acho melhor não - ele fala olhando em volta - Não conheço ninguém aqui

– Você conhece a mim e ao Jhon - rebato o comentário dele

– Dois em trinta - ele fala com ironia

– Fica pelo menos até cortarem o bolo - falo olhando e ele parecia não querer ceder - Eu só vou ficar até cortarem o bolo, depois vou deitar um pouco

– Ouviu o que a mãe do Jhon disse - Nico fala me olhando - É melhor você descansar

– Mas vai ser rápido - digo fazendo manha - Fica?

– O Jhon tem razão - Nico comenta me olhando

– No que ele tem razão? - pergunto curiosa

– As vezes você é pior que criança - ele comenta rindo e não contive um sorriso

– Pelo menos consegui com que você ficasse para a festa - comento com ar vitorioso

– Parte dela - ele corrige

– Tanto faz, o importante é que eu consegui - digo e ele revira os olhos

– Você nã... - ele é interrompido pela voz da Tia Sam

– Susan, meu amor - ela diz me abraçando - Que saudade de você

– Também estava com saudades tia - digo quando desfizemos o abraço - Lembra do Nico?

– Lembro - ela falou - A Susan causou muita confusão no acampamento?

– Causar ela não causou - Nico falou em tom brincalhão - Mas participou de uma boa parte

– Mentiroso - digo dando um tapa no ombro dele, que riu na hora - Eu não fiz nada tia Sam

– Eu sei! - disse não acreditando em mim

– Está vendo o que você fez? - digo olhando para o Nico cruzando os braços

– Eu não fiz nada - ele diz levantando as mãos em sinal de rendição

– Su, você está um pouco pálida - tia Sam fala - Está tudo bem?

– Estou bem, só um pouco de dor de cabeça - digo tranquila

– Você devia ir descansar - tia Sam falou me olhando

– Eu vou - respondo tranquilizando-a - Só vou esperar cortarem o bolo e eu vou para o meu quarto

– Tem certeza? - ela perguntou me olhando com um pouco de preocupação

– Tenho certeza - falo sorrindo

Fomos para a sala, Nico e eu nos sentamos em duas cadeiras vazias da sala. Ficamos conversando por um bom tempo, Nico se levantou para pegar refrigerante para gente. Senti minha cabeça doer ainda mais, abaixei minha cabeça, apoiei meus cotovelos nos joelhos e pus as mãos na cabeça fechando os olhos. Sinto alguém se aproximar, mas não mudo de posição nem mesmo abro os olhos.

– Você está bem? - ouço a voz do Nico

Abaixo minhas mãos e começo a olha-lo, ele estava agachado a minha frente, colocou um copo na cadeira ao meu lado e fico me olhando esperando a resposta

– Só minha cabeça que está doendo - digo quase sussurrando, mas isso foi o suficiente para senti-la doer

– Chega - Nico fala se levantando - É melhor você ir se deitar

– Dessa vez eu concordo - digo e me levantando, mas a cabeça latejou forte

– Vem, eu te ajudo - Nico falou baixo

Começamos a andar em direção a escada, mas ninguém prestou atenção em nós devido a musica alta que estava na sala. Subi a escada devagar, andei um pouco pelo corredor até chegar ao meu quarto. Quando abri a porta, senti o cheiro de lavanda que meu quarto tinha, entrei, mas Nico permaneceu na porta eu o olhei intrigada

– O que houve? - perguntei me sentando na cama

– Eu... não acho que eu devo entrar no seu quarto - ele falou coçando a nuca desconfortável

– Mas você já entrou aqui no mesmo dia que nos conhecemos - digo, ele olhou para baixo e entrou - Vou me trocar

Fui em direção ao guarda roupa e peguei, uma bermuda leggin que vai pouco a cima dos joelhos e uma blusa branca folgada. Fui ao banheiro do meu quarto, me troquei e sai fazendo uma transa com meu cabelo. Assim que entrei vi Nico sentado na cama encostado na cabeceira, parecia esta olhando alguma coisa, me aproximei e vi que era o meu álbum, as fotos do começo do álbum eram fotos da minha mãe gravida e depois as fotos de quando eu era pequena. Me sentei ao lado dele que brevemente olhou para mim e voltou a olhar a foto.

Era uma foto da minha mãe com oito meses de gestação, ela estava com o cabelo penteado em um transa frouxa sobre o ombro exatamente da mesma forma que o meu está agora, ela usava um short preto e uma blusa branca transparente que deixava sua barriga a mostra, mas por baixo usava um bustiê, um óculos de sol e um chapéu de praia, ao fundo a paisagem de um campo levemente desfocado e minha mãe visualizava o horizonte da varanda da casa de campo, enquanto estava encostada em uma das colinas da varanda.

– A tia Sam me disse uma vez que minha mãe queria deixar cada momento da gestação registrado - eu disse olhando a foto - Então todo mês ela fazia uma sessão de fotos

– Você se parece com ela - Nico comentou e desviei o olhar da foto por um instante

– Também acho - digo e noto que ele ainda olhava a foto parecendo bastante pensativo - O que está pensando Di Ângelo?

– Nada - ele respondeu com um sorriso discreto ainda olhando a foto e ele mudou de foto

Ele ficou passando as fotos e eu contava a história de cada uma, sentei encostando as costas na cabeceira e esticando as pernas na cama para ficar mais confortável e quando ele terminou de ver as fotos, ficamos conversando sobre assuntos sem importância. Com o passar do tempo senti o sono querendo me dominar, mas eu lutava para me manter acordada. Queria passar mais tempo com ele, mas não consegui e fui tomada pelo sono

POV Nico

Fiquei olhando as fotos da mãe da Susan, era incrível a semelhança dela com a mãe. Quando vi aquela foto onde a mãe dela estava com oito meses de gestação, não consegui conter um sorriso mesmo que discreto ao ver a felicidade estampada no rosto dela. Fui passando as fotos vendo partes do passado da Susan e quando o álbum chegou ao fim ficamos conversando

– Então o Jas... - parei de falar, quando senti a cabeça da Susan encostar no meu ombro

Eu olhei e vi que ela estava dormindo, com cuidado me levantei e ajeitei-a na cama, eu a cobrir com o lençol e depositei um beijo em sua testa e me afastei um pouco, ainda dormindo ela muda de posição ficando de lado e uma mecha de cabelo ficou sobre o seu rosto. Me agachei para ficar da altura da cama, assim podia observa-la melhor.

– Se você soubesse o quanto eu te amo Su - sussurro tirando a mecha de cabelo do rosto dela - Espero que seja feliz mi amore

Me levantei e sai do quarto dela, sem fazer barulho. A festa já estava praticamente terminando, os últimos convidados estavam indo embora quando terminei de descer a escada, Jhon me viu e disse

– Não te vi mais na festa - ele falou andando em minha direção - Pensei que já tinha ido embora

– Tive vontade de ir assim que cheguei, mas a Su me convenceu a ficar - digo me encostando na parede

– Estava com a Su esse tempo todo? - Jhon perguntou e eu assenti - Contou para ela?

– Não - respondo e ele revira os olhos não acreditando

– Eu já disse e vou repetir, conta para ela - Jhon fala a ultima parte pausadamente

– Eu não posso - falo rápido, quase me exaltando - Mas já sei o que eu vou fazer

– E o que é? - Jhon pergunta sem muito interesse

– Vou embora, sumir do mapa por um tempo - respondo e começo a fitar o chão

– Como é? - Jhon pergunta incrédulo

– Eu vou deixar o caminho livre, para que ela possa ser feliz com quem ela escolher - digo com um aperto no coração

– Nico eu não acho que isso seja, a melhor coi... - eu o interrompo

– Eu já tomei minha decisão Jhon - digo firme e ele desisti de querer me convencer - Eu já vou

– De vez em quando poderia vim fazer uma visita - Jhon fala quando eu estava próximo a porta - Pelo menos assim a Su, não vai surtar de preocupação

– Está bem - digo e fecho a porta em seguida

A rua estava deserta, então andei até o beco e viajei nas sombras até o meu chalé. Arrumei minha mochila com tudo que eu ia precisar e mais um vez viajei nas sombras, mas dessa vez meu destino foi ao palácio do meu pai no submundo. Assim que cheguei vi que eu estava no meio do patio principal, andei pelos diversos corredores até a sala principal, todo o percurso eu encontrava os mortos andando de um lado para o outro para cumprirem suas tarefa.

Quando entrei na sala vi meu pai sentado em seu trono conversando com Dédalo sobre os novos desvios para acelerar o processo do trafego na entrada do submundo. Persefone estava sentada ao seu trono, ao lado do dele rolou os olhos quando me viu

– Esse fedelho de novo - ela resmungou

– Oi, para você também - ironizei e meu pai notou minha presença na sala

– Pode ir Dédalo, só espero que não demore com a atualização desse projeto - Hades fala autoritario e Dédalo saiu da sala - O que aconteceu alguma coisa meu filho?

– Porque acha que aconteceu alguma coisa? - perguntei intrigado

– Toda vez que você vem aqui, uma guerra está prestes a acontecer - Hades fala me olhando

– Está dizendo que sou sinônimo de guerra? - falo com uma sobrancelha erguida

– Não garoto - disse Persefone me olhando friamente - Você é sinônimo de azar

– Não fala assim com meu filho Persefone - Hades falou olhando-a, ela se levantou com raiva, andou em direção as portas da saida as fechado com uma força desnecessária - Ela ainda não aceitou que eu o reconheci com filho

– Deu para perceber - eu disse olhando na direção que Persefone tinha saído

– Você parece abatido meu filho - meu pai falou e eu o olhei - Está tudo bem?

–Está tudo bem, só vim passar um tempo com você - digo olhando-o

– Nico, o que está acontecendo de errado? - Hades perguntou um pouco nervoso

– É que... deixa isso para lá - desisti de contar sobre a Su - Eu só preciso ficar por aqui uns tempos

– Está bem, vou te acompanhar até seu quarto - ele começou a andar e eu o segui

Todo o caminho por aqueles imensos corredores estavam cheios de mortos, que abriam espaço nos corredores para que o deus do submundo pudesse passar enquanto eles se espremiam nas paredes nas paredes. Estávamos em silencio desde que saímos da sala principal, no meio do caminho meu pai quebrou o silêncio

– Como a Susan está? - involuntariamente fiquei um tenso com a pergunta e meu pai percebeu - Ela tem haver com a sua vontade repentina que passar uns tempos aqui, não é?

– Pai, eu não quero falar sobre isso agora - digo sem olha-lo e entro no meu quarto

– Ficar com isso preso não vai fazer bem a você, meu filho - ele disse entrando no meu quarto

– Eu sei - digo me sentando na cama e soltando um suspiro pesado

– Vocês estão brigados? - ele falou se aproximando

– Não - respondo colocando as mãos na cama e abaixando a cabeça

– Então o que houve? - ele perguntou parando na minha frente

– Eu me apaixonei pela Su - digo e meu pai se senta ao meu lado

– Ela sabe? - ele perguntou me olhando

– Não - respondo e dou um suspiro - Não tive coragem para contar a ela

– Você teve coragem de participar de duas guerras, mas não teve coragem de dizer que está apaixonado por ela? - meu pai perguntou e acabei rindo

– Porque entrar em campo de batalha é bem mais simples - respondo me sentando direito na cama - Lá eu devo apenas seguir os meus instintos, sem pensar apenas fazer

– Porque não leva isso da mesma forma - meu pai falou e comecei a olha-lo com curiosidade - Não pense, apenas faça

– O problema é que ela está apaixonada por outro - digo desviando meu olhar - É por isso que não posso falar nada a ela

– Sinto muito, meu filho - ele fala pondo a mão sobre meus ombros - Fique quanto tempo você quiser

– Obrigado pai - digo, ele se levanta e sai do meu quarto

Quando ele fechou a porta, me deitei na cama e me lembrei da foto da mãe da Susan gravida. Quando vi essa foto acabei sorrindo, imaginei a Susan gravida de um filho meu. Acompanhar todo o desenvolvimento da gestação, a primeira ultrassonografia, os primeiros movimentos da bebe ainda dentro da barriga, deve ser de uma alegria sem tamanho. Nunca havia pensado em constituir família, nunca havia me imaginado como pai, será que poderei ter isso? Poderei ter a garota que eu amo e futuramente constituir uma família com ela?


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez obrigada pela recomendação Lua Chase Jackson, mas e ai? Gostou do capitulo?
Então gente! O que acharam do capitulo? Comentem por favor
Acompanhem, favoritem, recomendem
Nos vemos nos reviews!