POV Susan

Acordei sentindo uma mão tocar o meu ombro, mas mantive os olhos fechados e ouço alguém sussurrar o meu nome. A pessoa começou a me sacudir levemente e eu gemi em sinal de frustração

– Me deixa dormir mais um pouco - falei colocando o travesseiro sobre a cabeça

– Susan, está ficando tarde - a tia Sam falou passando a mão nas minhas costas

– Tia me deixa dormir - digo com a cabeça debaixo do travesseiro

– É sério Su, levanta - ela diz séria tirando o travesseiro da minha cabeça

– O que aconteceu? - me sentei, na cama ao vê-la tão séria

– O Buffet foi contratado para um grande evento - ela respondeu, mas não entendi o porque da preocupação dela

– E porque isso está te preocupando? - perguntei curiosa

– Esse evento é em Nova Iorque e terei que cuidar pessoalmente dessa festa - ela respondeu - Mas a sua faculdade começa segunda, então você não poderá ir

– Você está preocupada comigo? - perguntei intrigada

– É claro que eu estou - ela falou me olhando - Eu não sei o que fazer

– Porque você não me emancipa - sugeri como se não fosse nada

– Você está querendo se livrar de mim? - ela pergunta me tom brincalhão

– Não é isso tia Sam - falo revirando os olhos - Se eu for emancipada, não me preocuparem com a justiça no seu pé, por minha causa

– É só isso mesmo? - ela me pregunta desconfiada

– Sim senhora - respondo olhando-a - Quando será o evento?

– Daqui a uma semana - ela respondeu normalmente

– Acho que conseguimos assinar a papelada antes da sua viagem - falei e ela assentiu

– Está bem - ela parecia aliviada - Se arruma que eu ligar para o advogado entra com o pedido da papelada

– Está bem - digo me levantando indo fazer minha higiene matinal

Tomei um banho demorado, peguei um vestido branco que ia até a cima do joelho, uma sandália da cor bege e desci as escadas indo em direção a cozinha. Quando cheguei o café da manhã estava totalmente preparado, apenas me sentei a mesa e minha tia sentou-se a minha frente. Durante o nosso café ela me deixou a par de todas as novidades do pessoal do Buffet. A Letícia, filha da dona Julia faz parte de um dos melhores grupos de dança da cidade e ela recebeu uma proposta de emprego, de um homem chamado Robert Lancaster, para viajar acompanhando um grande grupo de dança em apresentações internacionais, ela sem exitar aceitou, mas a dona Julia está preocupada pois tem duas semanas que a Leticia não dá noticias.

Quando terminamos a tia Sam foi para o Buffet e eu fiquei em casa preparando as minhas coisas para a faculdade, depois que terminei fiquei sem saber o que fazer, então peguei meu notebook e comecei a fazer pesquisas de ações de empresas. Muitas estavam oscilando, mas o que me chamou a atenção foi a queda das ações das Industrias Stark, desde que comecei a comprar ações as da Industrias Stark sempre estiveram em alta, e agora tinha caído cerca de 56,5%.

Abri uma nova guia e fiz uma breve pesquisa sobre o passada Industria, ela revolucionou o armamento militar, conseguiu milhões através disso, mas o atual presidente Tony Stark havia fechado o departamento de criação de armas por um motivo que não me interessei a ler. O histórico das Industrias Stark é excelente e se o presidente for tão inteligente quando a pesquisa mostrou, vai se reerguer de uma forma impressionante.

Voltei a guia anterior e decidi comprar ações das Industrias Stark, pois quando as ações subirem serão com tudo e eu só terei a lucrar com isso. Comprei 30% das ações, pelo dobro do valor que elas valiam. Logo em seguida apareceu um aviso que com essa quantidade de ações eu teria que participar das reuniões do conselho ou mandar um representante para as Industrias Stark. Lembrei que a Alexsandra Hastings, filha da dona Bruna, funcionaria do Buffet se formou em administração, então peguei meu celular e liguei para o Buffet

– Agostini's Buffet, bom dia!– dona Julia falou ao telefone

– Bom dia, dona Julia - falei um pouco ansiosa - A senhora poderia chamar a dona Bruna, por favor!

– É claro, Su. Aguarde um instante– ela falou educadamente, depois de alguns segundos a Bruna atende - Oi Su!

– Oi dona Bruna - falei querendo logo ir ao assunto - Sua filha acabou de se formar em administração de empresas, não foi?

– Sim, tem alguns meses– ela respondeu normalmente

– Ela já está trabalhando? - perguntei querendo resolver logo esse assunto

– Ainda não, mas tenho fé que logo ela estará–­ Bruna falou convicta

– Talvez mais rápido do que pensa - falei olhando novamente a tela do meu notebook - Eu tenho um emprego para ela

– Sério Su!– ela fala empolgada - Onde seria?

– Em uma industria - respondi e dei um suspiro - Mas ela fica em Nova Iorque

– Em Nova Iorque– Bruna repetiu para ela mesma

– Mas seria uma grande chance para sua filha - digo assumindo uma postura de empresaria

– Eu sei– ela fala e solta um suspiro - Mas ela decidirá e independente da decisão dela irei apoia-la

– Ótimo, poderia me passar o número da Alexsandra? - falei pegando papel e caneta, a Bruna começou a falar e eu anotei - Obrigada, vou falar com ela agora

– Obrigada por ajudar a minha filha Su!– ela agradeceu e podia jurar que ela estava sorrindo

– Não precisa agradecer - digo de volta - Tchau

– Tchau ­- ela diz e encerro a ligação

– Afinal isso vai me ajudar também - disse discando o numero da Alexsandra e levo o telefone ao ouvido, depois de quatro toques ela atendeu

– Alô– ela atendeu um pouco desconfiada - Quem fala?

– Oi Alexsandra, é a Susan - falei voltando a mexer no notebook - Não sei se você está lembrada de mim

– A Susan, do Buffet?– ela perguntou incerta

– Isso, te liguei porque sei que se formou em administração e tenho um proposta de emprego para você - falei normalmente, fechando o notebook - Está interessada?

– É claro– ela falou empolgada

– Tem como você passar aqui em casa, para te passar os detalhes? - perguntei me levantando da cama

– Tudo bem, eu chego ai em trinta minutos– ela diz um pouco rápido e não contive um sorriso

– Vou está esperando - digo olhando pela janela do meu quarto - Tchau

– Tchau– ela disse encerrando a chamada

Coloquei o meu celular no bolso, peguei o notebook e fui para a sala. Olhei o relógio na parede e ele marcava 10:55. Fui para a cozinha e comecei a preparar o almoço. Depois de alguns minutos ouço a campainha tocar, desligo o fogo do arroz e do macarrão. Peguei um pano e fui em direção a porta secando as mãos, abri a porta e lá estava Alexsandra com o capacete da moto no braço direito. Ela tem cabelos pretos em longos, que vão até o meio das costas, ela usava calça jeans azul, uma regata vermelha e tenis all star.

– Oi Alexsandra, entra por favor! - digo dando espaço para que ela entrasse e assim ela faz - Fique a vontade

– Oi Susan - ela fala colocando o capacete na poltrona

– Pode me chamar de Su - digo normalmente - Eu acho que Susan fica muito formal

– Tudo bem - ela diz relaxando um pouco

– Já almoçou? - perguntei olhando-a

– Ainda não - ela respondeu me olhando

– Vou terminar de preparar o almoço e você almoça comigo - digo quase como se fosse uma ordem e ela ri

– Vou te ajudar - ela diz começando a andar me minha direção

– Nem pensar, você vai ficar ai - digo apontando para o sofá - O almoço está praticamente pronto

Fui em direção a cozinha, escorri o macarrão e o misturei com o molho de tomate. Escorri o arroz. Coloquei o feijão numa vasilha funda de vidro, o macarrão numa travessa de vidro e o arroz numa outra vasilha, peguei a travessa de bife com maionese acebolada e levei a mesa. Depois que tudo estava pronto, peguei os pratos, talheres e copos e coloquei a mesa.

– Pode vim Alexsandra, já esta tudo pronto - digo olhando-a se levantar do sofá

– O cheiro está delicioso - ela diz puxando uma cadeira

– Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro - digo sorrindo - Pode servir-se Alexsandra

– Me chame de Ale - ela diz sorrindo

– Está bem - respondo sorrindo

Começamos a comer e ficamos conversando sobre assuntos sem importância. Não senti muita fome então comi pouco. Quando terminamos, me levantei pegando a louça suja para lavar

– Eu lavo - Ale falou e quando eu ia protestar ela disse - Nem adianta falar nada porque não vou mudar de ideia

– Não vou deixar você fazer tudo sozinha - disse pegando a louça

– Guarda o resto da comida enquanto eu adianto as coisas então - ela falou e eu assenti

Coloquei a comida na geladeira, enquanto a Ale lavava os pratos e antes que ela terminasse comece a secar os pratos e a guarda-los. Quando terminamos de arrumar a cozinha fomos em direção a sala

– Ale, vamos a proposta de emprego - digo pegando o notebook da mesa

– Admito que fiquei curiosa para sabe mais dessa proposta - ela diz se sentando ao meu lado

– Bom, para começar você trabalharia para mim - digo abrindo os arquivos

– Para você? - ela perguntou surpresa e eu assenti - Em quê?

– Comprei 30% das ações de uma das maiores Industrias do mundo - digo como se não fosse nada - E precisarei de uma representante para as reuniões do conselho

– E eu seria essa representante - ela afirmou olhando a tela

– Exatamente, mas para isso você teria que se mudar para Nova Iorque - falei olhando-a

– Dependendo do salario, pode valer a pena a mudança - ela fala normalmente

– Essa é a questão, você não terá salario fixo - falo e ela arregala os olhos

– Como assim? - ela perguntou confusa

– Comprei 30% das ações, três delas ficariam em seu nome enquanto trabalhar para mim é claro - digo e ela me olha surpresa

– Você está querendo que eu trabalhe por apenas três ações? - ela pergunta como se quisesse negociar

– Sabe quanto é o valor minimo que essa industria lucra? - pergunto e ela negou com a cabeça - Cinco milhões de dólares, sabe quanto seria o seu salario com o lucro minimo da empresa?

– Cerca de... - ela pensou um pouco e disse - Cento e cinquenta mil dólares

– Exatamente, fora que não vai precisar se preocupar com a moradia - digo voltando a mexer no notebook - Então o que me diz? Aceita a proposta?

– Quando as ações estariam em meu nome? - ela perguntou parecendo está tentada a aceitar

– Se você aceitar agora, amanhã elas estarão em seu nome - digo sorrindo de lado - Posso considerar proposta aceita, Ale?

– Proposta aceita Su - ela falou e eu sorri vitoriosa

– Ótimo - disse confirmando a compra - Esse será o seu apartamento em Nova Iorque

Mostrei a ela as imagens, um apartamento com sala, banheiro, cozinha, área de serviço e um quarto com suite. Que já foi comprado totalmente mobiliado e fica apenas a cinco quadras das industrias

– Deve ser caro, morar nesse apartamento - ela comenta olhando a tela

– Eu disse que não deverá se preocupar com isso - digo virando a tela do notebook para mim - Esse apartamento é meu, então não deverá se preocupar com aluguel.

– Esse apartamento é seu? - ela perguntou e eu assenti - Quando você comprou?

– Agora - digo dando de ombros - Então amanhã você pode passar aqui para assinarmos o contrato e passar as ações para o seu nome.

– Está bem, mas... - eu a olho querendo que ela continue - Qual é a empresa que eu vou te representar?

– Acho que você conhece - digo pondo o notebook na mesinha de centro e me encostando no sofá - Industrias Stark

– Stark!? - ela fala sorrindo em surpresa - Meu Deus, meu sonho era trabalhar nas Industrias Stark

– Bom, seu sonho foi realizado - digo sorrindo

– Eu preciso contar isso para minha mãe - ela diz se levantando do sofá indo pegar o capacete que estava na poltrona

– Está bem, lembre-se que amanhã a tarde deverá estar aqui - digo indo abrir a porta

– E vou está - ela respondeu feliz - Obrigada Su

– Não precisa agradecer - disse olhando-a - Tchau Ale

– Tchau Su - ela disse subindo na moto, uma YBR 125 roxa e saiu

Quando ela sumiu da minha vista, entrei em casa e ao fechar a porta senti um leve tontura. Fui o mais rápido que pude em direção ao meu quarto para pegar o medicamento que o medico em Nova Iorque havia me receitado e tomei. Em pouco minutos me senti melhor. Só espero que essa anemia passe logo.