P.O.V. Derek Peter Barllon

Arrumei mais uma vez minha capa. Eu estava fantasiado de Sherlock Homes. Amava as histórias dele, então não tinha melhor fantasia para mim. Sai do quarto e dei de cara com um rainha de copas emburrada.

– Pra que essa cara Louise? – pergunto oferecendo meu braço para descermos.

– Você não reparou em nada? Sério? – ela fala incrédula. A observo mais atentamente, e logo noto a diferença.

– Você está usando lentes! – exclamo. Ela dá um soco de leve no meu braço.

– Não é pra ficar contente. Nata me obrigou a usar. – sua carranca emburrada volta.

– Nata? – falo confuso.

– É. Minha criada, a ninfa mais insistente que já vi! – acabo rindo e ela me dá outro soco no braço. Mas não adiantou tanto, eu continuei a rir.

– Nossa, também quero saber a piada. – meu pai, digo rei Christopher, aparece no corredor vestido de drácula.

– Louise está usando lentes! – falo e ele também fica encarando-a.

– Hahaha, isso é muito engraçado. – ela ironiza.

– Ah, aí está vocês! Precisamos ir, rápido. – minha mãe fala. E minhas suspeitas sobre sua fantasia estavam certas: Rainha Má. Sempre tentando ser a mais bela de todas...

Fomos para a entrada do Salão Principal, durante o percurso vimos que a equipe de decoração fez um belo trabalho. Teias artificiais estavam em alguns cantos, aranhas que se mexiam – com certeza algum encantamento de Merfinna, se bem que não acho que ela tenha ajudado... –, entre muitas outras coisas. As cores preto, laranja e roxo ressaltavam. Tudo muito bem organizado. Quando paramos na porta do salão, fomos anunciados.

– Rainha Anastácia Ketlen Barllon e Rei Christopher Klaus Barllon da Grécia. Príncipe Derek Peter Barllon e Milady Louise Barllon também da Grécia.

Vários olhares foram dirigidos a nós e notei que Nicholas já estava lá, conversando com uma selecionada que reconheci pelo cabelo roxo: Jessica. Então a família real da Roma já haviam chegado.

Fomos conduzidos a área real e nos sentamos nos respectivos tronos. Meliandra e Henry estavam conversando animadamente e nos deram boas vindas quando chegamos. Louise não quis ficar sentada por muito tempo, então logo estava passeando pelo salão. Resolvi fazer o mesmo e parei na mesa de doces, onde também estava Asia. Seu vestido branco a deixava linda, e ela quase não percebeu quando eu me aproximei.

– Gostando da festa? – puxo conversa com ela.

– Sinceramente, um pouco parada. Mas até que a comida está boa. – ela responde pegando um bolo de chocolate, que ficava cortado em quadrados com ossos pequenos e artificiais por cima; pareciam várias sepulturas de cemitérios. – Ah, e a decoração também ficou legal. – ela completa e sorrio de canto.

– Bem, então a senhorita me daria a honra de uma dança? – pergunto quando ouço que uma nova música começava. Era clássica e perfeita para uma valsa.

– T-tudo bem. – ela parecia um tanto nervosa quando peguei sua mão. E praticamente parecia uma vítima de medusa quando pousei minha outra mão em sua cintura e comecei a dar alguns passos da dança. – Eu não sei dançar. – ela confessou num sussurro. Então estava explicado...

– Não precisa saber, basta relaxar e seguir a música. Deixa que eu te guio. – falo e tento mais alguns passos; para lá e pra cá, ela começava a pegar o jeito.

– Sendo sincera, de novo, esse estilo de música não é bem o meu... mas vou tentar seguir seu conselho. – o seu jeito confuso me fez dar uma risadinha.

– Olha, se você quiser, eu posso lhe ensinar... quem sabe marcamos um dia para eu te dar uma aula? É claro, só se você quiser... – proponho. Nunca havia ensinado ninguém a dançar, mas queria passar mais um tempo com Asia; conhecê-la melhor...

– Sério? – ela perguntou surpresa. Isso me fez sorrir.

– Sério. – respondo convicto.

– Então... – ela também sorriu, um tanto tímida, mas era um sorriso. – Eu irei adorar.

A música terminou e eu me despedi dela com uma reverência. Bem, eu tinha um plano de encontro para essa semana já.

Acabei esbarrando em Camila também, e ela estava linda de pirata branca. Conversamos, e eu gostava disso. Ela tinha um certo aspecto sombrio e já tinha notado que não era de ficar falando muito da vida pessoal; falava mais de coisas aleatórias. Mas eu realmente gostava da presença dela. Era tranquilizadora e ás vezes eu achava isso meio doido...

Também dancei e conversei com outras selecionadas como Julieta, que era espontânea e muito bonita e era um fato interessante ela estar fantasiada como Julieta da história de Shakespeare; Angelline, que sempre tinha um mistério no olhar e achei que a fantasia de anjo não demonstrava sua verdadeira personalidade; Dannel, que era madura e tinha uma áurea poderosa – além de uma beleza surreal; E também Nayra (sua fantasia de Sadie era muito criativa e eu adorava ler As crônicas dos Kane), que parecia sempre me fazer rir, o que eu realmente adorava. Já tinha falado com seis meninas, e olha que o baile só estava começando...

P.O.V. Nicholas Alexander Ellionder

– Essa música tá muito ruim. – reclamo para Jessica. Ela estava de Bob Esponja o que era hilariante, mas de uma forma que a deixava bonita e que expressava sua personalidade.

– Concordo plenamente. – ela fala afirmando com a cabeça. Acabo rindo e a puxando para dançar sem nem mesmo pedir.

– Eu não sei dançar seu doido! Vou acabar pisando no seu pé. – eu gostava desse jeito dela; como se não ligasse nem um pouco pro meu status.

– Bem, eu não me importo. Só tenho que cumprir meu papel mesmo. E eu também não sei dançar. – falo e nós dois caímos na risada. Eu nunca me interessei em aprender essas danças de valsa. Eu sei o básico, mas eu e Jessica dançando... éramos uma dupla de amadores.

Acabamos de dançar e eu tive que me despedir dela. Afinal, também tinha outras quatorze meninas. E com quem iria falar...

Acabei vendo Charlotte; e tenho que falar, ela era uma pirata bem sexy. Peguei duas canecas de chocolate e fui na direção dela.

– Aceita? – falo oferecendo o achocolatado.

– Ah, não obrigada. Não gosto de chocolate. – ela recusa.

– Que tipo de monstro não gosta de chocolate?! – eu falo horrorizado. Eu AMAVA CHOCOLATE, e tudo bem me chamar de chocólatra; eu realmente era um. Ela acaba rindo.

– Sério? É só chocolate... – ela fala e acaba rindo ainda mais do meu olhar incrédulo.

– Não é apenas chocolate. É a mistura perfeita do cacau, açúcar e outras substâncias maravilhosas! Você não pode estar falando sério... – eu negava com a cabeça.

Eu não consegui a convencer da maravilha que era o chocolate, mas logo mudamos de assunto e conversar com ela era muito bom.

Logo encontrei Europa e a chamei para dançar; acho que ela valia a pena o risco.

– Já lhe falaram que é um péssimo dançarino? – ela fala após eu acabar errando um passo. Sua fantasia de Cleópatra era incrível e o azul do seu vestido só destacava mais ainda o azul eletrizante de seus olhos.

– Geralmente as pessoas não reparam em meus defeitos. Sabe, eu sou o príncipe. – digo com um ar irônico; a maioria adorava reparar meus defeitos, mas nunca nada assim. Ainda mais as garotas, elas geralmente costumavam sempre querer me agradar...

Ela abre um sorriso de canto, mas não fala nada. Isso era meio confuso; umas vezes ela parecia espontânea e sedutora, outras parecia tímida e nervosa. Mas acho que o mais confuso era como isso me agradava.

Acabei dançando também com Danielle, que parecia ter o poder de sempre estar bela; Ever, ela era simplesmente cômica e eu adorava esse seu jeito único de ser; E também Lua, que me divertia e eu gostava de conversar.