Tiro o uniforme de sempre. A armadura tecnológica que todos usam, obrigatoriamente. Não há como respirar lá fora, então temos oxigênio aqui e por tantos outros motivos, usar essa armadura é essencial para a sobrevivência. As casas são projetadas especialmente para comportar esse tempo em que vivemos.

Sou Penny Winter, uma garota de 16 anos, que vive em 3014, em um mundo robotizado e feito de Guerra. Atualmente estamos enfrentando a 20ª Guerra Mundial. Eu nasci quando a 19ª acabou.

Eu moro com meu pai, Ansel, e minha irmã mais velha, Candance, de 19 anos, minha mãe, Abigail, morreu em decorrência da Guerra, em um bombardeio, quando voltava da fábrica em que trabalhava.

É bom tirar a armadura, e não ser tão robotizada. Me olhar no espelho e ver minha pele pálida, meus cabelos brancos e olhos claros, devido a ser albina.

Vou ao meu quarto, não há ninguém casa, coloco uma roupa comum e pego uma espécie de tablet em minha estante, que sei que contêm um livro, meu preferido. Penso em deitar-me na cama, é, parece ser uma boa ideia. Meu rumo é ela, mas quado chego perto, vejo um envelope em cima da mesma.

Deixo o livro de lado e minha atenção passa a ser toda da carta, agora em minhas mãos.

"Cara Penny Winter" - começa a carta, redigida a mão. Nem sabia que as pessoas ainda faziam isso.

"Seu pensamento adolescente deve lhe dizer 'quem ainda escreve assim, e quem quer que seja que está escrevendo isso quer comigo?' Bem, minha garota, sou um velho homem, que não deve tentar adivinhar quem é, tampouco procurar algo sobre mim, apenas leia o que tenho a dizer. A Guerra está cada vez pior lá fora, e alguém precisa acabar com isso. Eu escolhi 11 jovens, incluindo você, para contar a verdade. Contar o que não ensinam na escola e o que não tem na internet. Contar como eram as coisas há 1000 anos. Pegue esse pendrive e veja com seus próprios olhos, Escolhida."

Pego o pendrive dentro do envelope e o conecto em meu computador. A seguir, um milhão de imagens surgem. Um mundo bonito, pessoas sem nenhum tipo de armadura sorrindo, um mundo sem guerra. Uma palavra.

Sentimentos.

Já ouvi falar deles, são coisas que as pessoas sentiam, tal como amor, alegria, paz, coragem..., mas para ganhar alguma coisa, é necessário perder outra. Ficamos mais resistentes, mas perdemos a sensibilidade há um bom tempo. Ninguém mais sabe o que é amor, alegria paz ou coragem. Só querem saber da dominação mundial, sem se importar se estão machucando pessoas emocional e fisicamente. Nem mesmo bebês, crianças, idosos, ou adolescentes, como eu, sentem algo. O máximo que consigo sentir é alívio quando tiro a armadura ou quando eu e minha família chegamos bem em casa.

E agora, depois dessas imagens, outra carta, dessa vez digitada logo depois que o "vídeo" acaba.

"Cara Penny Winter,

entende o que digo agora? Havia um mundo belo no que hoje é morte. E você e outros 10 adolescentes podem fazer isso voltar. Você foi uma Escolhida para voltar a sentir, mas infelizmente, para começar de novo, cada pessoa só pode receber um sentimento e deve transmiti-lo para outras pessoas. Essa é a função de vocês, se unir e revolucionar tudo isso que você vê. Há um cartão de memória no envelope, o coloque na sua amadura, assim, reconhecerá cada um dos outros 10 Escolhidos e poderá sentir o que lhe foi designado. Os sentimentos são esses a seguir:

Alegria

Beleza

Sabedoria

Coragem

Esperança

Inocência

Justiça

Paz

Solidariedade

União

E você, Penny Winter, é o Amor."