–Não você não entendeu Léo.- Eu grito.
–Ahn, o que foi isso?- Matth me pergunta sem entender nada.
–Eu não sei, não estou entendendo mais nada!- Eu falo rindo da pequena cena que o Léo fez.
–Sthella, eu não acredito em você.- Ele fala olhando em meus olhos.
–Não acredita em o que?- Eu falo pensando em do que ele estava falando.
–Você gostou do beijo, eu estou vendo nos seus olhos.
–Ta bom, você ganhou, satisfeito? Eu gostei.- Eu falo irritada.
–E o que você vai fazer sobre isso?
–Nada, só esquece, por favor.
–E a Jen?
–Matth eu gostei de um beijo, só isso.
–Então a gente vai juntar eles.
–Claro.
–Vamos lá pra baixo?
–Sim.- Eu falo pegando o meu casaco e sem querer a cabo derrubando os meus calmantes.
–Você não tinha parado de tomar calmante?
–Meu psiquiatra falou para eu voltar a tomar.
–Mas é uma quantidade grande?
–Não. E Matth, por favor.- Eu falo o segurando pelo braço. Eu não quero que ninguém saiba, você é um dos únicos que sabe que eu os tomo.
–Você tem uma doença, não é nada demais, quem não tem um problema?
–Todo mundo, mas não é todo mundo que tem uma doença que pode fazer alguém se matar ou pior, matar outra pessoa.
–Eu não vou contar. E não esquece, eu estou aqui pra tudo.
–Obrigada - Eu falo o abraçando.
Estou abraçando o Matth com força em forma de agradecimento por tudo que ele faz por mim, e neste exato momento o Léo entra no quarto.
– Sthella o Jaxon está...- Ele falo parando quando percebe o que estávamos fazendo. Eu deveria ter batido, desculpa.
–Não tem problema.- Eu falo rapidamente me separando de Matth.
–Gente eu vou lá embaixo.- Matth fala apontando para a porta, enquanto eu lanço um olhar negativo para ele.
–O que o Jaxon queria?
–Esqueci.
–Está tudo bem? Eu falo percebendo que ele não estava normal.
–Eu queria te pedir desculpa você tem todo o direito de gostar de quem você quiser mesmo se for o Matthew.
–Eu não tenho nada com o Matth.
–Não?- Ele fala parecendo aliviado. Pera, acabei de me lembrar, você gosta daquele garoto ridículo.- Ele fala quando desvia o olhar para um pequeno tubo contendo capsulas dentro. O que é isso? Ele fala indo até os meus calmantes.
–Sthella, vamos sair daqui há 15 minutos.- Jaxon entra no meu quarto rapidamente me salvando.
–Já vamos Jaxon, só preciso perguntar uma coisa a Sthella.
–Ok, estamos lá embaixo.
–Sthella, o que é isso?- Ele fala apontando para o pote.
–Meu remédio.- Eu falo como se fosse a coisa mais obvia do mundo, mas ao mesmo tempo morrendo de medo de alguém descobrir.
–Seu remédio para que?- Ele fala se lembrando de quando Matth falou que eu tinha um problema.
–Léo eu acho que eu estou bem grandinha para saber quais remédios eu devo ou não tomar.
–Bom, então se você está grandinha o bastante para isso, imagino que não terá problemas para me contar para que os toma.
–O quanto eu posso confiar em você?- Eu falo desistindo.
–Imagino que muito.
–O bastante para você saber o meu segredo?
–Imagino que sim.
–Eu tomo calmante porque a se eu tiver uma recaída eu sou capaz de me matar.
–Sthellaa eu não sabia, se eu soubesse...- Ele fala quando eu o interrompo na hora.
–Se você soubesse o que? Você me trataria diferente, teria pena de mim?
–Não eu teria te ajudado. Eu não tenho pena de você, muito pelo contrário, eu te admiro você é forte, e independente.- Ele fala sentando na minha cama ao meu lado.
–O que? Você não me acha uma louca?
–Obvio que não. -Ele pega na minha mão e ao mesmo tempo encontra as minhas pulseiras na minha mão e começa a brincar com elas, fazendo com que eu rapidamente tire as de perto do olho dele, o que faz ele perceber que alguma coisa estava entre elas.
–Sthella, me empresta o seu pulso. -Ele fala calmamente.
–Não.
–Sthella, o pulso.- Ele fala tentando o pegar rapidamente.
–Não.- Eu falo desta vez levantando da cama e saindo de perto dele.
–Sthella confia em mim. - Ele fala vindo atrás de mim.
–Se você contar para alguém eu te mato.- Eu falo tirando as minhas pulseiras, e o mostrando.
–Sthella, essas marcas não são de muito tempo, quando você se cortou?
–No final deste verão.
–Ou seja, há uns dois meses?
–Por ai.
–Quantas vezes você já se cortou?
–Só uma.
–Jura que nunca mais vai se cortar? E se você pensar em fazer isso, você vai me ligar, mandar mensagem, sei lá, qualquer coisa entendeu?- Ele fala se aproximando de mim.
–Sim e obrigada.- Eu falo voltando a sentar na minha cama.
–Eu vou sempre estar aqui. - Ele fala se sentando ao meu lado.
–Você sempre esteve.- Desta vez eu me aproximo.
–Você é perfeita. - Ele fala finalmente acabando com o espaço entre nós.
O beijo começou lento, mais com o passar do tempo foi se intensificando na medida em que cada um de nós precisava um ao outro. Então ele me derrubou em minha cama me fazendo deitar em baixo dele, enquanto ele se deitou em cima de mim e o beijo se intensificava cada vez mais, como se tivéssemos certo desespero de um pelo outro. A cada segundo que se passava eu precisava mais desesperadamente de suas mãos em mim, mas eu tinha que o separar de mim, eu não poderia fazer mais isso, e eu fui voltando à realidade aos poucos, fui me lembrando de que isto é puramente apenas atração física, fui me lembrando de que eu não sinto nada pelo Léo, exatamente nada, e o Léo queria a Jen, e aos poucos com a pouca força que eu tinha eu fui me separando dele.
–Desculpa. Ele fala na mesma hora.
–Não tudo bem, não foi nada, não é mesmo, não é como se nos gostássemos.
–Não.- Ele começa a me completar. Isso é puramente físico, não tem sentimento nem nada.
–Vamos descer?- Eu falo tentando não pensar em como eu fui burra em ter beijado ele.
–Sim.