The Four Revolutions escrita por starqueen


Capítulo 3
Capítulo 3 - O meu suicídio planejado.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEY PESSOAS :)

Novo cap aqui COM MUITAS EMOÇÕES/MERDAS DA SAM ahueahuea Se bem que não é exatamente merdas... MAAAS, o título do capítulo já fala tudo, então podem ir supondo o que vai acontecer... ASHUASHUAS



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Eu bati com tanta força na porta do quarto 223 que quase machuquei a minha mão.

Já estava na base da Área 52, sem saber o que pensar direito. Era idiota e egoísta demais ficar pensando nisso em um momento desses, mas eu não conseguia evitar. Eu até me sentia mais fútil por causa disso. Matthew estava com Lara agora, o que comprova o meu pensamento que nós dois realmente não podemos ficar juntos. Ele superou bem mais rápido do que eu pensei. Aquilo fazia muito sentido, afinal, você nunca via na natureza a água e o fogo juntos, são elementos diferentes. Enquanto eu estava quase me matando por ter terminado, ele estava dormindo com uma vadia. Ótimo.

Eu espero que ele não tenha lido as minhas mensagens. Espere, ele já deve ter lido a essa hora. Provavelmente, deveria estar rindo da minha cara e me chamando de retardada apaixonada. Ele não pode pensar que eu me importo com ele.

A imagem da pessoa que abriu a porta me tirou dos meus pensamentos.. Eu me livrei dos pensamentos sobre Matthew, mas eu também ganhei uma nova preocupação: Blair, a minha progenitora.

— Eu pensei que nunca mais fosse me ver, filha. — disse de uma maneira gentil.

Eu quis vomitar nela.

— Não me chame assim. — eu disse friamente sem nem olhar pro seu rosto.

Blair suspirou.

— É a primeira vez que você fala comigo desde o início da guerra. — disse Blair. — Tem algo errado acontecendo, não é?

— Eu jamais falaria com você caso as coisas estivessem 100% bem.

— Entre. — ela disse.

Eu entrei no quartinho dela, sem nem olhar para o seu rosto. Não queria olhar para Blair, eu até ignorei a presença dela nesses dois anos. Poderia parecer idiota, mas a última coisa que eu quero é que ela comece a se intrometer na minha vida só porque temos uma ligação de sangue direta. Bem, tínhamos. Ela é uma vampira e o sangue que está correndo no corpo dela é o do seu criador, Stephen Watters.

Por um instante eu pensei que eu era meio idiota por passar dois anos sem falar com ela. Tirei esse pensamento da minha mente.

Olhei para ao redor do quartinho dela. Não era tão ruim quanto eu imaginei, o que me deu uma sensação pior ainda do que eu já sentia. Era muito bom quando pessoas que eu não gostava se davam mal, mas Blair era uma inútil e acabou conseguido um quartinho melhor do que o que eu aluguei na cidade.

Tinha uns três cômodos pequenos. Uma cozinha/sala, quarto e outro espaço bem pequeno para guardar as coisas. Era extremamente organizado, e também tinha um cheiro agradável. Os móveis poderiam ser dos mais vagabundos possíveis, mas do jeito que ela os organizou e limpou, pareciam serem bons e caros. Ignorando o fato de que não tinha luz e que a única janela era praticamente tampada, era um ambiente agradável.

Eu não acredito que vou pedir conselhos a essa mulher.

— Então... — disse Blair, sentando-se em uma cadeira da mesa de madeira. — O que aconteceu?

Eu me juntei a ela, sentando em uma das três cadeiras da mesa.

— Eu não me transformo. — disse. — Esse é o problema.

— Você não... — ela olhou para a minha cara. — Oh, Deus.

— Você é a única aqui com quem eu posso conversar. — falei. Me arrependi de dizer isso depois, já que Blair poderia pensar que eu confiasse nela. — Garrett está muito ocupado, então... Eu não tenho nenhuma escolha.

— Atinja o seu ponto mais baixo. — disse. — Só assim você se transforma.

— Por acaso vocês querem que eu mesma arranque as minhas pernas e depois coma-as cruas enquanto choro? Porque já aconteceu tanta coisa ruim comigo que nem sei mais o que é não sentir dor. — disse meio irritada. — Quase todos os lobos se transformam, e eles nunca passam por muita coisa.

— O seu ponto mais baixo é um teste mental que o seu cérebro faz em você. — explicava. — Sempre vem de alguma tragédia e acaba causando uma grande mudança na sua alma.

— Eu não tenho uma alma. — disse. — Dominadores não tem almas.

— Do mesmo jeito que vampiros não tem. — ela me retrucou.

Revirei os olhos.

— Então qual foi o seu ponto baixo? — perguntei.

— Foi quando a minha mãe morreu e eu estava em outro país. — ela respondeu calmamente. — Eu não pude vê-la.

Depois de ouvir essa, eu acho que o meu humor deve estar com tanto ódio que vai tentar cometer um suicídio.

Talvez eu não fosse uma loba de verdade. Eu acho que eu sou defeituosa e jamais vou conseguir me transformar totalmente, não como naquele sonho que eu tive durante o coma. Eu me transformei naquele sonho. Mas fora dele, eu nem ao menos conseguia controlar quando a transformação acontecia.

Isso poderia estragar o meu plano.

— Você está frustrada? — Blair me tirou dos meus pensamentos.

— Claro! — eu exclamei irritada, me levantando da mesa. — Eu sou Sam Watters! Eu matei Lewis, o mundo acha que eu sou uma lenda! Imagine se eles descobrirem que eu sou tão inútil que não consigo nem me transformar completamente? — eu movi o meu olhar para o rosto de Blair. — Oh, espere, eu sou tão inútil que o mundo acha que eu morri depois de acabar com Lewis!

— Estamos em uma guerra, querida. — Blair me lembrou. — Tudo que você precisa fazer é relaxar e se concentrar no que está acontecendo no mundo. Eles podem achar que você está morta, mas na verdade essa é a oportunidade perfeita de evoluir e fazer o seu papel. Você pode assumir a sua posição importante no governo e salvar tudo o que você quiser.

Eu não queria ter um lugar no governo.

No começo desse ano, Gordon me perguntou se eu poderia assumir uma posição importante, cuidado da marinha. Eu não sei o que diabos eu tenho a ver com a marinha, mas ele me ofereceu, dizendo que eu poderia ser uma ótima líder. Eu não aceitei.

— Eu não posso nem me salvar! — disse. — Como diabos eu posso salvar essa guerra? Sejamos realistas, os The Owners já venceram!

Blair ficou quieta, e eu sentia toda uma raiva correndo pelas minhas veias. Eu agucei a minha audição e ouvi duas vozes no quarto de Blair. Eu fui até o quarto. Ela tentou me parar, mas foi desnecessário.

Não é uma boa ideia. — ouvi a primeira voz. Gordon. — Estamos colocando a guerra nos ombros de uma criança.

Uma criança de dezenove anos. — corrigiu a segunda voz. Garrett. — Eu com dezenove anos formei a minha própria alcateia.

Alcateias são diferentes de guerras. — disse Gordon. — Quer mesmo comparar um grupinho de vinte lobos com quase um bilhão de pessoas dos países aliados?

Países e alcateias não são diferentes. — ele disse. — São pessoas unidas que escolheram um líder poderoso para o bem de toda a população.

Então você quer que coloquemos uma guerra nos ombros de uma criança porque acha que pessoas são como seus grupinhos de lobos? — Gordon perguntou.

Sam Watters é um mártir. — disse Garrett. — Imagine se o mundo soubesse que ela está viva?

Ela não tem condições mentais para isso. — disse Gordon. — Sam ainda tem depressão.

Ela foi a primeira pessoa a passar pela depressão sem usar antidepressivos. De todos os dominadores, ela não tem nenhuma sequela do que aconteceu. — disse Garrett. —. É a nossa única chance de ganhar.

Eu abri a porta.

— Criando planos sobre mim? — os interrompi.

Os dois se calaram, surpresos.

— É a primeira vez que vejo você falando com Blair. — disse Gordon. — É bom ver que o relacionamento de mãe e filha de vocês duas esteja melhorando.

— E também é bom ver que vocês estão armando planos sobre mim secretamente.

Gordon suspirou.

— Queremos que você tome o posto de Sebastian Mills. — disse Garrett.

— Eu não tenho 21 para fazer isso. — disse. — Podem descartar esse plano.

— É um golpe. — explicou Garrett. — Vai funcionar perfeitamente.

— É injusto. — disse. — Sebastian vai tomar o governo e vocês precisam aceitar isso! Foi a vontade de Wright.

— Wright se foi, garota. — disse Garrett. — Eu não faço vontade de mortos.

— Aaron apoiava Wright. — disse. — Você não apoia nem o seu irmão?

— Ele está morto. — ele disse. — Entendeu ou quer que eu desenhe pra você, garota?

— Vocês querem poder, não é? Querem me fazer de fantoche no governo para fazerem o que quiserem na guerra! Gordon quer mais tempo no poder, Garrett quer mais poder, e você, Blair... — eu virei o meu olhar para ela. — Está ajudando eles. Vocês não passam de uns doidos por poder! — dei uma pausa, indo em direção da saída. Blair dizia algumas coisas que eu não prestei atenção. — Eu odeio todos vocês!

Então eu saí de lá.

Deixe isso ir, Watters! — eu ouvi Garrett gritar lá dentro. — Quando diabos você vai crescer?

Eu não tive tempo suficiente para processar o que tinha acontecido lá, muito menos para mandar eles se ferrarem mentalmente ou ficar muito irritada com isso.

O som de uma bomba tomou completamente a minha audição. Eu abaixei a minha mão e peguei na minha espada, me preparado para o que já ia acontecer. As coisas começaram a ficar agitadas. Soldados berravam alto e inúmeros deles já saíam com suas armas, correndo pelas escadas indo lutar.

Eu tirei o meu celular do bolso e liguei para Audrey.

Sam? — ela perguntou no outro lado da linha.

— Audrey, ela pode estar aqui! Eu posso iniciar o plano hoje! — disse.

Bem armado. — comentou. — Justamente no dia que a alcateia de Garrett está aqui...

O sinal começou a falhar.

— Pegue as lentes de contato e a mochila. — disse. — Quinto andar.

Por que você tem tanta certeza? — ela perguntou confusa. — Sam?

Então eu desliguei o celular.

Eu peguei a minha espada e desci pelas escadas — ninguém em sã consciência iria pelo elevador —, juntamente com os outros soldados. Quando chegamos no nono andar, as coisas começaram a piorar. Tinham sons de tiros e outras armas desenvolvidas que eu não sabia o nome. Perfeito. Então os soldados dos The Owners estavam subindo as escadas para nos atacar aqui mesmo.

Como eu iria matar Arabella Robins sozinha se não tinha chances de ficar só?

Eu me afastei um pouco dos soldados e subi um andar, esperando que algum idiota dos The Owners. Como eu presumi, estava certa. Um soldado qualquer subia os degraus, parecia meio desorientado, mas era o suficiente para o que eu estava armando.

— Sam Watters... — murmurou. — Pensei que estava morta.

Ele apontou o seu revolver versão futurística para mim.

— Diga isso ao seu líder secreto. — disse. — Diga que eu estou viva e posso acabar com ele a qualquer hora.

Eu dei um salto em direção do soldado, e ele deu um tiro. Eu senti a bala passar de raspão na minha pele, e não era uma bala comum. Era alterada. Fazia a pele ficar avermelhada e causava uma grande sensação queimação.

Mas a bala não me acertou. Eu fui mais rápida. Com a minha espada, eu fiz um único movimento, decapitando a sua cabeça. O corpo do soldado caiu no chão.

— Desculpe, agora você não pode contar ao seu líder que eu estou viva. — disse, pegando a cabeça dele. Tinha sangue nas minhas mãos.

Por um instante, eu pisquei os olhos e pensei que aquela fosse a cabeça do Big J, sussurrando para mim. Pisquei novamente os olhos, e ele se foi, mostrando ser apenas uma das minhas alucinações inúteis.

Eu tirei a máscara que o soldado usava. Eu pude ver o rosto dele direito. Aquilo era meio assustador, porque ele parecia ser uma pessoa normal que não teve muita escolha. Ele tinha a pele negra e deveria ter a mesma idade que a minha. Isso foi injusto com ele.

Coloquei a máscara dele no meu rosto e me abaixei, pegando a jaqueta dos The Owners do seu corpo morto no chão. Vesti a jaqueta. Coloquei o capuz. Agora eu não parecia ser a última dominadora de água dos últimos duzentos anos, parecia um projeto mal feito dos The Owners.

A minha espada pingava o sangue dele, o que acabava fazendo uma trilha estilo filme de terror por onde eu passava. Deixar essa trilha não era uma coisa inteligente para alguém que quer matar Arabella Robins e tomar o seu lugar hoje sem deixar rastros, mas eu não tinha tempo para limpar.

Quando eu desci os andares, o cheiro de sangue misturado com poeira estava forte. Tinham inúmeros mortos no chão. O sangue deles estava fresco. Eu não pude evitar de ter o pensamento de beber o sangue deles, mas tive que tirar isso da minha cabeça. Isso é errado.

Ao menos a luta estava lá em baixo.

Quando eu cheguei no quinto andar, as coisas pareciam calmas demais. O som do silêncio lá chegava a me assustar. O cheiro de sangue e poeira não era algo agradável. Toda a vez que as coisas ficavam silenciosas significa algo muito claro: tem algo pior por vir.

— Sam Watters. — eu ouvi a voz de Arabella Robins. Ela estava sem a máscara.

Tirei a máscara, mas ainda deixei o capuz da jaqueta.

— Arabella. — disse.

A minha visão se focava nela e clareava. Tentar aguçar a visão do mesmo jeito com que eu faço com a audição não é algo muito fácil. Demorava. Parecia uma câmera muito lenta que você tinha que esperar para focar em algo.

— Não nos vemos desde o ano passado. — ela disse, olhando para o meu pescoço. — Eu gosto da tatuagem da alcateia do Garrett. Me lembra a pirâmide e o olho de Hórus.

Eu já conhecia Arabella Robins. Ano passado, os The Owners tentaram fazer uma super invasão definitiva aqui, porém não foi bem sucedida. Então eu a conheci. Lutamos praticamente o dia todo, e ela quase ganhou de mim.

Ela era parecida comigo. Tínhamos a mesma altura, o mesmo cabelo — o dela era um pouco mais longo —, o mesmo tom de pele, tons de vozes parecidos, usávamos espadas e também atacamos de maneiras parecidas. A diferença é que os olhos dela eram castanhos, e tinha um sotaque estranho. Porém, ela não tinha uma queimadura no pescoço, as tatuagens e alguns traços faciais que eu tenho, mas ainda somos parecidas.

O meu plano era simples: matá-la.

Corri na direção dela, tentando dar um golpe de espada em qualquer parte do seu corpo, o importante era que ela se machucasse. Ela desviou. Perfeito, eu esqueci que ela tem ótimos reflexos.

Enquanto eu fiquei por um milésimo com aquela expressão de retardada estilo: “Droga, eu falhei”, ela tentou me apunhalar. Eu não pensei nisso, na verdade, nem passou pelo o meu cérebro, mas colocando a modéstia de lado, eu desviei perfeitamente. O jeito que eu agia era parecido com o de um soldado Espartano.

Pulei para a esquerda e me preparei para outro ataque. Eu sentia os meus sentidos ficarem aguçados sem que eu mandasse, o que significa que a adrenalina está correndo livremente no meu corpo juntamente com a minha parte loba. Ataquei de novo, o som de nossas lâminas se colidindo ecoava no local. Ela tentou me atacar, eu contra-ataquei. Ataquei de novo, ela contra-atacou. Ficamos assim por minutos, chegando em um ritmo meio entediante.

Quando eu percebi, a cada ataque que ela fazia eu dava um passo atrás. Chegou ao ponto que eu estava quase chegando ao fim do corredor. Eu estava literalmente perdendo território. Perder território significa morrer. Morrer significa não sobreviver e acabar sendo lembrada na história como a pior dominadora de água de todos os tempos. Eu não queria isso.

Eu pulei no ar, passando por cima da cabeça dela — não me pergunte como — e “pousando” atrás dela. Quando fiz isso, deu a impressão que o tempo parou, e a expressão dela era de pura surpresa agora. Enquanto ela estava preocupada em ficar supresa, eu a ataquei covardemente e a apunhalei pelas costas.

Arabella urrou alto de dor, e eu não consegui reprimir o meu sorriso. Era errado, eu sei, mas eu deveria estar sorrindo naquela hora. Eu estava feliz porque uma pessoa estava morrendo.

Ouvi o som da respiração dela ficar mais lento, até conseguia ouvir o som do sangue dela saindo de sua pele.

Eu pensei que ela fosse cair de joelhos e desistir.

Eu pensei muito errado.

Um grito — ou um berro — de puro ódio saiu da garganta dela, praticamente estuprando os meus ouvidos. Eu tinha declarado a vitória cedo demais. Arabella poderia estar morrendo, mas não desistiu tão fácil. Ela correu em minha direção com a sua espada e iria me atacar sem nem olhar em que parte.

Eu senti a sua lâmina passar pela a minha mão esquerda todinha. Eu deveria ter gemido bem baixo de dor, porque aquela lâmina era... Terrível. Parecia queimar a minha pele. Como se me colocassem no sol.

Eu não tinha o direito de sentir dor, então em um movimento rápido, eu enfiei a espada no seu peito. Desta vez, ela não poderia tentar mais nada. Tirei a minha espada do peito dela, e a mesma caiu no chão, e eu até consegui sentir toda a sua vida esvair do seu corpo. O som do seu corpo caindo no chão ecoou na minha mente. Seu coração agora era algo inútil.

Passei levemente o dedo na lâmina da minha espada. Ele estava sujo com sangue agora. Eu não pude resistir e passei o dedo na minha língua, exatamente como um projeto mal feito de vampira. Fazia anos que eu não bebia sangue.

Não, beber sangue era errado. Matar pessoas inocentes sem alguma causa justa é errado. Eu preciso me lembrar disso antes que volte a ser quem eu era.

A sensação de culpa de ter bebido uma gota de sangue veio à minha mente, então eu tive que virar o meu olhar para o corpo de Arabella no chão. Se eu continuasse olhando reto, é provável que Hector voltasse... Eu estou cansada de dizer para ele ir embora.

— Você é como nós. — ouvi a voz de Hector. — Covarde.

Levantei meu olhar, vendo Hector ao meu lado. A sua mão estava no meu ombro. Eu conseguia sentir a sua mão morta no meu ombro.

Abaixei meu olhar. Não queria olhar para ele.

— Eu vejo Hector... — murmurei. — É normal?

— Uh... Eu acho que não, claro. — respondeu Matt, se sentando ao meu lado. — Mas como somos anormais, essas leis da normalidade não se aplicam a nós.

Revirei os olhos.

— Eu já fiz tudo.

— Diga para ele ir embora. — disse Matthew. — Tipo: “Ei, seu idiota, essa é a minha mente, então pode ir embora, ok?”.

Eu olhei para a cara dele como se fosse um retardado.

— Ele é um vampiro de três mil anos. — disse. — Você acha mesmo que isso iria funcionar?

— Eu não quero que isso soe como se eu realmente achasse que você está louca, mas...

— Mas o quê? — perguntei.

— B-Bem... — ele gaguejou. — Dizem que na depressão nervosa algumas pessoas têm alucinações. Talvez seja o seu caso. Você deve estar traumatizada com Hector.

Eu não estava depressiva. Isso é só mais uma mentira que colocaram em mim.

— Eu não estou traumatizada, Summers. — disse. — Eu só acho que... — dei uma pausa. — Eu acho que ele ainda não morreu de verdade.

Pisquei meus olhos. Memórias de quando eu tinha dezessete não iriam ajudar em nada.

— Vá embora. — disse entre os dentes.

A mão gélida de Hector saiu do meu ombro. Ele foi embora.

Peguei a minha espada e fiz inúmeros cortes no rosto de Arabella. O sangue saia, juntamente com partes do seu rosto, mas eu não me importava. Algumas lágrimas caiam dos meus olhos, mas eu não sabia o porquê. Eu continuava acabando com o rosto dela, não importa o que esteja acontecendo, para que o plano desse certo, ela precisava estar irreconhecível. Eles não iriam fazer o exame de identificação em uma garota dos The Owners. Com o rosto destroçado, ela iria ficar irreconhecível. Iriam jogar o corpo dela fora, como se fosse um nada.

Quando o rosto dela só tinha sangue e pedaços de pele, eu terminei. Era nojento para qualquer pessoa ver aquilo, mas eu tinha me acostumado.

Larguei a espada no chão e saí correndo, tirando a jaqueta dos The Owners e depois subindo as escadas até chegar ao terraço. Agora eu iria atuar.

Todos estavam no terraço, como eu presumi. Pareciam cansados, e corpos de soldados mortos estavam no chão. O ataque não era tão duradouro e destrutivo, exatamente como eu tinha presumido antes.

— Sam? — Chris perguntou. — Onde você estava?

Virei meu olhar para Matt. Ele estava ao lado de Lara. Pareciam cansados e feridos.

— E-Eu... — tentei forçar um choro. As lagrimas caíam. — Eu não consigo mais.

— O quê? — Chris perguntou, confuso.

Audrey olhava para mim. Era a única que sabia disso. A única que eu cheguei a quase confiar.

Corri em direção da extremidade do terraço. Olhei para o chão. Os lobos estavam lá, como armei. É provável que Audrey tivesse falado com o resto da alcateia de Garrett em segredo para que eles fizessem isso.

Tudo estava armado.

— É o fim. — eu disse entre lágrimas. — Vocês não conseguem ver? Esse é o fim!

— Do que você está falando, Sam? — Matthew perguntou.

Eu forçava um choro perfeitamente enquanto ria alto por dentro.

— Não vamos sobreviver a guerra. — disse.

Travis começou a bater palmas sarcasticamente.

— Perfeito, sua mentirosa. — disse Travis. — O que você vai fazer agora? Fingir esse choro estúpido para se fazer de vítima de novo? — deu uma curta pausa, olhando fundo nos meus olhos. — Ou será que você matou um de nós de novo?

— Vá se foder, Travis! — eu disse chorando. — Você não entende! Eu vou... — dei uma pausa dramática. Me deem um Oscar, por favor. — Eu desisto.

— O quê? — desta vez, quem perguntou era Audrey. Ela também ia participar do teatro para não ser suspeita depois.

— Vocês podem ir para os seus joguinhos de poder, porque eu... — dei uma curta pausa, dando um olhar triste para Matthew. Uma dor terrível e real tomou conta de mim. Agora não era atuação. — Eu desisto.

E como qualquer tentativa de suicídio, eu tentei me matar. Eu ouvi eles gritarem algumas coisas e correrem em minha direção tentando me parar, mas foi em vão. Pulei dez andares, caindo entre os lobos. Eles devoravam a minha pele.

Agora realmente começava o plano.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO, PESSOAS, O QUE ACHARAM? :)

Sam is not realmente dead, então podem ir ficando tristes/felizes (ou sei lá) com isso, porque a garota é imorrível mesmo e.e

ENTÃO, A SAM NÃO SE TRANSFORMA AINDA EM LOBA AHSUASHUAS e vocês achando que ela tinha realmente se transformado, rçrçrçrç... Digo nada.
Plano da Sam super suspeito...

Anyway, COMENTEM se tem um erro, se gostaram do capítulo e até o próximo o/



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