The Four Revolutions escrita por starqueen


Capítulo 26
Capítulo 26 - "Se eu for, você também vai".


Notas iniciais do capítulo

HEEEY PESSOAS :)

Capítulo CHEIO de tretas CHEIO de coisas acontecendo aqui para vocês, então espero que gostem PORQUE DEMOREI MUITO PRA ESCREVER, SÉRIO e.e Re-escrevi esse capítulo no mínimo umas cinco vezes e ele ficou assim e.e



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A líder dos lobos desapareceu.

Estávamos no último andar da base dos lobos, lugar em que horas atrás teve a última conferência e que agora estava sendo ameaçado pelos The Owners. Todos do governo que eu odiava estavam aqui, exceto Scarlett — que estava com o Aiden no colo exatamente agora — e pelo o visto, a sorte passou bem longe de mim.

— Vou lhe dar quinze minutos, Sam Watters. Se foi capaz o suficiente para conseguir matar Stephen então deve ser capaz para criar um plano e salvar tudo isso que chama de mundo. — disse Lewis na outra linha do celular. — Já tomamos conta dos outros andares, agora é a sua chance de evitar que tomemos conta do último andar e da finalmente da guerra e sua vidinha inútil.

— Libertou o pessoal do governo e nos juntou aqui para um teste. — disse. — Parabéns, Lewis, aposto que deve estar fervendo de felicidade porque deve ter certeza que vamos falhar.

Exatamente. — ele falou, presumi que estivesse sorrindo no outro lado da linha. — Agora você tem catorze minutos. Use-os sabiamente. — desligou.

Suspirei, colocando o celular na mesa.

— Então qual é a ideia, dominadora de água? — perguntou Garrett. — Como vai matar o maior filho da puta do século?

— Pensei que o maior filho da puta do século fosse o Bush ou o Osama Bin Laden. — comentou Chris.

— É a Sam que merece esse título. — Travis disse. — Só estamos aqui porque ela sempre resolve estragar tudo.

— Vá se foder, Springs. — disse irritada. — Estamos no meio de um momento de vida ou morte e vocês começam com essa mesma história?

— A cachinhos dourados está certa. — disse Lara. — Precisamos fazer algo.

Me segurei para não matar Lara naquela hora.

Lewis parecia ter soltado todos do governo e da resistência aqui. Ninguém faltava. Ele parecia querer me dar todas as oportunidades de vencer a ao mesmo tempo, nenhuma oportunidade. Provavelmente queria esfregar na minha cara que tive todas as oportunidades de vencer a ganhar quando eu perder. O problema é que ele não sabe do simples e mais importante fato de uma guerra: você não ganha uma guerra, você sobrevive.

Digamos que as chances da minha sobrevivência eram menores que as de Lewis.

Aposto que ele deveria saber de todos os conflitos do governo e até ter informantes lá dentro, porque colocar o pessoal do governo e da resistência juntos não iria dar certo. Eles me odiavam. E ficar com o governo me fazia lembrar de Audrey. Não era muito bom me lembrar dela, principalmente quando a morte dela é indiretamente culpa minha. Talvez se eu não tivesse feito-a desmaiar e leva-la para um chalé no meio da Alemanha, ela teria o mesmo destino do que os seus colegas do governo e estaria aqui agora, viva.

— Cadê o Matt? — perguntei. — Não me digam que...

— Ele sumiu com a Catlyn. — disse Helena. — Procuramos ele em todo lugar mas nem temos pistas do paradeiro dele.

Perdemos Matthew e a líder dos lobos. Perfeito. Minha sorte me surpreende. Agora estou entre pessoas me odeiam e provavelmente me matariam no lugar de Lewis — exceto Chris, Aaron e Scarlett. Isso não iria me ajudar.

— Lewis nos deu apenas quinze minutos. — falei. — Devemos parar de falar coisas inúteis e agir juntos.

Eles ficaram quietos por um longo minuto. Meu cérebro não conseguia parar de berrar que eles estavam perdendo tempo, que eu estava perdendo tempo. Que no final tudo isso iria ser inútil. Iríamos morrer de qualquer jeito.

Eu morri uma vez e não quero morrer de novo.

— Ela está certa. — disse Aaron. — Como vamos derrotar Lewis?

— Stephen tinha espiões nos The Owners. — disse Helena. — Ele não confiava 100% em Lewis. O problema é que Lewis nunca tem um plano.

— Como alguém pode ganhar uma guerra sem ter um plano? — disse Travis. — Isso é...

— Loucura? Claro que é. — completou Helena. — Mas ele não pensa em praticamente nada. É isso que o salva. Lewis age impulsivamente e vive mudando o curso das suas ideias.

— Então o maior plano da guerra é somente não ter um plano? — disse Lara. — Isso é ilógico.

— Não importa se é ilógico ou não. — disse Kristen. — O que importa é que ele está ganhando. Não podemos deixar isto acontecer.

— Então o que faremos? — perguntou Sebastian. — Agir impulsivamente?

— Eu tenho uma ideia. — disse. — Victoria, as Amazonas estão perto?

— Mandei um aviso a elas já faz uma hora. — respondeu Victoria Mills. — Já devem estar chegando.

— Ótimo. — comentei. — Não vai ser bom a história das Amazonas fazer isso, mas... — dei uma pausa. — Você e seu irmão irão liderar as Amazonas no combate.

— O quê?! — Sebastian perguntou incrédulo. — Isso é...

— Loucura! — completou Victoria. — Uma blasfêmia a...

— Essa é justamente a ideia. — interrompi. — Precisamos ser impulsivos. Vamos fazer coisas que jamais faríamos antes para surpreender Lewis.

— Fazer que um homem comande as Amazonas seria impensável e fora de cogitação. — disse Scarlett. — Isso é uma boa ideia.

— Ironicamente, Sam teve uma boa ideia. — disse Garrett. — Parabéns, cachinhos dourados, agora você sabe pensar.

— Cala a boca, Garrett. Você não tem honra o suficiente pra ser chamado de Knight. — Aaron e Scarlett olharam para mim. — Então, Victoria e Sebastian, o que acham do plano?

Os irmão se entreolharam e depois olharam para mim.

— Isso é uma blasfêmia, Sam. É errado. — disse Victoria. — Isso poderia me desonrar como líder Amazona.

— Prefere morrer ou ser desonrada, Victoria? — perguntei. — Tem duas escolhas. Escolha antes que seja tarde demais.

Ela pareceu ter sido acertada em cheios pelas palavras que disse.

— Nós vamos. — respondeu Sebastian repentinamente.

A líder das Amazonas pareceu surpresa com a resposta do irmão mais novo. Eu fiquei surpresa também.

— Eu vou com eles. — disse Lara. — E também ver se eu consigo achar o Matthew.

— Ok. — disse, mesmo que não confiasse em Lara. — Desçam os três.

Os três assentiram, mesmo Sebastian e Victoria claramente não quisessem fazer aquilo, principalmente Victoria. Eu não poderia confiar ou gostar de Lara — nada que tenha a ver com ela ter ficado com Matt —, mas não poderia deixa-la de lado e para morrer. Íamos morrer. Eu não poderia deixar inimizades interferirem nas minhas últimas — e únicas — decisões da guerra, por mais que fosse difícil.

— Oito minutos. — disse Kristen olhando o visor do celular. — Mais alguma ideia, Watters?

O meu silêncio foi dado como uma resposta a Kristen Rodriguez.

— A “inteligência” — Garrett fez aspas com as mãos — da cachinhos dourados nunca vai além, não? — me provocava. — Não é à toa que dizem loiras são burras.

Aaron avançou para cima de Garrett, jogando-o na parede e levantando o capuz do irmão, mostrando a face dele. A expressão de Aaron era séria e intimidadora, enquanto Garrett parecia assustado. Os olhos de Garrett tinham um brilho avermelhado, como o de qualquer outro lobo alfa.

— Isso é sério, irmão. — disse “irmão” com desprezo. — Leve a sério.

— Deveria ter levado o Liam a sério antes dessa pirralha mata-lo anos atrás, irmão. — deu ênfase na palavra “irmão.” — Minha família está destruída e suja — olhou para Scarlett segurando Aiden — eu não tenho mais poder. Não tenho mais motivos para continuar vivo e levar uma piada como essa guerra sério.

— Cinco minutos. — Kristen interrompeu o clima tenso dos irmãos. — Vão ficar brigando ou fazer algo útil?

Aaron lançou mais um olhar ameaçador para o irmão e depois o soltou.

— Se Garrett não quer mais viver, eu tenho uma boa ideia para ele. — dizia Aaron. — Por que ele não se transforma e faz algo útil atacando os The Owners?

— Eu irei. — Garrett saiu antes que qualquer outro opinasse sobre isso.

— Dois minutos. — disse Kristen. — Não temos mais tempo. Vamos agir logo.

— Então é isso? — perguntou Scarlett. — Uma guerra sem nenhum plano em mente?

— Exatamente isso. — disse Helena. — Essa é a ideia.

— Chris, fuja com Scarlett agora para algum lugar menos perigoso. — falei, já que Scarlett estava com Aiden e não poderia lutar. — Defenda-a com a sua vida.

Chris assentiu e saiu com Scarlett.

— Um minuto. — Kristen disse com a voz triste. — Tenham uma boa sorte.

— Você também, Kristen. — disse Aaron. — Sobreviva.

Kristen assentiu, mesmo que a sua expressão fosse triste e sem esperanças.

Eu queria pedir as mais sinceras e profundas desculpas — mesmo que fossem inúteis — a Kristen. Eu tinha destruído a vida dela. Era no mínimo a coisa mais educada que eu poderia fazer. Ela só tinha catorze anos e lidava com a morte tão bem que nem eu mesma na idade dela era assim.

Mas eu não tinha tempo de me desculpar por algo irreversível.

— Todos vocês desçam. — disse. — Eu vou ficar aqui. Lewis deve vir aqui para me pegar.

Eles assentiram, mesmo que parecessem desconfiados. Helena pareceu aceitar aquilo bem demais para alguém que poderia morrer caso eu morresse, graças a ligação. Isso significa que ela estava preparada para morrer.

Isso é tão triste.

Eles saíram e me deixaram sozinha aqui, com apenas mais alguns segundos de quase paz até que Lewis aparecesse.

Não poderia negar que sentia a maior tonelada de sentimentos dentro de mim bem naquela hora, em que eu não deveria ter sentimentos. Pensava em centenas de coisas, e me importava com tantas pessoas que era assustador até para mim. Eu tinha que esconder toda a minha preocupação e medo sobre o que deveria estar acontecendo e onde deveria estar Matt agora. Se ele morresse... Prefiro não pensar nisso.

Me preocupava com Chris, Aaron, Scarlett e até Helena. E não era por causa da nossa ligação, deveria ser por algum outro motivo que eu não sabia. Tudo estava tão confuso. Eu estava nervosa, com medo de que eles morrer, medo de morrer, medo até de falhar.

Se eu pudesse banir duas coisas do mundo, essas seriam: Lewis e o sentimento de medo.

— Sam... — ouvia uma voz feminina. — Com está?

Me virei, olhando para trás. Mary Watters, a esposa do último dominador de água e também a responsável pela a “maldição dos Watters” estava no mesmo ambiente que eu.

— Bem. — menti. — E você, Mary?

— Me sinto superior a todos vocês, como sempre. — dizia cheia de si. — Ouvi dizer que matou Stephen. É verídico o fato?

— Eu o decapitei após ele me contar sobre o carma que você implantou na nossa família. — disse. — Obrigada, Mary.

Ela sorriu sarcasticamente.

— De nada, querida. — retrucou sarcasticamente. — Stephen me odiava, sabia? Não sabe nem metade da minha história.

— A história de como traiu o último dominador de água, enganou Hector e o fez destruir o nosso sangue aos poucos? Sim, dessa eu sei. — falei.

— Ele te disse que levaram a minha de mim? — perguntava. — Que a torturaram até a morte?

— Me poupe das suas mentiras. — disse secamente.

— Ele por acaso te disse que o meu casamento com o John foi apenas uma maneira do meu pai se vingar por eu não ser a filha biológica dele? — despertou a maldita curiosidade em mim.

— Então você não é 100% sangue puro. — disse.

— Meus pais se odiavam, sabia? Eram irmãos e se abominavam mais do que pareciam. — contava. — Então minha mãe teve um caso com um Knight.

— Um dos antepassados do Aaron?

Ela assentiu.

— E depois eu nasci. — disse Mary. — Minha mãe morreu no parto e o meu “pai” — fez aspas — me escondeu isso durante a vida toda. Me fez casar com um índio nojento como John só porque era um dominador. — deu uma pausa. — Thomas Watters, o meu pai de criação era o homem mais louco e vingativo de toda a Inglaterra, Sam. Ele tinha mexido com Hector primeiro e depois o mesmo voltou para mim. Eu não tive escolha que não fosse me juntar a Hector. Jamais me apaixonaria como um selvagem igual o que meu pai tinha me casado. Então me apaixonei por Hector e foi por um sonho idiota de ser uma vampira importante e livre. O resto você já sabe.

— Foda-se a sua história, Mary! — disse. — Eu estou cansada de ficar ouvindo as histórias tristes de todo mundo! Quer saber de algo? Não é porque você se casou com um suposto “selvagem” que vai precisar estragar gerações e gerações de pessoas inocentes! Só porque quer o poder e força que nunca teve pelo o fato de não ser 100% Watters. — dei uma pausa. — A sua história não justifica a monstra psicótica que você é.

Ela forçou uma gargalhada doentia, como se estivesse rindo de mim. Como se o que eu tivesse dito era a maior mentira da história.

— Olha quem fala. — dizia pós a longa gargalhada. — Você é Sam Watters. A coitadinha híbrida caçada pelo o mundo todo que matou a própria família aos oito anos de idade. A sociopata louca que ouve as vozes de Hector, que vê Hector mesmo que ele esteja morto. A pessoa mais depressiva de toda a guerra e também a com o humor mais depravado existente e sem nenhuma esperança ou futuro. A garota que nunca morre de verdade. — deu uma pausa. — A sua história te fez ser o monstro perturbado de hoje. É sério mesmo que Sam Watters, a coitadinha da guerra, quer dizer que a história não é importante?

— Exatamente, Mary. — falei friamente. — A história não é importante. Ela não vale nada na hora da morte, então... Por que ficar se remoendo? Por que sentir culpa? Por que não seguir em frente por causa disso? — dei uma pausa. — Vamos morrer de qualquer jeito. Não importa se eu sou uma pessoa boa ou não, todos morrem do mesmo jeito. O coração para a no final nada importa.

Eu mal percebi naquela hora o poder e o significado das coisas de que estava falando. Talvez porque eu já tivesse deixando-as ir embora, talvez porque uma parte minha quisesse ir em frente após mais de dez anos de culpa e sofrimento.

Isso significava que já tinha deixado meus demônios irem embora.

— Que lindo, Sam, não é? Quando você finalmente percebe o quanto a vida é inútil. — Mary disse secamente. — O quanto a sua vida é inútil.

— É lindo quando você percebe que está sem esperanças e agindo como uma vadia louca e vingativa, não é, Mary? — dei um sorriso sarcástico para terminar a afronta.

Mary foi rápida e impulsiva, mas ao mesmo tempo previsível para mim. Me jogou na parede com as suas mãos na minha garganta, me enforcando e ameaçando ao mesmo tempo. Seus olhos olhavam fixamente para mim, como se eu fosse a maior ameaça do mundo, e diferente de Stephen, ela não tinha melancolia no olhar. Ela tinha um ódio tão profundo que eu mal conseguia descrever. Um ódio por Hector, que já está morto. E também um ódio contra todos ao seu redor.

Ela mostrava suas presas e parecia querer me atacar a qualquer instante, com a aparência digna agora de um dos vampiros estilo Conde Drácula. Seus cabelos ruivos estavam secos e eu percebi que eram mais curtos do que eu pensava. Sua pele era tão pálida e morta que faria um zumbi parecer saudável. Sim, Mary era a prova mais clara que anos e anos de ódio não faziam bem.

— Eu vou te matar, Sam Watters. — ameaçava. — Você desonrou o meu sangue. — disse lentamente por final.

— Tenha boa sorte com isso. — sorri sarcasticamente antes de atacar.

Ela caiu de joelhos no chão, com o sangue saindo da sua boca e também no local onde eu havia a acertado. Tinha sido bem no tórax. Eu errei. Apontei para o coração dela, mas tinha atacado um pouco mais a baixo.

Ela sorriu, mesmo com todo o sangue e toda a dor que deveria estar sentindo. Era tão doentio e triste. Tirou a espada com as próprias mãos e olhou atentamente o ferimento se curar, graças ao seu corpo vampírico e todos esses seus poderes. Arremessou a espada para mim, ainda sorrindo, como se isso fosse apenas um jogo que ela iria ganhar.

— Boa sorte, Sam Watters. — disse Mary com um olhar psicótico. — Nem se tiver sorte vai conseguir isso.

Ela me jogou no chão e tentou morder o meu pescoço. Ela parecia ser a caçadora e pela a primeira vez na vida me sentia como se fosse a caça. Era claro que não iria deixar isso acontecer. Dei o soco mais forte que pude no nariz dela e depois finalizei fazendo um corte profundo com a minha espada no seu rosto. Ela saiu de mim, com suas mãos no rosto e murmurando algumas coisas que não conseguia entender.

Me arrastava para trás, esperando a hora certa de levantar. O ataque que eu fiz nela foi o suficiente para me trazer alguns segundos de vantagem antes que ela se curasse. Quanto mais eu me afastava dela, mais vantagem eu ganhava. O sangue de Mary pingava no chão, e as suas mãos estavam cheias de sangue. Estranhamente, ela não se curava.

Fiquei em pé, em posição de luta, olhando cuidadosamente para Mary e ao mesmo tempo alerta para qualquer ataque que eu poderia receber. Ela tirou as mãos do rosto e olhou fixamente para mim, do seu jeito psicótico e odioso. Eu tinha feito um corte no seu lado direito do rosto, que ia do finalzinho da sua testa até o maxilar, passando bem no meio do olho, que agora estava sangrando também. Não era uma cena bonita. O soco que eu tinha dado no seu nariz já estava se curando, diferente do corte, que a cada milésimo que se passava parecia piorar mais.

Catlyn Velásquez tinha banhando todas as armas em água benta. Big J tinha me contado antes que os vampiros com mais de cem anos não tinham poder sobre a típica lenda da água benta. Isso fazia sentido.

Ela se levantou do chão completamente entregada a raiva. Avançou para cima de mim e fazia de tudo para me jogar no chão e conseguir me acertar. Era impossível atacá-la. Nem se eu corresse para trás conseguia conseguir alguma vantagem de espaço, aquilo era tão... Impossível.

— É tão incrível esse mundo, não é? — dizia enquanto metade do seu rosto se desfigurava ainda mais. — Tudo é tão... Incrível.

Desviei de um ataque dela, acabei escorregando e caindo no chão. Mary sorriu, mesmo que metade do seu rosto já não tivesse mais os lábios.

— Você pode pensar que eu sou louca, até porque eu realmente sou, mas pense comigo Sam Watters, tudo isso não é incrível? — ela dizia.

Ela estava louca.

— Eu sei o que pensa. — suas mãos estavam bem no meu pescoço, com as unhas grandes cravadas na minha pele. — Mas você que está louca, querida. — deu um último sorriso desfigurado com toda a sua loucura e ódio. — Você não pode vencer. — silabou por final.

Enfiei a espada bem no seu coração. Ela praticamente se jogou no chão e tirou a espada. Estava claramente morrendo.

Ao menos eu estava livre de Mary e Stephen. Família é de longe o pior problema que eu poderia ter.

Então eu sou jogada para o outro lado da sala por um vento.

Um vento. Um maldito vento.

Eu olhei surpresa e ao mesmo tempo com todas as emoções negativas possíveis para frente. Um simples vento me jogou para o outro lado da sala. Não era apenas um simples vento, não era algo natural ou sei lá. Era uma dominação.

Por que eu demorei tanto para perceber isso?

— Sam Watters! — exclamou Lewis com a voz extremamente animada. — Acho que já percebeu o meu novo parceiro, não?

Lewis estava perfeitamente arrumado para uma guerra, isso eu precisava admitir. Era mais fácil explodir a Europa todinha do que passar pela a armadura dele. Eu queria enfiar a cara dele bem no fogo do inferno. Esse desgraçado parecia perfeito. Agora eu entendo Chris.

Bem ao lado dele, estava Travis. Estava o ex dominador principal, o cara que deveria guardar rancor de mim até hoje, o maior perdedor que eu já conheci e ao mesmo tempo o cara mais legal e educado que tinha conhecido. Ele era tão diferente. Isso era claramente a minha culpa, mas... Eu senti tanto ódio dele. Pensar que anos atrás, quando eu estava na Área 51, Travis e Jeff eram as únicas pessoas que não me odiavam, e hoje ele estava me odiando mais do que tudo era destruidor. Travis Springs estava no lado de Lewis. Ele ainda dominava. O dominador de ar se transformou em um traidor.

Eu estava tão sem chances que sinceramente quase desisti naquela hora.

— T-Travis? — gaguejei confusa.

Lewis pegou duas espadas minhas que estavam no chão. Um sorriso malvado nasceu em seus lábios e eu percebi que estava pior do que imaginava. Estava sem as minhas armas.

Eu teria que dominar.

— Eu sinto muito, Sam. — disse Travis. — Mas me juntar a uma traidora é contra os meus princípios. É injusto.

— Eu injusta?! — exclamei irritada. — Olhe para quem está se aliando! O cara que quer exterminar todas as criaturas sobrenaturais do mundo! O cara que acha que humanos são superiores e...

— Melhor do que achar que uma minoria estúpida como você é superior, não é, garota Watters? — Lewis se intrometeu.

— Somos iguais, Lewis. Aceite isso. — disse entre os dentes.

Travis tinha um olhar tão triste e perdido que eu mal conseguia acreditar. Era óbvio que os motivos pra ter se juntado a Lewis eram mais do que ódio ou qualquer coisa assim. Lewis deveria ter feito ameaças. Deveria ter ameaçado matar a sua família.

Quem sabe já matou a família dele.

— Travis se juntou a mim faz mais de seis meses. — dizia Lewis. — Porque eu achei uma cura a dominação. Ele sabe que humanos são superiores e quer se tornar um. Diferente de você, claro, que fica presa nesse seu mundinho fechado de que uma minoria pode um dia ser melhor que a maioria. Por que não vê a verdade? Você está sozinha, Sam Watters, sempre esteve. Ninguém jamais gostará de você porque no fundo você não passa de um projeto mal feito de sociopata solitária. — eu fiquei em choque, quieta, enquanto Lewis tinha uma pose de vitorioso. O silêncio gritava e a única coisa que eu conseguia ouvir era o som da minha própria solidão.

Não poderia deixa-lo ganhar tão fácil.

Quando eu ia atacar, algo atacou antes. A parede do lado esquerdo se quebrou toda, e tive que cobrir o meu rosto com os meus braços antes que os destroços dela me acertassem. Quando percebi que a “barra estava limpa”, abaixei meus braços e me levantava do chão lentamente enquanto via aquilo.

Fumus e Matthew.

— Interrompi alguma coisa? — dizia Matthew, saindo de cima de Fumus. Seu cabelo estava terrivelmente bagunçado e meio espetado. Sua camisa estava meio queimada nas mangas. — Wow, olá, traidor. Olá, desgraça da humanidade. — cumprimentou Lewis e Travis. — Fumus, desça para as Amazonas, elas devem precisar de um dragão lá embaixo.

Fumus o obedeceu melhor do que já tinha me obedecido antes. Matthew era ótimo com dragões. Ele pareceu assentir — ou alguma coisa dos dragões que equivalia ao assentir dos humanos/sobrenaturais — e desceu, voando incrivelmente.

Eu fiquei sem palavras.

— Ataque! — Lewis gritou irado a Travis. — Mate esse pirralho estúpido!

Matthew entrou em chamas, não como antes, mas no mínimo, cem vezes mais forte do que já tinha visto antes. Era mais quente, mais forte... Tudo mais superior do que ele já tinha dominado. Tinha alguns raios também. Era incrível. Matt era incrível. Eu jamais iria conseguir dominar água daquele jeito.

Enquanto Matthew e Travis estavam focados na própria luta, Lewis foi para cima de mim, com dois revolveres. Me levantei pronta para lutar e dominar água do melhor modo que conseguia.

Desviei dos tiros e me aproximava dele a cada segundo que se passava. Meu coração batia tão rápido que se fosse morrer de uma coisa, provavelmente seria de um ataque cardíaco. Eu estava tão nervosa e com tanto medo de errar... Esqueci de mim. O importante era derrotar Lewis. Acabar com o que tinha criado.

Quando percebi, a única coisa que dominava era uma grande corrente de água ao meu redor. Foi difícil perceber isso, porque, quando eu domino a água direito, é como se ela fosse a parte mais importante de mim, não só um elemento que eu tenho poder. Esse era o fato mais verdadeiro de um dominador. O nosso elemento é tudo que somos.

Meus braços foram tomados pelas correntes de água. Eu não poderia pensar, só agir. Precisava ser eu mesma naquela hora mais do que tudo, por mais que isso tivesse se tornado algo difícil. A única coisa que fazia era deixar a água tomar conta de mim. Ser eu mesma, me entregar ao que sou... Isso é mais difícil do que parece.

Assim que percebi, isso já era algo extremamente fácil. O lugar em que Mary tinha enfiado suas unhas antes no meu pescoço estavam sendo curados pela a água. Então isso significa que eu posso ser curada quando bem quiser. Interessante.

Lewis atirou em direção do meu coração e eu joguei uma corrente de água em direção dele ao mesmo tempo que desviei da bala. Congelei a corrente e tive Lewis no meu controle. A expressão assustada e amedrontada dele era o melhor. Parecia que as coisas tinham mudado.

Dei um sorriso vitorioso. Foi mais fácil do que pensei.

Mas as coisas nunca são fáceis para a última dominadora de água dos últimos duzentos anos.

Matthew gritou de dor e rapidamente caiu no chão, parecia desmaiado. Me desliguei do que estava fazendo só para ver aquilo. E lá se foi tudo que eu tinha feito. Matthew estava com a testa sangrando e claramente estava morto. Travis segurava um revolver, claro, ele nunca se garantia na dominação. Não. Não podia.

Esqueci de Lewis e parei de dominar. Corri na direção de Matt e sentei ao lado do seu corpo, colocando a sua cabeça no meu colo. Tudo foi tão rápido e tão destruidor. A bala estava bem na sua testa. Pela a primeira vez na minha vida, eu sentia a sua pele gelada. O som do seu coração era inexistente. Respiração? Adeus respiração.

Eu entrei em um estado de negação e desespero tão grande que mal conseguia explicar. Meu cérebro repetia para si mesmo que ele não estava morto, que aquilo era apenas uma impressão minha. Se eu fosse uma máquina, iria entrar em curto circuito. Depois de tanta gente... Big J, Blair, Audrey, Bennett... Ele não. Ele era a última pessoa que eu queria que morresse.

Eu levantei o meu olhar para Travis. Eu deveria estar chorando.

— Estamos quites. — ele disse secamente.

— Helena tem uma ligação comigo, seu idiota! — gritei irada. — Ela não morreu p-porque... Porque eu estava viva! Seu idiota, acorda, viva no mundo real e esqueça isso!

— Eu não fiz isso por causa de Helena, eu nem me importo mais com ela. — Travis disse secamente. — Mas você a matou na minha frente. Isso me trouxe dois anos de sofrimento e solidão.

— Eu vou te matar, Travis Springs. — disse entre os dentes.

— Parabéns, Travis Springs. — dizia Lewis feliz. — Agora mate-a.

— Espero que entenda porque eu o matei, Sam. — Travis disse para mim, ignorando Lewis. — E porque vou matar o outro.

Ele usou um movimento básico de dominação de ar e jogou Lewis para fora. Porém, de algum modo, Lewis me puxou. Quando percebi, estava no meu de uma situação de vida ou morte minha e ao mesmo tempo dele.

Meus dedos eram as únicas coisas que ainda me faziam estar viva. Eu me segurava e abaixo de mim, estava Lewis, segurando o meu pé. Eu queria soltá-lo, mas não conseguia. Abaixo de nós, era apenas metros e metros que poderiam ser mais mortais do que pareciam. Se eu me soltasse, iriamos cair e morrer. Mas era impossível me segurar. Era muito peso. Eu sabia que Travis não iria me ajudar. A escolha era toda minha e ao mesmo tempo não era também. Se eu me jogasse para matar Lewis, era um suicídio. Se eu o jogasse para mata-lo, acabaria caindo depois, o que seria um suicídio. A minha dominação não iria me salvar. Ninguém iria me salvar.

Esse era o fim.

Lewis puxou a minha perna, me forçando cada vez mais a cair juntamente a ele.

— Entenda uma coisa, Sam Watters. — ele dizia fracamente. — Se eu for, você também vai.

Foi aí que não pude aguentar mais.


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Notas finais do capítulo

OKAY, ESSE CAPÍTULO FOI ENORME TAMBÉM, FAZER O QUE, ESSA É A VIDA -q

Então pessoas, não tenho NADA a falar desse capítulo PORQUE MEU DEUS GENTE EU ESCREVI ISSO NO MÍNIMO UMAS CINCO VEZES E NÃO ESTAVA DIGNO ahueahuea Sério, isso me cansou demais MAAS espero que tenham achado digno.

S O C O R R O esse já é o penúltimo, o próximo é o último :'( GENTE EU COMO ESCRITORA NÃO ESTOU PREPARADA :'(

Anyway, sem palavras aqui, COMENTEM o que acharam e até o próximo o/



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