The Four Revolutions escrita por starqueen


Capítulo 19
Capítulo 19 - O último baile.


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, esse é o último cap "parado" porque daqui pro final (É provável que a fic tenha uns 27 capítulos) só vai ter treta + gente morrendo + MUITA treta e.e

Enfim pessoas, espero que gostem :)



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Eu estava nervosa.

Quando se está cega de um olho e andando no meio de um território “inimigo”, é praticamente impossível não me sentir assim. Qualquer coisa errada que eu fizesse, até um pequeno erro poderia criar um ataque e destruir uma das poucas cidades que ainda estavam em pé.

As pessoas sempre diziam que Paris era uma cidade bonita. Sinceramente, eu nunca me importei muito com ela — eu estava mais ocupada com outras coisas do que ter sonhos clichês sobre lugares do mundo que eu deveria sonhar em visitar —, mas eu preciso admitir que Paris era interessante. Graças a guerra e ao meu estresse por causa de fusos horários e climas diferentes, eu não iria ter tempo de bancar uma de turista aqui. Quando era criança e ainda tinha família, meu pai conhecia alguns imigrantes franceses e provavelmente deveria saber muito daqui. Isso me fazia me lembrar dele.

O suposto baile tinha começado. Eu estava aceitável fisicamente: usava um vestido longo e verde, meu cabelo estava perfeitamente arrumado, usava uma maquiagem básica e até parecia ser uma pessoa menos pior do que realmente sou. Os pensamentos de que a qualquer hora um ataque poderia acontecer passava pela a minha cabeça, e a única coisa que eu iria fazer era proteger as pessoas daqui. Poderia parecer estranho vindo de uma assassina como eu, mas eu proteger as pessoas ao máximo. Elas não tinham culpa dos joguinhos de poder de Lewis e Gordon. E sem falar que eu não consigo confiar em Aaron.

— Sorria e acene. — disse Matt ao redor de alguns flashes.

— Eu estou. — disse forçando um sorriso.

Enquanto entrávamos, tinham inúmeros fotógrafos tirando fotos e nos perguntando coisas meio estranhas. Eu me sentia como se fosse uma das Kardashians. Talvez uma Kim Kardashian sem silicone e Sex Tape. Claro que ele lidava com isso bem melhor do que eu. Respondia às perguntas dos papparazzis em um tom brincalhão, sorria bem melhor e tinha uma fama de galã rebelde incrível. Alguns papparazzis diziam que as suas filhas adolescentes tinham paixões platônicas por ele, e eu só conseguia pensar em como tudo isso era ridículo. Matthew galã teen? Isso é mais irônico e engraçado do que parece. Ele ficava vermelho muito facilmente, agia como um idiota todas as vezes, era mais baixo que quase todo mundo e ainda estava em um grupo “rebelde”. Alguém pode me dizer o que tem de atraente nisso?

Os papparazzis pareciam se matar para tirar uma foto minha no meu melhor ângulo. Eu torcia para que fosse no lado esquerdo, mais conhecido como o lado que eu não estou cega e não tenho cicatrizes/queimaduras. Alguns deles me faziam perguntas, mas Aaron me aconselhou antes para não responde-los. A força mental que fazia para não mandar eles se foderem e irem pro inferno era muito mais forte do que parecia.

Kristen passou reto por eles e era totalmente desconhecida. Eu senti inveja dela naquela hora. Deu vontade de berrar para o mundo que ela era a outra dominadora de água só pra aliviar a minha barra com essa suposta “fama”.

Victoria Mills também era desconhecida entre as pessoas. Desejei que caísse um meteoro na cabeça dela, afinal de contas, além de não gostar dela era uma droga que apenas eu e Matt fôssemos o foco de tudo. Se as pessoas ao menos soubessem que as Amazonas eram reais...

Então “Bum!”, algo toma a atenção dos outros. Sem mais atenção para a dominadora de água híbrida assassina que já fez um casal com o dominador de fogo considerado o mais idiota de todos os tempos. O governo “opressor” chegou com o seu poderoso dominador de ar que nunca mais foi visto dominando o seu elemento. Com certeza eles iriam render mais dinheiro nas manchetes de jornais e capas de revista.

Matt e eu nos aproveitamos disso e finalmente entramos no baile.

— Travis é o novo queridinho. — ele disse como um sussurro. — Isso é bom.

— Por que seria uma coisa boa? — perguntei. — O governo pode usar a mídia a favor deles.

— Você se lembra o que aconteceu com os últimos queridinhos? — Matthew me perguntou.

— A dominadora de água enlouqueceu e o de fogo foi considerado mundialmente como um idiota traidor. — me referi na terceira pessoa. — Travis não vai se dar bem.

— Agora vamos assistir Travis pirar e depois acabar com o governo. — disse Helena. — Vamos bancar os hipócritas e vibrar pelo o sofrimento dos outros enquanto estamos nos consumindo por dentro.

Ela estava bem na nossa frente, com um sorriso e um olhar desafiador estampado em seus olhos castanhos. Helena usava um vestido negro, usava um salto alto e a maquiagem também era escura. Ela era de longe a vampira mais assustadora que eu já tinha visto. Não é assustadora porque ela deveria parecer mal, mas assustadora porque ela era linda. Segundo os últimos acontecimentos, pessoas bonitas são sempre as mais assustadoras e loucas. Lewis é bonito. Mary é bonita. Olhe só o que eles fazem.

— Helena. — disse Matt.

— Olá, Matthew. Faz um tempinho que não nos vemos, não é? — ela dizia sorrindo. Matt não encarava aquilo muito bem. — A Sam já te falou do significado do plano H?

— Sim. — ele respondeu secamente. — Sobre a resistência.

Helena forçou uma risada doentia.

— Quantas vezes você vai deixar ser enganado por ela? — Helena perguntou após o riso forçado.

— Helena, não...

— H de Helena. — ela me interrompeu. — Que feio, Sam. Você deveria ter contato a ele que passamos seis meses juntas matando pessoas, bebendo sangue e bolando planos de parar o meu amado pai. — deu uma pausa, com um sorriso desafiador estampado em seus lábios. — Podem brigar sozinhos. Eu preciso falar com Lewis.

Ela se distanciou de nós e andou entre as pessoas, como ela fosse normal e feliz. Como se aquele baile nunca fosse terminar em uma tragédia.

— Você mentiu. — Matt disse. — De novo.

Ele se distanciou de mim.

— Espere. — segurei a sua mão, ele se virou e olhou diretamente nos meus olhos. — Eu não podia te contar isso.

— Por que não? — ele perguntou. — Você sempre tenta esconder as coisas de mim e depois volta como se nada tivesse acontecido. Eu estou cansado disso, Sam. Isso é ridículo.

— Eu não queria que me odiasse mais do que deveria me odiar. — disse. — Helena falou comigo e me fez beber sangue humano de novo. É a única maneira de não ser fraca.

— Só falta você morrer e ser oficialmente em uma deles. — falou irritado, soltando a sua mão da minha. — Porque beber sangue e não ter mais humanidade você já faz.

E ele foi embora.

Ignorei e fui andando pelas pessoas do salão, forçando um sorriso e ignorando o que tinha acontecido. Tinham muitas pessoas aqui. Todas da elite, vestidas com roupas incrivelmente caras, conversando calmamente e fingindo serem amigas. Era tanta falsidade que eu até conseguia senti-la, como se estivesse fluindo entre todos os convidados como uma corrente de água.

— Ele descobriu, não foi? — perguntou Sr. Webb.

O engravatado estava praticamente igual à como costumava a se vestir, com algumas diferenças não tão claras. Ele tinha um cheiro forte de perfume misturado com o da bebida. Segurava uma taça de vinho e não parecia estar 100% normal. Já deveria estar começando a ficar bêbado. Ás vezes eu tenho inveja da capacidade dos humanos de ficarem bêbados e acabarem esquecendo as coisas, mesmo que seja por pouco tempo.

— Sim. — respondi. — A própria Helena o contou.

— Você não pode ficar com ele. — lembrou Sr. Webb. — Se ficar com o dominador, vocês dois morrem. Se não, você que morre. Você sabe, a escolha é toda sua.

Suspirei.

— Eu sei o que Ben disse. — falei. — Não precisa lembrar isso.

— Perfeito. — disse Sr. Webb. — Se mais alguém souber disso, Ben pode saber do nosso plano secreto. Ameace o dominador. Ele não pode contar a mais ninguém.

— Helena é a filha dele. — disse. — Como ele poderia querer matá-la?

— Ben não acredita em vampiros ou dominadores. — dizia Sr. Webb. — Ele é apenas um humano em meio de tantas criaturas sobrenaturais. Ele viu a sua filha ser em uma dominadora e depois ser morta por uma assassina. E quando ele finalmente aceita isso, a sua querida filha volta como o ser que ele mais odeia. — O engravatado deu uma pausa. — Ele quer matar vocês duas.

— Por isso existe o plano H. — disse. — Criar uma revolução. Salvar Helena. Me matar.

Sr. Webb sorriu.

— É bom que saiba. — falou. — Quando finalmente acharmos o Necronomicon, poderemos usar a magia negra dele para reviver Helena como humana, reviver o coração dela.

— Eu sei. — disse. — Mas para que o coração dela volte a bater, outro deve parar. — dei uma pausa. — E o coração que deve parar é o meu.

— Eu gosto de você, Sam Watters. — disse Sr. Webb. — É de longe a única dos dominadores que tem um senso de heroísmo como este.

— Eu não sou uma heroína, Sr. Webb. — neguei. — Eu sou uma assassina.

— Hércules matou toda a sua família e foi um herói. — ele disse. — Por que com você iria ser diferente?

— Isso é mitologia grega. — lembrei. — Qualquer homem idiota que tenha um pai deus já é automaticamente um herói.

— Matthew, Travis ou Helena seriam fracos e egoístas demais para se matarem ou tentarem se redimir como você sempre faz. — dizia Sr. Webb. — Travis é inseguro, jamais fará um grande feito na sua vida. Helena tem medo de tudo. Ela tenta esconder de todos, mas eu ainda consigo ver o medo que ela sente do pai e do mundo todo. Matthew é impulsivo. Não importe o que ele faça, ele sempre vai acabar estragando. Você também é insegura, medrosa e impulsiva, Sam Watters. Mas sempre coloca outras coisas acima de seus defeitos. — deu uma pausa. — É isso que te faz ser uma heroína. Superior a eles e todos aqui.

— Eu sou uma heroína e você não é um bêbado. — disse ironicamente. — Eu não sou tão facilmente manipulada assim, Adam Webb. Elogios vazios e sem sentido não me farão gostar de você o suficiente para ser manipulada.

— Jamais perderia o meu tempo tentando te manipular, Sam Watters. — disse o engravatado. — Eu já tentei antes quando você tinha dezesseis. E falhei miseravelmente. Eu não sou do tipo que gosta de errar mais de uma vez.

Então ele se distanciou de mim, desaparecendo entre tantas pessoas, se misturando a elas como se fosse mais um.

Até porque no final, ele era apenas mais um louco por poder como todos aqui.

Não demorou muito para que algo interrompesse o evento. Os sons dos passos do líder dos The Owners descendo as escadas ecoavam alto no lugar, até mais alto que a conversa das pessoas ao meu redor. Aquilo era uma tortura. Todos os convidados se calaram e focaram toda a sua atenção em Lewis, que estava prestes a fazer o tão esperando pronunciamento do baile de “paz”.

Ele parecia bonito, mesmo com metade da sua cara queimada e com um tapa olho. Eu ainda não sei como diabos ele conseguia ficar bem mesmo que estivesse destruído. Talvez ele tenha um segredo super poderoso que o fizesse parecer bem mesmo que ele esteja uma catástrofe.

Eu só conseguia imaginar o que Chris poderia ter enxergado além da beleza de Lewis para sentir algo por ele. Era óbvio que Edward Lewis era o maior desperdício de espaço que o mundo já teve.

— Eu agradeço a todos comparecem aqui. — ele disse com um sorriso falso. — Eu fiz o baile de paz porque eu quero conhecer os meus oponentes melhor. Essa guerra está tão... — ele pensava em uma palavra. — Entediante. Talvez se eu conhecesse todos melhor poderíamos fazer algo digno e com um grupo vencedor. — deu uma pausa, olhando para Aaron de um lado, e Gordon do outro. Ele sabia que ia ganhar a guerra. Ou sobreviver a ela. — Qual líder quer falar comigo primeiro?

Aaron ergueu a mão antes que Gordon. Deu alguns passos em direção de Lewis, e sem falar mais nenhuma palavra, eles subiram as escadas e foram até o primeiro andar, onde entraram em um cômodo. Eu forcei a minha audição para ouvir alguma coisa lá, mas não consegui ouvir nada além de frases reversas em latim.

Tem alguma coisa estranha sobre essa mansão que estão fazendo o baile. Não é todo o lugar que você consegue ouvir sussurros reversos em latim. Alguma coisa muito errada está acontecendo aqui.

Respirei fundo. Isso é apenas uma paranoia minha.

Eu não tinha muita coisa que fazer além de bancar a paranoica por dentro enquanto estava sozinha por fora. Então eu decidi distrair o meu cérebro masoquista indo falar com alguém que deveria estar me odiando agora. Matt.

Ele estava sozinho no canto, lugar em que Aaron estava antes. Eu andei em direção dele pensando no fora que poderia levar. Honestamente, eu não faço a mínima ideia porque criei a mania de esconder as coisas dele. Não que eu não confie — ele é a única pessoa em que eu confio nessa guerra toda —, mas se eu contasse ele iria acabar fazendo alguma coisa idiota e acabando com os meus planos. Eu não posso contar que Ben Jones e Sr. Webb planejam roubar o Necronomicon, fazer uma magia forte nele que revivesse Helena e que acabasse me matando. Matt não iria concordar. Ele iria estragar tudo como sempre fazia.

Merda. Já fazia seis meses que tínhamos terminado. Eu já deveria ter esquecido a existência dele e me importando com a guerra e todas as outras coisas que aconteciam ao meu redor. Mas é impossível não parar de me importar com ele.

— Plano H de Helena... — ele dizia. — Eu deveria ter pensado nisso. Você não chamaria de Plano H só porque achou a letra bonitinha.

— Eu sinto muito. — disse. — Eu sei que deveria ter te contato tudo, mas...

— “Mas” o quê, Sam? — ele perguntou. — Nós dois sabemos muito bem que você não iria contar. Eu que fui um idiota de ter acreditado nisso.

Revirei o olho.

— Me desculpe, ok? É que não é tão fácil contar tudo. — disse. — Eu não estou acostumada em contar tudo que eu faço...

— E quem disse que eu quero saber de tudo que você faz? — Matt me interrompeu. — Eu só estou cansado de não saber nada sobre você. Já se faz quase três anos que nos conhecemos e tudo que eu sei de você é o seu nome e ter matado os seus pais!

— Não vamos brigar. — disse, quase engolindo todo o meu ego e o mesmo papo de que eu estava certa e ele errado. — Eu sinto muito, ok? Isso é o que importa, não é? Se redimir dos erros.

— Se redimir dos erros não os apaga. — ele disse friamente. — Nós deveríamos terminar de uma vez com isso. Não prestamos juntos, Sam. Você não confia em mim.

— Matthew, eu confio em você, ok? — falei. — Nós prestamos juntos.

— Pare de mentir. — ele disse. — Isso não dá certo. Amar você.

— Por quê? — perguntei. — Claro que dá certo! O problema é que...

— O problema é que isso é exaustante. — ele me interrompeu. — É exaustante amar alguém que você nem conhece e nem confia em você. — deu uma pausa. — É exaustante pra caralho te amar.

— Quer saber alguma coisa sobre mim? — perguntei. Ele não contestou, apenas me esperou dizer algo. — Eu ainda gosto de você, Summers. — falar aquilo foi mais difícil do que parecia. Tive que engolir todo o meu orgulho e fingir que não tinha nada a esconder. Fiz uma força enorme para dizer aquelas palavras sem gaguejar ou simplesmente parar no meio da frase. — E essa é a pior coisa sobre mim. Você não faz a mínima ideia do quanto que eu tentei esquecer você, mas... É inútil. Não importe o que aconteça, eu ainda me importo com você. Pronto. Agora você sabe o maior segredo de Sam Watters.

De algum modo, ele não estava surpreso ao ouvir as minhas palavras. Matt demorou um pouco para responder, o que me fez ter certeza que iria levar o maior fora de todos os tempos.

Aquilo era uma tortura. Por que ele não me dava o fora logo?

— Eu vou me odiar depois por fazer isso, mas... — respirou fundo. — Vamos começar tudo de novo. Eu vou fingir que não nos conhecemos e que tudo isso nunca aconteceu. — ele deu uma pausa. — Oi, eu sou Matthew Summers.

Tentei segurar um riso.

— Isso é ridículo, Summers.

— Olha, estranha, eu não faço ideia do que ele está falando. — fingia que era sonso. — De qualquer jeito, eu te achei bonita e quero saber o seu nome.

Entrei no jogo dele. Matthew não iria parar com esse joguinho até que eu o jogasse.

— Eu sou Sam Watters. — disse. Começaram a tocar uma música de fundo. Algumas pessoas começaram a dançar.

— Bem... O que você acha de dançar Srta. Watters? — ele propôs sorrindo.

Aquilo era ridículo. Mas eu teria que ser ridícula como ele.

— Eu adoraria, Sr. Summers. — disse sorrindo.

Não falamos mais nada. Apenas nos juntamos as pessoas e dançamos lentamente, apenas ouvindo o som da música. O meu cérebro se livrou de qualquer pensamento ou paranoia do que poderia acontecer depois desse baile. Eu só esqueci tudo por uns três minutos. Fingi que o meu cérebro não existia e que tudo estava bem. A guerra não existia, Lewis, Gordon e Stephen eram totalmente desconhecidos pra mim.

Mas três minutos de calma e paz eram demais para mim.

Aaron descia a escada velozmente, pulando os últimos oito degraus. Ele correu em minha direção e me separou de Matthew. Os convidados pararam. A música tinha ido embora para outra dimensão. Quase todos os convidados encararam Aaron e pegaram suas armas que estavam escondidas. Uma minoria — eu fazia parte dessa minora — foi surpreendida por esse movimento. Um homem que dançava ao meu lado com uma ruiva agora estava apontado um revolver para a minha cabeça, enquanto o seu outro braço também apontava um revolver para Aaron. Mirava bem no seu coração. A ruiva apontava um revólver para a cabeça de Matt. Eu olhei para o outro lado do salão, e tinham dois homens apontando o revolver para a cabeça de Helena. Victoria, Sr. Webb e Kristen estavam na mesma situação.

Eu sabia que isso iria dar errado.

Lewis descia as escadas lentamente. A cada segundo que se passava, eu tinha que resistir ao meu instinto de revidar. Era torturante. Eu conseguia ouvir os corações batendo, todos em seus próprios padrões, em seus próprios ritmos. Queria arrancar cada um deles. Mas eu sabia que se fizesse isso, não iria resultar em nada útil. Eles matariam Victoria, Kristen, Matt, Aaron, Sr. Webb ou Helena. E se eu agisse, amanhã iria estar estampado nos jornais como a assassina aqui estragou um baile perfeito matando inocentes. Era uma cilada perfeita. Deu vontade de bater palmas para Lewis, porque ele conseguiu me colocar em uma situação terrível.

Quando ele tinha acabado de descer a escada, andou lentamente na minha direção, olhando fixamente para mim. Eu era o espetáculo principal de tudo aquilo. Ele armou tudo aquilo especialmente para mim. Seus olhos me encaravam desafiadamente, e o som do seu coração batendo se juntava com os sussurros em latim do local. Eu precisava fazer algo. É terrível a sensação de ficar impotente.

— Sam Watters... — Lewis dizia lentamente o meu nome como se estivesse o saboreando. O líder dos The Owners se aproximou de mim e pediu para que o homem largasse a arma que estava apontando para a minha cabeça. Ele cumpriu a ordem imediatamente. — Como está? Ouvi dizer que estava na explosão da arena de dragões perto do México.

— Eu estou bem, Lewis. Obrigada por fingir que se importa. — disse fingindo um sorriso sarcástico. — Pare de fingir sobre os dragões. Todos sabem que foi o Gordon e aquele governo imundo que explodiu.

Gordon, do outro lado, que estava sendo segurado por dois engravatados me lançou um olhar furioso.

— Inteligente. — comentou. — O que você acha de uma explosão aqui agora?

— Eu acho que é perfeito. — disse ainda sorrindo. — Seria a melhor oportunidade para dar um fim a essa guerra e implantar o seu governinho idiota no mundo.

— É uma pena que não pense como o seu irmão, Sam. — ele dizia. — Vocês são tão diferentes. Ele é mente aberta, cheio de vida, e você... — deu uma pausa. — Quem diabos é você?

— Se eu fosse um homem, as chances de eu ser seu namoradinho falso como o Chris deveriam ser altas. Então isso deve responder a sua pergunta. — eu disse sarcasticamente. Algumas pessoas seguraram o riso. Duas dessas pessoas levaram um tiro na cabeça.

— Você vê? — perguntou Lewis. — Isso é o que acontece com quem se opõe a mim, e isso irá acontecer com você logo.

— Então vá em frente. — o desafiei. — Peça para que as suas vadiazinhas me matem. Não vai fazer diferença mesmo. Você irá ganhar a guerra de qualquer jeito.

— Ao menos você sabe desse fato. — disse Lewis. — Eu irei livrar o mundo dessa maldição das criaturas sobrenaturais. Eu irei fazer um mundo seguro sem aberrações como você.

— Então você teria que matar Chris. — disse. — Ele é um vampiro, sabe? Uma aberração ambulante. Uma ofensa a mortalidade humana.

Lewis se calou.

— E é aí onde o seu plano falho, Ed. — o chamei pelo o apelido de infância. A expressão de Lewis estava séria. — Você não passa de um clichê. Seus pais eram uns imbecis que não te davam atenção, então você cresceu alimentando ódio por alguém, culpando alguma pessoa por seus pais serem assim. E essa pessoa fui eu. Você sempre foi do tipo que adorava estudar sobre lendas e criaturas sobrenaturais e acabou descobrindo que eu sou uma dominadora. Mas então achou que eu tinha morrido como os meus pais, então a ideia dos dominadores ficou na sua mente durante todos esses anos. Você descontou seu ódio entrando nos The Owners e criando uma guerra. — dei uma pausa. Todos estavam boquiabertos. — Seu plano vai falhar uma hora ou outra, mesmo que seja você que vença a guerra, Lewis. Porque você não passa de um clichê berrando por atenção. — sorri sarcasticamente pra ele no final.

Todos estavam boquiabertos e surpresos ao ouvirem aquilo. Parecia que eu tinha dito uma blasfêmia a algo sagrado e perfeito. Lewis estava claramente irado. Tudo tinha ficado mais tenso do que já estava. Se Lewis estava furioso, então significa que isso é realmente verdade.

Eu merecia ganha algum prêmio por acertar uma coisa como essa.

— Matem-na. — Lewis disse secamente por final.

Foi aí que resolvi agir.


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Notas finais do capítulo

NO PRÓXIMO CAPÍTULO TEREMOS: TRETA AHUEAHUEA -q

Okay pessoas, não tenho muito o que falar aqui, então, COMENTEM o que acharam/se tem algum erro/teoria ou sei lá e até o próximo o/



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