Obsession escrita por Desconhecida


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Tudo bem com vocês? O que vocês estão achando da história até agora? Me deem a opinião de vocês sobre os casais e se por acaso, vcs tem algum personagem favorito. (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555305/chapter/9

Tinha acabado de chegar em casa e enquanto deixava minha bolsa em cima da cama, percebi que meu celular tinha quatro mensagens de voz.

Mensagem 1:

“ Clara? Hm, eu sei que isso é estranho mas eu queria saber se por acaso você não estaria afim de sair qualquer dia para tomar um café... Eu sei que não tenho direito nenhum de pedir pra você me escutar, mas gostaria de poder te explicar tudo que aconteceu, eu sei que te magoei muito e não te culpo por me odiar... – Dylan amor, vem pra cama! Com quem você tá falando? ­­ ­‑ Eu tenho que ir, por favor, só me dá uma chance para eu poder me desculpar direito com você’’

Pressionei os olhos com força. Por mais que eu fizesse de tudo para esquecê-lo e para mostrar que havia superado todo aquele drama, parte de mim sabia que fingir era a minha única maneira de conseguir seguir em frente. Tomar um café. Por que eu aceitaria tomar um café com ele?
Eu tinha percorrido um longo caminho para provar, não só para Header, mas para mim mesma de que eu não precisava dele para nada, eu não preciso dele e muito menos de seu pedido inútil de desculpas, ou melhor, não preciso de seu sentimento de culpa.

Mensagem 2:

“ Clara, aqui é da CAA, estamos ligando para confirmar que seu currículo foi bem visto pela nossa equipe e você está oficialmente aceita em nossa agência de atores, daqui algumas semanas passaremos a ligar para você com sugestões para alguns papéis que se encaixam perfeitamente em seu perfil. Parabéns Clara Delduque, você está um passo mais próxima do sucesso. ”

Eu mudei de agência há um tempo. Quando percebi que não estava conseguindo mais nenhum papel e que provavelmente, já estava sendo deixada de lado pela minha antiga companhia, resolvi que seria uma boa hora para mudar de cenário e tentar entrar em uma das melhores agência de atores em Los Angeles, Creative Artists Agency, também conhecida como CAA. Eu só não falei nada para ninguém e muito menos para Header, pois não queria deixar minhas expectativas muito altas, até mesmo porque parecia ser muito difícil conseguir entrar, mas aparentemente eu consegui. Abri um enorme sorriso e aliviada esperei escutar as outras mensagens.

Mensagem 3:

“Sumidaaa! Esqueceu de mim? Esqueceu do Tyler aqui? Então você acha que é assim, né? Não é só porque sua temporada na série acabou que você pode dá um perdidão na gente e desaparecer por um ano! Sim, eu cacei seu número de telefone, já que a senhorita trocou o outro né... Enfim, eu sei que eu deveria ter te procurado antes, mas as coisas estavam uma bagunça, eu estava super ocupado... Você sabe como é né? – Silêncio – Nós deveríamos sair algum dia desses, er. Me liga, ok?”

Saudades do Tyler. Eu afastei todos com quem eu me dava bem com medo de que acabasse embarrando com Colton ou Dylan. É, pode me chamar de covarde por preferir fugir a enfrenta-los... Talvez eu seja mesmo. Só que o McCall sempre foi um amigo muito especial, na verdade, foi uma das poucas pessoas que não me julgaram quando tudo aconteceu e ele sempre foi tão carinhoso e engraçado... Quem sabe eu não ligo de volta?

Mensagem 4:

“ Filha! Você esqueceu mesmo da sua mãe né? Nem me liga mais... Só fica mandando essas mensagens, já te falei que prefiro militar vezes ouvir o som da sua voz! Tô com saudades bebê. E como vai esse negócio de ser atriz? Espero que não tenha se submetido a nenhuma nudez ou teste do sofá... Tem certeza que não quer voltar para cá? Aparentemente as coisas ainda não deram muito certo para você, tudo bem, acontece. Sempre achei que você daria uma ótima advogada, que nem seu pai! Ainda dá tempo de assumir os negócios da família.
– Suspiro – Ok. Eu só estou preocupada com você, eu te amo tá? E vê se me liga mais!”

Fim das mensagens.

Mamãe e os negócios da família. Ela nunca superou o fato de eu ter escolhido o ramo das artes em vez de direito, nem preciso comentar a tremenda briga que tivemos quando disse a ela que ia me mudar para outro país em busca de melhores oportunidades de trabalho. Só que ela está certa, é melhor eu decolar logo nessa carreira antes que seja tarde de mais para voltar atrás. Por esse motivo, estabeleci um prazo de mais um ano, se nada der certo até lá voltarei para o Brasil e assumirei o negocio da família.

Dedos cruzados para que isso não aconteça.

Deixei meu corpo cair na cama e peguei no sono enquanto tentava decidir para quem eu devia ligar no dia seguinte.

– Bom dia – Cumprimentei Ryan.
– Bom dia – Sorriu, deixando as panquecas em um prato enquanto adicionava mel.
– Preciso de um conselho – Disse direta.
– É comigo mesmo – riu – O que te aflige?
– Ontem eu recebi uma mensagem do Dylan pedindo para que eu lhe ligasse de volta, ele queria sair e se explicar...
– Você realmente tá considerando isso? – Me interrompeu.
– Na verdade, não. Mas eu queria saber o que você acha – Dei de ombros
– Bom... – Parou para refletir. – Acho que você deveria aceitar... – Disse cautelosamente.
O olhei confusa.
– Por quê?
– Qual foi sua promessa de ano novo?
– Depende, fiz promessa para emagrecer, para conseguir um trabalho, para ficar rica, para contracenar com Brad Pitt... – Disse rindo
– Não... – Rolou os olhos – Qual foi a promessa de ano novo?
Hesitei. – Seguir em frente. – Disse encarando as panquecas.
– Então pronto, sei que por mais que você se esforce para mostrar a Header que está completamente bem, no fundo, você continua remoendo tudo.
– E como falar com ele faria com que eu seguisse em frente? – Disse.
– Falando com ele você conseguiria aceitar melhor tudo que aconteceu, até mesmo entender e parar de se culpar pelas coisas terem dado errado... – Deu um meio sorriso.
Fiquei olhando para o nada por alguns minutos considerando a possibilidade de Ryan estar certo.
– Até que esse seu mestrado em psicologia tá servindo para alguma coisa – Ri
– Mas eu acabei de começar... – Riu
– Já tô vendo resultado – Dei de ombros rindo.
– Então vai falar com ele?
– Não sei – Suspirei.

Após uma semana, CAA me ligou marcando uma audição para uma série de comédia chamada ‘’Turn the lights off” (Apague as luzes), onde eu faria uma adolescente mimada chamada Diana. A agência não tinha me dado muitos detalhes sobre a personagem, eles apenas mandaram o script e o endereço da locação.

Episódio Piloto de Turn the lights off.

Diana (Clara Delduque): Mas mãe eu não fiz nada de errado! A culpa é do Jack que não me deixa em paz
Jack (Theo Joans): Nem vem Diana, olha o que você fez com o meu cabelo! – Apontou para o cabelo laranja.
Diana: Eu falei para você não usar o meu shampoo ué – Dei de ombros – Você não me escutou e o karma te deixou com esse cabelo – ri.
Jack: Karma?- A encarou - Você não presta!
Mãe (Larissa Kent ): Jack, olha a boca!
Diana: É Jack, olha a boca – Ironizou – Se não dá próxima vez o que vai ficar laranja são seus dentes!
Mãe: Diana você tá de castigo, três finais de semana sem sair de casa, nada de festa, nada de shopping, nada de garotos!
Diana: O que? – Gritou – Tá louca? Como eu vou sobreviver?
Jack ri da desgraça de sua irmã.
Mãe: Você também! Sem vídeo game, sem futebol, sem garotas! – Disse séria
Jack: Mulher, você endoidou de vez se acha que Jack Pett vai ficar sem suas gatas! Elas não vivem sem mim
Diana o olha com nojo.
Diana: Tenho certeza que elas conseguem viver sem um cara que fala de si mesmo em terceira pessoa.
Jack: Olha só garota...
Mãe: Para o quarto vocês dois, agora!

–--- Fim da cena ----

“ Entraremos em contato o mais breve possível’’. Foi o que o diretor falou assim que acabou a cena.

– Boa sorte – Theo piscou
– Pra você também – Sorri.

Estava chegando em casa quando meu celular tocou.

– Alô?
– Tá ocupada?
– Não – Hesitei.
– Me encontra no café daqui a meia hora?

Fiquei em silêncio.

– Ok.

Não sabia direito como eu iria reagir ao vê-lo, sabendo que teríamos que falar sobre o assunto que tentei evitar por tanto tempo. Mas já estava na hora de colocar um ponto final nessa história, parar de fugir, parar de acreditar que ainda havia alguma coisa entre a gente, por incrível que pareça eu não queria esclarecer tudo, não queria seguir em frente, porque pelo menos assim sentia que nós dois fomos algo além de um caso.
Estava frio e meu sobretudo preto não estava mais dando conta do recado, então corri para dentro do café onde um bafo de ar quente logo me aqueceu.
Olhei em volta, havia vários casais abraçados tomando chocolate quente e rindo a toa de qualquer bobeira que sussurravam.
Meu coração deu um pulo quando vi Dylan sentado perto da janela, ele encarava sua xícara de café, parecia estar perdido em seus próprios pensamentos e seu casaco cinza o dava um ar de mistério, ou podia ser apenas meu consciente curioso para saber o que ele iria dizer. Aproximei-me devagar de sua mesa e sentei.
– Oi. – Tentei sorrir.
– Oi. – Ele abriu um pequeno sorriso.
– Então... O que você queria me dizer?
– Eu sei que não existem palavras suficientes que possam fazer com que você me perdoe, eu estraguei tudo entre a gente... - Hesitou - Mas o que acontece é que eu tinha um contrato com empresária de Britt.- Disse rapidamente.
Antes que eu pudesse abrir a boca para protestar, ele continuou.
– Na verdade, tínhamos um contrato que dizia que deveríamos namorar por um ano, mas como você bem sabe, estávamos juntos a dois anos.
– Um contrato? – O encarei incrédula.
– Sim. – Suspirou – Era uma forma de publicidade, os fãs dela me conheciam e passavam a serem meus fãs também e vice versa. Assim, todos começaram a ‘’shippar’’ a gente, não sei se você já ouviu esse termo...
– Já. – O cortei. – Quando todo mundo passa a torcer por um casal – Disse séria.
– É. – Confirmou – Depois de um ano fingindo gostarmos um do outro, eu acabei realmente me apaixonando por ela.
Olhei para baixo fugindo de seu olhar preocupado.
– Já que estávamos apaixonados um pelo outro, resolvemos manter o acordo por mais dois anos, só que nesse meio tempo eu te conheci e bom, o resto você já sabe.
Continuei olhando para o chão, minhas mãos estavam suando frio e eu estava fazendo de tudo para não perder a razão e começar a gritar com ele.
– Fala alguma coisa – Segurou uma de minhas mãos
Levantei a cabeça e pressionei os lábios com força.
– Você tá dizendo – Tirei minha mão de perto da sua – que você terminou comigo, deu aquela entrevista, não me procurou por um ano, voltou com sua ex por causa de um contrato de publicidade? – Disse com raiva
Ele abaixou a cabeça sem dizer nada.
– Não, calma, melhor de tudo, você deixou com que eu achasse que a culpa disso tudo foi minha!
– A culpa não foi sua, como você pode ter achado que a culpa foi sua? – Me olhou assustado.
– Não sei. – Disse estressada – Você dá a porra de uma entrevista falando que eu era louca e que eu “confundi os sinais”. E ainda por cima tava esperando que eu não acreditasse que a culpa foi minha?
– Clara, eu...
– Dylan me responde só uma coisa... – O encarei – Você chegou a gostar de mim? Ou tudo foi apenas um "acordo’’ com a sua empresária para criar um escândalo de traição e te tornar ainda mais polêmico e famoso?

Todos nos observavam, mas eu não ligava, eu só queria acabar com aquilo e se fosse preciso arranjar um barraco para fazê-lo falar finalmente a verdade, eu faria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!