All You Need Is Love escrita por Stefany


Capítulo 1
Sarah, você vai morar com seu pai!


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão?
Então, primeira fic aqui no Nyah!, mas ok, vou dar o meu melhor sempre!
Ahn... o que mais ia falar mesmo? Juro que esqueci (risos.)
Então, se quiserem me seguir no twitter (fc pra Fly, não liguem), podemos nos comunicar por lá: @mofasfly
Vamos ao capitulo!



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olhar no espelho antes de ir pra escola sempre foi um sacrifício, ver que meus olhos azuis escuros não brilhavam, e meus cabelos loiros e longos demais não tinham mais graça, talvez eu esteja na pior fase da adolescência, ou sei lá, talvez eu esteja na minha pior fase, e que tudo podia melhorar daqui pra frente.

Quem sou eu? Eu realmente não sei, até uns anos eu tinha certeza, eu era uma menina exemplar, linda, patricinha, se é que esse título ainda existe, aos doze anos eu tinha tudo que uma menina quer. Mas acabou, e não me arrependo de ter acabado com isso, me sinto melhor sendo ninguém, do que sendo o que eu era antes, acho que a época de ser menininha acabou, tá na hora de crescer.

Respondendo à pergunta... Me chamo Sarah, Sarah Albuquerque, tenho 16 anos, a idade das dúvidas, diria, porque hoje eu nem sei que curso vou prestar no vestibular no final do ano, e claro, tenho apenas 11 meses para pensar, pode parecer muito tempo quando você não tem uma dúvida tão crucial, ela que vai decidir minha vida.

Dizem que amar e ser feliz é o que realmente importa, mas sinceramente? Não acredito nisso. Não creio que haja amor, e felizes pra sempre, não creio em nada além do esforço e da amizade, acho que a vida não vai me fazer sofrer a ponto de amar alguém, eu não quero amar ninguém, ter que deixar de lado minha vida, minhas amizades, meu tudo, por alguém. Acho que nunca faria isso por ninguém.

Desço as escadas devagar e encontro com minha mãe sentada tomando café e distraída. Caminho em sua direção e sento-me a sua frente, começando a tomar café.

— Temos que conversar, Sarah. – Ela falou me encarando seria.

— Pode falar, mãe.

— Você vai morar com seu pai. – Ela fala seria, olha para o chão e continua – Você tem que fazer isso, filha, me desculpa.

— Posso, pelo menos, saber por quê? – Falo já irritada.

Morar com meu pai iria piorar o nada que eu já era, ia perder meus amigos, além de ficar longe das pessoas mais importantes, meu irmão e minha mãe. Mas se ela mesmo tomou essa decisão, algo de errado há, e eu vou descobrir.

— Ele convidou, e eu achei que seria uma boa ideia, vocês mal se conhecem, e seu pai te ama muito, filha. – Ela suspirou.

— Não vai mesmo me contar a verdade?

— Eu fui transferida pra Europa, e acho uma boa ideia você ficar no Brasil até os dezoito, pelo menos. E outra seu irmão não pode ficar sozinho com ele.

“Europa”, ela vai pra Europa e vai me deixar em São Paulo? Não pode ser, não vai ser.

— Mas mãe...

— Sem mais, Sarah. Você vai e está decidido. – Ela levanta da mesa – Agora vá pro seu quarto e arrume suas coisas. – Levanto e vou devagar até a escada – Às dezoito horas esteja pronta! Seu voo é às 19h.

Subo as escadas correndo, e vou pro quarto do meu irmão. Bato na porta e ele me manda entrar.

— Oi... – Falo baixo

— Sarah, eu não quero morar com o papai. – Ele diz chorando encolhido em sua cama.

— Ei, Enzo, juro que vai ficar tudo bem, é só por um tempo. – Sento-me ao seu lado o abraçando.

— Promete que vai cuidar de mim e não vai fazer besteiras? – Ele diz me encarando.

— Claro que prometo meu amor, estamos juntos, como sempre estivemos tá? – Faço carinho em seu cabelo e ele sorri assentindo.

Claro que deve ser muito mais difícil para uma criança de 10 anos ficar longe da mãe do que pra mim, ainda mais ele, que sempre foi muito apegado a nossa mãe, ela não podia deixa-lo assim. Mas, pelo visto, ela não se importou com isso.

Nessas horas que eu agradeço por sempre ter uma boa relação com meus pais e com meu irmão. Meu pai sempre nos acompanhou de longe, as férias eram sempre na casa de praia da vovó, em Búzios, e São Paulo sempre foi minha segunda casa, depois de BH. Mas meu irmão não se acostumou muito com meu pai, já que tinha 2 anos quando eles se divorciaram, mal o conhece, já que nas férias, eles mal conversam.

Meu pai é casado, tem outra filha, de 4 anos, ou seja, Enzo iria perder totalmente o mimo que minha mãe e eu o dávamos. Na verdade, eu quero continuar o mimando como minha mãe sempre fez com a gente, e sei que, mesmo na Europa, ela irá sempre nos dar a atenção de sempre.

— Pense como estivéssemos de férias, Enzo.

— Mas as férias são no Rio, e não em São Paulo, mana. – Ele resmunga.

Enzo, deixa eu te explicar uma coisa, que nem eu entendi ainda, mamãe vai pra Europa, lá cuidar dos filhos, sozinha, é mais difícil, e temos que conviver um pouco com o papai e com a Manuela. - Falo olhando seus olhos pararem de correr lágrimas. – Agora, lava o rosto e vai tomar café, jajá mamãe vem te ajudar a arrumar tuas coisas. – Dou um beijo em sua testa e vou para o meu quarto.

Olho cada canto dele, como se fosse a última vez. Deito na cama, olhando para o teto, e começo a pensar em todas as lembranças que já tive aqui, a lembrar como ele era a dez anos atrás, cor-de-rosa, na última reforma, em que o deixei branco, em quando era pequena, todo azul claro. Em como o closet aumentou de lá para cá, em como o banheiro foi se enchendo de maquiagem, em como as roupas foram mudando, em como eu mudei.

Na parede, um mural de fotos de viagens, me lembra meus amigos, as cartas ali coladas, minhas primas, e claro, a melhor viagem da minha vida, quando eu conheci Londres, meu lugar no mundo, digamos assim, o melhor lugar que já visitei, e que um dia ainda vou morar.

Ao lado da cama, um porta-retratos, o pego e observo a foto, eu e meu irmão, o sorriso, o brilho nos olhos, de ambos, me faz chorar ainda mais. Quando eu vou voltar a sorrir assim? E minhas dúvidas, meus amigos, minhas teorias sobre o amor, tudo tão concreto e, agora, eu nem sei se sei o que eu pensei mais cedo.

Seco as lágrimas, levanto e pego minha mala grande, a abro sobre a cama e começo a pôr as roupas, cada uma tem uma história, e cada uma me sorrir ou chorar mais. Com 80% das minhas roupas ali, começo a arrumar as minhas coisas pessoais, coloco um caderno, o folhando antes, frases, fotos, textos, coisas que só eu sabia que existia, e ele nem era meu diário. Pego outro caderno na gaveta do criado-mudo, meu diário, textos que ninguém nunca leu, pego minha corrente, com a chave, e leio o texto da primeira folha.

“Querido diário,

Como é bom escrever o que sinto, como é bom ter você. Nunca fui boa com isso, mas posso tentar, porque é a melhor sensação do mundo, desabafar com “alguém” que nunca contaria nada a ninguém, e olha, eu só tenho 12 anos, não sei se vou escrever em você até amar, eu nem sei se vou amar.

Eu sou linda, loira, olhos azuis e amo rosa, todo mundo diz que sou muito legal, isso é, sou popular! Sou a melhor aluna da sala também, ou seja, sou demais.

Bom, diário, agora vou dormir, porque a mamãe tá mandando, e o Enzo, meu irmão, já tá dormindo.

Sarah.”

Dou risada do meu texto, ou projeto de texto, aos doze anos e folheio mais o diário, lendo páginas que me fazem chorar, as páginas da viagem, as páginas assinadas pelos meus amigos, tudo ali pra eu nunca mais me esquecer que já passei por aquelas coisas.

Guardo o caderno todo rosa com a Barbie na capa, na mala e coloco meus porta-retratos ali também. Fechando aquela mala. Arrumo minhas maquiagens e perfumes numa mala menor e minha bolsa.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que sim!
Mereço Reviews? Vai, acho que sim, hein?
Ah, vou postar um dia sim e outro não.
Beijo,
Stef.



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