Intentum escrita por Dehnoh


Capítulo 16
A foto


Notas iniciais do capítulo

Intentum chegando em sua reta final T^T



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09 de junho de 2015,

A luz já incomodava meus olhos ainda fechados, abri-os lentamente e pude ver os primeiros raios solares invadindo minha visão, apalpei o local onde estava deitada e ao voltar meus olhos para baixo deparei-me com um corpo nu envolvido nos lençóis, olhei para cima e encontrei o rosto de Pollux ainda preso ao sono, levantei-me lentamente para não acorda-lo, puxei a camisa dele que estava jogada ao chão e a vesti, Pollux movimentou-se um pouco e virou seu corpo para o outro lado da cama, fitei-o por alguns minutos, sua costa larga a mostra, o cabelo espalhado em seu rosto e no travesseiro, o piercing verde reluzente, suas pernas despidas, o lençol cobria apenas o necessário. Caminhei em direção ao banheiro da suíte e lá me refresquei com um banho lento, estava filtrando a quantidade de coisas que haviam acontecido no dia anterior e como havia finalizado este, talvez a ultima parte seja um sinal para um novo começo.

Sai do banheiro envolvida em uma toalha e deparei-me com Pollux já acordado e sentado na cama, ele esfregava os olhos tentando acordar, em seu corpo já havia a calça de seu pijama.

– Acordou? – direcionou-me seus olhos sonolentos ao ouvir minha voz.

– É o jeito né?... Hoje tem trabalho. – disse levantando-se e caminhando em minha direção.

Ao chegar próximo apenas bagunçou-me os cabelos e se dirigiu ao banheiro, fui até o guarda-roupa e puxei um vestido longo preto, vesti-me e sai do quarto, os empregados já estavam todos na ativa, sentei-me à mesa e comecei a tomar o café, quando já estava prestes a finalizar senti duas mãos pousarem em meus ombros.

– Nem me esperou! – disse ironicamente Pollux

– Estava com fome – resmunguei.

– Fome é?... – perguntou lançando-me um olhar pervertido, desviei os olhos para o chão evitando ruborizar em sua frente dando mais motivo para que ele falasse perversões.

Ele pegou um pedaço de pão e levou até a boca observando os alvoroços dos empregados arrumando o apartamento, terminei de tomar o café e pousei a xícara em cima da mesa, assustei-me quando senti os dedos de Pollux encostarem em minha mão e lá acariciar um pouco, direcionei meus olhos surpresos para ele que ainda fitava os empregados, soltei um leve sorrindo enquanto pousava minha outra mão sobre a dele.

– Termina logo o café, temos que ir logo para a empresa – levantei-me e fui em direção ao quarto arrumar minhas coisas para o trabalho.

. . . .

Chegamos atrasados na empresa, por volta de 8h, corri para minha sala e Pollux para dele, antes que ele pudesse entrar, segurou meu pulso o que fez parar meus passos rápidos, puxou-me para próximo e encostou seus lábios aos meus, em seguida lançou-me um leve sorriso e entrou em sua sala.

Quando finalmente cheguei à presidência fitei o enorme monte de papel já esperando por mim em cima da mesa, sentei-me na cadeira e comecei a ler um por um dos documentos, peguei o balancete do mês e vi que havia tido uma queda, puxei o telefone da sala e pedi para que minha secretaria chamasse Pollux, depois de aproximadamente quinze minutos a porta foi aberta revelando Pollux surpreso pela minha chamada.

– O que houve? – perguntou sentando-se em uma das cadeiras à minha frente que ficavam ao lado oposto da mesa.

– Olha – disse enquanto mostrava-lhe o balancete.

– Ah sim, isso se dá graças à crise que estamos passando, houve uma pequena desvalorização da moeda...

Durante a explicação de Pollux pude ouvir um alvoroço do lado de fora da sala, o barulho acabou desviando nossa atenção e passamos a fitar a porta, ouvi a voz de minha secretaria falando, “Senhor não pode entrar sem ser anunciado!”, e em seguida uma voz grave, “Isso não me importa!”, esta reconheci sendo de meu pai e percebi que Pollux também reconheceu.

A porta foi aberta bruscamente revendo o rosto sério de meu pai sendo seguido do senhor Rodham, este fechou a porta atrás de si.

– Posso saber o que passa na sua cabeça Hanne?!

Levantei-me ao ouvir as palavras ao grito de meu pai, Pollux também se levantou, caminhei em sua direção sem entender o que estava havendo, fui surpreendida pelo golpe dos dedos de meu pai em meu rosto, permaneci com a cabeça virada para o lado assustada pelo tapa, a dor levemente foi aparecendo, segurei o local atingido e direcionei os olhos lacrimejantes para ele, senti as mão de Pollux puxar-me e me arrastar para trás de si.

– Mas o que está havendo? – a voz de Pollux era grave e autoritária, ele encarava meu pai nos olhos transmitindo fúria pelo que havia acontecido.

Meu pai apanhou um pedaço de papel que estava em seu bolso e jogou em nossa direção, este foi apanhado por Pollux, ele desdobrou e nossos olhos se abriram ao nos depararmos com a imagem presente, era uma foto impressa minha e de Patrick nos abraçando na frente da pousada, meu coração ficou agitado, senti uma corrente quente percorrer meu corpo, “Como isso é possível?” – pensei, rapidamente lembrei-me do som de maquina que havia escutado, agora tudo fazia sentido, era o som de uma câmera fotográfica registrando o momento. Senti as lagrimas começarem a percorrer meu rosto.

– Pai... – comecei – eu já estava com ele muito antes de me casar – tentava me explicar entre soluços.

– Você sabia qual era seu destino Hanne!!! – dizia aos gritos.

– Eu não pude evitar... O amava...

Meu pai tornou a levantar sua mão fazendo menção de me dar outro tapa, porem Pollux arrastou-me mais ainda para trás de si, isto fez com que meu pai encarasse Pollux e sendo retribuído com os olhos verdes sombrios, abaixou a mão e fitou-me.

– Você é uma vadia, reze para que ninguém mais veja esta imagem. Sorte que ela foi apenas enviada para meu e-mail por um usuário anônimo – dito isto saiu da sala, deixando apenas eu, Pollux e o senhor Rodham lá dentro.

Olhei para o pai de Pollux que nos encarava, abaixei o rosto saindo de trás de meu marido.

– Desculpe senhor... – disse entre lagrimas.

Ele fitou-me com olhos de piedade e depois olhou Pollux que se preparava para falar.

– Pai o senhor sabe que já tínhamos uma vida antes do casamento... Mas acredite já deixamos isso de lado – seu pai encarou-o tentando entender as palavras – deixamos de ser casados apenas na teoria ontem à noite.

Os olhos surpresos de Nathan Rodham caminharam entre nós dois e em seguida entendeu.

– Espero que estejam certos do que estão fazendo crianças. – passou a mão levemente em meus cabelos e em seguida saiu da sala.

Minhas lagrimas voltaram mais intensa no momento em que ele saiu, a minha vida havia despencado, senti-me sendo envolvida pelos braços de Pollux, meus soluços eram abafados por seu corpo, a dor do tapa de meu pai estava doendo, mas não tanto quanto meu coração.

– O país está em crise, mas acho melhor vender minha parte na empresa de minha família – direcionei meus olhos para Pollux tentando entender suas palavras – se esse assunto explodir será um caos, se eu vender poderei ter dinheiro para nos sustentarmos por um longo tempo, se mandaram isso para o e-mail de seu pai então só pode ser um aviso que logo isso explodirá na Inglaterra. – afirmei com a cabeça, ele tinha razão, Pollux tinha o pensamento rápido.

Senti seus dedos percorrerem meu rosto limpando as lagrimas que ainda escorriam, rapidamente envolvi meus braços em seu pescoço pressionado seus lábios nos meus, o beijo dele era quente e calmo, a única coisa que me fez ficar mais calma naquele momento era seus lábios. Separamos-nos lentamente e Pollux passou a fitar-me, em seguida abriu um leve sorriso em seu rosto.

– Fica calma, vai ficar tudo bem – dito isto deu-me um beijo na testa e saiu de minha sala.

. . . .

O dia inteiro foi silencioso e calmo, acabei fazendo algumas besteiras com uns documentos, minha cabeça não estava no trabalho, resolvi finalizar meu dia às 18:30, desci e fui para a garagem esperar Pollux, depois de trinta minutos ele finalmente apareceu, olhou-me surpreso por eu ter chego antes, puxou a chave e destravou o carro, entramos e ele deu partida logo saindo da garagem da empresa.

– Consegui, vendi minhas ações – olhei-o surpresa com a notícia – a partir de amanhã não vou mais trabalhar com você, vou começar a procurar outro lugar para trabalhar – aquela noticia acabou me deixando triste, desviei meus olhos e passei a fitar o chão.

. . . .

– Anna, estou em frente a sua casa, vem aqui comigo? – dizia Serin ao telefone.

A loira rapidamente foi em direção à porta e a abriu, ele a fitava com o olhar triste, ela deu passagem para que entrasse, caminharam e foram até o quarto de Anna.

– O que houve Serin? – perguntou a garota

– Estou preocupado com minha irmã, meu pai saiu de casa enfurecido, voltou pior ainda, perguntei o que havia acontecido e ele me mostrou uma foto dela em seu e-mail junto com um cara que não era seu marido, meu pai agora está com ódio dela.

– Nossa... – exclamou Anna.

– O pior vai ser se mais gente descobrir isso, não entendo por que ela traiu o Pollux...

O nome citado por Serin fez Anna congelar, se perdeu em seus pensamentos por alguns segundos, depois voltou a fita-lo, este estava a encarando sem entender sua reação.

– Como disse que era o nome do marido de sua irmã?....

– Pollux... Por quê?

. . . .

Chegamos ao apartamento exaustos, os empregados já estavam pondo a mesa para o jantar, entramos no quarto guardando nossas coisas e puxando uma toalha para irmos tomar banho, fomos surpreendidos pela campainha que tocava exageradamente.

– Estranho, nem interfonaram – notou Pollux.

Os ruídos do lado de fora do quarto mostravam a voz de meu irmão perguntando para um dos empregados onde estávamos, depois pudemos ouvir os passos dele se aproximando e logo abrindo a porta da suíte.

– Pollux seu desgraçado!! – gritou Serin apanhando a gora da camisa de Pollux.

– Serin!! Que isso?! Para! – gritei tentando separá-los.

– Esse cretino desgraçado!! Agora entendi porque você o traiu Hanne! Porque ele também te traia! – Serin levantou a mão direita fechando-a preparando-se para golpear Pollux que apenas o encarava, antes que pudesse fazer isso segurei seu braço e impedi.

– Para Serin! Não é nada disso! Eu já conhecia o Patrick antes de casar! Já estava com ele! Assim como Pollux com Anna!

Serin fitou-me abaixando seu braço, encarou-me incrédulo.

– O que?

– Eu e Pollux fizemos um pacto quando casamos, que um acobertaria o outro para ir ver a pessoa que ama.

Serin tentava digerir a informação, sua respiração estava rápida, seu rosto estava fervendo, veias saltavam de seu pescoço, voltou seus olhos para Pollux e engelhou a sobrancelha.

– Então porque abandonou Anna?! – aquela informação me fez olhar surpresa para Pollux – porque a fez sofrer?! Por quê?!!

– Porque passei a amar Hanne – disse seco.

Eu e Serin tivemos a mesma reação, assustamo-nos com as palavras que foram dias, meu coração se agitou, Serin empurrou Pollux que cambaleou até se apoiar no criado mudo próximo a cama, em seguida Serin saiu em passos rápidos do apartamento batendo a porta com força.

– Meu Deus... Que dia – disse enquanto passava a mão no rosto.

– Tomara que seja realmente só hoje...

. . . .

16 de junho de 2015,

Sete dias se passaram como um vento rápido, Pollux já havia encontrado emprego como contador, que é a sua formação, em uma empresa de finanças, os dias no conglomerado sem ele era sufocante, meu pai ainda não havia voltado a falar comigo, Patrick passou todos esses dias me mandando mensagens, as quais não retornei, havia decidido esquecê-lo.

O relógio marcava 16h, resolvi retornar ao apartamento mais cedo, estava com muita tontura e cólica, desci até a garagem e entrei no carro que havia comprado para mim. Ao chegar a casa pedi para uma criada preparar um chá e joguei-me na cama, depois de um curto espaço de tempo o sono acabou invadindo-me e me peguei dormindo.

. . . .

Pollux voltava para casa de carro, seu relógios já marcava 19:30, ao se aproximar do prédio reparou um alvoroço, quando o carro chegou à garagem pode reparar que eram reportes e estes voaram para cima do AUDI, Pollux se assustou com a situação, eles tiravam foto, filmavam e gritavam, ele então decidiu abaixar o vidro para perguntar o que se passava...

– Senhor Rodham!! Nos dê sua entrevista por favor!

– O que houve? – perguntou Pollux.

– Diga-nos senhor Rodham! Como o senhor se sente depois de esta imagem ter sido lançada em um site de fofoca? – perguntou o repórter mostrando seu celular com a imagem de mim e Patrick nos abraçando

Ao ver aquilo Pollux arregalou os olhos e arrancou com o carro para dentro da garagem, subiu no elevador e chegou ao apartamento.

– Hanne já chegou? – perguntou para uma das criadas.

– Sim senhor, até pediu-me para fazer-lhe um chá, porem ela acabou pegando no sono...

Pollux nem esperou a criada terminar de falar, entrou no quarto e fechou a porta.

– Hanne – falava enquanto passava a mão em meus cabelos.

Abri os olhos lentamente e deparei-me com os orbes verdes encarando-me.

– O que houve?... – perguntei.

– A foto... Aconteceu, estourou.

Levantei-me rapidamente ficando sentada ao seu lado, minha expressão era de susto e desespero.

– Como assim?...

– Sua foto com Patrick está em um site de fofocas...

Voltei os olhos para o chão sentindo meu coração começar a se agitar, agora todo o meu medo estava acontecendo, uma enxaqueca invadiu minha cabeça...

– O que faremos?... – perguntei pondo a mão na testa.

– Falaremos com Izzack.

Encarei-o tentando entender suas palavras, “Falar com aquele garoto estranho?” – pensei.

– Em que ele ajudaria? – perguntei.

– Izzack pode descobrir quem enviou a foto, meu irmão é Hacker...


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