Mais que o sol escrita por Ys Wanderer


Capítulo 28
Mais que o sol


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoal, esse é o capítulo que eu penso que todos mais esperavam, pois finalmente as coisas ficarão bem (e quentes) entre o nosso casal hehehe. Enfim, esperem que gostem.
^_^
Boa leitura, amores.

Ficarei acordada durante a noite
E, sejamos honestos, não fecharei meus olhos
E sei que posso sobreviver
Já caminhei no fogo para salvar a minha vida
Bem, eu tenho uma pele grossa e um coração elástico...
Elastic heart — Sia



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Samantha

A paz. Por tanto tempo os homens a procuraram e paradoxalmente lutaram, guerrearam e mataram por ela. Em busca da paz povos se dizimaram, subjugaram, roubaram e fizeram atrocidades. Milhares de pessoas perderam seus laços e amores nos inúmeros holocaustos. Milhares de pessoas se viram sozinhas no mundo.

Exatamente como o que estava acontecendo agora.

Será então que para alcançar a paz todos nós precisaríamos morrer? Era esse o preço que os humanos teriam que pagar para compreender a vida?

Nós culpávamos as almas por nossa desgraça, mas elas tinham feito exatamente o mesmo que nós fazíamos aos outros povos: matar toda uma raça em nome da paz. As ideias que faziam parte de sua cultura lhes eram inerentes e cada alma aprendia que isso era o certo. Não havia outro modo de fazer as coisas.

Será que se nós, humanos, tivéssemos achado um mundo novo e mais primitivo que o nosso não acabaríamos os escravizando também?

Eu agora compreendia tudo. Almas e humanos talvez precisassem um do outro para se entender como criatura, para enxergar os lados bons e ruins de cada ato realizado, de cada palavra dita. Punição e redenção para ambas as espécies.

Ter conseguido sobreviver, mais uma vez, era muito mais do que um privilégio. Talvez fosse o destino, tão defendido por Adam, que de algum modo me permitiu passar por tudo isso e sair viva. Cheia de feridas, dores e cicatrizes, mas ainda assim viva. E também com o entendimento de como girava a roda do mundo.

Eu estava pronta para retornar.

Respirei bem fundo e senti com prazer o ar preencher meus pulmões. Abri os olhos lentamente e deixei que pouco a pouco se acostumassem a grande quantidade de luz, piscando até que se ajustassem. Movimentei-me devagar e com bastante esforço consegui sentar. Observei o ambiente e ele parecia um pouco com o consultório de Doc, só que mais limpo, organizado, iluminado e arejado. Duas camas de hospital bastante velhas, uma sob mim; uma enorme mesa de madeira; um armário com remédios de alma e alguns instrumentos que não identifiquei compunham a única mobília do local. O lugar tinha um cheiro suave de produto de limpeza e os raios de sol atravessam a janela de vidro que estava rachada. Definitivamente não estávamos debaixo da terra.

Percebi que havia alguém comigo, mas não era exatamente quem eu queria e esperava, por isso fiquei um pouco magoada. Duas garotas me observavam em silêncio, o que me deixou constrangida, mas apenas uma delas pareceu disposta a me ajudar, se aproximando e me trazendo um pouco de água. Quando nos encaramos vi o quanto era bonita e tinha um sorriso bondoso e satisfeito. Seus cabelos castanhos estavam assanhados e ela parecia inquieta. Analisei-a com cuidado e percebi que não devia ter mais do que quinze anos. Ver alguém tão jovem assim reacendeu uma pequena centelha de esperança em mim.

— Obrigada — agradeci e logo comecei a ficar tonta. A garota então pôs uma bandeja com comida em minhas mãos e me observou até que eu começasse a comer.

— Meu nome é Lenny. Muito prazer — estendeu a mão e eu a apertei.

— Samantha — foi o que consegui dizer, minha voz ainda estava fraca.

— Você está bem? — perguntou e seus olhos humanos estavam verdadeiramente preocupados.

— Agora estou. Obrigada novamente.

— Eu vou avisar que você acordou — ela disse antes que eu pudesse perguntar alguma coisa e saiu apressadamente. Fiquei sozinha com a outra garota, que parecia ser um pouco mais velha e tinha a pele bastante pálida. Ela segurava uma serra de unha suspensa no ar e me olhou com desdém antes de continuar a lixar as unhas.

— Até que enfim a bela adormecida acordou. Não aguentava mais ficar vigiando você — ela falou revirando os olhos. — Já estava mais do que na hora, querida — eu senti uma certa reação negativa em suas palavras.

— Onde estão Cal e Nate? — perguntei, aflita. Eu precisava urgentemente vê-los e saber se estavam bem. Por que Cal não estava ali? Onde eu estava?

— Seus amigos? O velho deve estar andando por aí sem fazer nada de útil — ela respondeu com desdém. — Já a coisa... ele deve estar dormindo. Alguém veio e o chutou daqui faz algum tempo porque ele já estava há vinte e quatro horas sem sair do seu pé.

A curiosidade em saber onde estava e a revelação de que eu estivera apagada por bastante tempo não foram suficientes para tirar minha atenção das palavras venenosas que ouvi da boca daquela desconhecida. Eu estava fraca e desorientada, mas no mesmo instante a adrenalina da raiva fez o seu efeito. Coloquei a bandeja de lado e me levantei.

— Eu juro que se um dia ouvir você chamar o Cal de coisa mais uma vez, vou arrancar a sua língua pelo nariz! — ameacei. — Eu não sei quem você é, mas não deixarei que fale assim dele.

A garota levantou a cabeça e me olhou assustada. Ela abriu a boca para dizer algo, contudo desistiu e saiu aos tropeços, esbarrando em Lenny, que entrava no lugar. Nate surgiu logo atrás e começou a rir.

— Pelo visto tudo o que me falaram sobre você é verdade. Não ligue para a Alice, ela não faz nenhuma ideia do que diz — a garota disse, divertida, e eu fiquei um pouco constrangida.

— Nate! — eu logo corri para ele e o abracei. Lenny nos deixou a sós e com isso pude chorar sem vergonha nenhuma. — Você está vivo e bem!

— Claro que estou. Esse drama todo não era exatamente para isso? Ou você e Cal estavam só arrumando uma maneira de ficarem um tempo juntos? — ele gracejou.

— Como você pode brincar com isso? — ralhei e ele me abraçou mais uma vez. Essa era uma característica engraçada de Nate, ele costumava tratar coisas muito sérias como se fossem brincadeira. Nós então nos olhamos e eu lhe lancei um olhar questionador.

— Ele está descansando, Sam — Nate disse. — Ele fez de tudo para te salvar e ficou aqui, em pé, durante todo esse tempo em que você estava dormindo. Ele te ama muito e está se sentindo bastante culpado pelo que aconteceu. Você precisa vê-lo, ele está horrível — continuou e percebi o quanto estava triste por isso. — Porém, dê um tempo para que ele se recupere, tudo bem?

Apenas balancei a cabeça e Nate enxugou minhas lágrimas. Eu precisava muito ver Cal, tocá-lo e ter certeza de que ele estava bem. Mas se ele precisava de um tempo eu lhe daria isso, não seria egoísta a esse ponto. Ele havia me dito uma vez que esperou milênios por mim e eu esperaria por ele o quanto fosse necessário.

— Mas e você, como está? — perguntei. Nate então segurou minhas mãos e me levou devagar até a janela. Em cima de um banco que eu não havia enxergado repousava um criotanque ocupado. Eu pude saber disso porque a luz indicativa estava vermelha.

— Eu estou grato, essa é a palavra. Vocês dois se arriscaram por mim e isso era mais do que eu poderia pedir. Obrigado por me trazer de volta — eu vi que havia lágrimas em seu rosto. — Obrigado por se colocar na linha de fogo por mim.

— Amigos servem para isso — respondi. Embora eu nunca houvesse tido maiores intimides com Nate, ele de forma alguma era indiferente a mim. Nós então sorrimos juntos e me aproximei do criotanque, passando os dedos levemente sobre ele. Senti o metal gélido sob meus dedos e um calafrio percorreu o meu corpo.

“Acabou

— Eu fiquei muito impressionado quando Cal me contou sobre a alma — Nate apontou para o criotanque. — Mas agora isso tudo acabou e ambas estão livres. Para onde você gostaria de enviá-la?

— Para o planeta das Águas Visionárias.

— Algum motivo especial, Sam?

— Pelo que Peg nos contou, nesse planeta todas as almas estão conectadas. É como um único cérebro, uma única unidade que pertence a todos. Isso significa que elas veem o que todas veem, sentem o que todas sentem e sabem o que todas sabem — suspirei. — Luz está levando algumas memórias que eu gostaria muito que fossem compartilhadas por todos. Talvez assim, quem sabe, elas vejam o quanto nos julgaram erroneamente. Apesar de todos os nossos defeitos.

— Cuidaremos disso — ele deu um sorriso cúmplice. — Mais alguma coisa? De hoje em diante serei seu escravo — afirmou e com isso não pude evitar uma sonora gargalhada.

— O que aconteceu depois que... morri? — eu quis saber e o ar antes alegre ficou mais pesado. — Onde estamos?

Nate respirou fundo e sentou numa das camas. Ele estendeu a mão e deu a entender de que eu deveria sentar também.

— O ferimento foi profundo, você estava perdendo muito sangue — explicou. — Os remédios que Cal possuía na mochila não foram suficientes para te curar e por isso fizemos apenas o bastante para te manter viva. Então decidimos trazê-la para cá porque aqui é muito mais perto da cidade do que o deserto.

— E onde exatamente é esse aqui?

— A célula de Russel.

Fora o esconderijo de Jeb, havia alguns outros humanos que ainda estavam esperneando, resistindo. Jeb já me falara uma vez sobre todas essas células e lembrei-me que a de Russel ficava muito perto das cidades, como se o humanos tivessem rindo das almas por estarem ali tão próximos a elas.

— Nate, estamos seguros?

— Não se preocupe quanto a isso. Depois que você conhecer melhor o local ficará sossegada.

Respirei lentamente enquanto processava as informações. Nós estávamos no meio das almas e dentro do que parecia ser apenas uma casa comum, o lugar nem se assemelhava a um esconderijo pela quantidade de sol que inundava o cômodo. Mas isso era algo que eu procuraria entender melhor depois, pois havia uma preocupação ainda maior. Procurei no ambiente a presença de outro criotanque e não o encontrei. Será que isso significava que ele havia escapado?

— Onde está o buscador? Ele fugiu?

— Não, Sam, nós conseguimos capturá-lo. O trouxemos para cá, para retirá-lo do corpo e mandá-lo para longe, no entanto fomos descuidados. Você estava morrendo, eu ainda estava mal e Cal estava desesperado... Não percebemos quando o buscador acordou. Ele despertou aqui dentro, na hora em que estávamos tirando Luz de dentro de você, e acabou vendo tudo.

— O que houve com ele? — minha voz soou desesperada.

— Foi o próprio Cal que tirou a alma de você, então, quando o buscador viu a cena, deve ter achado que seria mais “nobre” — Nate fez aspas com os dedos — partir por si próprio do que morrer nas mãos de um traidor. Não foi possível fazer nada. Ele fatiou o cérebro do hospedeiro.

Então o buscador estava morto. Era uma notícia muito boa, contudo senti um imenso pesar pelo humano que a alma havia levado consigo para o túmulo. Jamais descobriríamos por que tanto ódio num ser que devia ser naturalmente bom e amável. Jamais saberíamos se o buscador havia sido corrompido pelas emoções humanas ou se a terra apenas tinha mostrado o seu verdadeiro e cruel eu.

— Bom, acho que é melhor você terminar de comer e depois ir se limpar — Nate recomendou e só então me dei conta de que ainda estava usando a mesma roupa manchada de sangue. — Não quisemos trocá-la, achei que você não gostaria disso — ele explicou e agradeci por isso.

Quando acabei de comer, Nate chamou por Lenny, que me deu algumas roupas limpas e me levou até um lugar onde pude tomar banho. Pareceu quase que um deja-vu da mesma época de quando eu caíra dos espelhos, mas dessa vez Cal não estava ali para me carregar. Não pude evitar sorrir com a lembrança de sua bondade.

Quando saí do banheiro, Lenny estava me esperando pacientemente do lado de fora. Ela foi me levando e enquanto isso explicando o porquê da casa ser tão imensa. A garota disse que a fazenda foi considerada improdutiva há muito tempo, um século antes de a invasão começar, e o dono havia construído a residência antes mesmo de ficar sabendo disso. Russel a herdara do bisavô, mas o lugar era feio, de difícil acesso e não tinha nada de interessante, por isso ninguém ia até lá. E para completar, o mato estava cheio de animais selvagens e peçonhentos. Ninguém se arriscaria a andar por aquelas terras por nada.

— Além disso, acho que ninguém nem se lembra da existência desse lugar. Russel disse que mesmo antes da invasão as pessoas desconheciam essa fazenda — Lenny contou. Ela então parou quando chegamos ao que antes deveria ter sido uma grande sala, mas que agora havia sido dividida de modo a formar outros três dormitórios.

— Onde estão os outros? — estranhei o silêncio e o fato de não termos cruzado com ninguém. — Eu gostaria de conhecer Russel e agradecer por nos receber.

— Alguns estão cuidando das coisas lá fora e o resto saiu com Russel para buscar suprimentos — ela revelou e lamentei por não poder conhecê-los. — Nós somos apenas quinze, por isso temos muito espaço. Você pode ficar no meu lugar se não se importar.

— Por mim tudo bem. Obrigada — agradeci e a garota sorriu.

Ela me levou até um dos quartos e lá dentro havia duas camas de solteiro antiquíssimas e uma mala com livros sobre uma delas.

— Fique à vontade — a garota disse e eu assenti.

— Você gosta de ler? — perguntei ao remexer os livros e sua expressão se iluminou.

— Sim, e muito. É difícil achar livros, então toda vez que alguém me traz algo fico imensamente feliz.

— Meu irmão tem alguns livros e gosta bastante de ler. Adam tem mais ou menos a sua idade. Acho que vocês se dariam muito bem. Você já visitou as cavernas, Lenny?

— Na verdade eu nunca saí daqui — falou e vi que ela parecia muito chateada com isso.

— Um dia eu venho te visitar e te levo até lá — pisquei e ela sorriu. Então, ficamos em silêncio por alguns instantes.

— Ele está daquele lado — ela respirou pausadamente, como se não soubesse como dizer algo delicado, e depois de alguns segundos continuou. — Bom, eu sou muito nova e estou presa aqui há anos, mas ainda tenho lembranças muito nítidas de como era o mundo antes da invasão. E posso dizer com todas as letras que nunca havia visto isso antes. Cal ficou ao seu lado desde a hora que você chegou e só veio para cá porque Nate o forçou. Pelo que vi, tenho certeza de que ele morreria por você.

Fiquei parada sem saber o que dizer, apenas sentindo meus olhos arderem. Lenny saiu e me deixou sozinha, completamente confusa e sem saber o que pensar.

Caminhei até o cubículo onde ele estava e bati delicadamente na porta improvisada. — Só um minuto! — a pessoa lá dentro respondeu e escutei passos suaves se aproximando. — Eu já estou saindo mesmo, preciso ver... Cal estancou quando abriu a porta e meu viu.

— Oi — eu disse por falta de coisa melhor. Ele não disse nada, apenas ficou me olhando de cima abaixo, completamente parado, e por isso venci a distância que havia entre nós.

Foi um abraço doloroso, confuso, confortador e cheio de emoções que eu não podia explicar. Estar ali tão próxima dele, sentindo sua pele, era desconcertante e me fazia pensar inúmeras coisas ao mesmo tempo. Estávamos vivos, estávamos bem e todas as pessoas que amávamos poderiam continuar seguras no deserto e nos outros esconderijos. Nate estava de volta e tudo voltaria ao normal.

Mas então por que ele não retribuiu o meu abraço?

Na mesma hora imaginei se ele não estava com raiva por causa do suicídio do buscador ou então arrependido das coisas que havia me dito. Ponderei toda a situação e talvez ele tenha chegado a conclusão de que realmente éramos de mundos diferentes, em todos os sentidos, e que de algum modo havíamos confundido as coisas.

Quantas vezes eu mesma havia dito para mim que uma alma e uma humana era o mais completo absurdo e feria a ordem natural das coisas? Em que ponto eu comecei a parar de pensar isso e passei a amar uma alma? E se agora ele não me amasse mais?

Porém, antes que eu pudesse sequer imaginar o que aconteceria, ele me apertou contra os seus braços e começou a soluçar, fazendo todas as nossas divergências desaparecem no ar. Meu coração se aliviou momentaneamente, para logo depois se partir por causa do sofrimento dele. Imaginei que provavelmente ele nunca der ter passado por tantas adversidades em tão pouco tempo.

— Me desculpe — ele pediu cheio de dor. — Me perdoe por não ter conseguido te proteger. Por minha causa você quase morreu — sussurrou com o rosto enterrado no meu ombro. — Se você tivesse morrido eu...

— Shhh — eu interrompi. — Eu estou aqui e estou legal, pare de se culpar por bobagem. Esqueceu que eu estava disposta a vir sozinha? Imagine se eu tivesse enfrentado tudo isso sem você? Cal, jamais teria dado certo. Você me salvou, não o contrário. Aliás, acho isso está ficando até um pouco comum demais pro meu gosto — coloquei minhas mãos de ambos os lados do seu rosto e o fiz olhar para mim. Ele sorriu e ficamos nos fitando por um bom tempo.

— Mas eu prometi que...

— Cala essa boca, Cal. Esqueça isso ou vai acabar levando uma surra. E você sabe que eu falo sério — brinquei. Coloquei minha mão em seu peito e o toquei com as pontas dos dedos, como se para ter certeza de que ele estava mesmo ali. Era mais quente que o próprio sol.

— Sei disso — ele riu. — Mas me prometa que vai parar de me dar esses sustos — respondeu e senti que relaxou. Ele então tirou as minhas mãos do seu peito e ficou segurando-as, deixando bastante espaço entre nós.

— Eu prometo — sussurrei e comecei a trilhar vagarosamente um caminho subindo do seu braço até o seu pescoço, para logo depois envolvê-lo com minhas mãos. Seu calor chegava até mim e era impossível não sentir as coisas que eu estava sentindo, simplesmente parei de pensar e de analisar as implicações do que poderia acontecer se eu continuasse a tocá-lo daquela forma. Cal apenas me olhava ofegante, como se estivesse com medo de se mexer ou não soubesse muito o que fazer. Suspirei e mandei a minha mente – que estava gritando comigo e dizendo que tudo aquilo era muito, muito errado – se danar e o beijei da forma mais intensa possível.

Provavelmente, em um outro tempo, eu não faria algo do tipo, mas a urgência do que eu sentia por aquela alma me deixava completamente insensata. Eu era uma mulher e ele um homem, não havia porque evitar algo que eu desejava há tanto tempo e apenas não sabia o que era. O empurrei para dentro do quarto e desejei naquele mesmo instante que o tempo parasse de seguir em frente.

Não havia guerras ou fim do mundo.

Nada. Apenas nós dois.

Eu estava sempre correndo riscos e me sentindo morta, por dentro e também por fora. Contudo agora já estava na hora de eu começar a me sentir viva de verdade. E então, quando os seus braços me envolveram, eu não pensei em mais nada além de como era bom.

Cal me segurou firmemente e me agarrei a ele, pulando e passando minhas pernas em torno da sua cintura. Suas mãos estavam nas minhas coxas, nas minhas costas, em toda parte, queimando minha pele onde tocava. Seus lábios estavam quentes, assim como ele todo, e uma sensação que eu nunca havia sentindo na minha vida inteira me invadiu.

Eu podia sentir cada célula do meu corpo vibrando. E melhor do que isso era que eu podia sentir o quanto ele também me queria.

Era como abraçar o sol em combustão.

E então nós explodimos junto com ele.


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Notas finais do capítulo

Aeee, finalmente! hahaha
Bom, acho que depois de tudo que eles passaram isso seria inevitável, esses dois já estiveram separados por tempo demais kkk. Enfim, espero que tenham gostado do capítulo.
MAsss, não acabamos por aqui. Como a fic é +16 eu não poderia fazer nada explícito, porém, quem quiser saber detalhes do que aconteceu, aqui está o link com o restante do capítulo, que contém cenas +18 hehhe.
https://fanfiction.com.br/historia/652515/Apenasnosdois/
Vejo vocês lá!



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