Mais que o sol escrita por Ys Wanderer


Capítulo 15
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Hello, hosters! Primeiramente, quero oferecer esse capítulo a linda MsNise, que fez uma recomendação linda e diva. Sério, meu coração pulou aqui de tanta alegria. E quero agradecer a ela também pelas incontáveis horas de conversa, pelo incondicional apoio e por partilhar comigo o amor pelo mesmo livro. A hospedeira é o livro que mais me marcou na vida e fiquei muito feliz em encontrar alguém tão apaixonada quanto eu. Essa é pra você!
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Agora, vamos viajar para o deserto e ver como andam nossos amados personagens?
Boa leitura!



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Samantha

A sala de jogos estava lotada, pois muita gente havia vindo para participar ou assistir. O jogo começou após o almoço, então ainda estavam todos preguiçosos. A terra dos campos já estava preparada e semeada, apenas esperando o tempo de crescimento, e desse modo as tarefas agora eram poucas, sobrando mais tempo para o lazer. Só iríamos colher o trigo em alguns dias então nos permitimos aproveitar.

Os times se prepararam depois que todas as lanternas foram presas nas extremidades e no teto, e eu não fazia a mínima ideia de como enxergaríamos com tão pouca luz. A Caverna de Jeb era muito diferente da minha, que era naturalmente iluminada pelo sol. Lembrar do meu lar me encheu de nostalgia. Será que eu voltaria um dia?

Observei Adam, que brincava trocando socos com Andy, e vi o quanto ele estava vívido e feliz. Eu não seria cruel a ponto de fazê-lo voltar para nossa própria bolha apenas para satisfazer minhas necessidades. Além do mais, creio que já estivesse me acostumando. Depois de tantas semanas convivendo com outras pessoas a perspectiva do retorno a solidão não me pareceu tão acolhedora quanto antes.

Continuei olhando curiosa para as pessoas presentes no salão e nunca senti tanto orgulho por ser humana. Nós estamos praticamente extintos, dizimados por uma raça alienígena e mesmo assim não parávamos de lutar um único instante. E era uma luta maior agora. Lutávamos não só pelas nossas vidas, mas por nós mesmos, nossos corpos, de uma forma que jamais precisamos e imaginamos. E ainda permanecíamos firmes. Solitários, espalhados, mas ainda sim vivos.

Não desistiríamos jamais, agora eu tinha certeza.

O amor, os laços de fraternidade, a amizade. Mesmo com duras penas, com todo o sofrimento causado e vivido, esses sentimentos continuavam presentes e fortes na vida dos sobreviventes. Eu via pela forma protetora e feroz que eu Melanie compartilhávamos em relação a nossos irmãos e pela forma como Nate e Jeb se doavam pelo bem-estar comum. Eu via através dos olhos de safira de Kyle e Ian, unidos numa fraternidade indecifrável e através do atuar de Doc, mais preocupado com os outros do que consigo mesmo. Eu via tudo isso no amassar do pão de Trudy, no bom dia caloroso que Geoffrey dava a todos pela manhã, na força de Lily depois de perder seu amor – ela me contou sobre Wes – e na maneira como sempre todos se preocupavam com todos. Mais o mais absurdo disso tudo era que eu também enxergava isso nos olhos dos inimigos. Nos olhos das três almas que agora compartilhavam nossos medos e inseguranças.

Peregrina realmente tinha uma história digna de virar um livro. Uma pária entre os seus. Uma pária entre os humanos. Uma alma apaixonada que foi capaz de revelar o maior segredo de sua espécie para salvar a vida de seus inimigos. E que se humanizou e perdoou até aqueles que tentaram lhe matar, ajudando tantos humanos indefesos a sobreviverem. Uma verdadeira heroína.

Sunny - passei a usar o apelido - não tinha uma grande história para contar, não fez uma escolha como Peg nem enfrentou uma grande batalha. Apenas carregava o fardo de ter sido inserida num corpo que amava demais, de maneira a ser impossível separar os sentimentos de sua hospedeira dos dela própria. Mas apesar disso ela nunca tentou ir embora e realmente parecia gostar de Kyle de verdade. Sunny era a típica alma com todas as letras: extremamente delicada, bondosa, amável e de voz macia. Eu gostava dela, só não admitia isso a ninguém.

Agora, para mim, a alma mais intrigante era Cal. Eu via em seu olhar que ele parecia sofrer com algum imenso vazio em seu interior. Não sabia dizer se era culpa ou outra coisa, mas ele parecia estar sempre em busca de algo que nunca teve. Eu compartilhava desse sentimento desde que havia perdido tudo, viver como se uma parte de você estivesse faltando não era nada fácil.

Quando vim com Adam para essas cavernas eu odiava as almas com todas as minhas forças. Depois, fiquei devendo a minha vida para uma delas e tive que suportá-las apenas para manter a paz. Entretanto, agora parecia que eu tinha ganhado um amigo. Um amigo leal e que me defendia.

E ele era justamente uma alma.

É um mundo realmente estranho esse nosso.

— Você vai jogar ou vai ficar aí apreciando a minha beleza? — Adam provocou me chamando para o jogo. Eu não tinha percebido que estava devaneando parada no meio do salão de jogos.

— Vamos massacrar o time de Nate — rebati. — E, Kyle, felizmente hoje estaremos no mesmo time e não vou poder humilhá-lo. Na próxima eu te faço chorar — disse para Kyle, que apenas sorriu divertido.

O jogo iniciou com o som de um apito irritante. Nós nos posicionamos e no par ou ímpar ficamos com a posse inicial da bola. Nos primeiros dez minutos o outro time mal tocou na bola por causa da nossa força, e por isso estava tudo muito fácil. Então Jared chutou para Kyle, que por sua vez chutou para Ian. O gol foi certo como uma bala. Um a zero para nós.

Eu era da defesa, e como meu time era forte quase não havia nada a fazer. Eu podia sentar no chão que não faria diferença. Mas de repente, para surpresa de todos, Nate conseguiu driblar Jared, que ficou sem reação. Ele se movimentou como uma lebre, vindo rapidamente em minha direção. — Droga! — exclamei. Posicionei-me a sua frente o impedindo de chutar e gritei para Adam ficar atento no gol. Nate sorriu e me deu um chapéu, — filho da mãe! — chutou em direção ao gol com bastante força e Adam não conseguiu pegar a bola. Um a um. Nate vez uma dancinha da vitória muito tosca e mandou um beijo para Jeb, que fez uma careta. Todos caíram na risada, pois momentos como aquele era o que nos lembrava da leveza de nossa humanidade.

— Você é uma inútil. Caramba, como foi deixar ele passar com a bola? — uma voz esganiçada cortou a minha alegria.

— Vai se ferrar! — gritei para a Sharon. Embora eu estivesse louca para acertar minhas contas com ela por ter causado o incidente que quase me matara, tentei manter a promessa que havia feito a Adam de não me meter mais em confusão com ninguém da caverna. Optei por ignorá-la e continuei posicionada na defesa.

— Escuta aqui, sua idiota, não fala assim comigo — ela vociferou.

"Por favor, não continue", disse para mim internamente. Mas se ela continuasse a falar eu iria acertá-la na cara com o maior prazer.

— Quem você pensa que é, garota estúpida, mal chegou e... — minha paciência acabou junto com a frase dela. O soco que dei foi tão rápido que ela não se deu conta de que aconteceria até cair sentada para trás, sangue pingando em sua roupa. Seu olhar era puro choque. Lacey se levantou para ajudá-la, mas lancei um olhar tão feroz que ela acabou desistindo.

— Escute aqui, Sharon, eu vou falar e você vai me ouvir, entendeu? — continuei e aumentei o tom de voz. — Você é o tipo de pessoas desprezível, irritante e insignificante que não faz a maior diferença para essa comunidade e não ama nada nem ninguém além de si mesma. Tenho pena de Doc, pois ele é muito mais do que você merece e mesmo assim ele ainda insiste em tentar fazer de você alguém melhor. Você se comportou como uma louca por causa de ciúmes bobo e isso quase custou a minha vida — minha voz era o único barulho no deserto inteiro.

— Por sua causa — enfatizei cada palavra — eu caí de uma altura bem considerável e me ferrei toda. Se não fosse por Cal eu estaria morta e em nenhum momento você sequer me pediu desculpas, nem procurou saber como nós dois estávamos. Por causa de uma birra sua nós dois poderíamos não estar mais aqui e meu irmão agora estaria sozinho. A pobre da Candy, que não teve culpa de nada, se desdobrou em desculpas e você, a causadora de tudo, continuou com a sua empáfia passando por mim como se nada tivesse acontecido. Sharon, por causa de pessoas más e egoístas como você é que perdemos o nosso mundo. As almas não são o mal aqui, o grande mal é você.

Olhei para Jeb e ele permanecia impassível, com sua cara de pôquer, como dizia Melanie. Todos ficaram calados, digerindo minhas palavras, enquanto ela continuava caída no chão.

— Você é tão péssima que consegue acabar com a alegria de todo o lugar. ­ Gente, o jogo acabou para mim — falei firme e saí da sala de jogos.

Eu não sabia que direção tomar após essa cena lamentável e por isso apenas andei a esmo pelos corredores escuros. Evitei pensar no ocorrido e procurei um lugar para alimentar a solidão. Os campos de trigo – os mesmo que Jeb mostrou em nossa chegada – pareciam um bom lugar. Procurei um espaço macio entre as ramagens e fiquei observando o teto da caverna. Alguns espelhos tortos me lembraram que a vida é tão frágil quanto papel.

Se eu estava arrependida de bater em Sharon? Não. Ela realmente era o tipo de pessoa que parecia não ter aprendido nada com o fim do mundo.

Depois do que julguei serem horas me dirigi até o quarto que dividia com Adam. Ele me esperava preocupado e fez uma cara de alívio quando me viu.

— Dia difícil, não é? — ele tentou fazer piada.

— Muito difícil... A propósito, fui expulsa? Afinal já é a segunda vez que eu...

— Não, Samantha — ele riu —, você não foi expulsa. Depois que você saiu da sala de jogos eles levaram aquela bruxa para o hospital e o resto ficou debatendo o assunto. Eu ouvi Jeb dizer algo como: “ela merecia isso há tempos” — Adam imitou a voz de Jeb. — Não é dessa vez que vamos embora.

Adam então sentou ao meu lado e me olhou de um jeito doce. — Eu sei que é difícil para você viver aqui — me disse. — Você está sempre se sacrificando por mim e me mantendo vivo. Muito obrigado mesmo. Sem sua ajuda eu já estaria morto e você sabe disso. Você me resgatou com sua enorme força de vontade... Irmã, eu nunca vou esquecer o quanto você é forte.

— Se a sua intenção é me fazer chorar, desista — falei contendo as lágrimas.

— Vou me iludir achando que isso é um “obrigada, irmão, por ser tão sensível e incrivelmente lindo” — Adam pronunciou com a voz falsamente chorosa e rimos juntos.

— Vou deixar você se iludir então. Mas não muito!

— Ok. Vou tentar. — Sam, você não vai contar a eles? — Adam cortou o assunto bruscamente, me pegando de surpresa.

— Não é necessário — respondi após uma longa pausa.

— Aqui o que não falta é coisa estranha — ele rebateu. — Mas se você não quer falar, tudo bem. Encerramos o assunto.

Concordei com a cabeça e ele entendeu. Eu não estava a fim de contar nada, acho que ninguém acreditaria. Ou sim, sei lá. O povo desse lugar era completamente maluco.

— Bom, então está tudo certo. Adam, estou aturando muita coisa por você então é bom eu ter alguma recompensa. Eu não comi ainda e estou faminta. Que tal pão? — pisquei e deitei na cama, relaxando.

— Folgada — ele saiu gracejando até a cozinha, me deixando imersa em pensamentos. Ele voltou pouco tempo depois com a comida e ainda conversamos sobre muitas coisas antes de cairmos no sono.

*

— Acorde. Anda, Adam — tentei acordá-lo e ele nem se mexeu. — Moram muitas pessoas aqui, se você não levantar vai ficar sem comida. — Falei em “comida” e “sem” na mesma frase e rápido ele despertou.

O café da manhã dessa vez não foi tão farto. O trigo ainda demoraria a ser colhido e o resto do que foi plantado ainda nem tinha brotado ainda. A comida que trouxemos estava no fim e o estoque antigo baixo. Breve uma incursão deveria ser feita.

Após comermos me ocupei com o preparo do almoço enquanto outros ficaram com a limpeza da grande quantidade de louça. Adam tinha as primeiras horas da manhã livre para estudar – eu mesma o fazia ler e estudar através de livros didáticos que tinha guardado e roubado – e o auxiliava com coisas que ainda me lembrava. Ele e Jamie eram os únicos adolescentes do lugar e quando não estavam fazendo alguma tarefa passavam o dia devorando cada livro. Gostava de ver a sede de conhecimento que tinham.

À tarde não havia nada para fazer e todos ficaram apenas cultivando o ócio. Resolvi tirar um cochilo e só acordei na hora do jantar. Quase todos já estavam na cozinha quando cheguei e quando Cal me viu imediatamente veio se sentar ao meu lado. As conversas eram barulhentas e divertidas e falamos sobre muitas coisas aleatoriamente. No final da refeição, Jeb me pediu para falar.

— Sam, você está aqui há semanas. Não gostaria de compartilhar nada conosco?

— Acho que não tenho nada a contribuir.

— Adam já contou a história dele. — "Claro, ele era um tagarela", pensei enquanto Jeb continuava a tentar me convencer. — Você não quer compartilhar nada? — o velho insistiu.

— Acho que não. Sou apenas mais uma sobrevivente com uma história triste que quer deixar para trás. Simples.

O velho apenas deu um meio sorriso.

— Criança, cada um de nós sempre tem algo com o qual possa contribuir.

— Tudo bem — disse meio contrariada. Eu sabia que Jeb não desistiria e me importunaria até eu abrir a boca. — Meu nome é Samantha Collins e fujo da invasão desde que tinha dezesseis anos. Isso é tudo — disse rapidamente e parei, mas Adam logo me lançou um olhar encorajador e por isso continuei. — Quando descobrimos o que estava acontecendo fugimos junto com um casal de amigos dos meus pais e sua filha, Grace. Eu os amava tanto, eram pessoas muito boas... — eu sorri com a lembrança e suspirei bem fundo. — Eu tentei cuidar de Grace depois que nossos pais foram capturados, mas infelizmente eu a perdi. Sinto muito por isso até hoje.

— Onde ela está? O que houve com ela? — Jamie perguntou.

— Ela foi separada de mim e de Adam por outras pessoas que não quiseram seguir o mesmo caminho que nós. E eu fui fraca demais para lutar, para ficar com ela. Depois disso eu nunca mais os vi e provavelmente logo depois foram capturados.

— E o que te dá a certeza de que foram capturados? — Jamie continuou.

— Ela — apontei para Peregrina. — Agora Grace é apenas o corpo que Peg usa.

Pude ver o choque nos rosto de todos que ainda não sabiam disso. Adam mantinha a cabeça abaixada, com certeza preso em seus próprios lamentos, e Peregrina, que estava próxima a mim, soluçava baixinho.

— Mas isso é passado — continuei tentando abafar o clima pesado. — Há coisas que simplesmente não podem ser remediadas, apenas aceitas. Eu confesso que quando vi Peregrina eu senti vontade de matá-la, assim como fiz com Cal. Foi duro saber que a minha menina não existia mais. Porém, se todos vocês deram uma chance a eles quem seria eu para ir contra. Nem tudo pode ser da maneira que a gente quer...

— Então quer dizer que você perdoou as almas? — Lily perguntou depois de um tempo de silêncio.

— Sim e não — respondi. — Eu não perdoo nem perdoarei as almas que estão lá fora, pois elas pensam que estão certas em assassinar toda uma civilização e se acham melhores que nós. Elas roubaram mais do que nossas casas, nossas roupas, livros e objetos. As almas levaram tudo aquilo que me disseram que jamais poderiam me tirar. Minha mãe me disse uma vez que poderiam tirar tudo o que você tem, menos o que você é por dentro, suas lembranças e seu conhecimento. Ela falou que nosso corpo era a única coisa que restava quando tudo ia embora. E as almas vieram e levaram isso também. Eu não poderia nem mais pertencer a mim mesma e isso é muito doloroso.

Peregrina e Sunny choravam silenciosamente e Cal abaixou a cabeça depois do que falei. Fiquei um pouco arrependida por dizer tais coisas, eu sabia que minhas palavras eram cortantes, no entanto sabia também o quanto eram verdadeiras. E todos que estavam ali, até mesmo as almas, compartilhavam dessa opinião.

­— Entretanto — prossegui — as almas que vivem aqui, nesta caverna, parecem se compadecer de nossa situação e creio eu que só vivem em um corpo humano porque é necessário. Acho que todos nós merecemos uma segunda chance, humanos ou almas — enfatizei sorrindo. — Todos nós.

Sim, eu concederia o meu perdão a todos aqueles que merecessem e se arrependessem, e isso se aplicaria tanto a humanos quanto almas. Olhei para Cal e ele levantou a cabeça lançando para mim um sorriso mais do que encantador. Foi bom vê-lo bem de novo. Ian secava as lágrimas de Peg e Kyle fazia o mesmo com Sunny. De repente, todos nós começamos a rir e me senti feliz. Feliz como há muito tempo eu não me sentia.

— Você tem toda a razão, Sam — Peg se manifestou. — O perdão que Melanie me concedeu após eu ter tomado o corpo dela foi a coisa mais linda que eu já presenciei em todas minhas vidas. Mais forte e mais puro até do que o amor que inundava nosso coração. E esse sentimento foi capaz de me manter aqui e me deu de presente tudo aquilo que eu jamais imaginei ter.

— Você não se arrepende, Peg? Por que se você continuasse a ser como antes um dia poderia visitar planetas novos, como os golfinhos. Você não vai sentir falta de tanta peregrinação? — Lily perguntou.

— Não, Lily, jamais me arrependerei de nada do que fiz desde que enxerguei as cores através de olhos humanos. Cada segundo e cada escolha minha valeram a pena. E não, eu não pretendo trocar tudo isso apenas para virar um golfinho — Peg respondeu e todos gargalharam.

— Golfinhos? Eu nunca ouvi falar deles? — Adam questionou curioso. — Como eles são?

Então Peg continuou a falar, saciando sua curiosidade sobre os golfinhos, as flores e muitos outros planetas. Cal também falou sobre o mundo do fogo e seus dragões e a conversa continuou por horas. Enquanto isso eu me mantinha calada, apenas ouvindo tudo o que todos diziam. Depois de algumas horas as pessoas começaram a se preparar para dormir e Kyle quase nos matou de tanto rir contando piadas sujas.

Observando todas essas pessoas meu coração se aqueceu, o gelo se quebrando e derretendo causando uma dor boa. Adam estava seguro e feliz. Havia pessoas amáveis e prestativas. Havia um lar feliz encravado em meio ao deserto e isso era tão absurdamente incrível que eu mal podia acreditar.

Mas o mais estranho de tudo é que agora eu tinha certeza de que não queria mais viver sozinha.


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