Living a Dream escrita por Little Swiftie


Capítulo 2
I'm Dying


Notas iniciais do capítulo

Oe oe oe gente szsz
Na minha outra fanfic, chamo os leitores de Summers. Nessa, vou chamar de Dreamers 'u'
Enfim, boa leitura!



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No dia seguinte acordei mais disposta. O sol bateu diretamente em meu rosto e, assim como minha cama, o resto do meu quarto inteiro foi iluminado por seus raios. Minha mente latejava. Poderia ser uma dor física de meu tumor ou uma dor psicológica também de meu tumor, mas eu já havia me acostumado.

Levantei-me de minha cama e decidi que nada continuaria do jeito que estava. Eu não deixaria essa doença me matar aos poucos. É claro que ela me mataria, porém, como diz o ditado, "o que os olhos não vêem, o coração não sente"; ou seja, se eu me permanecer estável aos olhos de estranhos, ninguém poderia imaginar que eu estava prestes a morrer.

Peguei uma blusa de alças e um short preto um pouco antigo que eu tinha. Troquei de roupa e fiz um rabo de cavalo. Calcei meus tênis e sai de meu quarto. Logo depois, apanhei um maço de notas de cinco dólares em cima da cômoda e coloquei em meu bolso. Desci as escadas rapidamente, como eu sempre fazia.

Minha visão se resumia a entrada da sala de estar e da cozinha. A mesa do centro sempre fora cheia de coisas: revistas, jornais, frutas plastificadas e chaves perdias. Porém hoje, em especial, ela se consistia em apenas um jogo de tabuleiro, que estava sendo praticado por minha mãe e meu pai.

— Bom dia — os cumprimentei.

— Bom dia — sorriu papai.

— Bom dia querida — mamãe se levantou. — Que surpresa você descer.

Ele me abraçou e eu a retribui. Seu sorriso, por mais triste que ela estivesse, era verdadeiro.

— Bem, vou fazer minha caminhada matinal — murmurei esperando que eles não me negassem. — Como eu sempre faço.

— Está se sentindo disposta? Pode ser perigoso.

— Estou ótima!

Sorri para os dois enquanto os mesmos voltavam a se concentrar no equilibrado Xadrez. Me aproximei da porta principal e a abri. Sai de casa e encarei a vista de meu bairro que eu não via há dias, e logo depois voltei a fechar a porta.

Passei pelo jardim respirando fundo. Haviam poucas pessoas caminhando por ali. Elas nem notariam minha presença. Andando pelo asfalto, comecei a correr.

O vento batia forte contra meu corpo e a energia me possuía cada vez mais. Se meus cabelos não estivessem presos, estariam uma bagunça completa.

Esse percurso era o mesmo desde quando entrei no ensino médio. Eu corria todos os dias, sem descanso; só nessa semana que eu havia deixado isso de lado, graças a tragédia ocorrida. Mas como eu já pensara comigo mesma, esse tumor não me faria mudar. Eu não vou perder o resto de minha vida para esse maldito câncer, afinal, eu sempre venço. Ou vencia.

Acelerei ainda mais o passo. Logo já estava no fim da rua. Eu estava acostumada a correr por quatro quarteirões, mas não sabia se conseguiria cumprir essa meta hoje.

As casas de um bom tamanho, com cores claras e envolventes passavam por mim como um jato. É, eu estava correndo muito rápido. Minha respiração estava pesada, porém não seria isso que me impediria de continuar.

Virei para o segundo quarteirão. Uma careta devia existir em minha face. Piper sempre disse que, quando eu corria uma distância longa e me dava ao dever de não parar até chegar onde quero, eu fazia uma careta para suportar a dor de minhas pernas. Fazia sentido.

Eu não iria parar. Em minha mente, milhares de informações voavam soltas. "Não caia para a esquerda. Não caia para a direita. Mantenha-se firme.". "Você vai morrer. Por que é necessário manter o corpo em forma? Ninguém verá o resultado disso". "Onde estão seus amigos agora? Quando você mais precisa, todos desistem. Uma adolescência passada apenas por falsidades."

— Isso — sussurrei a mim mesma, entre longos suspiros. — é o câncer fazendo meus pensamentos.

Terceiro quarteirão. Meus batimentos cardíacos aumentaram. Isso sempre ocorreu, não vou morrer agora, só daqui a algumas semanas.

De longe avistei a Starbucks que eu sempre frequentava. Atravessei a avenida, que já era mais movimentada, e corri para dentro da cafeteria. Sentei-me numa mesa perto da janela, ficando afastada de todos ali. Eu estava ofegante.

— Annabeth! — uma voz conhecida me chamou atenção. — Você nos abandonou. Onde esteve?

Me virei e encarei Vivian parada em meu lado, com um grande sorriso no rosto. Ela era uma das atendentes e de vez enquanto pagava de garçonete. Eu vinha tanto aqui que acabamos por fazer amizade. Seus cabelos castanhos sempre presos num coque frouxo e seu uniforme sempre realçando a cor de seus lindos olhos verdes estavam a mesma coisa. Ela nunca mudaria sua pessoa por qualquer coisinha à toa.

— Viv! — acabei por levantar-me e cumprimentá-la com um abraço. — Que saudades!

— Por que sumiu menina?

— Bem, eu me formei e parei de correr por falta de tempo — menti. — Até que decidi voltar com a rotina.

— Entendo... — ela mordeu o lábio inferior. — Então, o mesmo de sempre?

— Com certeza.

Voltei ao meu lugar enquanto ela se afastava e andava em direção a outra mesa. Eu realmente sentia falta daquele lugar. Na verdade, eu senti falta de tudo.

Fiquei encarando a vista que eu tinha da janela. Uma avenida movimentada. Carros, motos, bicicletas e ônibus escolares rodeando a rotatória e voltando novamente para a pista. Eles não paravam, sempre estavam em movimento.

— A senhorita está acompanhada? — novamente eu me assustei com outra voz. Porém essa eu reconheceria de cara.

— Não, senhor olhos verdes — murmurei entrando na brincadeira. — Mas se quiser acompanhar-me, não seria incomodo algum.

Percy se sentou em minha frente. Sua roupa era simples demais para ele estar dando uma volta ou fazendo um passeio. Também estava correndo. Ele era meu melhor amigo desde a quarta série, e pelo visto, nos demos bem; ou melhor: ele se deu bem.

— Que broxante — suspirou sorrindo enquanto me encarava.

— Muito — respondi correspondendo o sorriso.

Nesse instante, Viv volta com meu pedido. Um café forte com pequenos pedaços de chocolate e um pouco de canela.

— Obrigada.

— Não há de que, querida! — ela sorriu e se virou, encarando Percy. — Ah, olá Jackson. Vai pedir?

— Por enquanto não, obrigado — o moreno sorriu para a garçonete e logo depois que a mesma se distanciou, me encarou. – Eu preciso perguntar o que houve com você ou você já está prestes a me contar?

Mordi meu lábio fortemente. E agora? Eu mesma tinha tantas perguntas... Vou contar para ele? Se sim, como? Ele vai me abandonar? Ou vai grudar em mim e me tratar de um modo diferente?

— Do que está falando? — acabei por fingir-me de sonsa.

— Pare de se fingir por mal entendida — ele cruzou os braços. — Eu fui até sua casa umas três vezes essa semana e você não saiu do quarto um instante sequer para me ver. Sua mãe nem para me explicar o que houve.

— Tudo bem — respirei fundo. — Mas acho que aqui não é o lugar certo.

— Que diferença o lugar irá fazer? — perguntou erguendo uma sobrancelha, como se soubesse que eu escondia algo. — Você trocou o shampo por sabonete líquido? Ou uma de suas unhas quebrou?

Eu queria que fosse uma dessas alternativas citadas por ele, mas era algo bem pior. Percy estava acostumado com meus dramas adolescentes com coisas bestas femininas. Porém, já que seus pensamentos sobre mim são tão limitados, como ele reagiria ao saber a verdade?

— Olha, talvez você pense que é mentira, mas não é — bebi um gole de meu café.

Ele não respondeu, apenas fez um movimento com sua mão para indicar que eu continuasse.

Eu não sabia por onde começar. Curta e grossa? "Percy, tenho câncer e já vou morrer." Dramática? "É triste dizer que nunca mais vou ver as pessoas que amo, isso dói tanto. Estou morrendo, Perseus." Ah, que se foda. Vai ser do meu jeito.

— Lembra quando íamos todas as quintas naquela antiga casa na árvore em meu quintal e eu falava tudo que queria fazer em minha vida? — perguntei e ele assentiu. — Lembra quando eu disse que queria me apaixonar, ficar grávida, voar em um jatinho particular, tirar a carteira de motorista (que não consegui até hoje), me formar como arquiteta e principalmente viajar o mundo quando fosse mais velha?

— Lembro Annie, eu me lembro — ele murmurou.

— Bem... — dei três goles seguidos no café que agora já estava mais morno. — E se eu te dissesse que nunca vou fazer nada disso?

— Não vai? — questionou. Eu neguei com a cabeça e ele mudou de posição, apoiando os braços na mesa enquanto me encarava sério. — E por que não?

Nesse momento eu já queria chorar. Eu estava controlando isso tão bem, e de repente veio aquela ardência em minha cara que chegou a fazer meus olhos lacrimejarem.

— Vamos embora daqui? — não pude evitar e comecei a me levantar da cadeira.

— Pare de enrolar, Annie! — quase berrou, porém ninguém ali se manifestou ter ouvido algo. — Eu realmente estou ficando preocupado.

— Estou morrendo, Percy — saiu de minha boca como um sussurro. Mas ele entendeu. Sua expressão pálida que lhe entregou.

— O que?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem por favor!
Acham que já posso fazer metas?
5 comentários e eu posto o cap. 2, pode ser?

Bjs de luz pra vcs



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