Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 34
Sansa




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– Senhora Sansa, estou tão feliz em vê-la. - Disse Grande Jon Umber, de joelhos. - Assim como eu era juramentado ao seu honrado pai, Lorde Eddard Stark, eu serei à você. Peça o que quiser, e você terá.

Agora a garota Stark estava deitada em sua cama de penas macia, em seu novo quarto. Não sou mais Alayne, pensou. Agora voltei a ser Sansa Stark.

Sansa havia pedido para Grande Jon Umber um quarto para ela e seus companheiros. Quando o vassalo de seu pai viu o Regicida, o mesmo fez uma careta, como muitos outros antes dele fizeram, e muitos ainda vão fazer. Sansa o defendeu, como fez antes. Nada do que falava sentia de verdade, mas precisava defender a honra do homem. Não gosto dele, mas estou começando a confiar. E, se aquela Brienne confia, acho que não preciso ter medo. Ela parece ser uma mulher honesta.

Grande Jon Umber mandou todos seus dez corvos em vôo, todos com as mesmas palavras escritas nos pergaminhos amarrados às pernas de cada um. "Senhora Sansa Stark está abrigada em minha fortaleza. Todos que ainda sentem a perda do Jovem Lobo e o desejo de vingá-lo, e o amor e a lealdade pelo Lorde Eddard Stark, venham. Temos uma nova Rainha do Norte. Essa guerra ainda não acabou. O Norte se lembra."

Sansa não queria uma guerra. A garota queria ir para casa. Mas aonde é minha casa?, se perguntou. Winterfell está em ruínas. Amanhã prometeu a si mesma que pediria para o vassalo de seu pai chamar nortenhos para construir seu verdadeiro lar, que é Winterfell. Ele não pode me negar isso, não pode negar um simples pedido de sua Rainha do Norte.

A garota Stark respirou fundo, e fechou os olhos, tentando dormir. Mas era em vão, ela sabia. Todas as vezes que os fechava, esperando ter doces sonhos, via os homens Frey sendo enforcados pela mãe morta-viva. A imagem da mãe ainda a dava arrepios. Devo ficar feliz por ela estar viva?, se perguntou. É correto afirmar que ela está realmente viva? Posso chamar aquilo de vida?, não sabia dizer. Achava que estava sendo ingrata. Quantos filhos perdem a mãe e dariam de tudo para tê-la de volta, mesmo que com a garganta cortada, sangue escorrendo pelo rosto, cabelos brancos e olhos sombrios. Deveria agradecer ao R'hollor por trazer minha mãe de volta, decidiu. Fechou os olhos para fazer uma prece aos Sete, ao Senhor da Luz e aos deuses do norte. Qualquer deus serve para mim. Só quero um que atenda minhas preces. Sansa rezava pelo seu lar todos os dias.

xxx

Três dias depois de sua chegada à fortaleza, fez seu desjejum com o Grande Jon Umber e os outros vassalos de seu pai. Não viu onde Brienne de Tarth e o Regicida estavam. Apenas Sandor Clegane, alguns minutos depois, chegou no salão e sentou ao lado de Sansa. A mesma sorriu, se sentia protegida na presença dele. Lembrou-se do beijo que ambos trocaram, e ruborizou, sem coragem de encará-lo nesse momento.

– Senhora Sansa, - começou Grande Jon Umber, enquanto mordiscava um pedaço de peito de peru. - sete corvos chegaram nessa manhã, todos com palavras diferentes, mas com os mesmos significados: estão vindo para servi-la e nomeá-la a nova Rainha do Norte. Todos os nortenhos farão juramentos de servi-la e morrer por você, se preciso.

– Fico agradecida, Senhor. - Respondeu Sansa, e hesitou um pouco antes de continuar. - Gostaria de pedir uma coisa para o Senhor.

– Peça, e será seu. Qualquer coisa.

Sansa tomou um gole de seu vinho antes de pedir:

– Gostaria que Winterfell fosse reconstruído. Lá é meu verdadeiro lar.

– Às suas ordens, minha Rainha. - Respondeu Grande Jon Umber, sem hesitar. - Mandarei meus homens hoje à caminho de Winterfell. Transformar aquelas ruínas em castelos novamente. Levará tempo, mas voltará a ser como era antes.

Sansa começou sentir uma alegria que vinha de dentro de seu coração, e algo se iluminou. Ainda há esperança. Brienne me disse para não perder as esperanças, talvez ela esteja certa. Não sabia o que responder, então apenas assentiu a cabeça, e voltou-se para seu desjejum.

xxx

Se passou quase uma quinzena até todos os nortenhos chegarem na fortaleza dos Umber e começarem a prestar-lhe os juramentos de fidelidade. Sansa falava palavras doces para cada um, sorria e assentia, e assim passou seus dias.

– Agora, Senhora Sansa, todos os vassalos do seu pai são seus também. E eu recebi um corvo essa manhã dizendo que meus homens estão começando a reconstruir Winterfell.

– Obrigada, Senhor. - Respondeu Sansa, levantando-se da cadeira. - Se me der licença, vou até o Bosque Sagrado rezar.

– É sempre bom rezar aos nossos deuses. - Respondeu Grande Jon Umber, abrindo um enorme sorriso. - Fique a vontade.

Então a Sansa se enrolou em sua pele de lobo e foi até o Bosque. Já estava escuro, e saia fumaça de sua respiração por conta do frio. Sentou-se em frente a Árvore Coração, fitando seu rosto. Nenhuma árvore tem o rosto igual à outra, reparou a garota Stark. Algumas tem aparências mais felizes, outras mais tristes. A de Winterfell, no momento, deve estar com um rosto sofredor, pensou, embora soubesse que estava sendo tola, afinal, árvores não podem mudar o rosto esculpido sem a ajuda de algum homem.

Rezou para seus deuses. Rezou para que seu meio-irmão, Jon, seja um bom comandante da Patrulha da Noite. Rezou para que sua irmã, Arya, estivesse viva. Oh, deuses, por favor, ela tem que estar viva. Tem que estar bem. Tem que voltar para mim. É a única pessoa que me resta. Ela nunca gostou de mim, e eu sei que nunca a tratei como uma irmã de verdade, mas eu a amo. Traga-a de volta para mim. Ao pensar isso, sentiu lágrimas escorrendo de seus olhos. Limpou-as rapidamente. Eu sou uma loba, e lobos não choram, lembrou a si mesma.

Suas orações foram interrompidas por um barulho de passos contra a grama molhada pelo carvalho da noite. Olhou para os lados, alarmada. Seu coração acelerado. E então ouviu de novo, até que viu de longe, uma silhueta escura. Não sabia identificar quem era.

– Quem está aí? - Perguntou. Queria que sua voz tivesse soado forte, mas não passou de um sussurro assustado. - Apareça.

– Senhora Sansa?

A garota deu um pulo de onde estava sentada, e olhou para trás, reconhecendo Brienne de Tarth. Soltou a respiração que não sabia que estava segurando.

– Oh, Brienne. É você. - Disse, ofegante.

– Me perdoe por atrapalhar suas orações, Senhora Sansa. - Respondeu a enorme mulher, constrangida. - Mas chegou um corvo de Porto Real, e achamos que você deve saber o que está escrito.

Asas escuras, palavras escuras.

– Quem escreveu?

– A Rainha Cersei. - Respondeu Brienne, claramente desconfortável. Havia algo mais em seus olhos de safira, mostrando que ela odiava essa mulher tanto quanto Sansa.


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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram? Comentem, por favor :3



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