Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 26
Alayne


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais um cap da Sansa pra vocês :3



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Sansa não tinha certeza de quanto tempo havia passado desde que o Regicida a reconhecera. Agora que o inverno estava cada vez mais próximo, era difícil ter noção do tempo, morando no castelo mais alto de Westeros, com os dias cada vez mais escuros, curtos e frios.

Fiquei tão assustada, tremeu só de pensar em Jaime Lannister pondo as mãos nela, pronto para levá-la para sua irmã e amante, a cruel Cersei Lannister. Nunca mais quero vê-los. Espero que morram, pensou, seu ódio cada vez maior.

Nessa noite, deitada na cama, teve um pesadelo. Fazia tempo que não tinha, mas as vezes eles apareciam sem serem convidados. Sonhou com Joffrey decapitando seu pai, e a corte inteira ria, só Sansa chorava. E depois do ato, Jaime e Cersei Lannister a seguraram pelos braços e a levaram até o assustador Ilyn Payne para ser a próxima.

Acordou imediatamente, sentando-se de forma brusca na cama. Estava ofegante e suada. Preciso tirá-los de minha cabeça. Alayne nunca foi prometida à Joffrey, nem conheceu Jaime e Cersei Lannister. Sou apenas uma bastarda de Lorde Baelish. Olhou para os lados e percebeu que nessa noite Robert Arryn não havia se deitado junto de seus seios. Se sentia grata por isso, era bom ter um pouco de privacidade.

Então começou a perceber um barulho constante, que antes já ouvia em seus sonhos, mas agora percebeu que era real. Vinha do corredor. Será Petyr?, se perguntou. Estava tarde, e nevando lá fora.

Se revirou na cama várias vezes, fechou os olhos e tentou dormir. Mas o barulho continuava lá. Toclof, toclof. Eram passos, Alayne percebeu. Quem está acordado a essa hora? E andando pelo castelo? A bastarda não pôde se conter. Vestiu por cima de seu vestido branco de dormir uma manta de lobo, e abriu lentamente a porta de seu quarto.

Alayne estremeceu ao pisar no chão gelado com seu pé nu. Prosseguiu sua caminhada, relutantemente, em direção ao som dos passos. Toclof, toclof. Eram passos lentos, o sujeito parecia tentar ser o mais discreto possível. Era bem suave, mas a bastarda tinha o ouvido muito sensível para não perceber.

Continuou andando, até que viu a sombra parada em sua frente. Então o homem se virou, e Alayne arregalou seus olhos azuis, soltou um grito abafado e congelou. Então, neste momento, voltou a ser Sansa Stark, a garotinha que Sandor Clegane gostava de assustar.

– Sansa. - Disse Clegane, sua voz rouca e abafada. Senti falta dessa voz.– Estou aqui para ajudá-la.

– Meu nome é Alayne. - Por mais que a garota tenha gostado de vê-lo, saber que estava vivo, sentia que não podia confiar nele.

O Cão começou a avançar seus passos em sua direção, e Sansa começou a andar para trás, encarando-o.

– Percebi que agora me olha no rosto. - Sorriu. - Aprendeu a olhar para assassinos?

Não obteve sua resposta. Sansa parou de andar, e deixou que ficasse apenas alguns milímetros de distância de Cão de Caça.

– O que você quer? - Perguntou Sansa.

– Te tirar daqui. Aqui não é o seu lugar, com Mindinho. Seu lugar é com o seu povo, com pessoas que querem te proteger. - Clegane respirou fundo antes de continuar. - Comigo.

– Você quer me proteger? - Perguntou Sansa, obrigando-se a olhá-lo nos olhos.

– Sim.

Foi a unica coisa que ele disse. Estamos tão perto, pensou. Posso até sentir seu hálito quente. Sentiu vontade de beijá-lo.

– Jaime Lannister e Brienne de Tarth cuidarão de você.

Ao ouvir esses nomes, o coração de Sansa pulou no peito.

– Não! - Quase gritou, e Clegane a agarrou pelo braço. - Não! Não me leve à eles.

Antes que pudesse gritar, o Cão tapou sua boca.

– Me dê uma chance de explicar. - Sussurrou Sandor, e Sansa apenas assentiu com a cabeça. - Não grite, leve-me para algum lugar em que possamos conversar melhor.

Sansa havia se desacostumado com o jeito carinhoso de Clegane. Percebeu que sentiu falta dele, com aqueles sorrisos tortos, voz estrondosa e piadas de mau gosto. O levou para seu quarto, prometendo a si mesma que daria a chance do homem se explicar. Afinal, quanto tempo será que ele levou para subir até aqui, só para me ver? pensar nisso a deixou ruborizada. Ele arriscou a vida por mim.

Abriu a porta de seu quarto, e segurou na mão do cavaleiro. Percebeu o mesmo ficando tenso com o toque repentino, mas Sansa não se importou. Não sou mais a garota boba que ele deixou na Baía da Água Negra. Agora sou uma mulher.

Sentou-se na cama e ficou fitando-o, até que começasse a falar. Explicou à ela que Jaime e Brienne haviam feito uma promessa para Catelyn Stark de devolvê-la para a mãe. Mas a Senhora morreu antes, e Brienne continuou à procura da garota Stark, afim de levá-la para algum lugar seguro. Disse também que a mesma tinha uma espada que Jaime a dera, forjada com o aço valiriano da espada de Ned. "Cumpridora de Promessas", eles chamaram. Também contou que Arya estava viva e tinha ficado com Sandor Clegane por muitos meses, contou como Cão foi ferido e a menina o deixou para morrer, e como conseguiu sobreviver, com muita sorte. Arya está viva, Sansa repetiu para si mesma. Seu peito se encheu de alegria, e seus olhos de lágrimas.

– Jaime Lannister me jurou que quer protegê-la.

– E você acredita nele? - Sansa ainda não estava convencida. - Voltou a ser o cão dos Lannisters?

Aquilo pareceu enfurecer Sandor.

– Se quiser morrer aqui como a putinha de Mindinho, tudo bem por mim. Estou fazendo o que me mandaram, por você. Não me deram um pingo de ouro, estou fazendo tudo isto para te levar para algum lugar seguro. Mas se você não quer, irei embora.

Se levantou, e Sansa imediatamente segurou a mão do homem. Ele se virou para encará-la. Lembrou-se que Sandor já havia feito uma proposta de fugir com ela, o que parecia séculos atrás. Na época era uma garota estúpida com sonhos estúpidos, e recusou. Nunca deixava de pensar como sua vida seria se tivesse aceitado. Respirou fundo, seu coração acelerado, e disse:

– Vamos fugir. Agora. Me espere lá fora.

Clegane apenas assentiu, e fez o que foi mandado. Sansa trocou de roupa rapidamente. Colocou seu vestido mais quente, meia calça de lã e amarrou uma bota que era fácil correr e se mover com ela.

Estava quase saindo, mas parou. Olhou para trás e pegou sua manta de lobo para aquecê-la melhor. Sou uma loba de Winterfell, foi seu ultimo pensamento antes de sair daquele quarto e fugir com seu cavaleiro.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ^-^