The immortal secret escrita por eUaDoRoBoLaChAs
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Guardei a carta na mala, para a mostrar à Sara.
Ryan- Acreditas neste tipo?
Eu- Não sei, foi convincente. E é a única explicação que temos.
Ryan- E a história dos escolhidos?
Eu- Isso acho que é treta. Se calhar tem uma doença qualquer que lhe faz esses efeitos.
Ryan- Talvez.
Eu- E tu, encontraste alguma coisa interessante?
Ryan- Sim. Há uma porta pequena escondida atrás de um caixote.
Eu- Igual ás outras?
Ryan- Parecida. Tem a mesma largura, mas é um pouco mais alta. Quase que te chega à cintura.
Eu- Abriste-a?
Ryan- Ainda não. Vamos agora?
Eu- Claro- abrimos a porta.
Ryan- É a subir, mas está muito escuro. Vou ligar o telemóvel.
Eu- São escadas?
Ryan- Parece que sim. Se calhar é por isso que a porta é mais alta.
Eu- Anda! Quero saber mais sobre isto...
Subimos uns dez degraus e chegámos à porta. Tentei abri-la, mas estava presa. Não havia fechadura, por isso tinha de continuar a tentar empurrá-la.
Eu- Não abre!
Ryan- Talvez estejas a fazer isso mal.
Eu- Como assim?
Ryan- Tenta empurrar em vez de puxar.
Eu- Vou tentar, mas preciso de descer uns degraus. Dá-me um pouco de espaço, por favor.
Ryan- Assim chega?
Eu- Sim.
A porta abriu, e vi o que já sabia que aconteceria.
Ryan- Então, o que tem lá fora?
Eu- Um dos quartos de minha casa. Só podia ser, é o que diz na carta. As casas estão ligadas, ou algo do género.
Ryan- Como é que nunca viste a passagem?
Eu- Sei lá. Ainda não tive tempo para explorar tudo. Este é o quarto partilhado, é o que tem mais armários e gavetas da casa. Não fazia a mínima ideia que um deles tinha uma passagem para a tua casa.
Ryan- Não saímos?
Eu- Claro.
Saímos e eu fui procurar a Sara para lhe contar tudo, mas os meus pais apareceram de repente.
Mãe- Kat? Não te vi a entrar.
Eu- Devias estar ocupada com alguma coisa.
Pai- Eu fui agora ver o correio, e tu não estavas lá.
Eu- Pois... Eu entrei pela porta das traseiras. Estou à procura da Sara.
Mãe- Ainda há pouco ela veio aqui à tua procura.
Eu- E para onde é que ela foi?
Pai- Eu disse-lhe para ir para o quarto dela, e que nós avisávamos se te víssemos.
Eu- OK, obrigada!
Eu- Sara!
Sara- Kat, onde estiveste? Procurei-te por toda a casa! Deixaste-me pendurada a tarde toda!
Eu- Eu sei, desculpa. Mas tenho de te contar tudo o que aconteceu! Não vais acreditar, nem eu sei se acredito...
Sara- Não quero saber do Ryan, nem do que fizeste com ele. Preferia que me avisasses quando vais sair, para eu fazer planos!
Eu- Nada disso, Sara! Posso contar-te o que aconteceu mesmo?
Sara- Podes.
Eu- Então anda para o nosso quarto.
Sara- O do beliche?
Eu- Sim.
Quando chegámos o Ryan estava de pé a olhar para a janela, e ainda a pensar em tudo o que vimos.
Sara- Hey, que bicho é que lhe mordeu?
Eu- Ainda está a digerir o que aconteceu.
Sara- E o que aconteceu?
Eu- É o que te vamos contar.
Contámos a história toda, todos os pormenores, mostrei-lhe a chave, os fósforos, a carta, e algumas fotos que tirei com o telemóvel.
Sara- Não pode!
Eu- Pode sim.
Sara- Aposto que estão a inventar tudo.
Eu- Quanto apostas?
Sara- Dez libras.
Eu- O dobro ou nada.
Sara- OK. Vinte libras.
Eu- Fixe! Anda ver.
Ryan- E eu não ganho nada?
Sara- Contigo aposto cinco libras. Vou ficar rica.
Eu- Vais, vais...
Mostrei-lhe a passagem para o quarto escondido, e a porta que dá para o corredor gigante, e para o sótão cheio de desenhos do Ryan.
Sara- Então sou a única que não desenha?
Eu- Basicamente.
Ryan- É verdade.
Sara- Credo.
Ryan- Coitadinha, estou com tanta peninha tua...
Sara- Olha, vou começar a chamar-te galinha.
Eu- Parem! Temos mais para fazer, quero pistas, vamos para a sala principal.
Sara- O que é a sala principal?
Ryan- Quando lá estávamos decidimos umas coisas que ainda não dissemos.
Sara- E não me vão contar?
Ryan- Sim.
Sara- Estou à espera.
Eu- Eu conto. Nós decidimos que, como esta é a intersecção das nossas casas, é um bom ponto de encontro. Ele fica com uma chave, nós com outra.
Achamos melhor dividir tarefas, de modo a ter: o líder, alguém responsável para guardar as pistas, e depois arranjamos alguma tarefa para quem sobrar.
Sara- E como vamos escolher os cargos?
Eu- Votamos?
Ryan- Pode ser.
Sara- Eu não quero ser a líder e muito menos a organizadora.
Ryan- Eu voto na Kat para líder. Se não fosse ela, não tínhamos descoberto nadinha!
Sara- Concordo.
Eu- Pode ser. Quem organiza as pistas?
Ryan- Eu posso fazer isso.
Sara- Fixe, não tenho de fazer nada. Até fico aliviada.
Eu- Como líder dos Escolhidos da Geração, ordeno-te que nos pagues o dinheiro da aposta!- disse eu à Sara. Todos nos rimos e ela pagou-nos, porque aposta é aposta.- Tive uma ideia para ti Ryan! Já que vais organizar as pistas, devíamos arranjar um caderno para guardar tudo e escrever apontamentos sobre o que se passou em cada dia.
Ryan- Não sei... Posso ficar com as pistas e essas coisas, mas acho que deves ser tu a escrever no caderno, e a guardá-lo.
Sara- Concordo com ele. A tua letra é a mais bonita de todas. Devias ser tu a escrever.
Eu- Mas é por isso mesmo que vai ser ele a escrever. Sara, tu és a pessoa que melhor entende as letras dos outros, por isso vais conseguir percebê-la.
Ryan- É verdade, a minha letra é mesmo horrível.
Eu- Ainda bem Ryan, isso vai ser muito útil. No caso de alguém nos roubar o livro, podemos pelo menos pensar que ninguém o conseguirá ler.
Ryan- E tu, como vais perceber?
Sara- Essa é fácil...
Eu- Não contes!
Sara- Tenho de contar.
Ryan- Contar o quê?
Sara- Ela tem uma mania que só nós conhecemos. Ela inventou a "Ryanologia". Ajuda a perceber tudo o que tu fazes. Ela percebe a tua letra melhor do que tu, e consegue imitá-la. Sabe como ages, e o que os teus gestos significam.
Eu- É verdade, eu sou a melhor falsificadora de letras que já conheceste.
Ryan- "Ryanologia"?- Desatou a rir com a palavra, e eu e a Sara também.
Eu- Não gozes, de certeza que já fizeste coisas piores. Acabei de me lembrar de uma coisa!
Sara- Diz.
Eu- Alguém sabe o que vai acontecer amanhã?
Ryan- Não sei, alguma coisa especial?
Sara- Pois é! É o primeiro dia de aulas!
Eu- Certo!
Ryan- Esqueci-me completamente! Já receberam os livros?
Sara- Ainda não, mas chegam hoje.
Eu- Tu já recebeste os teus?
Ryan- Sim. A matéria é horrível, mas vai melhorando.
Eu- Isso é estranho. Costuma ser ao contrário.
Sara- Exatamente, não me surpreende. Londres está virada do avesso, é tudo de maneira diferente.
Ryan- Acabas por te habituar a isso.
Sara- Espero que sim.
Eu- Como é a tua mochila? As nossas são iguais, parecemos gémeas!
Ryan- Podem vê-la...
Eu- A sério? Mostra!
Ryan- Amanhã!
Eu- Oh, vou ficar triste contigo.
Ryan- Não consegues.
Eu- Queres apostar?
Ryan- Acho que já chega de apostas por hoje.
Eu- Consigo ficar amuada quanto tempo eu quiser.
Ryan- Não consegues nem um dia.
Sara- Eu se fosse a ti não fazia isso, ela consegue mesmo.
Ryan- Ok, e uma semana? De certeza que não consegues...
Eu- Desafio aceite. Pessoa que eu não conheço, pode sair de minha casa? Os meus pais não gostam que eu fale com estranhos.
Ryan- Tens uma piada...
Eu- Ok, tem cinco segundos para sair de minha casa.
Ryan- Senão o quê?
Eu- Ou chamo a polícia! Desaparece! Três, dois,...- Ele saiu com medo que eu chamasse mesmo a polícia.
Eu e a Sara fomos para o quarto partilhado e ele começou a mandar mensagens:
Eu- Credo, que desesperado, já está a mandar mensagens.
Sara- Normalmente as pessoas não cedem assim tão rápido. Lê a mensagem.
Eu- "És assustadora. Adoro-te".
Sara- Ahaha, que totó! Ele não aguenta uma semana.
Eu- Nem eu sei se aguento, mas vou tentar não o ver muitas vezes, assim é mais fácil ignorá-lo.
Sara- Não achas que uma semana é demasiado?
Eu- Ele desafiou-me, tu sabes que eu não brinco com isso.
Sara- Não brincas com quem desafia, porque ambas sabemos que te divertes com isso.
Eu- Um pouco...
Sara- Claro.
Eu- Ok, é muito fixe! Vais ver a cara dele a olhar para mim na escola. No terceiro ou quarto dia já manda mensagens lamechas e quase me implora para eu parar de estar assim.
Sara- Como sabes?
Eu- Já testei isso contigo e com a Beatriz. Ainda te lembras?
Sara- Sim. Foi horrível, eu estava tão triste que faltei dois dias ás aulas.
Eu- Ainda não falámos com a Bea!
Sara- Eu não me esqueci... Tenho visto no Skype, e ela ainda não esteve online desde que chegámos.
Eu- E no facebook?
Sara- Também.
Eu- Mas ela vai todos os dias ao face... Oh, espera. Isso és tu!
Sara- Haha, tanta piada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Não vou escrever mais até ter algum comentário... sei que várias pessoas já leram, mas ainda ninguém comentou :/