The immortal secret escrita por eUaDoRoBoLaChAs


Capítulo 3
A porta


Notas iniciais do capítulo

Ninguém comentou :'((( Espero que quem leia goste...



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...

Eu- Não contes a ninguém, imploro-te, iam começar a fazer perguntas ás quais eu não quero responder.

Ryan- Não me deixaste acabar.

Eu- O quê?

Ryan- Não há mais nada a fazer a não ser isto.

Pegou-me na mão a sorrir e pôs-se à minha frente:

Ryan- Queres ser a minha princesa?

Eu- Como?

Ryan- És uma princesa adorável, mas podias ser a minha princesa adorável.

Eu- Tu... também...

Ryan- Desde esse dia, o mesmo que tu.

Eu- Como sabes? Ai que desbocada, a Sara contou-te?

Ryan- Não... Eu sei porque... porque vi nos desenhos! E vi o primeiro momento em que falámos. A propósito, desenhas mesmo bem!

Eu- Também quero ver os teus desenhos.

Ryan- Está bem, um dia eu mostro- disse ele abraçando-me.

Estávamos os dois sentados na minha cama, a ver os meus desenhos. Acho que não podia ser mais perfeito. A Sara entrou à pressa e viu-nos.

Sara- Aaaawww que fofinhos! Tirem uma selfie!

Eu- Credo! Não. Eu estou farta de selfies...

Ryan- Também eu.

Sara- Ok. Vou para o meu quarto chorar.

Eu- Vais...

Sara- E os teus pais estão em casa.

De repente saltei da cama e fui lá para baixo a correr.

Eu- Olá mãe! Olá pai! Chegaram cedo.

Pai- Eu sei, não havia trânsito, e por isso foi fácil.

Mãe- E posso saber a razão de tanta alegria?

Eu- Alergia? Não sinto nada...- disse, tentando mudar de assunto.

Mãe- Eu não disse alergia, Kat.

Eu- Estão lá em cima à minha espera, tenho de ir senão vão destruir o meu quarto.

Mãe- Claro...

Ryan- Então?

Eu- Então o quê?

Ryan- Estava com saudades tuas...

Sorri e comecei a corar.

Eu- Eu sempre gostei de ti...

Ryan- Eu também- disse sorrindo.

Eu- Mas não sei muitas coisas sobre ti, nunca falámos antes e...

De repente, Ryan ajoelhou-se no chão como se estivesse a pedir-me em casamento e perguntou:

Ryan- Kat, queres sair comigo um dia destes?

Eu- Não sei, tenho de pensar. Sabes, eu tenho uma agenda muito preenchida, mas talvez arranje uns cinco minutitos- disse a gozar.

Ryan- Bem, serão os cinco minutos mais fantásticos de sempre, garanto-te.

Eu- Então, a resposta é... SIM!

Ryan- Fico aliviado- agora sentado na cama à minha beira- Estava com medo que recusasses.

Eu- Posso ser idiota mas nem eu cometeria esse erro.

Ryan- Só se for porque tens muitas ideias...

Eu- Nope, não era nesse sentido. Por falar em ideias, quando me mostras os teus desenhos?

Ryan- Estão em minha casa.

Eu- Então anda...

Ryan- Mas fica tão longe!

Eu- Tontinho, anda lá- comecei a fazer beicinho.

Ryan- Como é que posso dizer "não" a esta fofura toda?

Eu- Não podes.

Ryan- Está bem, vamos lá.

Chegámos a casa, e percorremos escadas e corredores até chegarmos ao sótão. Era bastante grande e tinha desenhos por todo o lado: nas paredes, nas mesas, pendurados por fios, e no chão. Reparei especialmente num baú que estava encostado à parede. Pedi-lhe para o abrir e dentro deles estavam desenhos de mim. Não queria acreditar que todos os dias tinha vivido com medo de estar perto dele, com vergonha, e afinal ele também desenhava uma só pessoa. Pedi-lhe para me ajudar a arrastar o baú, porque eu queria ver as fotos no sofá. Ele ajudou-me e apareceu uma porta.

Eu- Ryan, o que é isto?

Ryan- É só para decorar.

Eu- O que tem lá dentro?

Ryan- Uma parede.

Eu- Uma parede?

Ryan- Sim. Podes abrir se quiseres.

Eu- OK.

Abri a porta, que mal me chegava aos joelhos, e só havia parede atrás dela.

Ryan- Eu disse.

Eu- Nunca desconfiaste disto? Haver uma porta só para decoração, no sótão, um sítio não muito visitado pelas pessoas?

Ryan- Bem, nunca pensei muito nisso.

Eu- Ei, anda ver isto

Ryan- Já disse que é só parede...

Eu- Não é nada. Bate na parede.

Ele bateu na parede dentro da portinha, e ficou surpreendido.

Ryan- Tens razão, isto não é parede a sério!

Eu- Eu disse!- disse eu, contente por acertar.

Ryan- E... o que achas que tem lá dentro? E porque é que os meus pais a esconderam?

Eu- Não sei. Só há uma maneira de descobrir...

Ryan- Perguntar aos meus pais?

Eu- Claro que não! Já te mentiram antes, vão mentir outra vez.

Ryan- Pois, então o que fazemos?

Eu- Temos de arranjar uma maneira de entrar.

Ryan- Espera...

Eu- Porquê?

Ryan- Se os meus pais esconderam isto, é porque não é suposto ver o que contém.

Eu- Então, sabendo que tens uma passagem secreta na tua casa, que é o sonho de muitas pessoas, vais esquecer o assunto?

Ryan- Não, é só que se os meus pais esconderam isto, deve ter sido para me proteger, certo?

Eu- Ou para os proteger a eles da verdade. Ryan, vá lá, se não entrarmos, nunca saberemos.

Ryan- Eu sei... Está bem, vamos.

Eu- Fixe. És o maior, sabias?

Ryan- Talvez...

Eu- Tonto... Anda, temos de arranjar uma maneira de abrir a passagem.

Ryan- OK. Se calhar a parede falsa pode ser arrastada, ou então cortamos as beiras para ninguém ver que entrámos.

Eu- Talvez...

Começámos a tentar arrastar a parede, mas não conseguimos.

Ryan- Espera aí. Já venho.

Eu- O que vais fazer?

Ryan- Já vês.

Eu- OK- entretanto, ele volta com uma lâmina pequena mas muito arranjada, com um cabo vermelho.

Ryan- Acho que isto funciona- disse a sorrir.

Eu- Tenta...

Ryan- Está a resultar! Já está quase!

Eu- És um génio! Como te lembraste disso?

Ryan- Vi num filme.

Eu- E ainda dizem que ver televisão tira a criatividade...

Ryan- Eu cá acho que ajuda a descobrir mentiras.

Eu- Apoiado!

Ryan- Kat?

Eu- Sim?

Ryan- Posso-te contar um segredo? Ninguém pode saber...

Eu- Claro, conta.

Ryan- A porta está aberta!

Eu- Cromo, eu já sabia isso. Mas, espera, eu não quero entrar.

Ryan- Ah? Tu é que me convenceste.

Eu- Não é isso, eu quero mesmo entrar, mas...

Ryan- Hey, eu posso proteger-te, não precisas de ter medo, OK?

Eu- Não é nada disso! É que eu deixei a Sara lá em casa, e ela é a minha melhor amiga, e adorava partilhar isto com ela... E acho que primeiro é melhor chamá-la.

Ryan- Tens razão, mas podemos só dar uma espreitadela? Depois vamos a tua casa para lhe mostrarmos, OK?

Eu- Está bem.

Ambos estávamos muito ansiosos, mas entrámos, eu primeiro, e depois ele. Estava muito escuro, mas ambos tínhamos ali os telemóveis, por isso ligámos o flash e vimos tudo. Era um pequeno corredor, com uma mesinha no meio, e umas escadas no fundo. Comecei a andar em direção à mesa. Em cima dela estavam duas chaves exatamente iguais, e duas caixas de fósforos. Não percebi para que serviam, mas guardei a chave na minha carteira, fiquei com uma das caixas, e dei a chave e a outra caixa ao Ryan. Fomos em direção ás escadas.

Eu- Acho que descobri a função dos fósforos neste sítio. Há aqui uma vela na parede.

Ryan- Vou ver se encontro outras, acende essa.

Eu- Já está. Anda cá, está ali uma porta.

Ryan- Onde?

Eu- Precisas de óculos? Ali ao fundo.

Ryan- Não dá para ver nada, está muito escuro. Como é que consegues?

Eu- Adapto-me bem ao escuro. Procura outra vela, precisamos de mais luz.

Ryan- Encontrei! Deve haver uma a cada dois metros.

Eu- É mais ou menos isso.

Ryan- Já vi a porta. Vamos?

Eu- Pode ser.

Continuámos a andar até chegar à porta. Era gira muito parecida com a... não, não é possível...

Eu- Ryan, isto é demasiado estranho.

Ryan- O quê?

Eu- Quais são as probabilidades de esta porta ser... uma passagem para minha casa?

Ryan- Porque achas isso?

Eu- Esta porta não te faz lembrar nada?

Ryan- Talvez. É a porta de tua casa?

Eu- Bingo! Só que em miniatura...

Ryan- Entramos?

Eu- É a única maneira de descobrir.

Ryan- Mas esta tem fechadura.

Eu- A porta é quase igual à da minha casa, a chave também pode ser- tirei a chave de casa e rodei a fechadura. Nada aconteceu.

Ryan- E agora?

Eu- Temos duas maneiras de descobrir, uma mais eficaz do que outra...

Ryan- Quais?

Eu- Podemos procurar em minha casa uma passagem, ou usar a chave que encontrámos.

Ryan- Primeiro a chave, obviamente.

Eu- Claro. Vamos lá tentar.

Ryan- Abriu!

Eu- Deve ser uma chave-mestra, ou algo do género.

Ryan- Entramos?

Eu- Sim.

Não parece mesmo a minha casa. A sala está cheia de pó. E há vários móveis antigos, cobertos com sacos de plástico transparentes, estes também cheios de pó, e algumas janelas por onde entrava luz, meias escondidas pelos caixotes. Começámos a explorar o sítio, e embora eu tenha achado que era invasão de propriedade, destapámos os móveis. Tudo parecia normal, até que encontrei uma mesinha, muito parecida com a que usam os feiticeiros, nos desenhos animados. Isso não foi nada. O que era estranho estava em cima dela.

Eu- Ryan, chega cá.

Ryan- Encontraste alguma coisa?

Eu- Nós estamos rodeados de "algumas coisas". Isto, nem sei descrever.

Ryan- O que tem de tão especial? É papel.

Eu- O que interessa não é o papel, mas sim o que está escrito nele. Lê.

Na folha estava escrito:

Caros aventureiros,

Se estão a ler isto, então significa que outra geração está pronta para progredir. Sei que se me encontrassem, provavelmente fariam um interrogatório interminável, cheio de perguntas que, infelizmente, não poderia responder. Mas não se preocupem, porque não vos abandonarei assim tão cedo. Deixei pistas em tantos sítios que nem eu me lembro de todas elas. Elas encaminharão o vosso caminho, de modo a percorrerem a jornada da melhor maneira possível.

É muito importante que se lembrem sempre de continuar a lutar, mesmo com as dificuldades que virão.

No entanto, terão também de fazer uma escolha:

Esquecer a questão, e NUNCA contar a ninguém este segredo, OU, enfrentar os obstáculos, decifrar as pistas, uma vez que vocês são os escolhidos, e, com a minha ajuda, tornar-se-ão poderosos, se esta escolha não vos levar à morte.

Como sei que são duas pessoas? Porque as duas casas estão unidas com este segredo. Sei que haverá uma terceira pessoa, porque os senti aos três, sei tudo sobre vocês. Os escolhidos da geração (é assim que são chamados) são os únicos que podem saber do segredo. Não são os únicos na vossa escola, por isso, dependendo da vossa escolha, poderão conhecê-los. Não vos posso obrigar a acreditar, uma vez que eu também não acreditei quando era da vossa idade.

As vossas dúvidas poderão ser esclarecidas. Já sabem o que têm de fazer, por agora é tudo.

P.S.: A MAGIA É INFINITA.

Guardei a carta na mala, para a mostrar à Sara.

....


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