A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 4
O segredo de Megan Lilly


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a sakurita1544. Ela foi a única pessoa que comentou no último capítulo. E como sou muito dependente de comentários, esse capítulo não sairia sem você, obrigada.
Esse capítulo é narra do por Megan, espero que gostem, e que dessa vez, mais gente comentem...



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Por Megan

Foi extremamente contrariada que eu cheguei ao Brasil. Discuti, briguei, de certa forma , esperneei, mas não teve jeito, my Dad e my Mom, me obrigaram, tínhamos que manter a família unida, e segundo eles, eu só arrumava confusão em San Francisco mesmo, o que não era mentira.

Falei que não queria deixar meus “amigos”, e como para eles, esses eram as jovens celebridades mais polêmicas de Hollywood, como Justin ou Miley, my mom até que gostou da ideia de me separar deles... A verdade é que ter tais amigos e aprontar tanto era uma forma de provocá-los. Mostrar ao planeta que Jonas Marra e Pamela Parker Marra não podiam ser tão perfeitos como apareciam na mídia, já que a filhinha deles era toda errada. Eu não aguentava a vida de aparência dos meus pais. Eles tinham e viviam no meio de tantos problemas e confusões, e se apoiavam na hipocrisia.

Creio que o mundo inteiro, me via assim: Megan Lilly Parker Marra de 19 anos, superficial, famosa (admirada e seguida por jovens sem discernimento algum, admiradores de Bad Girls, sim eu tinha certo fã clube), loura platinada, garota que desde cedo aprontava em festas, brigava com as garotas, caia nos braços dos homens, bebia, usava drogas, dirigia sem controle, desrespeitava as autoridades. A filhinha rica, mimada , rebelde do casal lindo e perfeito Marra.

Muitas coisas que diziam de mim e das minhas ações eram verdadeiras (apesar de que não bebia tanto, nem cheguei a usar drogas, dentre outros). Mas o que ninguém sabia é toda essa imagem era extremamente calculada. Aquela não era eu, não de verdade. Eu havia aprendido com os mestres da dissimulação, os meus pais, e fingia mesmo. No início da minha adolescência, tentei ser verdadeira, mas acabei me decepcionando, e recebendo sermões de como me portar em relação aos repórteres. Se era para ser alguém diferente na frente das câmeras, eu iria criar uma imagem para mim, uma imagem que não agradaria o clã Marra. E foi o que fiz... Daí surgiu a Bad Girl autodestrutiva.

Quem era então a verdadeira Megan? Talvez ainda não soubesse quem eu era. Mas criei uma vida paralela de todos e que representava mais a minha verdadeira face do a que eu apresentava ao mundo . Só que ninguém que me conhecia como Megan, sabia dessa vida. Nem mesmo os meus pais. Como era coerente a minha personalidade de herdeira rica, que não precisava e nem queria fazer nada, eu conseguia ficar um bom tempo do meu dia trancada em meu quarto ou passeando em lugares (com internet bem velozes)sem precisar dar muitas explicações. E era nesses momentos que aparecia Ada.

Assistia muitas séries e filmes, lia livros, quadrinhos, artigos, lia muito muito mesmo. Era viciada em informação, algumas vezes até tentei escrever. Participava de blogs, a maioria nerds, usava programas complexos, programava, alterava peças de computadores, celulares e etc, montava equipamentos, criava muitas coisas, e claro, também tinha a minha atividade como hacker, ou cracker, para usar um termo mais correto. Já tinha invadido diversos sistemas, feito muitas brincadeiras e até denuncias. Ada era uma hacker famosa e renomada, claro que no mundo digital. Para pessoas fora dele, era quase uma terrorista. Meus dois alter egos, eram famosos por assim dizer.

Penso que se my dad soubesse desse meu lado Nerd... Sim, por incrível que pareça, a patricinha burra e superficial, tinha esse lado, era na verdade muito nerd. Talvez ele até gostasse e me colocasse a par dos assuntos da Marra, quem sabe me arrumasse uma função na empresa. Mas eu não queria dar esse gostinho para ele. Não queria que ele visse que mesmo não tendo o mesmo sangue dele, nós tínhamos interesses e habilidades parecidos... E que além do mais, eu não era uma completa inútil como ele pensava...

Eu estava aborrecida, mas fiquei aliviada quando finalmente chegamos ao hotel que nos hospedaríamos até que a Mansão Marra made in Brazil estivesse pronta. Mas antes de ir para o meu quarto, tive uma discussão com Jonas Marra... para não perder o costume:

– Bem Jonas, você voltou ás origens, e amanhã, o que vai fazer, me apresentar à vovó? – pelo jeito dele eu sabia que ele tinha algum problema com a mãe e como estava irritada queria provocá-lo.

– De jeito nenhum, aliás, Megan Lilly, você está proibida de chegar perto da Gláucia Beatriz!

– Desde quando você me proíbe de fazer algo, Dad?

– Desde quando eu pago as suas contas, os seus cartões, as suas roupas de grife, a gasolina do seu carro. Aliás, eu falei que você teria um carro no Brasil, mas posso mudar de ideia- pelo seu olhar, eu sabia que ele estava falando sério.

– Como se eu tivesse alguma coisa com que se gastar nesse fim de mundo, como seu eu tivesse algum lugar para ir ou quisesse conhecer o povo primitivo do seu país!

– Então não vai precisar do carro? – ele continuou ameaçando.

A verdade que as roupas não fariam muita diferença para mim, já que eu tinha tantas, e só comprava muitas para manter a minha imagem de patricinha. Mas pensei que não queria ficar presa naquele Hotel e por mais que não quisesse ter me mudado para o Brasil, havia alguns lugares que eu gostaria de conhecer, além dos seus habitantes também. Já tinha lido muito sobre o país, ninguém sabia disso, mas eu fiquei curiosa sobre o lugar que meu pai nasceu, e com o qual eu também tinha certa ligação. Já havia até planejado alguns passeios... A patricinha pensaria, é claro, em conhecer as praias, não que eu não quisesse isso também, pelas fotos eram lindas, mas o que eu queria mesmo era ir à Ilha Fiscal. Após ter lido livros sobre império brasileiro... Queria muito conhecer o lugar onde fora realizado o último baile do império:

– Sim, eu quero o carro.

– Então não vá atrás da minha mãe ou de qualquer outro parente daqui.

– Dad, isso é muito estranho. Você diz que veio para fazer as pazes com a sua origem, recuperar as suas raízes, que tá trazendo a Marra para desenvolver o seu país.... E não quer que sua filha chegue perto da sua família?

– Megan, você não sabe de certas coisas, não entende.

– Tem alguma coisa errada aí. Tem alguma coisa muito errada nessa história de vir para o Brasil. Você não me engana– e não enganava mesmo.

Fui para o meu quarto e a primeira coisa que fiz foi pegar o meu Marra book. Precisava espairecer... Precisava me tornar Ada. Torcia para que mesmo tão longe do Vale do Silício, que a conexão daquele hotel fosse boa o suficiente para fazer as minhas atividades sem estresse. Mas não era, eu estava mesmo no fim do mundo, era o melhor hotel da cidade, e nem uma conexão wi-fi decente tinha. Além de tudo, a conexão já ficaria mais lenta, pois teria que usar programas e táticas para camuflar o meu IP e outras informações da minha máquina.

Antes de vir para o Brasil, pesquisei sobre os hackers do país. Soube das atividades de alguns, e descobri que havia uma espécie de grupo secreto composto por eles. Podia entrar aquele que conseguisse descobrir o endereço (link) do dia, a senha, ou seja, quebrar o sistema. Depois que fizesse isso, apareceria uma espécie de bate papo, onde os hackers trocavam ideias, compartilhavam experiências e planejavam ações. Somente quem possuía habilidade suficiente, consegui chegar na sala e só os melhores tinha tais habilidades.

Agora que eu estava no Brasil, não poderia ficar de fora... A qualidade da minha conexão me atrapalhou muito, e até cheguei a pensar em parar em alguns momentos. Mas não era uma garota de desistir das coisas, ainda mais sendo um desafio tão interessante. Já era madrugada quando consegui entrar na sala, foi com um gosto doce na boca que li a mensagem na tela, Ada entrou ( como eu já entendia o processo, nas próximas vezes seria mais fácil). Havia duas pessoas on-line: “Ferris” e “Golias”:

– Seja bem vinda, Ada - era uma mensagem de voz de Ferris, claro que usávamos vozes alteradas digitalmente.

– Thanks.

– É sempre bom ver uma garota aqui. –ele continuou.

– Não liga, é que não vemos muitas garotas no grupo. – disse Golias – Seja bem vinda.

– Eu imaginava, mulheres não curtem muito computadores, não é? – brinquei.

– Não, não é isso. Já vi mulheres feras em computação. É só que...

– Fica tranquilo, Golias. Realmente não conheço muitas mulheres que são hackers ou programadoras.

– O seu nome vem, daí, né? Uma mulher pioneira na computação, aliás, a primeira pessoa a fazer um programa para computador, Ada Lovelace...

– Sim, é uma homenagem a ela... Golias... Fiquei impressionada com você agora. Mesmo na rede poucos chegaram a essa conclusão, poucos me falaram disso.

– É que eu gosto de saber sobre as origens das coisas.

– Eu também adoro História. – respondi.

– Você é a famosa Ada que invadiu o página pessoal de um governador gringo no Natal e colocou a foto dele com a amante usando somente um gorro de papai Noel? Também invadiu um site do governo, tirou a página oficial do ar, colocando uma com a mensagem “Feliz dia da toalha”? –perguntou Ferris – Ri demais nesses dias.

– Sim, sou eu – ri- Mas você só lembrou as minhas brincadeirinhas... Eu também já trouxe a tona informações de umas Ongs que desviavam dinheiro para os bolsos dos responsáveis delas, já liberei os dados sobre um celular lançado pela Marra que estava sendo vendido com falhas de segurança, que eles tentavam encobrir, também mostrei a manipulação nos votos de um prêmio em Hollywood.

– Sim, você é muito ativa. Não sabia que era brasileira. – Ferris continuou.

– Eu não diria que sou exatamente brasileira – respondi.

– Mas você fala português muito bem. – comentou Golias.

– Podemos dizer que vou ficar no país por enquanto... É bom saber que também sou famosa por aqui... Sabe que já ouvi falar sobre você, Ferris. Pelo o que consta, você conseguiu invadir alguns sites do governo, computadores de parlamentares, vazou informações sobre esquemas ilegais, não? Fazendo até que a Polícia Federal começasse uma investigação dos congressistas... Parabéns.

– Sim, o Ferris é um hacker ativista... Quer acabar com a corrupção.

– Já de você, eu não ouvi falar nada, Golias. Você é novo no meio?

– Na verdade, o Golias ajudou diversas vezes nas minhas ações, ele só não gosta de ter o nome ligado a elas.

– Gosta de ficar atrás das cortinas? Mas qual é o propósito se ninguém sabe que ...– fui interrompida.

– Eu prefiro assim, até hoje preferi deixar o meu nome longe disso, me preservar, não me importo com a fama na rede... Mas gosto de agir, lutar por certas causas.

A conversa ainda rendeu muito, já estava amanhecendo quando sai do chat. Eu estava feliz, ainda me sentia desgostosa com a mudança para o Brasil, mas já tinha encontrado alguns carinhas legais da minha tribo. E já começava a achar que viver um tempo por aqui, poderia ser uma experiência interessante.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? A minha Megan é um pouco diferente. Espero que tenham gostado....
Bem com esse capítulo eu fecho a apresentação dos personagens... Nos próximos pretendia colocar os encontros deles... Pra ser mais exata, no próximo, Verônica e Jonas se encontrariam... Eu gostaria de poder escrever com maior frequência, mas a verdade é que meu tempo anda meio curto... E também como não estou vendo tanta participação dos leitores aqui, tô achando que não está agradando... Nesse caso, é capaz mesmo de desanimar e não continuar escrevendo. Por isso, se puderem, se houverem leitores interessados na história, querendo que eu continue com ela. Se manifestem... Há mais de uma forma para se fazer isso.... Pode ser qualquer coisa... Quando escrevo histórias, eu sou muito dependente de feedbacks... De qualquer forma, obrigada a todos que estão lendo e já participaram...



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