A Pick-Up do Márcio escrita por Non Ecziste


Capítulo 6
Just eu e a Preciosa


Notas iniciais do capítulo

Empaquei legal por um tempo, mas enfim saiu alguma coisa. Curta e sem graça, mas saiu. Ainda assim, espero que gostem...

— Clara.



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Assim que todos desceram do carro, Jamille deu a ideia de procurarmos em pares pelo que precisássemos, desde comidas, bebidas e remédios, até montes e montes de livros, porque, segundo ela, as coisas se tornariam bem chatas daqui para frente, tendo em vista que nem eletricidade tínhamos mais (percebi isso assim que adentramos o Formosa e dei por falta daquele arzinho gelado que sempre circundava o ambiente lá dentro).

No fim das contas, três duplas foram formadas no total, sendo elas: Ariel e Jamille, Ineda e Ana Vitória, Gabriel e Nicole. Foi decidido também que eu ficaria no carro, vigiando e tomando conta de tudo, ainda que não me sentisse lá muito segura em guardar sozinha uma pick-up preta e enorme. Ok, eu tenho a chave. E ok, eu sou a única que sabe dirigir nessa bagaçada toda. Mas custava terem descolado uma companhiazinha pra mim? Ficar de guarda sozinha é muito chato, gente!

— Então é o seguinte: eu e a Ari ficamos com a parte dos remédios, Ineda e Ana pegam o máximo de comidas duráveis que puderem, e a Nicole e o Schwarzenegger... bom, eu espero que o Gabriel entenda de whiskies, porque li num site que são ótimos analgésicos e esterilizantes — disse Jamille. — E Nicole, enche o teu carrinho de suco, refrigerante, o que for. E alguns energéticos também seria bom.

— Sim senhora — ela balançou a cabeça em afirmação.

Logo, Gabriel estufou o peito e saiu marchando para dentro do supermercado, mas então percebeu que tinha esquecido a namorada parada e com cara de taxo do lado de fora, sendo assim, voltou para buscá-la quase tão rápido quanto havia ido.

No entanto, me veio em mente que todo o cuidado nem sempre é o bastante... o que chegou a ser um pouco estranho, porque esses pensamentos precavidos geralmente nunca partem de mim. Mas foda-se, eu que mando nessa porra de capítulo hoje.

— Ei gente, antes de vocês irem não seria melhor levar os troços de ferro junto? — perguntei.

— Ah é, olha, tinha até me esquecido! — Ineda abriu uma das portas traseiras do carro e tirou de lá seis estacas de ferro (vulgo resquícios do que antes foram carteiras em uma sala de aula cheia de gente gala-seca), logo distribuindo uma para cada um deles. Porque eu vou tomar conta do carro, então não preciso e blá blá blá.

— Pronto. Agora podem ir.

— Mas como que bate nos bichos com esse trequinho? — Ana perguntou. E não era novidade o fato dela estar segurando o bastão errado... pelas extremidades... onde era pontudo e ela podia cortar as mãos. — Eu vou acabar machucando alguém com isso.

— Ou você mesma — murmurei, na intenção falha de passar despercebida.

— Hahaha, sua chata — ela fez uma careta de criança birrenta e passou a segurar o breguete de ferro de maneira... menos errada, por assim dizer.

— Ok, ok, bora logo que nunca se sabe quando um zumbi vai aparecer pra te devorar — disse Ariel, empurrando todo mundo para dentro do Formosa no instante seguinte.

E então eu fiquei ali, sozinha, do lado de fora da pick-up, até me dar conta de que não podia lidar com o calor infernal que estava fazendo àquele horário, então fui logo me aconchegando outra vez no banco do motorista e liguei o ar-condicionado. Bem melhor assim.

Passei um tempinho só observando a movimentação ao meu redor, contando de um a quinze os poucos que ainda não tinham virado mortos-vivos ali. E ainda que o Formosa tivesse tudo para ser um dos locais mais infestados por essas pragas, pelo que eu via a quantidade de zumbis ali era praticamente nula. Mas isso só do lado de fora, né. Não fazia ideia se por dentro as coisas estariam tão quietas assim.

Espero que estejam todos bem...

Depois de alguns minutos no maior tédio, notei uma luzinha vermelha piscando no painel do carro, logo atrás do volante, e ao que tudo indicava: a pick-up estava ficando sem gasolina. Ótimo. Era só o que me faltava, ter que abastecer esse monstro de quatro rodas por conta própria, já que homem nenhum ia pedir a chave do carro depois que eu dissesse: “Completa pra mim, por favor.”

Então, com muito desgosto, eu liguei mais uma vez a Preciosa do Tio Márcio e segui até o posto mais próximo, que felizmente ficava logo ao lado, xingando geral e mandando o mundo inteiro tomar no cu... se bem que ele já estava tomando desde o início desse apocalipse de merda, mas quem liga?!

Mal estacionei a pick-up e fui logo retirando a chave da ignição. Desci do carro às pressas, porque nunca se sabe quando um zumbi vai surgir bem na sua frente, e corri até a mangueira de gasolina (ou seja lá como se chamava esse troço). No entanto, assim que comecei a abastecer o carro, ouvi alguém gritando o meu nome. E esse alguém parecia estar bem cansado.

Num ato impulsivo, olhei em volta até encontrar uma figura familiar se aproximando cada vez mais, e não pude evitar sorrir ao reconhecê-la de vez.

Jurupeixa Darwin! — exclamei alegre, assim que ela me alcançou.


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Notas finais do capítulo

Nicole, deixo em suas mãos a tarefa de melhorar a continuação desta merda. E por favor me perdoe por te zoar tanto ♥



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