A Pick-Up do Márcio escrita por Non Ecziste


Capítulo 5
O saqueador da Cacau Show


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, a escritora do primeiro capítulo está de volta: Jamille linda, claro.
Se preparem, porque esse troço tá mais brisado que o Havaí, sério, tá MUITO brisado. Boa leitura e não levem a sério nada do que está aqui.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554251/chapter/5

— ACELERA ESSE CARRO, CLARA! — gritei, já em pé no banco de trás do carro; se eu soubesse dirigir já tinha entregado essa menina para ser o chá da tarde dos zumbis.

— Mas eu to acelerandooo — começou ela —, Hakimacu Ziguzigu tchêtchêrêrê — ... Tá, ela não disse isso; mas a doida tem mania de falar coisas em coreano, e eu não entendo porra nenhuma.

Nós tínhamos voltado para a rua principal, em direção ao Formosa, e estava tudo de boa. A Ana já tinha voltado à sua cor normal, a Nicole tinha parado de gritar – alto –, a Ariel já estava pensando racionalmente de novo (ou seja, já havia planejado como os EUA tinham criado esse vírus para exterminar os comunistas escondidos no Brasil), a Clara estava falando frases sem 5 caralhos e 3 porras e a Ineda... não, a Ineda continuava reclamando.

O problema foi quando a nossa habilidosa motorista passou por um buraco e o Estumano estava lá dentro. Ou melhor, a versão zumbi dele. Resumindo: a roda travou na cabeça dele.

— Aaaaai, é o fim, vamos virar lanchinho desses mocréios! — choramingou Ana.

— Eu não quero morreeeeeeer!! — Clara bateu com a testa no volante repetidas vezes, acionando a buzina.

Todas olharam muito putas para ela.

— Não, precisamos saber se os meninos estão bem! — Nicole disse. — Vamos andando e arranjamos outro carro!

— Outro carro com a chave na ignição e sem dono? — Ineda resmungou.

— Temos que tirar o Estumano daq....

E nossa salvação surgiu. Do outro lado da rua (para ser mais exata, de dentro da Cacau Show), chegava correndo um Gabriel, ao ritmo de I Want to Break Free, com dois riscos de lama nas bochechas (ou seria chocolate?) e com uma arma nas mãos.

Tá, não sonhem, era uma arma de paintball.

Ele veio correndo em nossa direção e foi direto para o buraco de estuma, apontando a arma bem na cabeça do zumbi até que, enfim, atirou. Não faço ideia de como uma bala de tinta matou um zumbi cabeçudo, mas eu que não ia questionar os métodos do Gabriel Schwarzenegger.

Ele levantou a arma e assoprou a boca do cano, enquanto falava:

Olha, rapaaaz... isso dá um fim no blog JV e Amigos.

Ariel revirou os olhos e pôs a cabeça para fora da janela do carro.

— Bora, meu filho, tira esse trouxa daí pra gente ir pro Formosa roubar umas revist... pegar comida! — ela exclamou.

— Passei a minha vida toda na frente de um videogame... e o jogo enfim virou realidade! Deixe-me contemplar este momento, pelo menos — disse ele, limpando umas lágrimas de emoção dos olhos e virando-se na direção do zumbi morto.

Resumindo as coisas dentro do carro: a Ariel estava impaciente, a Clara analisava uma das unhas, a Ana continuava chorando, a Ineda se entusiasmava com a falta de comida no apocalipse – pois assim ela poderia emagrecer e virar Lolita –, a Nicole estava desmaiada de felicidade, e eu, só observava o pomba lesa do Gabriel.

Ele levou uns cinco minutos para arrastar o cadáver do buraco, enquanto Ariel e Ineda saíam do carro e matavam os zumbis atraídos pela buzina. O Schwarzenegger finalmente tirou do caminho o que era o gossip girl da escola e, ao terminar, retirou sua farda e exibiu orgulhoso a blusa do Grêmio intacta que vestia por baixo.

— Eu sabia que esse dia ia chegar! — começou ele todo feliz. — O dia em que mataria um zumbi sem precisar sujar minha preciosa — Gabriel se abraçou, abraçando a blusa (foda-se a concordância).

— Tá, tá, já entendemos — falei.

— Entrem no carro! Partiu Formosa! — Clara exclamou, por pouco não buzinando de novo.

Assim, todos ocuparam seus devidos lugares no carro; com exceção apenas do Gabriel, que precisou ir no porta malas – o que combinou muito com o mala que ele era, hehehe... Será que a Nicole lê pensamentos?

Ok, mas ele salvou a gente. Minha consciência insistia em me lembrar.

— Estávamos no meio da aula do mestre Brilhante quando o apocalipse aconteceu. Ele saiu correndo e deixou os alunos pra morrer — disse a voz vinda dos confins do porta malas. — Na verdade ele nos avisou antes, o que nos salvou. Melhor profis de todos.

— E o que você tava fazendo pras bandas da nossa escola? — resolvi perguntar.

— Calma, vou já chegar aí — ele respondeu, antes de retomar sua narrativa. — Saí correndo da sala e peguei minha arma de dentro da mochila, e depois fui direto atrás do meu primeiro objetivo de apocalipse: chocolates. Saqueei a Cacau show e fui atrás do meu segundo objetivo de apocalipse: Nicole. Por coincidência vocês estavam no meio da rua buzinando.

— Pera... tu tava fazendo o quê com uma arma de paintball na mochila? E como que tu matou um zumbi com uma bala de tinta?! — Clara perguntou, confusa.

— Desde o dia em que eu zerei The Last of Us... só saio de casa preparado pra uma catástrofe — Gabriel começou, com uma voz sonhadora —, e a arma é adaptada para se usar bolas de chumbo em vez de tinta.

— Como foi que tu fez isso, criatura? — Ariel estava incrédula.

— Tenho quatro palavras pra você: Gênio, Bilionário, Playboy e Filantropo.

É... Algumas pessoas realmente não têm noção da realidade.

[...]

Finalmente chegamos ao Formosa. O local aparentava estar sem zumbis, mas com várias pessoas roubando coisas.

Todos nós, menos a desmaiada, descemos do carro (inclusive um Gabriel puto e reclamando de dor nas costas). Fui logo me adiantando:

— Gabriel, vê se tu consegue acordar a Nicole.

E lá foi o Romeu atrás de sua Julieta. (Ihhhh, té’fresqu’é?) Ele abriu a porta do carro onde ela estava desmaiada e começou a cutucar as costelas dela (ainda bem que o amor é cego, porque a mina tava babando).

Eu e as meninas, preparadas para a reação da nossa amiga, tapamos os ouvidos. Ela abriu os olhos e deu um pulo, batendo com a cabeça no teto do carro (aquilo deve ter doído pra caralho).

— GABRIEEEEEEEEEEEEgritosinaudíveisgritosinaudíveisgritosinaudíveis — Nicole berrou, ficando mais vermelha que os mamilos dos meninos após os apertos da Clara, e enfim, eles se abraçaram, se beijaram e... cuspe para todos os lados.

— Puta que pariu, vou segurar vela até no fim do mundo, é isso mermo? — resmungou Clara.

— Ei vocês dois! Deixem a viadagem pra depois! — gritei e rimei, porque sou moleca doida. — Tá na hora de saquear o Formosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oieee! Você conseguiu ler este capítulo sem perder sua sanidade?
O próximo será da Clara, bye bye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Pick-Up do Márcio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.