Artur respirou fundo, fez uma pausa, e no último instante abriu um sorriso leve e falou:

–Seu pai está bem, ele não corre mais risco de vida, porém, ele ainda não acordou.- disse Artur, Luiza respirou aliviada.

–Ai graças a Deus! - disse Luiza, abraçando Cirilo.

–Eu não disse que ele ia ficar bem?- disse Cirilo.

–Mas eu posso vê-lo?- perguntou Luiza.

–Pode sim, se você quiser garoto, pode entrar também.

–Claro que sim.

Então, Cirilo e Luiza entraram na sala onde estava Salazar, mesmo que ela soubesse que ele não podia vê-la, ele podia ouvi-la, então, pegou a mão do pai e começou a pedir desculpas por ter sido uma filha tão distante, que nunca deu a mínima importância pelas coisas que ele fazia ou dizia, enquanto Cirilo apenas a observava, chegou até a sentir tristeza por ela, amar um pai que até um dia fora um grande mostro maquiavélico e agora que estava se redimindo, foi tentar fugir e estava lá, ligado a tubos, com o rosto todo inchado e cheio de hematomas.

Enquanto isso, a Patrulha Salvadora estava tentando se proteger da grande quantidade de tiros que estavam circulando em volta deles, os patrulheiros haviam esquecido de levar o cogumelo e por isso, não poderiam arriscar naquela hora, eles teriam que achar um jeito de chamar a atenção, Daniel tentou entrar em contato telepático com Nikolai, mas o mesmo ignorou Daniel, ele tinha o ouvido, mas preferiu fingir que não ouviu porque não queria que eles se machucassem mas também não queriam desistir da luta, o jeito era pedir para que Marcelina usasse seu escudo para que eles entrassem no meio da confusão, mas aquela cena de guerra à sua frente estava deixando-a muito nervosa, por isso ela não conseguia usar seus poderes. Carmen usou um raio laser de sua visão pra que acertar algum deles e ver se assim, podia acabar com a luta, mas quando ela acertou um integrante dos Ballas, o outro, que era irmão dele, arregalou os olhos pra ela e a olhou com uma expressão de fúria, depois mirou nela e atirou, mas Alícia conseguiu puxar Carmen de volta antes que a bala penetrasse nela.

–Gente, cadê o Cirilo que não vem? Se ele estivesse aqui, poderia muito bem usar o poder da bondade em todos eles.- disse Daniel.

–Assim seria muito fácil e rápido, mas não parece ter outro jeito.- disse Jaime.

Eles ficaram muito tempo escondidos ali, quando se deram conta de que o barulho dos tiros vinha se aproximando, ou seja, o pessoal da gangue Ballas estava indo ao encontro deles pra se vingar por terem acertado um de seus companheiros, a turma começou a ficar nervosa, mas não podia perder a cabeça, então, cada um foi para um canto da casa pra se esconder, como o irmão do homem ferido viu os patrulheiros entrarem na casa, já foram logo arrombando a porta e entrando. Mas quando eles estavam saindo da sala e entrando no corredor, Chapolin tentou, discretamente, paralisar todos eles com sua corneta, mas não conseguiu, a corneta só paralisava um, então, os homens da gangue miraram suas armas na direção que o barulho da corneta veio, mas como não encontraram nada, seguiram seu caminho, foi quando Chapolin encontrou Daniel escondido embaixo do sofá do outro lado da sala e Daniel fez um sinal para que ele seguisse em frente, ou seja, que ele criasse o máximo de coragem possível pra poder paralisar ou derrotar todos eles, mas como? Foi quando Chapolin viu que tinha uma televisão antiga, daquelas de tela grossa, bem no canto da sala e resolveu usá-la como escudo, se isso fosse possível né? Mas pelo menos ele ganharia mais tempo, então, pegou a televisão, mas ela era muito pesada pra ele segurar, então, não podia ser aquilo, teria que ser uma coisa que ele pudesse segurar, afinal, ele era mais forte que um rato, alguma coisa ele teria que aguentar, então ele sentiu uma mão em seu ombro e deu um passo pra trás, quase gritando, mas conseguiu abafar o grito tapando a boca com a mão pra que esses atiradores não o ouvisse, quando se virou, viu que era Davi, que encontrou uma granada dentro de um buraco de dentro do sofá onde ele havia se escondido, o sofá tinha um buraco e Davi se escondeu lá, então Chapolin pegou a granada e soltou o pino, depois, ele colocou a mesma no ouvido e esperou alguns segundos pra depois jogar com toda a sua força dentro do quarto onde os Ballas estavam e trancar a porta por fora com a chave que estava presa na fechadura pelo lado de dentro, os Ballas ainda tentaram atirar na porta numa forma de abrir um buraco pra que eles pudessem sair, mas não deu tempo, a granada explodiu antes que eles pudesse abrir o tal buraco, mas a granada, que tinha 50 centímetros de tamanho, causou uma explosão tão forte que não só destruiu o quarto, mas também destruiu a casa inteira, até alguns dos homens da gangue Vagos que estavam esperando eles voltarem pelo lado de fora, foram atingidos pela explosão, mas nada grave. Talvez por medo do que pudesse acontecer depois, os Vagos deram a luta guerra por encerrada e sem vencedor, já que não existia nada mais a fazer já que todos os seus rivais estavam mortos, ou pelo menos, aparentava.

Para a sorte dos patrulheiros, Marcelina conseguiu juntar todos em um canto só e acionou seu escudo protetor pra que eles não fossem atingidos pela explosão, porém, quando a polícia chegou e viu todos ali, encolhidos, em volta do campo de força, pensaram que eles tinham explodido a casa como fazem os criminosos, mas os patrulheiros fugiram, não tinham outra escolha, de lá, eles resgataram John e Nikolai e foram direto para o hospital ver como Salazar estava. Apesar de tudo, Cirilo tinha razão, ele realmente tinha muita coisa pra acertar com eles.

Quando chegaram no hospital, o horário de visitas já havia terminado, mas mesmo assim, eles encontraram Cirilo e Luiza conversando no corredor da sala onde Salazar estava, Luiza segurava um copo com água e Cirilo falava com ela calmamente.

–E aí Luiza, como ele tá?- perguntou Daniel, sem saber que Luiza estava impossibilitada de falar, devido ao choque por ter visto o estado do pai.

–Ele está bem, só inconsciente.- disse Cirilo.

–Fica quieto Cirilo, perguntei pra ela.- disse Daniel.

–Ela não pode falar nervosinho, está tão chocada pelo estado que ele ficou que perdeu a voz.- rebateu Cirilo.

–Tá, então vamos perguntar ao médico.- disse Alícia.

Cirilo e Luiza estranharam o mal-humor de Daniel, será que eles haviam perdido a luta ou algo assim? Não podia ser isso, porque eles haviam resgatado John e Nikolai, então, o que aconteceu?

–Daniel, o que houve com você? Por quê está me tratando assim?- perguntou ele.

–Ora Cirilo, eu acho que eu não te devo satisfações.- rebateu Daniel.

–Ah, vai me dizer que você vai me tratar com indiferença porquê eu vim aqui visitar o pai da Luiza que nos deve pedir desculpas?

–Você desfalcou a gente Cirilo, quase morremos lá por sua causa. Você era o único que podia fazer a gente ganhar com facilidade.

–Sabe o que eu acho Daniel? Que você tá folgado demais pro meu gosto. Tudo você quer que seja da forma mais fácil, que não tenha nenhum obstáculo, seria porque o seu poder da super inteligência não te deixa fazer quase nada?

–O quê? Como se atreve a falar assim comigo?- Daniel praticamente gritou chamando a atenção de todos.

–Shhhhhiu, fala baixo Daniel, em hospital não se pode gritar.- disse Chapolin e Maria Joaquina bufou, novamente o Cirilo estava se desentendendo com os patrulheiros, ou pelo menos, só com um, mas já não bastasse o Cirilo ter chegado a sair da patrulha por um tempo, o Chapolin quase saiu também, mas agora ele novamente está se desentendendo, se continuar assim, ele pode ir de modo permanente. Mas Maria Joaquina não falou nada pra não ter que brigar com seu amado, enquanto ela tivesse controle da situação, estava tudo bem, depois, voltaram ao QG, mas o clima ainda estava pesado, embora Chapolin tenha conversado com Cirilo sobre como foi a luta, mas mesmo assim, não era o bastante para abaixar a poeira, agora é só torcer pra que as coisas não piorem.

Quando chegaram no QG, o Júpiter anunciou que uma nova mensagem estava chegando, e todos ficaram em choque quando viram na tela o Faraó e ainda tinha o trono dele como plano de fundo.

–Faraó?!- todos disseram juntos.