O Mundo De Taylor escrita por Bellla


Capítulo 24
Acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Como prometido cap. novinho e cheio de ação.
Estou doente, por isso a demora. Mas espero que a quantidade de coisas novas e o tamanho do cap. compensem.
Separem a pipoca e boa leitura!



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P.O.V- Marcus

"Uma hora depois, eu finjo para o meu professor de química que estou passando mal. Encontro o Will usando um boné ridículo atrás da biblioteca, está sem uniforme e tem uma mochila nas costas, provavelmente alguma coisa pra eu vestir."

– Toma.

"Ele me joga a mochila que até que está leve. Abro-a e encontro uma calça jeans, uma camisa preta de algodão e um boné parecido com o dele. Espero que sirva. Me escondo atrás de uns arbustos e troco de roupa, cara, isso é a coisa mais ridícula que eu já fiz. Quando saio, já trocado, vejo Will encostado na parede com cara de tedio."

– Demorou princesa.

" Reviro os olhos, não é hora de discutir com esse idiota, é hora da fuga. Vamos pra o lado leste, aonde ocorre a estrega de alimento. A entrada é grande e vira e mexe aparece um caminhão com entrega. O Mentter é enorme e têm muitos alunos, não é pouca coisa que chega pra alimentar esse povo todo.

Aproveitamos a entrada de um caminhão gigantesco e passamos discretamente pelo vão estre o caminhão e o portão, agradeço mentalmente ao Will pelo boné. Os portões são cheios de câmeras, se não estivéssemos com essas coisas nos identificariam na hora.

Will estava certo. Foi mais do que moleza, foi babinha. Esse cara tem mesmo experiência com fugas. Enquanto eu não parava de tremer e temer que fossemos pegos, ele parecia que estava dando uma volta no shopping, descontraído e até distraído.

Andamos em silêncio por um bom tempo, já estamos na estrada. Pouquíssimos carros passam, e eu não consigo parar de imaginar como é que vamos conseguir um carro. Será que esse cara tá pensando em roubar? Não, ele pode se meio doido, folgado, mimado, mas não é ladrão. Assim espero.

Sinto o suor escorrer pela minha testa, estou cansadasso. Devemos já ter andado a uma hora. Minhas panturrilhas formigam e eu estou morto de sede. Will está absolutamente calado, e parece que só andou quinze segundos. Sua também, é claro, mas não parece nada cansado. Tenho que me lembrar que ele é um atleta. São nesses momentos que eu me arrependo de ter parado com as aulas de natação.

Já estou pra perguntar ao Will se vamos para a mansão Twestth andando, quando vejo um posto de gasolina, é daquele tipo fuleiro e pobre, mas é pra ele que eu e Will vamos."

– Clark!

" Cumprimenta um homem de macacão azul, imagino que seja o seu uniforme de tão sujo de graxa e óleo que está. Will sorri para o homem e eles se cumprimentam com abraço de camaradas."

– Ah Mão-Suja... Quanto tempo heim cara?

" O homem, que imagino ser o tal "Mão-Suja" gargalha, e diz:"

– Pois é rapaz... Você não aparece mais aqui pra jogar um baralho com nois.

– São os estudos, cada vez mais chatos e complicados.

" Fala Will brincando, o homem gargalha e diz:"

– Mas estuda Clark, estuda pra não acabar assim como eu...

" Os dois continuam conversando e eu tento imaginar o que leva alguém a pensar que se Will Clark não estudar vá ficar pobre, a herança do cara deve ser maior que a de meia dúzia de alunos do Mentter juntos, incluindo eu."

– Não vai apresentar o seu amigo?

" Pergunta Mão-Suja para o Will. Will me olha e força uma careta."

– Eu não diria que ele é meu amigo, mas nós temos que resolver um assunto juntos. Falando nesse assunto Mão-Suja... Minha garota ainda tá aí?

" Mão-Suja abre um sorriso maroto e seus olhos brilham."

– A garota tá aí sim... Linda e potente como sempre.

" Ambos gargalham e eu fico (mais uma vez) boiando, Mão-Suja joga uma chave para o Will e diz:"

– Cuida bem dela...

" Will começa a andar na direção atrás do posto, o sigo me remoendo de curiosidade. Ao chegar atrás do posto, percebo que a uma espécie de porta balcão velha e pichada. Will a abre, revelando uma Harley preta e enorme. "

– Pega aí.

" Ele me joga um capacete, mas estou tão distraído com aquela belezura, que quase o deixo cair e tenho que me desdobrar para ele não ir ao chão. Vendo minha falta de jeito Will revira os olhos e solta uma risadinha de deboche. Babaca."

– Tá, você é um idiota, mas sua moto é demais.

" Will ri e subimos na moto. Agora é só acelerar e salvar a Tay. Como se fosse simples assim."

* * *

" Decido correr um pouco. Correr me faz bem, e se tem uma coisa que eu não estou nesse momento é bem. Sinto saudades do Marcus, queria tanto poder conversar com ele, tentar me explicar... Também sinto saudades da Sam, aquela ruivinha foi a única amiga que eu tive em anos, seu jeito doidinho e maduro pra idade realmente me conquistaram. E por mais estranho que pareça eu também sinto saudades do Will... A última vez que eu o vi ele me deixou aquele beijo bobo e algum tipo de sentimento que eu não sei explicar. Não é como o que o Mar provoca em mim, o amor que eu sei identificar na hora. É alguma coisa diferente, não tão forte, mas tão importante quanto.

Paro de correr quando já estou perto do balaço da Tina. Me sento nele para esperar a minha respiração se acalmar. E uma lembrança vêm. A lembrança de quando papai me empurrava no balanço de casa, de quando eu gritava:" Mais rápido papai! Mais rápido! Eu quero pegar aquela nuvem!" E estranhamente a lembrança não me faz ter uma dor no peito, não me dá vontade de chorar, pelo contrário, ela faz com que um sorriso involuntário se forme no meu rosto. Fico surpresa e ao mesmo tempo muito feliz. Pela primeira vez lembrar da minha família não me faz pensar no fato de os ter perdido, mas me faz pensar nos bons momentos que passamos juntos, no quanto éramos felizes. E não é só porque eles não estão mais aqui que eu tenho que ser infeliz. Aonde quer que eles estejam, com certeza ficarão mais felizes se me verem feliz.

E é nesse clima todo de felicidade que eu resolvo tomar um banho para depois ligar para o Marcus. Não importa que ele me ache uma louca, eu ainda o amo, eu ainda sou feliz quando estou com ele. Não importa que ele pense que eu tive alguma coisa com o Will, eu só preciso ouvir a sua voz. Só preciso dizer "eu te amo" ao menos uma última vez. Afinal, eu não sei quando vou vê-lo novamente. Pois do jeito que as coisas vão, pode ser que nunca mais eu o veja, nem tenha a oportunidade de ouvi-lo.

Entro na casa e subo para o "meu quarto". Olho no relógio e vejo que já são onze e meia. Daqui a pouco tia Clarie e Tina devem estar chegando. Entro no banheiro e tomo um banho quente e demorado. Ao sair procuro algo no guarda roupa para vestir, minhas coisas estão todas encaixotadas e jogadas em algum quarto por aí, portanto, terei que me contentar com alguma coisa estilo "Clarie-Júnior". Opto por um vestido creme de renda. Sério... Minha tia acha que só existe vestido no mundo? Tento não imaginar como ela se vestia quando tinha a minha idade, devia ser um clone moreno da Barbie. Se bem, que hoje em dia até que ela é bem elegante. Faço uma trança de lado no meu cabelo e prendo a ponta com um pedaço de linha. Eu preciso de elásticos urgentemente.

Desço as escadas e estou indo em direção ao telefone quando Robertt me chama."

– Entra, preciso falar com você.

" Ele está parado ao lado da porta do escritório. Atá."

– Você deve me achar uma idiota se pensa que eu vou entrar aí sozinha com você.

" Ele suspira e faz cara de impaciência."

– Taylor, é sério. Eu não te acho uma idiota, mas é um assunto importante.

" Reviro os olhos."

– Ah Robertt para! A tia Clarie não está aqui. Então não precisa ficar fazendo esse seu teatrozinho.

– Taylor. Deixa de ser teimosa, é um assunto sério. Seu amigo... Um tal de Clark, morreu. Ele sofreu um acidente.

" Co-como? "

– É mentira.

" Digo friamente. Ele me olha com pena."

– Eu sinto muito... Mas não é.

" É mentira."

– Acho que foi com algum tipo de veiculo.

" É mentira!"

– Entra... Eu anotei as informações que o Mentter me passou.

" Passo por ele e sinto as lágrimas começarem a invadir meus olhos. Robertt está prestes a fechar a porta quando digo:"

– Nem pense. Eu não confio em você.

" Ele sorri, argh. Vai até uma mesa e pega um copo de conhaque (eu imagino) e ergue na minha direção. Eu até poderia aceitar, seria ótimo ficar bêbada e esquecer que o Will está morto. Mas eu nunca aceitaria um copo oferecido pelo Robertt."

– Não sou idiota... tira logo essa merda da minha frente e me conta direito o que aconteceu com o Will.

" Robertt tira o copo da minha frente, dá de ombros e o bebe."

– Eu já disse. Ele morreu.

" Ele morreu... Ele morreu... Will Clark não pode estar morto. Meu Will não pode estar morto!"

– Foi um acidente de carro.

" Droga! Por que todo mundo morre em acidentes de carro?!!! Isso não pode ser humanamente possível! Será que eu estou condenada a perder as pessoas que amo em acidentes de carro?! É uma praga essa porra?!

Começo a chorar compulsivamente, começo a soluçar sem parar. Robertt vêm e tenta me abraçar."

– Não toca em mim!

" Ele sorri, aquele sorriso nojento que me dá ânsia."

– Eu só quero ajudar.

" Ele diz irônico. Cerro o punho, e sinto minha unha machucar a palma da minha mão. Eu juro que meu maior desejo agora é de matar esse cara."

– Eu não preciso da sua ajuda!

" Seu sorriso se alarga e seus olhos ficam dilatados. Ele fala devagar e quase em um sussurro quando diz:"

– Mas vai precisar da ajuda de alguém...

" Ele me empurra com força e eu caio em cima de um aparador com tampo de vidro e com vasos em cima. As coisas caiem ao chão e eu caio em cima, sinto que algum caco de vidro corta meu braço. Robertt me levanta pelo cabelo e eu começo a gritar. Pelo amor de Deus! Essa casa é cheia de empregados! Será que são todos surdos?!

Robertt me prensa na parede, tento chuta-lo, mas minhas pernas estão prensadas. Ele me encara e eu sinto o seu bafo de álcool quando ele diz:"

– Finalmente Clarice. Finalment...

" Robertt não termina de falar, pois agora está jogado no chão. Vejo um pé indo e vido na sua direção. Sinto alguém me segurar, tento olhar para o lado mas só o que vejo é uma camisa preta. Tudo começa a ficar meio borrado, olho para cima e o vejo. Vejo seus cabelos loiros caídos na testa, seus olhos azuis cheios de fúria, eu vejo Will Clark.

O escritório é invadido por um monte de pessoas, seguranças, empregados, babás... Vejo alguns dos seguranças tentarem segurar o Will. Francesca, uma das babás da Toscana corre em minha direção e se abaixa ao meu lado."

– Ela está sangrando?!

" Pergunta assustada."

– Acho que é um corte no braço.

" Marcus?! Desperto ao reconhecer sua voz. Rapidamente olho para cima e dou de cara com seus olhos perfeitos e castanhos, percebo que eles estão cheios de preocupação. É tão bom vê-lo."

– O que está acontecendo aqui?!

– Papai?

" Tia Clarie está parada na porta, seus olhos estão arregalados e ela está desesperada. Toscana olha para o pai com a testa enrugada, com certeza não compreende que o pai está semi-inconsciente. Uma babá que está perto da porta, a pega no colo e saí correndo do aposento."

– Robertt!

" Exclama tia Clarie correndo em direção ao marido e se ajoelhando ao seu lado."

– Clarie?...

" Sussura ele enquanto abre os olhos."

– O que vocês ainda estão fazendo aqui?! Saíam! Vão cuidar das suas vidas! Pegar um toalha morna pro patrão de vocês! Façam alguma coisa útil seus idiotas!

" Ela grita para os empregados. Percebo que algumas mulheres estão assuntadas, algumas pessoas confusas, alguns seguranças até olham para o Robertt com... desprezo?"

– Senhora... O que fazemos com ele?

" Pergunta um dos seguranças que segura o Will. O homem que perguntou está visivelmente desconfortável. Tia Clarie relutantemente retira os olhos do marido, só agora parece perceber a presença do Will aqui. Seus olhos perscrutam a sala até pararem em mim, ficam arregalados e focam minhas feridas nos braços."

– Taylor...

" Ela sussurra."

– Oh minha querida...

" Diz se agachando ao meu lado, lentamente estende o braço na minha direção. Me desvencilho do Mar e abraço minha tia. Ela afaga meu cabelo e sussurra no meu ouvido:"

– Calma querida, calma... Passou, passou. Agora ninguém mais vai tentar roubar você.

" Me roubar? Ah tia... Só compreende o que quer. As vezes penso que ela é a louca da história. Me afasto dela e olho em seus olhos."

– Tia Clarie, não houve roubo algum... Foi o Robertt, ele, ele tentou me atacar de novo.

"Não sei se consigo dizer ao certo qual é a expressão da minha tia. Logo atrás dela, com ajuda de um empregado, Robertt se levanta meio grogue. Tia Clarie se levanta bruscamente e se vira para o marido, vejo que está magoada, humilhada e furiosa. Não acredito que Robertt vá mentir dessa vez, com a quantidade de testemunhas o jogo já está ganho."

– E então... O que você tem a me dizer?

" Ela pergunta sem olha-lo diretamente. Ele revira os olhos e solta um grunhido de deboche."

– Ora Clarie, o que você quer que eu diga? Que é mentira da pirralha? Que sou inocente? Ou que fui abduzido por E.T's e esse aqui é um clone meu?

– Seu merda!

"Grita tia Clarie enquanto o enche de tapas. O homem que está desconfortável e que a segundos segurava o Will tenta para-la."

– ME SOLTA!

" Ela grita novamente. O homem vai tão rápido para o outro lado da sala que dá vontade de rir. Ela se afasta do marido que tem um sorriso desdenhoso no rosto."

– Você vai embora seu mentiroso! E nunca mais vai pisar aqui!

" Robertt franze o cenho."

– Ah minha querida... Se você não se lembra essa casa é minha. Quem vai sair daqui é você, e sozinha...

" Tia Clarie arregala os olhos de surpresa."

– Robertt! E quanto a Toscana? Eu não vivo sem ela, e ela não pode viver sem mim...

" Ele grunhi novamente."

– Me polpe Clarie! Você nem sabe cuidar da menina, só sabe joga-la nas mãos das babás. Ela ficará muito melhor sem você.

" Tia Clarie dá um passo para trás, seus olhos estão cheios de lágrimas. Consigo ver a dor que ela sente só de pensar em viver sem a filha. Mas Robertt não se importa, e se ele quiser é capaz que depois de uns anos Toscana nem se lembre da mãe. Me levanto, sinto minhas pernas bambearem um pouco, também sinto meu corpo doer como nunca. Limpo a garganta e todos no local se viram para mim."

– Se você deixar ela levar a Toscana, eu não dou queixa sobre você na polícia.

– Não! Taylor esse cara tem que apodrecer na cadeia.

" Me viro pro Will, é tão bom vê-lo vivo depois do susto que levei. E é tão difícil me segurar para não correr e abraça-lo que agarro a barra do vestido sujo de sangue."

– Will, você sabe tão bem quanto eu que as chances do Robertt ser preso são as mesma de nós virarmos astronautas. E se podemos tornar essa situação ridícula menos complicada, que o façamos. Tia Clarie, Toscana e eu iremos embora. Sem complicações, sem mais dramas.

" Robertt me encara sério e um pouco perplexo. Tia Clarie está com a maior cara de tapada que eu já a vi fazer.

Alguns minutos depois estamos todos em um carro (tirando o Will que foi embora em um daqueles monstros dos Transformers) e o combinado foi que ficaremos na mansão Clark até que tia Clarie consiga reabrir minha casa.

Meu corpo está tão dolorido, eu estão tão cansada que nem me preocupo em conversar com o Mar e tentar esclarecer as coisas, simplesmente encosto a cabeça no seu ombro e durmo."


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