O Mundo De Taylor escrita por Bellla


Capítulo 22
Pontos De Vista


Notas iniciais do capítulo

Olá. Então, pra quem ficou muito curioso com o cap. anterior, aqui está mais um pedacinho dessa história doida e cabeluda.
Hoje teremos confraternização de mocinhos e quanto a parte da Tay vai ficar cada vez mais complicada. Por enquanto eu só vou mandar as coisas em pedaços, mas prometo que logo, logo haverá explicações.
Agradeço aos comentários, um beijo para todos vocês.
Boa leitura!



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– Tia Clarie, por favor. Acredite em mim!

" Tia Clarie franze os lábios, olha para a cortina rosa-bebe e seus olhos ficam lacrimejados. Estou sentada na beira da cama. Tia Clarie me mostrava algumas das roupas que comprou para mim. Minhas coisas que estão no colégio ainda não chegaram. Eu tentei (mais uma vez) contar pra ela a verdade sobre o Robertt, tenho que aproveitar o fato dele não estar em casa, mas minha tia só nega com a cabeça e diz que eu não sei o que estou falando."

– Taylor, essas coisas que você está dizendo são muito graves. Portanto pare agora!

" Ela agarra a blusa branca de renda com força. Suas unhas compridas e bem cuidadas estão cravadas no tecido. Suas mãos delicadas estão tremendo. No fundo ela sabe a verdade. Só não quer aceitar."

– Tia... você sabe que não estou louca. Sabe a verdade.

– Pare!

" Pisco surpresa."

– Pare! Pare! Você é idêntica a sua mãe! Clarice nunca conseguiu me ver feliz... nunca aceitou que eu sou melhor do que ela. Acha que só porque Robertt a quis ele vai querer você também?!

" Engulo em seco. Sobre o que ela está falando? Agora são minhas mãos que tremem."

– Ele não quer Taylor! Ele ME ama!

" Ela para de falar. Olha para o carpete rosa claro do chão e suspira. Rudemente seca as lágrimas do rosto e passa a mão sobre os fios castanhos rebeldes."

– Você não pode ficar aqui. Você vai pra um lugar mais adequado para pessoas como você.

" Então ela sai do quarto, e é minha vez de olhar para a cortina e sentir meus olhos se encherem de lágrimas. Eu não estou louca."
* * *

P.O.V- Marcus

"Eu não sei o que deu na Taylor. Só sei que ela parecia um animal, aquilo não foi humano. Diana teve um machucado sério na testa, teve até que levar dois pontos. A coitada ficou tão abalada que até cortou uma franja para cobrir a cicatriz. Mas o pior não foi isso. O pior foi ver minha irmã apavorada. No dia do incidente, depois que socorreram a Diana e praticamente me expulsaram da enfermaria. Eu encontrei a Sam no parque, com os olhos inchados. Quando viu a minha camisa suja de sangue ela gritou: " Por que todo mundo está sujo de sangue?!!". Depois voltou a chorar compulsivamente sobre o meu peito. Ela me perguntou sobre a Taylor, e eu disse que ninguém sabia dela.

Mas agora eu sei. Duas semanas depois, praticamente todo mundo sabe do acontecido. E sabe que a Taylor foi expulsa. Isso não parece incomoda-los. Mas parece incomodar Will Clark. Ele parou de ir aos treinos, não para de cabular as aulas e deixou de lado os seus amigos. Estranhamente ele virou a Taylor da vez. Todos os dias se senta na mesa dela e age da mesma forma como ela. Distante. A diferença é que ninguém ousa incomoda-lo como faziam com a Taylor, pois diferente dela ele é enorme.

Diana ri enquanto diz algo pra mim, ela parece ser a menos incomodada de todos com a partida da Taylor. Parece até agradecer pelo ocorrido. O pai dela está processando os tutores da Taylor por agressão, e a escola pede para que o acontecido não chegue aos ouvidos da mídia. Minha mãe ligou para a Samantha, que na altura da ligação já tinha entendido a história. Ela repassou tudo para a nossa mãe. Meu pai nem deu sinal de vida.

Por mais magoado, irritado e decepcionado que eu esteja com a Taylor não consigo tira-la da minha cabeça. Ver o Will sofrendo por ela só faz com que eu me sinta menos fiel e mais fraco. Contudo não posso parar minha vida porque ela resolveu dar uma de maluca, talvez seja isso mesmo que ela seja. Uma maluca. A maluca que eu amei, mas uma maluca.
* * *

P. O. V- Will

" Eu poderia tê-la beijado. Poderia ter dado ao menos um último beijo naqueles lábios carnudos e sexys. Eu poderia ter sentido o seu gosto, ou seu corpo colado ao meu ao menos uma última vez. Apresso o passo e chuto grama para todos os lados.

Quando descobri o que aconteceu segunda á tarde, quando eu estava no treino, eu congelei. Não me importa que ela tenha machucado a Diana, ou que ela tenha dado uma de louca. O que importa é que ela foi expulsa. No começo o que mais me preocupava era ficar longe dela. Mas então me ocorreu que ela só tinha um lugar pra ir ... a casa daquele homem que era casado com a tia dela. Aquele nojento que tentou ataca-la.

No sábado eu me dirigi para a mansão Tweesth. Os seguranças não queriam me deixar passar pelos portões de entrada, acho que minha raiva e indignação estava estampados no rosto. Mas o imbecil por algum motivo quis me ver e me mandou entrar.

Ao entrar na casa vi uma garotinha loira de olhos azuis, que era a cara da Taylor, descer as escadas com duas mulheres de branco. A menininha sorriu pra mim, mas eu não consegui retribuir. Atrás delas estava um homem que não me era estranho. Recordei-me dele de alguns eventos que eu ia com o meu pai quando era pequeno. Ele também já foi algumas vezes na casa do meu pai e os dois pareciam ser bem amigos. Senti náusea ao imaginar meu pai como uma pessoa igual a aquele homem.

Nós fomos para o seu escritório. Ele foi irônico e sarcástico com as apresentações mas eu o cortei bruscamente dizendo que sabia o que ele tentou fazer com a Tay, ele sorrio e disse que eu não tinha provas, que eu era só mais um adolescente mimado igual a Taylor.

Eu perguntei se ela estava naquela casa e ele afirmou. Me disse que ela estava sendo muito bem cuidada. A frase veio acompanhada de tal malicia que eu fui obrigado a dizer: " Você não pode fazer nada com ela. Ou então eu terei provas."

Ele entendeu o recado e ficou de uma hora para a outra tenso, irritado. Disse que ele sabe muito bem das coisas que faz, e que não seria um moleque a lhe desafiar. Me mandou ir embora. E quando eu estava na porta disse que ela iria para um outro lugar, que a tentação dele não duraria tanto. Entendi para onde queriam manda-la.

Corro mais, e mais e mais. Com cada lembrança minhas pernas ganham muito mais impulso. O acariciar do vento no meu rosto se transforma em chicoteadas. Paro. E sinto uma porrada no peito ao lembrar da bela garota de cabelos loiros que a alguns dias corria comigo. Sinto algo quente escorrer pelo meu rosto e sei que não é suor.

Onde ela está? Será que está sofrendo? Já a mandaram para um hospício?
Eles não podem fazer isso... Não podem! Sinto meu rosto esquentar, minha orelhas queimam. Dou um soco no chão. Meus dedos latejam pelo impacto mas ainda não sinto dor. Ou melhor, eu sinto. Mas é ridículo chamar isso de dor se comparado ao que estou sentindo aqui dentro. No meu coração.

Ouço passos na grama molhada. Me viro e vejo Marcus. As suas mãos estão nos bolsos da calça e os cabelos dele estão molhados e caídos na frente do olho, por isso não sei dizer para onde e o que ele olha."

– Por que fica se penitenciando tanto? A escolha foi dela.

" Me pergunta ele. Sua voz está baixa e rouca. O encaro, meus próprios olhos faiscando de raiva. Quem é esse cara pra pensar que pode falar dela?"

– A escolha não foi dela!!! Durante anos ela não pode escolher nem aonde quer morar, então não venha você, que pulou de para-quedas na história, me dizer alguma coisa ruim sobre a Taylor!

" Marcus dá um passo para trás, ouvimos um trovão ao fundo e sinto meus pelos se eriçarem."

– Poderia ter sido diferente. Se assim ela tivesse escolhido...

" Sua voz fica mais baixa ainda, ele está magoado. Ele a culpa por não te sido forte e ter suportado."

– Não a culpe... Ela aturou mais do que devia. A escolha não foi dela!

– Eu sei...

" Ele sussurra cabisbaixo. Passa a mão pelo cabelo e fita o chão. Sinto uma gota de água na minha testa, e quando olho pro céu percebo que começou a chover, e forte. Marcus continua parado, com as mãos nos bolsos da calça preta. É visível até para um idiota meio tonto como eu, que ele está triste. Na real está acabado. Ele gosta dela, eu sempre soube disso. Preciso contar."

– Marcus.

" Ele me olha. Automaticamente ergo a sobrancelha e ali na chuva, eu falo pra ele. Conto tudo e não deixo passar nenhum detalhe. Repasso as coisas da mesma forma que a Taylor me passou, e sinto a raiva, a dor, tudo. Tudo volta como no dia em que ela me contou, como no dia em que eu fui naquela casa, com um fiapo de esperança em vê-la.

Marcus está atônito. Olha para mim mas eu sei que não sou eu o que ele vê."

– Por que ela não me falou nada?...

" Ele pergunta quase que para si mesmo."

– Realmente não sei. Só sei que temos que fazer alguma coisa. Não podemos deixar ela sozinha, ou então vão colocar ela em um sanatório, hospício. Não sei.

" Marcus afirma com convicção. Nesse momento ele sobe um pouco mais no meu conceito. Só que nem tanto, ele ainda quer roubar a minha fedo."


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