The Soul Without Destiny escrita por LoKs22


Capítulo 2
Capitulo 1: O Asilo Dos Perdidos




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Já se passaram sete anos desde que o mundo foi coberto por escuridão, os sobreviventes continuam a lutar até seu último dia, mas existem aqueles que desistem, alguns porque perderam tudo até mesmo sua esperança e não querem perder sua vida, já que isto é a única coisa que sobrou.

 Existe um lugar especial para pessoas assim, que fica em uma ilha muito perto da costa, conectada por uma ponte e um portal perdido, era uma antiga prisão criada por todos os sete reinos para colocar seus mais horríveis prisioneiros, onde deixavam eles lá até virarem pó. Seu nome verdadeiro foi esquecido e hoje se atende pelo nome de Asilo dos Perdidos, ou dos perdedores, que é onde ficam aqueles que não tem mais pra onde ir em sua vida e perderam tudo que eles consideram importante pra viver.

 O asilo era enorme, possuindo dezenas de celas e corredores que pareciam mais ser um labirinto maluco, algumas celas ficavam abertas e eram nessas celas onde, atualmente, moravam os perdedores, uma dessas celas ficava no final de um corredor escuro, onde a única luz que a cela tinha vinha de um buraco com grade no teto, na cela tinha uma caveira acorrentada na parede e um cavaleiro sentado no canto da parede.

 Esse cavaleiro parecia acabado, sua armadura media estava caindo aos pedaços, sua mente parecia totalmente vazia e seu corpo muito fraco para se levantar. Logo ele viu que era o fim de sua vida e fechou lentamente os olhos para morrer tranquila e lentamente.

 Após fechar seus olhos, seu coração parou junto com o resto do corpo e sua alma foi devorada pela escuridão, mas uma luz apareceu, e daquele corpo coberto de escuridão, nasceu uma alma totalmente diferente da alma do cavaleiro, diferente de qualquer ser humano daquele mundo, não tem como definir aquilo, entretanto o corpo era o mesmo. Era como se o cavaleiro tivesse renascido. O cavaleiro não se lembra de nada, nem onde estava. Ele se levantou e saiu da cela, passando pelo corredor escuro e acabado, olhando em volta da para ver outras celas, algumas com pessoas dentro delas totalmente desconectadas, como se suas mentes estivessem lembrando de algo, outras estavam chorando, encolhidas em cantos da cela ou batendo a cabeça na parede falando algo bem baixo.

 O cavaleiro, sem saber para onde ir, segue de corredor em corredor até encontrar uma luz e chegar no pátio central, que ficava perto da saída. Nesse pátio havia várias espadas e escudos velhos no chão, a maioria das espadas estavam quebradas ou bastante enferrujadas e os escudos estavam muito desgastados e quebrados em certas partes.

 Do outro lado do pátio se escutou uma mulher gritando.

 — F-f-fi-fique lon-longe!! – Gritou a mulher que estava dentro de uma cela trancada.

 — Eu preciso de carne! – Disse o homem, que usava trapos como roupa e tinha uma espada quebrada em sua mão direita - Você é carne!

 A mulher começa a chorar de medo, enquanto o homem começa a bater na cela sem parar e parecia que a cela não ia durar muito.

 O cavaleiro se aproxima e, conforme ele se aproximava, começou a chamar a atenção do homem enlouquecido que virou lentamente.

 —Você quer carne, não é? – Disse ele - Essa carne é minha, se afaste!!!

 A mulher continuou chorando no fundo e o cavaleiro decidiu pegar uma das espadas quebradas e um escudo muito degastado e um pouco quebrado, mas era o que estava mais perto.

 O homem furioso, segura a espada com as duas mãos e fez um golpe vertical em cima do cavaleiro, ele defendeu e a espada quebrada ficou presa no escudo, assim deixando que o cavaleiro contra-ataque-se o homem com um golpe perfurante bem no peito dele.

 Mesmo quebrada a espada era bastante afiada e conseguiu perfurar o homem, atingindo uma parte entre duas costelas. O homem solta a espada e olha para o céu

 — Não pode *cof ser – disse o homem que começava a tossir sangue - A escuridão *cof *cof vai me pegaaaaarrr....

 Depois disso, ele caiu morto no chão e o cavaleiro andou em direção a cela onde estava aquela mulher, que não viu nada, só ficou chorando no canto da cela. A cela era muito escura, então não dava para ver o rosto dela, ela olhou e viu que ainda havia alguém na porta e continuou a chorar.

 — Po-por favor *sniff não me ma-machuque – Disse a mulher gaguejando, que logo após dizer isso enxuga as lagrimas e vê o corpo do homem que a perseguiu morto no chão – Vo-vo-você o matou?

 O cavaleiro mexeu a cabeça positivamente

— Então mu-mu-muito obrigada, eu acho – a mulher agradeceu e viu o cavaleiro olhando em volta como se não soubesse onde estava – Vo-vo-você sabe que lu-lugar é esse, certo?

 Ele mexeu a cabeça negativamente

 — Vo-você se lembra po-por-porque está aqui? – a mulher perguntou

 Ele mexeu a cabeça negativamente de novo

 — Eu-eu posso tentar te ex-exp-explicar, se quiser

 O cavaleiro curioso sentou-se na frente da cela e esperou pela explicação dela. Ela explicou sobre asilo, e mesmo gaguejando, o cavaleiro entendia o que ela falava. A mulher também falou o porquê dela estar lá, ela disse que não conseguiu salvar o próprio filho quando eles estavam fugindo de monstros, deixando ele para trás. Desde então, ela ficou com medo de tudo e acabou indo para o asilo achando que não tinha nada lá que poderia matar ela e acabou se enganando.

 — ....Eu tem-tentei ir em-embora, mas tem um gu-guar-guardião que não deixa eu ir embora, so-somente sai daqui prov-provando que não precisa mais estar aqui. – a mulher terminando de explicar agradece novamente por ter salvo a vida dela e pediu para o cavaleiro ir.

 Após a explicação, o cavaleiro decidiu ir até o portão principal, onde ficaria a saída, a mulher espantou-se quando viu.

 — On-onde você pensa que vai?! – a mulher gritou perguntando e o cavaleiro apontou para o portão – Vo-vo-você está louco? Não tem co-como você der-der-derrotar o guardião com uma es-esp-espada quebrada dessas e um es-esc-esc-escudo quebrado.

 O cavaleiro então, jogou a espada e o escudo fora, e pegou outra espada enferrujada, porém inteira e um escudo de madeira, que não estava todo rachado, e novamente seguiu até o portão.

— Tá le-le-legal. – disse a mulher – se vo-você quer morrer o pr-pro-problema é seu.

 A mulher ficou na cela questionando a idiotice do cavaleiro. Ele, ao chegar no portão, empurrou a entrada, mas ela não abriu de jeito nenhum, ele viu que estava trancado e lembrou que a mulher tinha trancado a cela quando estava fugindo daquele homem e então voltou para a mulher.

 — Ma-mas já? – A mulher perguntou com um tom sarcástico – Então, você der-derrotou o gua-guar-guardião?

 O cavaleiro pisou forte no chão.

 — Desculpa!!! – Ela gritou e se encolheu ainda mais no canto, até chorou um pouco até perceber que era uma pegadinha – O-O que você qu-quer afinal?

 O cavaleiro apontou para o portão.

 — Oh, o po-portão – ela falou como se tivesse lembrado de algo – Eu enc-encontrei as chaves e tra-tran-tranquei o por-portão, para caso o gu-gua-guardião viesse para cá.

 O cavaleiro colocou a mão entre as grades e fez um gesto com a mão, como se estivesse pedindo a chave.

 — O-ok, mas só a do po-po-portão – disse ela.

 O cavaleiro não sabia até então que ela tinha, na verdade, 3 chaves, uma abria todas as celas, a outra era a do portão e a última parecia abrir as portas comuns. Para entregar a chave, a mulher teve que sair daquele canto escuro e aparecer na luz do dia. Ela tinha cabelos longos e pretos, mas só que era todo crespo e bagunçado, cobrindo metade do rosto, seus olhos castanhos bastante abertos, sempre escorrendo uma lagrima ou outra, mesmo sendo que ela não estava com medo ou triste, possuía uma pele meio amarelada toda suja, tinha um volume médio nos peitos e mesmo calma, tinha uma expressão de medo ou de tristeza. Ela parecia ter entre vinte a vinte e cinco anos, usava uma roupa preta larga e esfarrapada com mangas cortadas e um tipo de saia que cobria as partes de baixo. Ela não tinha coragem de contar o próprio nome, porque sempre lembrava ela do seu filho que morreu e a covarde que ela foi por fugir, ao invés de salva-lo

 Após entregar a chave, ela voltou para o seu canto escuro e o cavaleiro seguiu para o portão, mas ele foi cercado por mais três homens todos usando trapos de roupa só que com cores diferentes, um de verde, outro de vermelho e o ultimo de azul mas a roupa estava tão suja que parecia estar marrom. Os três estavam insanos e atacaram o cavaleiro sem falar nada.

 Cada um estava com equipado de maneira diferente: o verde estava com uma espada velha e enferrujada, segurando ela com as duas mãos, o de vermelho com duas adagas, uma em cada mão, e o azul com um escudo de couro todo rasgado e um pouco quebrado.

 Os três atacaram simultaneamente o cavaleiro, ele desviou com um único rolamento para a esquerda e contra-atacou perfurando o sujeito de verde. Em seguida, o homem de vermelho jogou uma das adagas para cima do cavaleiro, ele se defende a tempo e uma das adagas ficou presa no escudo. O sujeito de vermelho pula no cavaleiro com a outra adaga nas mãos, mas erra quando o cavaleiro deu um passo para o lado, ele finalizou o homem de vermelho com um corte diagonal pelas costas.

 O homem de azul deu um rugido desesperado e correu para cima do cavaleiro, mantendo o escudo levantado e deu um empurrão nele. O cavaleiro foi surpreendido pelo ataque, que quase caiu com ele, porém, antes de se levantar, retirou a adaga de seu escudo e, imediatamente, a jogou contra o homem. O oponente, mesmo com o escudo levantado, foi atingido na mão que segurava a espada, a dor deixou ele com a guarda aberta e o cavaleiro perfurou a espada na garganta dele.

 A mulher viu o que aconteceu e começou a ter um sentimento estranho, um sentimento que ela não tinha há muito tempo, o sentimento de admiração.

 “Talvez ele tenha uma chance, espero que sim.” Ela pensou.

 O cavaleiro colocou a chave e abriu o portão. Adentrando o lugar, ele viu um salão com várias pilastras e algumas portas nas paredes com outro portão menor que o anterior, mas ainda assim era bem grande e no meio do salão havia um homem de armadura comum, só que bastante desgastada, o capacete cobria o rosto. Ele era bem grande, com cerca de dois metros de altura e segurava uma lança de mesmo tamanho, seus olhos brilhavam vermelho através do capacete.

 — Eu sou o Guardião do asilo – disse ele – Você quer sair daqui?

 O cavaleiro mexeu a cabeça positivamente.

 — Pois então você terá que me enfrentar e provar que não está perdido, como todos que estão aqui.

 O cavaleiro aceitou o desafio e se preparou para a batalha, segurando firme o escudo no braço esquerdo e a espada na mão direita. O Guardião do Asilo começou o ataque, correndo em direção ao cavaleiro com a lança na mão direita e, bem quando ele fez o ataque, o cavaleiro rolou para a direita. Ele errou o cavaleiro, que aproveitou da situação para ataca-lo, mas o Guardião segurou o a espada, obrigando o cavaleiro a solta-la, e ele recua procurando outra arma, mas não tem nada lá.

 O Guardião pulou e jogou sua lança em direção ao cavaleiro, ele desviou a tempo e a lança acertou uma pilastra de pedra dura, tão dura que quebrou a lança, fazia até sentido já que a lança estava muito desgastada. O cavaleiro aproveitou e pegou a lamina da lança, que ainda estava conectada a uma pequena parte do cabo, parecendo uma adaga.

 Quando o cavaleiro olhou pro Guardião, ele estava correndo com a espada na mão esquerda e fez um golpe horizontal. Ele se defende, mas o impacto o empurrou e ele quase caiu. O Guardião pegou o que sobrou da lança, usando aquilo como um bastão e jogou a espada longe, para o cavaleiro não conseguir pega-la.

 O Guardião começou a atacar com o bastão várias vezes, o cavaleiro defendeu ou desviou de todos os golpes, até que ele acertou o cavaleiro e o lançou direto no chão. O impacto foi tão forte que ele soltou o escudo. O Guardião tentou dar um último golpe bem na cabeça, entretanto o cavaleiro segurou no bastão e enfiou a ponta da lança bem entre o lado direito do pescoço e o ombro, puxando a ponta de volta em seguida.

 O Guardião se levantou, soltou o bastão e começou a cambalear. O cavaleiro juntou a ponta da lança com o resto do cabo, segurando a parte quebrada com a mão esquerda e correu em direção ao Guardião, perfurando a armadura dele e, soltando a ponta quebrada, ele empurrou com o resto do cabo para perfura-lo por inteiro. O Guardião se ajoelhou e falou.

 — Você…Conseguiu?!! – Os olhos vermelhos do Guardião começaram a se escurecer e ficaram castanhos, com o que restou de suas forças ele entregou um saco de pele, que estava amarrado na cintura da armadura – Você merece .....

 O Guardião morreu antes de terminar a frase. Estranhamente, uma se formou na mão do cavaleiro, aquela luz se movia e produzia um leve calor, o cavaleiro olhou mais de perto e viu imagens se formando, como algumas cenas da vida de alguém.

 Aquilo mostrou a vida de um guarda da prisão, que hoje é o asilo. Ele foi traído por sua esposa e, sem muitos motivos para viver, começou focar mais no trabalho, até que chegou ao conhecimento de todos os guardas sobre a escuridão estar vindo. Todos eles foram dispensados, mas esse guarda decidiu ficar, já que o trabalho era tudo que sobrou de sua vida, e quando a escuridão veio, ele estava prestes a perder seu único motivo de viver. O guarda começou a pensar em um lugar para pessoas como ele, que perderam tudo que tinham e não havia mais para onde ir. Quando a escuridão o dominou, esse pensamento grudou na mente dele até depois de controlado, o que o fez transformar a prisão em um asilo para pessoas sem lugar nesse mundo perdido, onde podiam morrer lentamente. O nome da prisão era Prisão dos Sombrios.

 Após ver a história do Guardião, o cavaleiro abriu o saco e tirou uma pedra azul clara e brilhante. Ele guardou a alma dentro do saco, andou em frente e abriu o portão com muita força, o portão fez um rangido muito alto, que chamou a atenção de quase todo mundo do asilo e todos foram até lá. Eles viram o Guardião morto e o portão da saída aberta. Sem pensar duas vezes, eles correram pra fora e começaram a atravessar a ponte. Todos passaram pelo cavaleiro, menos a mulher de antes, que esperou ao lado dele.

 — De-desculpe por ter duvidado de você, ca-cavaleiro – Disse a mulher com um leve sorriso, que não combinava com a aparência dela – b-bem é me-me-melhor irmos logo.

 Quando ela começou a andar, o cavaleiro segurou-a pelo ombro e bem quando ela ia perguntar “o que foi?”, um rugido surgiu do nada, uma bola de fogo negro atingiu bem no meio da ponte, onde estavam as pessoas do asilo correndo para sua liberdade, e assim destruindo a provável única saída do asilo.

 Depois da explosão, o Dragão Negro fez um rasante por cima da ponte e foi embora. Quando a mulher viu a explosão, ela já se encolheu no chão e começou a falar bem baixo e bem rápido e choramingando a frase “não me mate”. Ela ficou repetindo essa frase até o dragão ir embora, foi quase um reflexo natural dela para aquilo.

 — E ag-ago-agora? como va-va-vamos sair? – Perguntou ela falando de uma forma bem desesperada. – Aque-que-que-quela era a única sa-saída e não tem como a ge-gente sair daqui, estamos pre-pre-presos aqui nesse lugar maldito até mor-mor-morr.....

 A mulher olhou para o cavaleiro, ele estava mexendo nos arbustos do lado da entrada e ela viu que ele encontrou um símbolo no chão. Rapidamente ela reconheceu o símbolo como um portal magico, que aparentemente estava sem energia mágica, ela explicou isso para o cavaleiro e falou.

— ... Agora, como vamos sair daqui se o portal está sem energia? –perguntou ela depois da explicação.

 O cavaleiro olhou para a mulher e jogou a pedra brilhante que o Guardião deu a ele no portal. O portal brilhou, como se estivesse pronto para a viagem, a mulher ficou de boca aberta.

— mas mas mas ..... – disse ela confusa, mas depois balançou e cabeça – vo-você por acaso tem alg-alguma ideia para onde ir?

 O cavaleiro balançou a cabeça negativamente.

 — Imaginei – disse ela e depois de muito pensar ela decidiu escolher um certo lugar – a-acho que tenho uma ideia para onde po-po-podemos ir.

Ela diz o nome do lugar e falou para o cavaleiro pensar nesse nome quando estiver no portal, os dois fazem isso, primeiro a mulher e depois o cavaleiro, e assim começou uma história que nunca deveria ter acontecido.


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