Eu acordei com um sobressalto e a mesma sensação de aperto na garganta que a havia me atormentado nas noites anteriores. Era a terceira vez apenas naquela semana e ainda assim eu não podia me lembrar de nenhuma imagem de meus sonhos, apenas acordava com a mesma sensação e a lembrança de uma única frase.

"Eles estão mais fortes"

Um arrepio percorreu minha espinha e olhei pela janela, esperando que já tivesse amanhecido para que eu pudesse procurar alguém com quem conversar, mas continuava escuro. Olhei de relance para a parte de baixo da minha beliche e percebi que meu livro continuava ali, uma ótima ideia para distrair-me do meu pesadelo.

Estiquei meu corpo o máximo que pode até alcançar o interruptor, essa é uma das melhores vantagens de permanecer no acampamento quando todos os seus irmãos estão em casa, eu posso acender a luz quando eu bem quiser. Respiro fundo e reúno toda a força que resta em meu corpo para ler, mas minha mente insiste a voltar para o sonho a cada palavra que leio. "Eu realmente pensei que fosse conseguir esquecer disso tão fácil?". Me perco mais uma vez em devaneios, tentando inutilmente descobrir o que aquele sonho significa, passam-se alguns minutos até que alguém escancara a porta de meu chalé e com um grito me desperta de meus pensamentos.

– Elizabeth! Já são quase 10 horas e o Sol não quer aparecer.