The Shark and the Dolphin. escrita por Crisnelle


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Maaaais um capítulo fresquinho! Espero que gostem muito dela!



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MATSUOKA RIN - POV

.. Shh! – Em um ato reflexivo, Matsuoka afastara o rosto juntamente com as mãos ao presenciar a tosse e a exteriorização da água que estava dentro do rapaz de cabelos escuros. Por pouco não fora alvo do cuspe, embora não estivesse preocupado com isso no momento. Assistia a cena em silêncio, e com bastante expectativa; Desejou que o outro voltasse ao seu normal assim que parasse de colocar a água para fora... O que acabou não ocorrendo.

... Rin decidiu ficar mais alguns segundos na observação, com toda sua ansiedade refletida em seus trejeitos faciais; Boca semiaberta, olhos alargados, sobrancelhas contraídas. ... No final, Nanase parecia respirar com mais facilidade por um lado... Ainda que ofegasse. Mas por outro, seu quadro simplesmente havia piorado. ... — ... Ei. – A mão destra fora guiada até o ombro do jovem, onde o segurou com firmeza. Como seu gesto não causara nenhuma reação, decidira prosseguir com a mão até o pescoço do moreno, sentindo a temperatura ali, e depois na testa deste. ... O corpo de Nanase estava extremamente frio; Embora os dois estivessem na praia, e o sol já estava terminando de se por, aquela elevada frieza corpórea não era normal. Não precisava ser nenhum médico para ao menos deduzir aquilo. ... Um pouco de instinto e conhecimento empírico já era o suficiente.

Boa parte do desespero de Rin havia cessado, mas o nadador continuava aflito – reduzidamente, mas continuava. ... Manteve-se ajoelhado na areia ao lado do amigo, e com a mão destra retirou o aparelho celular de dentro da calça parcialmente molhada e suja. Tentou acionar o visor, apertando teclas diversas vezes, sem sucesso. Difícil seria se o seu celular sobrevivesse à toda aquela turbulência aquática. — Tsh. ... Não acredito... – Sussurrou bem baixo para si mesmo após estalar os lábios em um ruído de desgosto, diante da falta de funcionalidade do celular. Olhava ao redor, já com o alaranjado-róseo do céu a iluminá-lo. Não reconhecia aquela praia. ... Mas ao fitar o lado esquerdo, notou que a ilha de onde partira estava a alguns metros de distância. Teria de atravessar o mar para pedir socorro, ou coisa do tipo, e Nanase sequer se encontrava em uma situação em que seria capaz de esperar por horas sozinho..

... Mais uma explorada visual, e uma espécie de “refúgio de pescadores” era encontrado. ... Uma casa pequena, quase do tamanho de uma cabana com ocupação de 10 pessoas no máximo. ... O espaço correspondente à “porta” era preenchido por uma cortina de miçangas feitas com conchas do mar, algo artesanal. O ruivo não pensou duas vezes, acolhendo Nanase em seus braços logo após ter avistado a pequena casa. Manipulou o corpo do moreno com cuidado, precisão e agilidade, e levantou-se com um dos braços em contração por baixo da dobra dos joelhos do nadador, abrangendo os ombros e dando estabilidade ao pescoço do desacordado com o outro braço. Claro, não era como segurar uma garota – embora Rin o fizesse de tal forma, talvez inconscientemente – mas Haruka era definitivamente mais pesado que uma. O ruivo possuía preparo físico e força muscular suficiente para realizar aquele processo sem problemas.

Atravessou a cortina de miçangas em lentidão, com cuidado para que nenhum fio acabasse prendendo nele ou em Nanase. No canto esquerdo da casa, havia um pequeno tapete trançado de palha, e foi nele onde Haruka acabou sendo colocado. Em seguida, Rin voltava a postura ereta e começava a vasculhar o único armário presente na cabana, que acabava preenchendo todo o canto direito. ... Redes de pesca, um boné, alguns cocos, um arpão, e ... uma lanterna de tamanho mediano. ... Apanhou o último item, e o colocou no meio da cabana, no chão. Posicionou-a de forma que a luz iluminasse indiretamente a região onde Nanase estava, uma iluminação fraca. Após tal ato, sentou-se ao lado de Haruka de um jeito despojado, com as pernas flexionadas e as costas encostadas na parede. Os braços cruzados serviam para aquecê-lo um pouco. Só de terem entrado naquele refúgio, seu frio reduzira cerca de 70%. Não receber diretamente a ventania praiana e noturna era de fato um alívio. ... Porém, os poros de sua pele alva encontravam-se ouriçados, sinal de que o frio ainda persistia como estímulo. Seu olhar rubro, que emanava certa preocupação, mirava o garoto deitado, enquanto a disposição muscular de seus braços e torso contraiam-se afim de vencer o frio restante. Estava um tanto perdido... O que mais poderia fazer?

Algo veio em sua mente. … Uma ideia instintiva e “antiga”. Sentiu parte de seu rosto esquentar assim que a “imagem” do que faria tomou-lhe os pensamentos.

Eu juro… – Bradou em um sussurro agressivo e rouco, em tom medianamente - baixo - enquanto fechava os olhos com força– ao colocar ambas as mãos sobre os ombros desnudos e gélidos de Nanase e erguê-lo parcialmente, apenas o suficiente para que o ruivo se sentasse no local onde a cabeça do moreno ocupava. — Que quando você acordar, Haru… – Soltara os ombros do nadador, e de imediato o torso de Nanase caía sobre o peitoral e abdômen de Rin, que permanecera com as pernas flexionadas e a sola dos pés de encontro ao chão, de tal forma onde o garoto adoecido encaixava-se entre as pernas do maior. — Eu irei acab- … – As palavras em tom violento não foram completadas. … Pois, quando Matsuoka voltara a exteriorizar os olhos, suas íris rubras captaram perfeitamente - e do melhor ângulo– a cena em que Nanase estava sendo acolhido pelo seu corpo em um momento de fraqueza. Diante disso, o capitão do time Samezuka acabou desarmando-se intrinsecamente, sendo obrigado a desviar o olhar para o lado como uma tentativa - bem sucedida– de reduzir o rubor natural em sua face masculina. — Haru… Seu idiota. – Sussurrou com certa amargura, esticando o pescoço para trás até posicionar a face para cima, onde passou a fitar o teto precário do local. Deslizou os poderosos braços bem definidos sobre os ombros e a região clavicular do moreno, tentando aquecê-lo com seu contato físico. … Expirou pesadamente ao final, e sentiu o corpo de Nanase acompanhar os movimentos de sua respiração, tentando relaxar.


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