NANASE HARUKA - POV

Suspirou pesadamente, fazendo pequenas bolhas na água daquela banheira. Estava ‘descansando’ e fazendo um pouco de hora até poder ir à praia. Havia se inscrito para uma competição em segredo de todos, pois sentira vontade de assim, além de poder treinar o máximo possível para aprimorar as suas próprias habilidades, poderia ganhar um prêmio em viagem com direito a até quatro acompanhantes; e isso o instigava a levar seus amigos para uma rotina diferente. Na verdade queria levar todo mundo, mas não se podia ter tudo o que queria. A inscrição fora há quase um mês, e mantinha-se esforçando em seu treinamento secreto, por assim dizer. Ultimamente andava recusando diversas saídas com o seu grupo dando algumas desculpas clichês como “Preciso estudar...”, “Tenho compromisso...”, “Não posso hoje...”, e mais outros, e rapidinho sumia das vistas de seus companheiros.

Só esperava não estar sendo mal interpretado ou mesmo fazê-los se preocuparem à toa.

Por fim, resolvera se levantar da banheira de uma vez – a contragosto, de certa forma, já que detestava ficar fora da água por muito tempo -, e vestir algo para dar partida até a praia. Colocara uma vestimenta confortável e própria para corrida, pois iria a pé até lá; não podia relaxar. Estava tão focado na tal competição de porte mediano que sequer prestava atenção à sua própria condição. Sua mente estava cansada, estava estressado, e não percebia que aquilo lhe acarretaria um estado nada bom; o tempo andava meio frio, e com o grande esforço que estava colocando em si mesmo, nem percebia que já se encontrava com um resfriado, que não tardaria a piorar.

E a partir da porta de casa, alongara-se um pouco, apertou os cadarços de seus tênis, respirou fundo, e tornou a correr. A princípio, não estava cansado, mas na metade do caminho já estava ofegante e com o rosto vermelho. Mas não quis se deixar ‘vencer’, não demorando muito – embora mais do que o normal – para chegar à praia; alongou-se novamente, era tarde já, e logo se despira, ficando com a sua calça própria para natação. A passos rápidos, correra diretamente para o mar, dando início ao seu nado assim que seus pés não alcançavam mais a areia.

Apesar de ser completamente um atleta profissional para lidar com a água – ainda mais um amante como era de qualquer água límpida que via –, naquele dia em especial estava com um pouco de dificuldade e mais cansado que o normal. Sentia frio, muito frio, que podia ser claramente percebido pelo mesmo apesar de querer ignorar tais condições. Após algum bom tempo ali, o clima parecia mudar um pouco; a ventania fria começava a ficar gradativamente mais forte, até que já não mais conseguia dar conta da violência que tomava em forma de mar. E assim se prosseguiu até que nem mesmo conseguia usar a sua própria força para combater aquela água incrivelmente agitada. Seu corpo estava exausto e em condições nada boas, e fora engolido por uma grande onda que se formara sem dar-lhe tempo de reagir.

Um forte baque chocara-se contra o seu corpo, e em questão de segundos, já estava engolindo violentamente a água. Tentava se debater, se mover, mas simplesmente encontrava-se sem forças. O desespero o tomara, e a busca constante pelo oxigênio era em vão. Não conseguia mais perceber o que ocorria em sua volta, nem mesmo a voz de Rin que o chamava desesperadamente naquele momento. Seus olhos se encontravam fechados, semi-inconsciente. A tontura e a febre muito alta que sofria contribuíra para a sua falta de força e por ter acabado com o seu oxigênio rapidamente pela respiração descompassada; em resumo, estava deplorável e provavelmente com um risco de morte naquele momento.

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Todo aquele resgate de fato fora um completo pesadelo, e estava completamente sem forças; jogado na areia de qualquer jeito pelo Matsuoka, encontrava-se quase desacordado. Respirava bem fraco, e seu corpo estava tão frio que nem mesmo parecia se dar ao trabalho de tremer. Não conseguia escutá-lo chamar incansavelmente pelo seu nome, em suma, estava mesmo deplorável. No entanto, quando seu corpo captara realmente a entrada de oxigênio depois de tanto tempo, imediatamente se prontificava a reagir. No instante em que Matsuoka iria fazer a respiração boca-a-boca após verificar a sua condição e batimentos cardíacos, começara a tossir violentamente, arquejando em tom profundo e encolhendo-se de lado, cuspindo toda a água que conseguia naquele momento.

Ofegava intensamente quando conseguira cuspir tudo o que podia, ainda sem abrir os olhos. A face vermelha, a palidez, o ofego intenso e a exaustão denunciavam claramente que estava bastante doente, e que ainda assim havia ignorado tais condições críticas para treinar naquele estado em uma praia daquelas.

Quanto azar, não é mesmo?.. Ou melhor, imprudência.