A Revolução Brasileira escrita por Pedro Henrique Sales


Capítulo 11
Um Mundo Revolucionário




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Terei de pausar os contos para iniciar as preliminares da revolução. Aos poucos explicarei sucintamente cada passo aqui não relatado, paralelamente à atualidade, para que haja a compreensão da mesma.

Com a MIBI, mobilizamos um projeto para formar uma cúpula, com a finalidade de discutirmos e tentarmos solucionar os problemas enfrentados por todos nós na atualidade que, até então, ninguém ousou modificar.

No governo José Abravanel Pereira (2026-atualmente) a inflação subiu de mal à pior. Comprar carro zero quilômetro? Impossível. Um apartamento? Absurdamente caro. Plano de saúde particular? Inviável. Impostos? Continuamos sem saber para onde vai.

Enfim, as mesmas reclamações de sempre – porém muito mais exacerbadas.

É impossível cinquenta milhões de pessoas terem voz em uma cúpula. Por isso dividimos em grupos e subgrupos. Cada subgrupo com um ideal comum. E cada grupo com ‘x’ subgrupos de ideais comuns para representar-lhes na cúpula. Três no total, com nove representantes cada e um coordenador. Nicolas discutindo assuntos econômicos; Brian, os sociais; e Anne, os políticos.

Partidos políticos e oficiais eleitos instruídos repetidas vezes não deixam de ser, em hipótese alguma, um regime ditatorial. Um pseuda-democracia, tal que, teoricamente, deveria funcionar em um sistema de concórdia e discórdia. Mas, na prática, não existe a alternativa “discordar”. Existe a liberdade de expressão. Mas até aí de nada serve, onde ninguém tem voz, onde um protesto não tem significado algum. Como dito, é inconveniente e totalmente sem valor uma passeata violenta. Repito: passeata! Fortões à frente? Não é inteligente. Apenas atrai mais e mais policiamento, no que os excita em um combate violento para usar tal violência como desculpa. Ou há violência por um completo para realmente derrubar o poder, ou há pacificidade - embora muitos afirmam não existir uma revolução pacífica.

Na Argélia, por exemplo, as manifestações foram tão hostis e violentas que conseguiram por este meio se tornarem independentes da França, na década de 1950. Atacaram primeiramente instituições militares, postos policiais, armazéns, infraestrutura de comunicações e serviços de utilidade pública. Nem o exército, nem a Frente de Libertação Nacional, nem civis-perpetrados e nem colonos franceses conseguiram deter tamanha força revolucionária descolonizadora.

Em outros parâmetros, a Revolução de Lótus, no Egito em 2011, foi um manifesto popular pacífico, depondo a ditadura de Hosni Mubarak, suspendendo a Constituição, a tomada do poder pelas Forças Armadas, ação penal contra a família Mubarak, a dissolução do antigo partido dirigente do Egito, da transferência de seus bens ao Estado e o levantamento de trinta e um anos de estado de emergência. A população saía às ruas indignada com a altíssima inflação dos preços dos alimentos, os baixíssimos salários mínimos e pela censura política com protestos de desobediência e resistência civil, tumultos e ativismo online. Mesmo sendo pacífica – “pacífica” –, mais de oitocentas pessoas morreram. Não há nenhuma forma de evitar. Contudo, essas oitocentas pessoas que faleceram, retiraram um ditador de toda a nação, cujo governo durou mais de trinta anos.

O ativismo online é uma das formas mais eficientes de se conseguir um bom resultado revolucionário. A insatisfação cresce cada dia mais, e a quantidade de páginas na internet movimentando grupos ativistas também.

Gene Sharp, o maior teórico em revoluções pacíficas, afirmou que ao depositar a confiança nos meios violentos, escolhe-se exatamente o tipo de luta em que os opressores, quase sempre, têm a superioridade. Os ditadores são, quase sempre, mais dotados de equipamentos militares, munições, transportes e tamanho das forças militares. E nos casos em que as guerrilhas populares vencem, existem muito mais consequências negativas de longo prazo, tornando o regime atacado muito mais ditatorial. Assim como em Cuba. Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e seus guerrilheiros juntaram-se e acabaram, com extrema violência, com o governo de Fulgêncio Batista. Em 1957, nas florestas de Sierra Maestra, mais de oitenta combatentes instalaram-se e lutaram com as forças do governo, causando inúmeras mortes e prisões dos guerrilheiros. E, mesmo assim, não desistiram. A economia cubana basicamente dependia dos acordos com os Estados Unidos. Num sistema de engrenagens, Cuba servia os norte-americanos, e a maior parte de sua população vivia em extrema pobreza. Um capitalismo efervescente e uma dependência lastimável gerava muita insatisfação com as mais baixas camadas da nação cubana.

Com a derrubada do governo de Fulgêncio – e com a derrubada de muito sangue –, Fidel Castro assumiu o poder e instituiu o regime socialista-comunista. Nacionalizou bancos e empresas, expropriou grandes empresas e reformou o sistema de educação e saúde. Porém, a população continuou insatisfeita com a não-solução de outros problemas mais importantes. O ego de Fidel Castro e o ódio – ou rivalidade – que tinha para com Batista eram enormes, que acabou destruindo Cuba e causando mais e mais insatisfação popular.

Infelizmente não há uma receita. São “padrões” para derrubar uma ditadura. Não uma democracia, no caso do Brasil. Mas se levarmos em consideração os partidos políticos doutrinados repetidamente, não deixa de ser uma ditadura.

A mídia é uma das melhores formas de divulgação de opinião. Seja internet, televisão, música, vídeo... Muitos utilizam a música como uma forma de protesto. Desde a ditadura militar no Brasil, bandas de rock e cantores solo criam músicas com um protesto oculto – para burlar a censura naquela época – ou logo um protesto escancarado. A liberdade de expressão foi conquistada cada vez mais ao longo dos anos. O problema da sociedade atual é que não existe mais um filtro. Não é uma ação do subconsciente, e sim a força do hábito. Todos falam o que pensam. Exceto na questão do racismo. Pouco há diferenças entre um negro e um branco, entre um ocidental e um oriental.

Entrando ao mérito das diferenças, liberdade de expressão e racismo, o antissemitismo está acabando gradativamente. Alguns consideram a Terceira Guerra Mundial. Outros, um conflito necessário e de grande magnitude. Insultar não é liberdade de expressão. Xinguem sua mãe e sua religião. Com certeza você irá revidar de alguma forma. Mas nada, absolutamente nada justifica o terrorismo. Sayyid Qutb, o grande inspirador de Osama Bin Laden e a semente da Al-Qaeda, era um grande insurrecionado contra os Estados Unidos. Afirmava que a Europa cristã tinha raízes profundas no solo do passado. Ao contrário dos Estados Unidos, que nasceram pelas mãos de “bandos de aventureiros e criminosos” que a religião, a arte e o espírito apropriaram-se das vastas terras virgens do Novo Mundo e fabricaram um país carente de virtudes legítimas. Com isso, acabou conquistando mais e mais seguidores, e, um deles, Bin Laden, no qual tornou-se líder da Al-Qaeda.

O mundo estava à mercê deles e de outros grupos extremistas. O pavor dominava os cidadãos das maiores metrópoles do mundo. Qualquer inocente poderia morrer em um atentado num avião causado por um homem-bomba, na qual a doutrina nua, crua e distorcida é matar em nome de Deus. Jihad. O verdadeiro significado é, em primeiro lugar, o esforço interior do fiel (mujahidden) para viver de acordo com o exemplo do Profeta.

Esse problema atiçou as maiores potências mundiais. Cúpulas foram iniciadas para discutir o problema sobre o terrorismo. Resultado? Mais e mais terrorismo. A solução foi declarar guerra aos extremistas. Estados Unidos, Dinamarca, França, Itália, Argentina, Brasil, Japão e Inglaterra uniram-se para combater esse mau em 2018. O Oriente Médio foi invadido pela aeronáutica brasileira, argentina e dinamarquesa, primeiramente. Um susto para os inocentes, mas algo deveria ser feito. Quinhentos aviões sobrevoaram a região e lançaram bombas, destruindo grande parte do território e recebendo tiros dos tais grupos. Dois dias se passaram e um avião se chocou com o Congresso Nacional do Brasil, arquitetado por Oscar Niemeyer em 1960, compreendido como patrimônio da Unesco.

Indignados com a ação, as tropas americanas invadiram o continente árabe e o norte da África como um rolo compressor, destruindo tudo que vinha pela frente nos lugares estrategicamente estudados. A França, Inglaterra, Dinamarca e Japão logo apareceram e foram apoiar os EUA.

Essa história continuou por alguns anos. Alguns grupos se entregaram. Os que foram pegos foram condenados à prisão perpétua nos mais seguros sistemas carcerários do mundo. Os que restaram acabaram sumindo sem deixarem pegadas.

Parece que, finalmente, entenderam o verdadeiro significado da jihad.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Reviews por favor !! Preciso de opiniões e críticas !! Heelp =



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