Dream On escrita por carlasofb


Capítulo 6
Capítulo 6




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No dia seguinte, Tokiya estava extremamente aborrecido consigo mesmo: sabia que não devia pensar no assunto, mas só queria dançar novamente com Violet, agarrando-a pela cintura, segurando-lhe a mão delicadamente, olhando-a nos olhos, sem medos…

– Oi, Tokiya! Estás bem? – perguntou Masato, chegando sorrateiramente à sala de convívio dos professores. Era ainda cedo na manhã, por isso só lá estavam eles.

– Hã? Eu estava a pensar numa coisa que se passou comigo. Antes que me peças, não te posso contar. – afirmou Tokiya com uma expressão séria.

– Tudo bem, eu vou para a minha aula de música. Vemo-nos mais tarde, hoje vou almoçar fora da escola. – disse Masato com um sorriso.

– Vemo-nos amanhã então. – ao dizer isto, Tokiya deitou-se no sofá da sala, como que extremamente cansado.

Ele gostava de conseguir superar o que sentia, mas estava a ser muito complicado para ele… Sem se aperceber, alguém lhe pôs as mãos sobre os seus olhos, tapando-os. Da maneira concentrada como estava, ficou extremamente assustado por dentro, mas não o revelou no exterior. Pegou nas mãos que o agarraram e desviou-as.

– Claro, só podias ser tu! Bela surpresa, hã? – era a professora Nora, com quem ele tinha um relacionamento um tanto complicado (pode até dizer-se de amor-ódio).

Resumindo a história deles baseava-se no interesse imenso de Nora por Tokiya e na sua não-reciprocidade. Nora não desistia dele. Já se conheciam desde o liceu. Tokiya achava-a extremamente bonita, mas não achava que Nora tivesse a personalidade compatível com a dele, por isso muitas vezes entravam em choque de opiniões, mesmo em coisas simples. Nora sabia disso, da opinião de Tokiya, mas sempre sentira um carinho especial por ele e isso nunca havia mudado.

– Estás bem, querido? – perguntou Nora, sorrindo amplamente para ele.

– Bem… Sim e não. As minhas aulas correm lindamente, tenho turmas fantásticas, trabalhadoras e com pessoas muito simpáticas, como nunca tinha visto. Este ano tem tudo para correr muito bem!

– Ok, e a parte de não estares bem, queres falar? Eu juro que não conto a ninguém, se for um segredo teu. – Nora piscou o olho a Tokiya. Ele já conhecia esta tática, com um sorriso ela tentava conquistá-lo discretamente. A todos os custos ela queria simplesmente entrar na vida dele, porque sabia que ganharia tanto.

– Nora, tu sabes que somos amigos… Mas desculpa, não posso mesmo, é algo muito pessoal… Ainda estou inseguro quanto a esta situação. – afirmou Tokiya firmemente. – Não me leves a mal, por favor. Podemos sempre continuar a falar, sabes que eu não te ignoro.

– Eu só te queria ajudar! Espero que fiques bem disso e que passe rápido… - ela ficou um pouco triste, demonstrando-o na sua voz. Mais tarde ou mais cedo, conseguiria obter informações sobre isto. Bastava ser paciente.

– Desculpa Nora, mas eu tenho de ir embora. Quero ir dar um passeio. Combinei que me encontraria com o Masato em nossa casa. Até logo, bom almoço! – Tokiya teve de mentir para que ela o largasse.

No preciso momento em que pôs os pés fora da sala de convívio, ele arregalou os olhos com a visão que teve à sua frente: no corredor, com um ar feliz e calmo, ia a passar Violet, carregadíssima de livros e cadernos, alguns para as aulas, outros para aprender japonês.

– VIOLET!! – gritou Tokiya, impulsivamente. Agia muitas vezes assim, embora por vezes chegasse a ser mal interpretado, e já se tinha metido em sarilhos por causa disso. – Estou aqui, sou o professor Tokiya! Vem cá, que eu ajudo-te com isso tudo!

– Bom dia, professor, como vai? Não é preciso, a sério, eu vou com pressa, tenho de me encontrar com a Lily para almoçar… Até logo! – também ela mentiu, pois ela queria ir o mais rápido possível para casa.

– Estou bem… Tudo bem… Adeus, Violet… - disse Tokiya, baixando o tom de voz gradualmente. Tinha um ar visivelmente abatido, e ele sabia que devia parar com isso.

Lily estava no jardim a dar uma volta. Era bastante grande, uma pessoa podia até perder-se lá. Havia riachos, pontes de madeira, rochas grandes, cantinhos com árvores e bancos para estar a relaxar, mesas de merendas e mais… Estava mesmo bem construído, e ela gostava muito de passear ao ar livre, por isso começou a pensar em estudar ali quando pudesse, por exemplo no fim do dia.

Naquele dia, porém, quando estava a ler um livro de ficção científica, ao levantar os olhos do mesmo para olhar para a paisagem, viu o que ansiava ver secretamente: o professor Masato. Sabia que devia escolher qual a sua próxima ação, mas era difícil diante de uma vista tão agradável e prometedora… Por isso deixou-se levar…


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