Ao mesmo tempo, noutro local, Violet estava a começar a sua aula de dança. O professor Tokiya estava na sala de aula à espera dos alunos. Violet entrou na sala e de repente, com o que viu, ficou sem ar. “Mas ele é professor???? Assim não tenho hipóteses… Ele parece ser tão profundo e interessante! Pode ser que ainda haja esperança.”

– Menina Violet! – chamou o professor, a plenos pulmões.

– Aqui! – respondeu Violet, tentando esboçar um sorriso leve.

– Pode apresentar-se, por favor? Vejo que é uma aluna nova.

– Sou a Violet, tenho 21 anos, e venho de Londres. Vim para esta escola fazer Erasmus, na companhia da Lily, esta miúda ao meu lado.

– Estou a ver que está bem acompanhada, então. Já conhece o campus? – perguntou o professor, subitamente curioso.

– Estou a tentar enquadrar-me. Eu gosto bastante de escrever, dançar e canto bem! Acho fantástica esta oportunidade que tive na vida, de vir estudar para aqui! E por enquanto estou muito contente com tudo! Por vezes perco-me nas salas de aula, mas isso é normal com todos os estudantes, certo?

– Talvez… E você, Lily?

– Eu tenho 24 anos, e já me sinto em casa! Amo esta cultura, bem diferente da nossa, e esta escola tem uma boa dinâmica e matérias muito interessantes para estudar.

– Bom, classe, vamos começar! Hoje vamos começar por aprender o básico da valsa, uma dança muito conhecida e mexida. Espero que gostem deste tema, e que quando tiverem questões se sintam à vontade comigo para as tirar.

Os alunos ficaram aos pares a dançar. A música tocava no fundo, e era muito cativante. Violet sentiu que podia libertar-se de tudo, e era isso mesmo que queria fazer. E tinha a certeza de uma coisa: ia dar o seu máximo para que tudo corresse bem. Violet dançou com Lily, que já estava habituada ao seu ritmo rápido e solto.

– Parece que a senhorita está muito confortável com esta dança! Estou a gostar! Aceita o meu convite de dançar com um profissional? Ou seja, eu próprio?

Foi instintivo: Violet simplesmente estendeu a mão para o professor Tokiya, com a sua atitude sem medo. Tokiya sorriu amplamente e colocou a mão na cintura da rapariga, que se sentiu protegida.

“Eu não acredito nisto! Estou completamente sem reação! O rapaz lindo que quase me roubou o sono ontem é professor, ainda por cima de dança, e neste momento eu estou aqui, no meio de tanta gente, a dançar o que mais gosto? E, no entanto, sinto que ele nunca me fará mal…”

A música terminou abruptamente, como sempre. O professor e a aluna mantiveram-se firmes na dança e deram um grande espetáculo.

– Estou orgulhosa de si, Violet. Este pequeno momento foi um grande privilégio. – disse o professor Tokiya numa voz baixa, tomando cuidado para que ninguém ouvisse.

– Hei, Tokiya! Vens almoçar? – chegou nesse momento o professor Masato.

– Sim, claro!

Lily olhou para a porta para tentar ver quem era, pois estava num canto da sala. Quando se apercebeu que era o professor Masato, ficou surpreendida. Como por acaso, os olhares de ambos cruzaram-se… E é como se esse segundo servisse para se perdoarem mutuamente.