Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 34
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente... Queria avisar que sim, esse é o último capitulo de OS e que o próximo é epílogo ;w; Por favor, se você gostou da Fic, comente, manda sinal de fumaça ou qualquer coisa. Isso além de motivar muito a escrever, deixa um autor feliz.



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–Eu não acredito, enquanto eu estava procurando minha filha desesperadamente, os dois estavam se pegando na banheira! – Miyuki estava virada de costas para a porta do meu quarto e de Lysandre, enquanto estávamos nos trocando para ajudar ela a reencontrar sua filha.

–Não estávamos nos pegando, e mesmo se tivéssemos, porque raios você não bateu na porta? Eu estava completamente nua! Afinal, como você entrou e o que aconteceu exatamente?

–Eu e Castiel buscamos Saiko de carro da creche, chegamos em casa e enquanto ligava para a pizzaria e Castiel ia ao banheiro, ela simplesmente sumiu. E eu entrei pela janela lateral da sala, eu aprendi esse truque quando era mais nova e queria sair escondida a noite com Lys.

–É irônico o fato de eu ter me esforçado ao máximo para ter sempre as melhores notas e ter acabado virando florista, enquanto os dois só sabiam cabular e ir à festas... E olha só, um virou fotografo famoso e a outra uma médica. – Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito enquanto Lysandre vestia a jaqueta. Acho que em breve vai começar a chover... Temos que ser rápidos. – Vocês já avisaram alguém ou a policia?

–Já avisamos as pessoas do bairro, a policia não. Faz poucas horas que ela sumiu e temos esperança de que ela vai aparecer logo. Castiel está procurando nas ruas próximas a nossa casa, nós três vamos visitar alguns lugares os quais levamos a Saiko recentemente.

–E por que você simplesmente não nos ligou e continuou a procurar com o Castiel?

–Digamos que eu realmente estava precisando sair de perto dele. – Pela voz da Miyuki, eles provavelmente brigaram feio... Espero que não fique um clima tenso enquanto procuramos a Saiko.

(...)

–Droga... Onde essa garota se meteu? – Lysandre puxou mais a jaqueta de couro para si tentando em vão se aquecer. A garoa fica cada vez mais tensa e nenhum sinal de Saiko. Procuramos em todos os lugares próximos que a garota conhece ou poderia ir sozinha e nada.

–Castiel mudou de idéia e em vinte minutos ligaremos para a policia. – Olhei para a mensagem piscando em meu celular. –Por que ela sumiu desse jeito?

–Ai meu Deus... E se ela foi seqüestrada?!

–Não vamos pensar no pior Miyuki. Já olhamos na escola? – Ela balançou negativamente com a cabeça. Eu posso ver que seus olhos estão marejando, nem consigo imaginar a aflição que ela está passando.

–Aposto que você deve saber bem onde ela está Amélia! Quem não me garante que não foi você que seqüestrou minha filha?

–Como se atreve a insinuar isso?

–Todo mundo sabe que você tem suas crises e que provavelmente ainda é louca!

–Miyuki, você não tem o direito de falar isso para a minha esposa!

–Não tenho? Eu ouvi a conversa dos dois antes de entrar no banheiro, quem não me garante que a Amélia virou uma louca como à mãe? Psicopatia não tem cura!

–Cala boca! Eu não sou louca.

–Jura? Então porque a sua mão está no meu pescoço? – Olhei para baixo e vi que minha mão direita estava realmente no pescoço de Miyuki, onde a mesma parecia estar desconfortável e com dificuldade de respirar. Lysandre estava segurando meu braço tentando impedir de que eu faça alguma besteira. Como não notei isso?

E como sempre, eu corro. Eu não sei o porquê de sempre fazer isso quando coisas assim acontecem, é como se eu quisesse fugir ou algo assim.

Não ouvi passos, mas ouvi gritos e nenhum deles era para mim. Espero que Lysandre e Miyuki não briguem afinal, a culpa é minha.

Ao correr por alguns minutos, noto a pequena escola onde Saiko estuda. Lembro da vez que eu e Lys nos balançamos no balanço e “Terminamos” a nossa amizade. Quem diria que tanta coisa iria acontecer?

Começo a andar novamente e atravesso o pequeno parque com grande variedade de brinquedos. A neblina está dificultando muito a minha visão e devo ter batido o pé em pelo menos dois trepa-trepas, mas finalmente chego aos balanços e sento no meio dos três.

Não me mexo um centímetro sequer, apenas suspiro e tento pensar em tudo que está acontecendo. Será que eu realmente não estou melhor? Se Marie fez aquilo tudo por que perdeu os filhos, o que eu faria agora que sou estéril?

Senti algo quente no meu ombro, como se fosse uma mão. Um leve grunhido e passos... Lysandre? Não, eu me certifiquei que não tinha ninguém aqui.

Eu vou morrer.

–Tia? – Me viro rapidamente e lá estava Saiko, com seus pequenos cabelos negros e seus grandes olhos azuis. Sua pele está muito mais pálida que o normal e seu casaco rosa não parecia esquentar tanto quando deveria em uma noite como essa. Levanto do balanço rapidamente e abraço Saiko o mais forte possível. –Tia, tá’ me machucado...

–Céus Saiko! Que bom que te achei! Onde diabos você estava? Meio mundo está te procurando! Está ferida? Alguém te fez algum mal?

–Finalmente vieram encontrar a garota, estava quase achando que a abandonaram. – Viro minha cabeça em direção a voz e vejo uma garota de no máximo dez anos, ruiva e com seus cabelos um tanto desorganizados até o ombro, em seu rosto é tantas sardas que mesmo com “Quilos” de maquiagens seria impossível esconder. Vestida apenas um uma calça jeans surrada e um sobretudo preto um tanto velho e suja, me encara com seus pequenos olhos amendoados visivelmente com muita raiva. –Se tivessem demorado mais dez minutos, eu iria levar ela a delegacia.

–Tia Mel, você sabe por que meus pais não vieram me buscar? –Um sino toca em minha mente e tudo fez sentindo. Penso em tantos palavrões que seria impossível listar todos.

–Saiko, por acaso você viu o carro dos seus pais enquanto esperava?

–Sim.

–E eles pararam?

–Não... –Os bocós dos dois devem ter passado por aqui e esquecido de parar, ao chegar em casa pensaram que buscaram a filha normalmente. Nunca mais vou reclamar da fraca memória de Lysandre.

–Você esperou aqui esse tempo todo?

–Sim, mamãe sempre me ensinou que caso me perdesse, ficasse parada no lugar que ela voltaria. Eu e a Ana ficamos brincando.

–Muito obrigada por ter cuidado dela Ana... Seus pais não ligaram de você ter ficado esse tempo todo sozinha com ela?

–Não, eles realmente não se importam. – Ela sorriu com irônica e apontou para duas sombras um pouco afastadas. –Temos companhia.

(...)

–Me perdoa Saiko!

–Mamãe... Eu já perdoei a primeira vez que perguntou. – A pequena garota sorria enquanto Miyuki beijava e abraçava-a sem parar e Castiel tentava limpar o rosto um tanto sujo dela.

Lysandre sorria com a cena aliviado e Ana tomava a grande caneca de chocolate-quente que eu havia preparado silenciosamente no sofá. Alguns segundos depois, ela levantou e depositou a caneca delicadamente em cima de mesa murmurou um “Obrigada” e foi em direção a porta.

–Espere! Está chovendo, vamos ligar para seus pais e dizer para virem te buscar. Vamos aproveitar e agradecer pessoalmente a gentileza que fizeram e...

–Obrigada, aproveita e pergunte onde eles estavam durante todos esses anos.

Ana correu pela porta e desapareceu, deixando todos confusos. Olhei por alguns segundos para Lysandre que apenas acenou com a cabeça.

–Pode ir.

Vou para frente da casa e olho para todas as direções. Não faço a mínima idéia para onde Ana foi e a chuva apenas piora minha visão. E agora? Ela foi pela rua direita ou esquerda?

–Eu queria ver se alguém iria atrás de mim... É muita gentileza de vocês. –Olho para trás e vejo ela, encolhida na varada, olhando para baixo e diferente de mim, seca.

–Por que foi embora daquele jeito? –Foi em sua direção e sentamos juntas no chão. Felizmente o teto da varanda é grande e nenhum pingo sequer cai em nós duas.

–Não gosto de ver aquilo. Os pais e a filha felizes...

–Você está sozinha, não é? – Ela fez sinal positivo com a cabeça e encolheu ainda mais.

–Eu morava em um orfanato, mas sai de lá a dois anos.

–Quer conversar sobre isso?

–Não.

–Vamos lá! Conversar sempre ajuda. –Ana pareceu pensar por alguns segundos, suspirou e colocou uma das mechas do cabelo para trás da orelha.

–Uma das coisas que a sociedade mais se nega a resolver é as coisas que fazem com crianças órfãs. Muitos nos abrigam a trabalhar até tarde sem nenhum descanso, até nossas mãos sangrarem ou ficarmos doentes. Você tem sorte de pegar um trabalho simples como trabalhar na cozinha eu lavar os banheiros. Há diretores que obrigam órfãs a roubar nas ruas e dar todo o dinheiro que ganham para eles. Eu nem vou dizer o que acontece caso você roube o dinheiro para si. –Ela começou a mexer os dedos nervosamente e sua respiração ficou tensa. –O problema, é que quando você é uma garota de boa aparência... Eles tinham uma sala especial escondida nos fundos da casa, onde as melhores garotas ficavam lá e quem pagasse mais teria uma noite com ela, podendo fazer o que quiser. E não importa a idade.

–Céus, Ana, eu...

–Quando completei oito anos, o diretor achou que já tinha me desenvolvido o suficiente. Um homem velho e gordo ofereceu trezentos por mim, não tinha escolha, todos que tentam fugir são drogados, o que é ainda mais perigoso. Ele pegou uma tesoura e começou a cortar minhas roupas as deixando provocativas, eu não sei o que deu em mim, mas consegui bolar um plano. Eu fingi que estava gostando daquilo e comecei a seduzi-lo, mas no momento de distração eu peguei a tesoura e o derrubei. O resto já dá para imaginar.

–Eu nem sei o que dizer...

–Tudo bem Amélia, não estou esperando sua piedade ou algo assim, você apenas perguntou e eu respondi. –Ana se levantou do chão e colocou o capuz do sobretudo na cabeça, não olhando nos meus olhos nenhuma única vez.

–Espere! Já é bem tarde... Você não gostaria de ir para a minha casa e passar a noite? E juro que não sou nenhuma Sereal killer.

–Seu marido não vai ligar?

–Acho que não Ana, será um prazer te-la em nossa casa.

–Na verdade, é Mariana... Meus amigos costumam me chamar de Maria.

(...)

–Não me olhe com essa cara Amélia.

–Que cara Lysandre? –Mariana estava no banheiro tomando um longo banho de espuma. Eu não sei se foi impressão minha, mas acho que vi os olhos dela brilharem ao ver o tamanho da banheira.

–Essa cara de "Se não fizermos isso, nunca vou te perdoar", como no dia que me convenceu a deixar Cupcake morar aqui. Falando nisso, onde está aquele gato assanhado?

–Provavelmente deve ter saído para "Pegar" outras gatas da rua. E eu não estou com cara nenhuma.

–Está sim, praticamente está escrito "Se não ficarmos com ela, diga adeus a sua vida." na sua testa.

–Eu não sabia que minha testa é assim tao grande. E admito que a ideia passou sim pela minha cabeça.

–Amélia... Você sabe muito bem que eu adoraria adotar uma criança, mas a conhecemos apenas a algumas horas! É melhor não tomar decisões precipitadas.

–Como a da Miyuki, dizendo que estava louca?

–Ela não disse por mal... Na situação em que estava, é difícil manter a calma. Olha, vamos fazer o seguinte, A Ana vai dormir aqui esta noite, amanhã conversaremos melhor sobre isso.

–Obrigada Lys. –Me aproximo e beijo delicadamente sua boca. Quando me afastei para ir embora, ele segurou no meu braço, me impedindo.

–Você sabia que do banheiro, ninguém pode nos ouvir e que a Ana vai demorar?

–E?...

–Já te falei que fica linda nessa roupa?

Sorri e o puxei para mais perto, juntando nossas bocas mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Eu estava relendo as recomendações e queria novamente agradecer por cada uma delas, por cada comentário, por cada favorito ou acompanhamento, e principalmente pelo carinho que vocês estão me dando. PS: Não vão achando que nosso pequeno casal fizeram muito seqisu depois com a pobre Ana no banheiro u-u Casais também se beijam apenas.



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