My First Friend escrita por Princess Hitler, LariNintendo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Minha infância


Notas iniciais do capítulo

Bem, esse capítulo é mais ''dark'' porque eu gosto de fazer passados bem sofridos as minhas personagens ~ Risada malígna ~
Demorou? Sim, estava sem inspiração, perdoem-me, além de que essa é a semana de provas, das últimas provas pra acabar com tudo.
Enfim, espero que gostem, e que ninguém aqui esteja meio decepcionada pelo fato da fanfic não ser sobre apenas fatores felizes e saltitantes, e se algum dia lerem uma outra fanfic minha, saibam que provavelmente a principal vai ter um passado brutal e triste =V
E, boa leitura!



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Flashback ON
Lá eu estava, sem poder fazer nada, vendo meus pais sendo brutalmente morta, minha irmãzinha, Katherine segurando firmemente seu ursinho, já tinha visto tudo também, antes que piorasse, eu tapei seus olhos carregados de lágrimas, mas não adiantou nada, ela já tinha visto praticamente tudo!
Depois deles terminarem de torturar e matar meus pais, eu, ainda não chorava, única coisa que me dominava era o medo e desespero.
Eles começaram a falar sobre o que faria conosco, disseram que o melhor seria estuprar as duas e depois matá-las, mas eu impedi, eu não podia deixar que encostassem um dedo sequer na minha irmã. Falei que faria de tudo para que não o fizessem, eles pensaram, mas depois de um tempo aceitaram a proposta.
Nós passamos a morar com um deles, e seu acordo, era simplesmente terrível, eu tinha que ser estuprada diariamente aguentando quase todo o tipo de fetiche bizarro e doentio, era doloroso, mas eu tinha, de proteger minha irmã.
Anos se passaram, e tudo se repetia, cada vez pior.
Até que, certo dia, ele me mandara comprar cervejas no mercado, era estranho, ele nunca me pediu, mas enfim, eu comprei as mesmas, ao voltar, eu me deparei com a cena que sempre se repete em meus sonhos, a cena que eu nunca esqueceria.
Minha irmã estava sendo torturada por aquele velho nojento, ele já havia arrancado-lhes as suas duas mãos, ela estava presa a algum tipo de estaca, com seus braços pendurados, eu não duvidava que antes ela tivera sido abusada.
Eu gritei de desespero, cai de joelhos no chão enquanto tapava meus ouvidos, ele então começou a dar algumas facadas nela, eu me levantei e comecei a tentar impedi-lo, ele estava quebrando nosso acordo.
Ele simplesmente me empurrou contra a parede, deixando-me tonta por alguns segundos, quando me levantei para impedi-lo novamente, era tarde demais, novamente cai de joelhos no chão, vendo os olhos de minha irmã, eles não tinham mais aquele brilho inocente, era opaco, como o olhar de uma pessoa morta.
Eu comecei a chorar incontrolavelmente, aquele desgraçado, sem ligar, foi dormir, ele sabia que eu era fraca demais para vinga-la, ele sabia...
Então, os dias se passavam, mas infelizmente os dias pareciam cada vez mais lentos, parecia que era minha punição, minha punição por não ter conseguido a proteger, nem ao menos ajudar meus próprios pais, estou correta? Deus estava me punindo, e eu merecia isso...
Eu comecei a ficar cada vez mais insana, eu me recusava a ir para escola, eu me recusava a ter que ver aqueles bastardos que sempre ignoravam novamente.
Todas as noites eu sonhava com a minha família indo embora, enquanto eu corria atrás, porém eu caia, e estendia a mão para alcançá-los, logo após isso eu sempre acordava isso me fazia gritar e arregalar meus olhos insanamente, quando o velho estava lá eu acabava sendo espancada, mas na maioria das noites ele ficava no bar e voltava tão bêbado a ponto de cair no chão e dormir por ali mesmo.
Eu não aguentava aquela dor, um ano se passou, eu já não era a mesma pessoa, eu não mostrava emoções, sem minha família a minha vida não fazia mais sentido, eu já pensei em suicídio, mas não tinha nada que eu via pra poder me dar liberdade a isso, ele sempre esconde a faca para caso eu enlouqueça ainda mais e acabe o matando.
Porém, uma vez ele foi dormir, ele havia bebido muito, e sua faca estava exposta ali, numa mesa que ali havia, na hora que não pensei em nada, mas, eu olhei mais uma vez e pensei que seria minha chance, minha chance de acabar com a minha dor! Mas, eu também poderia matar aquele que acabou com minha vida, talvez eu pudesse viver em paz se o fizesse, essa ideia é egoísta, mas foi o que pensei.
Então pensava, matar ele? Me matar? Ou deixar tudo continuar assim? A última opção parecia a melhor, mas ao mesmo tempo a pior.
Se eu me matar a dor irá acabar de vez mas ... Se eu matar quem acabou com minha felicidade talvez eu seria feliz, e se eu não fosse eu poderia me matar outra hora.
Então ...
Eu decidi, eu iria matá-lo, então, lentamente andei até a mesa, e peguei a faca, eu abri a porta calmamente e então andei de vagar até sua cama, eu já estava louca com tudo aquilo, abriu-se um sorriso em meu rosto, um sorriso meio macabro mas por outro lado inocente, mas, "Ele não deveria sofrer ainda mais?", eu pensei.
Com isso, pensei em arrancar seus olhos antes de matá-lo, para ele sofrer, sim, ele sofrer o tanto quanto eu sofri.
...
Depois de ter acabado de tortura-lo e matá-lo, eu me encontrei rindo com aquilo, finalmente, eu aliviei minha dor, porque eu nunca fiz isso antes? Seus gemidos foram tão prazerosos de serem escutados, então eu me toquei, eu estava enlouquecendo, pensar em algo assim, e matar alguém, isso ... Isso não é normal! EU MATEI UMA PESSOA! O QUE EU FIZ?!
Estava desesperada, eu comecei a chorar de medo de eu mesma, eu poderia cometer esse ato novamente, porque de certa forma, era bom, fazer outras pessoas sofrerem para compreenderem o quanto eu sofri, eu troquei rapidamente minhas roupas, que estavam manchadas de sangue, e peguei uma camisa do velho, pois eu havia poucas roupas, antes que pudesse terminar de coloca-la, vejo atrás uma mochila distante encostada na parede, chego perto e atrás dela havia o mesmo ursinho que minha irmã segurava naquele dia, eu não podia deixar a única lembrança que havia sobrado, apodrecer como sua vida, peguei o ursinho após ter colocado a camisa, eu sai correndo dali, eu pretendia correr dali e não voltar nunca mais, se eles souberem que eu matei ele, eu ... Eu vou ser ainda mais punida! Eu não quero mais isso ... Simplesmente NÃO QUERO!
Dias se passaram e eu estava ali na rua, com fome, com sede, e estava completamente imunda e levemente machucada, ninguém tinha piedade de mim, eles passavam por mim e apenas me ignoravam aqueles bastardos! A única coisa que me mantinha forte, era aquele ursinho, o qual abraçava toda noite.
Já haviam se passado cinco dias sem comer, água eu bebia em qualquer torneira por aí, e eu estava prestes a morrer, mas, um homem apareceu na minha frente, me vendo daquele jeito, ele se ajoelhou para ficar do meu tamanho, e ofereceu-me sua mão, eu por instinto a segurei, ele me disse que iria me tirar dali, eu não escutava quase nada, estava andando como um zumbi. Até que eu desmaiei.
Ao acordar, me via num quarto branco, eu estava deitada sobre uma cama com um lençol rosa bem claro, o ambiente era agradável, assim como o clima do mesmo, meu ursinho estava bem ao meu lado, fiquei aliviada ao velo.
O quarto tinha cheiro de lírios, ultima vez que eu senti um cheiro parecido foi na casa onde eu e minha família habitávamos.
A porta se abriu com um baixo grunhido, era aquele mesmo homem de antes, ao ver-me o mesmo sorriu.
– Vejo que acordou - Afirmou o homem.
– O-onde estou? - Perguntei, estranhando
o ambiente diferente.
– Sua nova casa, acostume-se com o lugar - Novamente sorriu - A não ser que prefira o lugar onde estava - Continuou.
– Eu acho que prefiro aqui - Afirmei com um pouco de medo.
– Então, venha conhecer seus irmãos, colegas, como preferir chamá-los - O homem disse - Ah, esqueci de apresentar-me, meu nome é Charles.
– Eu ... Eu sou Annie ... Annie White - Respondi enquanto virava meu rosto para o lado.
– Prazer em conhecê-la, Annie – Sorriu o mesmo – E, como essa vai ser sua nova casa, iremos te mostrar as outras crianças – Continuou.
– Outras crianças? – Eu estava com um pouco de medo, da última vez eu era ignorada por todas.
– Sim, sim, vamos – Charles me ajudou a levantar da cama e gentilmente pegou meu pulso enquanto me levava para fora do quarto rapidamente pequei meu ursinho, então chegamos numa sala diferente, um tipo de sala de estar, nele havia várias crianças, todas da minha idade.
Depois eu me apresentei e várias crianças me chamaram para brincar, todos na verdade, menos um menino ali, isolado, ele tinha pele clara e cabelos negros levemente bagunçados, sua expressão facial não demonstrava nada, eu fiquei curiosa o porquê dele ser afastado assim.
Eu brinquei com eles, era divertido, nunca tive amigos, era a primeira vez, mas nunca deixava de notar o menino, as únicas pessoas que ele falava eram Charles e Kelly, uma moça que também cuidava de nós.
Já havia semanas que eu estava ali, e acabei sendo deixada de lado também, eles voltaram a seus grupinhos iniciais e nunca mais brincaram comigo.
Então ...
Certo dia, eu o vi sentado encostado numa parede, eu fui em direção ao mesmo.
– O-oi – Sorri – Meu nome é Annie, e o seu? – Perguntei educadamente ao menino a minha frente, eu estava em pé segurando meus joelhos com o ursinho em uma das minhas mãos. Ele direcionou seus olhos frios em mim, era a primeira vez que via seus olhos, eram cinzas e havia pouco brilho nos mesmos.
– Não te interessa – Ele virou sua face rapidamente, ele parecia um pouco nervoso, então eu forcei um sorriso.
– Mas eu queria saber, porque eu quero ser sua amiga – Depois ele direcionou novamente seu olhar para mim, com seus olhos arregalados, ele estava surpreso.
– C-Castiel – Ele sussurrou, na primeira vez eu não havia escutado.
– Huh?
– Castiel, meu nome é Castiel – Quando escutei, fiquei surpresa, então eu abri um sorriso.
– Vamos brincar? – Perguntei sorrindo.
– Vamos.
A tarde toda brincamos, pela primeira vez vi um sorriso em seu rosto, foi mais divertido do que com as outras crianças, acho que foi a primeira vez em anos que ri e me diverti tanto.
E parecia ser sua primeira vez também.
Anos se passaram, e era sempre a mesma coisa, eu tinha 12 anos, mas um dia nós brigamos, ficamos sem nos encarar um dia todo, e no dia seguinte ...
Novamente minha felicidade acabou, não me lembro muito bem, mas por causa de umas das crianças que estavam brincando com fogo, a casa foi incendiada.
Todo mundo que eu conhecia morreu lá dentro, menos eu e Castiel.
Eu estava em frente a casa na qual eu tanto amava, de joelhos, Castiel chorava ao meu lado, mas eu não chorava.
Até porque, eu sabia.
Sabia que iria ser punida por Deus novamente.
Eu merecia.
Eu matei uma pessoa, e deixei minha família morrer na minha frente, eu era uma pessoa má.
– Eu sabia ... – Sussurrei bem baixo, enquanto em nenhum momento soltei o ursinho que em uma das minhas mãos estava.
– Huh?
– Eu sabia ... – Repeti com a cabeça baixa.
– Como assim você sabia?! – Castiel havia ódio em seu olhar, era a primeira vez que eu havia visto ele assim – O que você quer dizer?! – Ele já estava a gritar, lágrimas incontroláveis saiam de seus olhos – ME EXPLICA! MERDA!
– Eu ... é minha culpa ... eu sou uma maldição aqui, sabe? – Eu não tinha coragem de levantar minha cabeça, não havia emoções naquele momento
Depois de uma discussão, eu contei-o toda minha história, ele se sentiu culpado depois de saber de tudo, mas ele apenas acariciou minha cabeça, segurou uma das mãos do ursinho, e disse.

– Eu ... Eu vou te proteger, Annie, vou te proteger nem que seja a última coisa que eu deva fazer, eu prometo – Assim que ouvi isso, eu havia desabado, comecei a chorar como nunca chorei, eu estava tão feliz.

E depois disso, passamos a morar sozinhos numa casa abandonada.

Flashback OFF


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Notas finais do capítulo

Yo! Perceberam que esse capítulo foi meio CastielXAnnie também, certo?
E até hoje a Annie guarda o urso de sua irmãzinha, ela amava muito ela ...
Espero que tenham gostado, e comentem por favor ^^ ~ le mendiga ~