Dead Players escrita por Yellow


Capítulo 9
Capítulo 8- Fábrica


Notas iniciais do capítulo

-Capitulo novo!
— Acho que devo desculpas a vocês, atrasei mais uma vez :/



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–Quantos anos disse que tem mesmo? –Amanda perguntou.

Ela estava ao lado de Augusto, deitada na cama, apoiando a cabeça no peito,desnudo, dele. Eles estavam passando a noite em um quarto pequeno e aconchegante, a luz da lua invadia o local pela a janela ao lado da cama, e, a baixa temperatura deixava uma fumaça esbranquiçada conforme falavam e respiravam. Ela o encarou nos olhos, eram azuis como diamantes, brilhavam como estrelas em profusão.

–Duzentos. –Ele respondera. Riu rapidamente e logo disse: –Vinte e um

Ela se virou para o lado, deixou o lençol a cobrir até acima dos seios. Havia acabado de fazer sexo com ele, coisa que não fazia desde a noite de seu aniversário, onde havia saído com amigas, lembrou-se de quando elas fizeram Amanda experimentar “as coisas boas da vida”.

Ela levantou o tronco, e mesmo ainda nua deixou o fino lençol de seda escorregar.

Os cabelos desgrenhados caíram sobre a pele suada, alguns fios ficaram presos a nuca e alguns grudaram no rosto.

–Parece que gosta de caras mais velhos. –Ele disse, sua ironia era perceptível.

Amanda se virou, deixou de olhar apenas nos olhos dele e deixou o olhar correr pelo corpo inteiro. Ele era branco, muito branco, chegava a ser pálido, ela havia conseguido enxergar as veias pelas costelas. Ele estava tão suado quanto ela, reparou nisso quando ele tirara os fios do topete, que agora estava para baixo, da cara. E mesmo ele sendo pálido e branco de mais, ela ainda sentia uma estranha atração por ele.

Desviou o olhar de Augusto, viu sua toca cor de rosa com cara de gatinho jogada no chão, junto com sua calça jeans e sua blusa.

–Sim. –Ela disse, anuiu com a cabeça para ele. –Gosto de pessoas mais velhas.

–Quantos até agora?

–Três. –Ela respondeu, sem ter vergonha alguma. –Todos mais velhos que eu.

Se deitou novamente ao lado dele, sem ter medo, algo em Augusto a confortava. Ela não sabia explicar o que era, seu físico viril? Seus olhos cor de diamante? Sua personalidade irônica e ousada? Com certeza era tudo isso junto.

–E agora? –Perguntou.

Ele franziu uma das sobrancelhas, levantou o tronco e jogou um braço para o lado dela, ficou apoiado, começou a fuzilar com seu olhar diamantino.

–Vamos matar os outros. –Ele respondeu, seus lábios eram lentos, e a cada respiração liberavam uma fumaça branca. –Depois decidimos o que fazemos com nós dois.

Ela suspirou, revirou os olhos, os fechou em seguida. Lembrou-se de sua vida, quando ela se encontrava com as amigas e saiam escondidas para beberem, transarem e fumarem. Quando os abriu, Augusto havia aproximado seu rosto, eram poucos centímetros para se beijarem.

–Quantos anos disse que tem mesmo? –Ele perguntara, seu sorriso malicioso a fez sentir arrepios na nuca.

–Treze. –A resposta pareceu não ter importância, ele a beijou.

–---------------------Dead Players---------------------------------------

O dia havia amanhecido, Gabriel soube disso quando o céu começou a voltar para sua tonalidade cinza. O escuro da noite havia dado lugar ao cinza chumbo. O clima parecia estar igual o da noite anterior, estava gelado, e o vento frio, que entrava por uma pequena fenda na parede feita por uma Sombra, batia no rosto de Gabriel como pequenas agulhas gélidas que cortariam sua a qualquer momento.

Os cabelos escuros como uma noite sem lua esvoaçaram-se, ele os pegou e os amarrou com uma fita.

Jade e Alex estavam acordados, pareciam que também haviam passado a noite em claro, e apenas observando o movimento das Sombras na rua.

–Para onde vamos? –Alex perguntou.

Caminhou até ficar ao lado de Gabriel, que lhe lançou um olhar ríspido, tão serio como o diretor do colégio que Alex estudava. Seus olhos brilhavam como facas de aço que refletiam a luz do céu cor de chumbo. Ele fora abrindo a boca lentamente para responder:

–Vamos atrás deles.

–Mas onde eles estão? –Jade perguntou.

–Vamos procurá-los.

Gabriel se virou, seus cabelos parecem ter vida própria quando esvoaçaram pelo ar, o rabo de cavalo foi desfeito quando a fita voou longe. Alex e Jade o seguiram até a porta dos fundos da floricultura. Ficava do lado de um armário, atrás do balcão de madeira escura. Era uma porta de ferro, a maçaneta enferrujada parecia não estar funcionando.

Gabriel, que estava na liderança, levou a mão até a maçaneta e a girou. Fiapos de ferrugem caíram da maçaneta para o chão, alguns grudaram na mão do menino. Com um tranco, ele empurrou a porta. O chiado metálico das dobradiças fez ele se lembrar rapidamente de um grunhido de uma Sombra.

A claridade do dia lhe invadiu a vista, e os longos cabelos escuros pareceram refletir o brilho de mil sóis. Olhou para o lado e viu Jade e Alex, eles levavam as mãos para o rosto tentando cobrir os olhos, reparou que a pupila de ambos estava dilatada ao máximo .

A rua atrás da porta havia sumido,não estavam em um beco atrás da floricultura, nem ao mesmo no mesmo lugar. Atrás da porta metálica estava um corredor, longo e estreito. Não tinha iluminação por não ter janela alguma, e a luz ia se acabando ao fundo, era como seguir e direção a um buraco negro.

Sem hesitar ou questionar, Gabriel tomou frente e entrou na passagem, Alex e Jade foram logo em seguida. Ele olhou para trás, viu Jade o encarando, os dedos dela apertavam fortemente a barra de ferro, que levava ao lado do rosto, para atacar qualquer Sombra que surgisse.

–Onde estamos? –Alex perguntou

–Você ainda questiona esse Jogo? –Gabriel lançou seu olhar ríspido para o menino. –Não questione, Jogue.

Eles começaram a andar, e a escuridão pareceu os devorar. A cada passo que davam a impressão que estivessem viajando em algum tipo de buraco negro ficava maior. O clima, pode perceber Gabriel, fora mudando, do ar gelado e seco da floricultura virou uma brisa úmida, com pequenas gotículas de água. A fumaça esbranquiçada começou a acompanhar a respiração deles, e a sensação de ter a ponta dos dedos congelando passou por todos.

Alex colocou as mãos rente ao peito, tentando esquentá-las conforme esfregava uma na outra.

A visão já era um sentido que eles não podiam mais contar. Estavam na escuridão, envoltos a um breu que não os deixava enxergar anda. Gabriel tentava ainda andar reto, mas algo fazia seus pés tremer, era o medo. Esticou os braços para o lado, reparou que as paredes estreitas já não estavam mais lá, o corredor havia se alargado? Mas quando isso acontecera? Ele não havia notado nenhuma mudança....

Um calafrio se instalou em sua espinha, pode sentir os pelos do pescoço se arrepiarem. Se negou a olhar para trás, sabia que atrás de si estavam apenas Jade e Alex, ele podia sentir e ouvir as respirações da menina.

Olhou por cima do ombro.

Em meio a escuridão, viu dois olhos a espreita, eram dourados como uma lanterna. Seus pernas tremeram, o coração disparou, e os olhos quase se fecharam, algo naquele monstro o hipnotizava. Mas não iria se render tão fácil, começou a correr.

Enquanto corria, Gabriel tentava manter a linha reta. Atrás de si pode sentir Jade, que havia acabado de colocar a mãos em suas costas para não o perder.

Chegaram a uma parede mais rápido que Gabriel esperava. Era o fim não somente do corredor, mas os deles também. A Sombra olhava para eles, os dentes cor de marfim pareciam ter luz própria e iluminar a escuridão. Gabriel se virou, começou a apalpar a parede atrás de si na esperança de achar uma alavanca secreta que os tirasse dali, não achou alavanca alguma.

Mas por outro lado, achara uma maçaneta, e mesmo não sabendo se a porta estava trancada ou aberta, ele a girou.

A porta atrás deles se abriu e eles caíram para dentro, no mesmo instante que entraram Gabriel fechara a porta e ficara apoiado na mesma, para que a Sombra não conseguisse abrir. Olhou para frente e viu Jade e Alex, ambos com respirações fortes, suados trêmulos.

–Onde estamos? –Disse Alex. Ele olhava envolta, seus olhos brilhavam como uma criança esperançosa.

Gabriel se deu o trabalho de olhar em volta. Estavam em uma fábrica, um amplo local de paredes metálicas e enferrujadas. Várias prateleiras faziam corredores, e esteiras de produção faziam caminhos alternativos. No teto, estavam penduradas barras de ferro, por um instante ele se perguntou para que serviriam tais barras.

–Todos estão bem? –Jade perguntou. Ela já estava em pé, com as mãos firmes da fina e mortal barra de aço.

–Sim. –Gabriel respondeu secamente.

–Que lugar é esse? –Alex voltou a perguntar.

Gabriel olhou para ele e franziu o cenho, algo no olhar dele já indicava o que iria falar.

–Estamos onde ela quer. –Disse. –Simplesmente isso, provavelmente os outros Jogadores estão aqui também. A paciência da Morte se esgotou, ela quer que nós matemos logo.

Eles trocaram olhares desconfiados, de alguma forma sabiam que ali seria o ultimo lugar no Tabuleiro que iriam ver, sabiam que o Jogo estava prestes a acabar.


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Notas finais do capítulo

-É pessoas, só mais um capitulo :)
— Preparados para o climax?
— Até semana que vem (ou não) :)



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