Dead Players escrita por Yellow


Capítulo 8
Capítulo 7- Safehouse


Notas iniciais do capítulo

-Primeiramente, peço desculpas (muitas desculpas mesmo) por ter demorado para postar esse capitulo. Tive (muitos) problemas.



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Quando Fred, Samuel e Eva entraram pela porta, só tiveram uma confirmação: estavam bem. Bem, definitivamente não era como estavam, mas estavam melhores do que antes. Eva havia fraturado o tornozelo, depois que caíra depois de fechar a porta, Fred estava com um corte na bochecha que não parava de arder e tinha também arranhões na perna direita, Samuel estava com a jaqueta escura rasgada, a aljava estava quase pelada, restando apenas algumas flechas.

Eva se sentou no chão, com as costas apoiadas na porta azul, estava tremendo, seu coração estava batendo tão forte que achou que seu tórax iria explodir. Fred se sentou ao lado dela, seus machucados na perna começaram a sangrar, ele apoiou a cabeça no ombro da menina, pode sentir um misto de cheiro de suor, sangue e um aroma doce.

Pegou na mão dela, ela o encarou, por um instante se lembrara de como se conheceram, de quando havia lhe apalpado todo corpo até achar sua mão. Agora eles estavam de mãos dadas novamente. Os olhos de Eva brilhavam por trás das lentes espessas dos óculos, pareciam duas pedrinhas de âmbar.

Levantou a cabeça e viu Samuel, em pé, verificando o corte na roupa e as flechas na aljava. Sua expressão não demonstrava medo algum, diferente deles dois, mas a preocupação era evidente. Ele levantou o rosto e olhou para eles, os dois estavam apoiados um no outro, tremendo e suando frio.

Samuel fez a pergunta que Fred estava tentando fazer:

–Onde estamos?

Fred finalmente se deu o trabalho de olhar em volta de si. Estavam em uma pequena sala, de paredes de pedra e chão liso, uma lâmpada amarela pendurada no teto iluminava o local. Nas paredes, onde escorria um liquido de cor verde e cheiro suspeito, estavam prateleiras, duas, uma na esquerda e outra no lado contrario. Não havia nenhuma janela ali.

–Eu não sei. –Disse Fred. Fora se levantando aos poucos, como um enorme gigante acordando de seu sono profundo. Olhou para Eva, estendeu a mão para ajudá-la a levantar-se. –Parece uma espécie de deposito. Faz sentido ter isso em um esgoto.

–Não faz sentido. –Eva disse com a voz trêmula. –Esse jogo, aqueles esgotos, aquelas Sombras, essa sala, nada faz sentido!

–Não seja fraca. –Samuel cerrou os olhos. –O Tabuleiro está dificultando para nós, é só isso. –Ele caminhou até a prateleira da esquerda, começou a verificar os potes de vidro que estavam lá. Levantou um pequeno tubo com liquido anil e em seguida pegou um pode quadrado com um creme vermelho dentro. –Isso é uma espécie de Safehouse.

–Não acredito que está comparando isso com vídeo-game. –Disse Eva, incrédula.

–Isso é um jogo também. –Respondeu com um sorriso ligeiro.

Fred caminhou até as paredes enquanto os dois se encaravam, Eva ainda tratava Samuel com franqueza, devido a brincadeira que havia feito nos esgotos. Fred encostou a mão em uma parede, era rocha sólida, como se estivessem em uma caverna. O liquido verde caiu sobre seus dedos, ele tirou raspando a mão na blusa. Começou a sentir a mudança de temperatura, ali havia começado a ficar abafado. Gotas de suor brotaram em sua testa, ele jogou a mão por cima da testa para limpar e acabou jogando os cabelos para trás.

–O que é isso que você está na mão? –Perguntou Fred, quando se virou e viu o pote vermelho nas mãos do arqueiro.

–No rótulo diz que é pomada para ferimentos. –Respondeu. Aplicou no pequeno corte na costela, que fora feito pela mesma Sombra que lhe rasgou a jaqueta.

Fred pegou o pote das mãos de Samuel sem pedir. Com dois dedos pegou a pomada escarlate e passou nos ferimentos da perna direita. Pode sentir um formigamento repentino. Os ferimentos se fecharam.

–Isso é impossível! –Eva exclamou, suas sobrancelhas estavam arqueadas, como se tivesse acabado de ver um milagre.

–Acho que você ainda não entendeu. –Samuel dissera. –Nesse Jogo, o impossível não existe.

Ela iria retrucar, mas não arranjou palavras, aquilo que ele disse era a mais pura verdade. Fred passou um pouco da pomada no tornozelo fraturado dela, ela pode sentir a dor parar repentinamente.

Samuel fora para a prateleira novamente e de lá tirou três pequenas garrafas de plástico, jogou uma para cada. Fred pegou e olhou o pequeno rótulo

Elixir

Sem hesitar ou questionar, tomou. O gosto era doce, como suco de morango, mas a cor do liquido era azul. Pode sentir os músculos de seu corpo relaxando e se soltando, os ombros que estavam rígidos passaram a ficar moles. Toda e sede e fome que sentiu durante horas se esvaiu, o estomago pareceu cheiro e a boca bem molhada. Olhou para Eva, ela parecia estar compartilhando as mesmas sensações que ele, seus olhos estavam semicerrados, os cabelos desgrenhados estavam grudados ao pescoço e ela acabara babando um pouco depois que desencostou a garrafa dos lábios.

–Isso é bom. –Comentou olhando para Fred, seus olhar brilhante se assemelhava com de uma criança que acabara de provar sorvete de algodão doce pela primeira vez, Fred sabia disso por que sua irmã já havia lhe olhado assim.

–Como sabia que isso fazia isso? –Ele perguntou para Samuel.

O arqueiro sorriu para ambos, um sorriso sádico e irônico ao mesmo tempo. Seus olhos escuros pareciam cinzentos com a luz amarelada, eram grandes e expressivos, as lentes brilharam quando ele respondeu.

–Não sabia. –Disse. – Eu fui na base do tentativa e erro. Se fosse veneno, iríamos todos morrer juntos.

Eva ficou boquiaberta, Fred iria xingá-lo mas não o fez. Apesar de ter achado aquilo loucura, lembrou-se que em um Jogo de sobrevivência, aquilo era a coisa mais lúcida a se fazer. Engoliu em seco e prosseguiu.

–E agora? –Perguntou. –Para onde vamos?

–Eu não sei. –Samuel respondeu. –Meu plano era levar vocês para uma fábrica abandonada, fora lá onde eu comecei no Jogo.

–Não podemos sair daqui. –Eva falou. –Fred perdeu sua barra de ferro quando me seguiu, você perdeu muitas flechas, estamos praticamente desarmados. E mesmo que lá fora as Sombras tenham ido embora, ainda existem os outros Jogadores.

Uma fumaça preta saiu por debaixo da porta, por um minuto, Fred pensou que fosse uma Sombra. A fumaça correu pelo chão e ficou entre os três, começou a rodar repetidamente, formando um pequeno furacão, até que começou a se dissipar. Quando o vulto preto se desfez, haviam armas no chão. Um aljava recheada de flechas, uma pistola modelo Beretta M93F e uma adaga dourada, que mais parecia um artigo de colecionador.

–O que é isso?! –Eva perguntou assustada.

–A morte pode ser cruel, mas ela é justa. –Samuel disse, havia devolvido o sorriso malicioso ao rosto. –Ao menos tem ética...

–Ela nós deu armas. –Disse Fred, seu tom ríspido assustou não só Eva como Samuel também. –Quer que nós lutemos. – Ele serrou os punhos suados.

–E é o que viemos fazer aqui. –Samuel se agachou e pegou a aljava no chão. –Viemos lutar por nossas vidas, viemos matar outras pessoas em prol de nosso egoísmo. É isso que o ser humano faz....

–----------------------------------Dead Players--------------------

Gabriel estava observando a noite escura atrás da vidraça da floricultura. Estava frio, mesmo dentro do estabelecimento, seus longos cabelos balançavam conforme a brisa em uma eterna dança. A rua não estava deserta, Sombras perambulavam por toda parte, penduradas em postes estava Sombras parecidas com macacos, em cima de telhados Sombras que se assemelhavam com pássaros e aves de rapina, e pelas ruas perambulavam Sombras com forma de felinos predadores.

Se levantou e limpou a calça com safanões.

–Estão prontos? –Perguntou.

Jade e Alex, que já estava com as costas menos doloridas e o machucado do supercílio curado, responderam em sincronia:

–Estamos.

Ela estava com seus cabelos presos, as mãos suadas estavam segurando uma pequena barra de ferro, pontuda como um ferrão de vespa. Os olhos reluziam na luz da lua, que entrava pelo vitral na parte de cima. Alex estava com os cabelos penteados para trás, a expressão fechada e concentrada focava-se apenas em Gabriel, que estava na frente deles, com os punhos para trás, um sobrepondo o outro, se parecia com um ditador na proa de um navio de guerra.

–Será amanhã. –Disse, seu tom ríspido era leve e focado. –Vai ser amanhã que esse jogo acabará...


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Notas finais do capítulo

- Me desculpem se tiver algum erro (grotesco) de português no texto, escrevi ele com um pouco de pressa e não tive tempo de revisar.
—Espero que tenham gostado, o fim está próximo :D



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