Show Me Who You Are escrita por Jess Jackson


Capítulo 12
E novamente, ele está dominando meus pensamentos.


Notas iniciais do capítulo

Não pode ser! É a Jéssica?! Aquela autora da fic Auslly Show Me Who You Are? Aquela que todo mundo quer matar? Aquela que demorou um século pra postar? Aquela que se não tiver uma boa desculpa, vai morrer imediatamente?

AHHHHHHHHHHHHHH!!!!! SIM, MEUS AMIGOS, VOCÊS NÃO ESTÃO VENDO COISAS, EU FINALMENTE VOLTEI!!!! E eu sei que todas vocês querem me matar pelo meu ENOOOOORME atraso, kkkk' Bom, eu não tinha postado nesses meses porque desde o dia 23 de dezembro eu estava na casa da minha vózita e só voltei dia 7 desse mês. Acontece que São Francisco do Sul é um fim de mundo. Acredita que na 3ª cidade mais antiga do Brasil eu não achei uma livraria?! Enfim, minha vó mora nessa cidade e sempre vou pra lá nas férias. Só tem um probleminha: na casa da vó Vera, não tem internet. EU QUASE MORRI!! Sério, sem brincadeira! Tive vontade de beijar os pés da minha vó quando ela colocou créditos no meu celular. Se bem que isso não melhorou muito minha situação, pois a net do celular estava lenta, e o pior, a página demorava séculos pra carregar e ás vezes ainda dava erro. Maldito 3g!!! Minha única salvação foi a linda tv a cabo que minha vózita colocou no meu quarto. E claro, meus lindjos livros. Mas não pensem que foi só moleza, não! Enquanto eu tava de férias, eu pesquisei um monte de coisa pra fic. É sério! Improvisei um caderninho e anotei nele todas as ideias que tive (e não foram poucas). Criei novos personagens pra fic, pensei nos dramas que irão ocorrer, também achei várias músicas que se encaixam perfeitamente coma fic... Dizendo tudo isso, eu só quero que vocês me perdoem pela minha demora. Como é que eu iria postar um capítulo de mais de 4.500 palavras com aquele mini teladinho do celular?! Meus dedos iam cair, kkkk Voltei a rotina normal e agora, semanalmente, saem novos capítulos. Precisarei me organizar, pois essa semana começaram minhas aulas e os professores já começaram a pegar no pé. Tô cheia de livros e de fics novas pra ler. Mas eu sempre arranjarei um tempo pra vir aqui escrever, okay? :D

PARA TUDO, PRODUÇÃO!!!! EU RECEBI MESMO 2 RECOMENDAÇÕES?! Muito, muito obrigada a linda da 4ever e a Lurdes por recomendarem!! Sério, meninas, amei as palavras de vocês!!! Isso me motiva ainda mais a vir aqui, sabia? MUITO OBRIGADA!!!!!

Então vamos ver... FELIZ NATAL (atrasado)!!! FELIZ HANUKKAH (atrasado)!!! FELIZ ANIVERSÁRIO, ROSS (atrasado)!!! FELIZ ANO NOVO (atrasado)!!! FELIZ ANIVERSÁRIO, CALUM (atrasado)!!!

Quem aí tá acompanhando a 4 temporada de A&A? GENTE, EU TO PIRANDO AQUI!!! Tá um episódio mais perfeito do que o outro!!!! É MUITO AUSLLY!!!!

Viram que o Ross, o Calum e a Raini foram apoiar a Lau na estréia de Bad Hair Day?? Sério, eles são os melhores amigos do mundo!!! Amei a parte em que o Ross passa por trás da Lau enquanto ela está dando uma entrevista e faz careta, kk'

Acho que vocês já esperaram demais por um capítulo novo, né? Bom, então vamos matar a saudade!

Let's go!!!



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Ally Dawson (Roxy Rocket)

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Enchi novamente a mão com água e joguei no rosto para...

MALDITO DELIANEADOR À PROVA D’ÁGUA!

MAS POR QUE ISSO NÃO SAI?!

A peruca loira amaldiçoada de Hogwarts estava em algum canto, no chão do banheiro feminino da McKinley. Foi a primeira coisa que tirei assim que entrei aqui dentro. Depois, tirei aquela touca apertada de silicone e finalmente pude ver meus cabelos castanhos caindo. Fiz um coque frouxo e me olhei novamente no espelho, apoiada na pia. Aquela colar apertado – que mais parecia uma coleira de cachorro pitbull – também já estava no piso exageradamente branco e escorregadio do banheiro, junto com a peruca. Por precaução, tranquei a porta assim que entrei, ficando sozinha e perdida em pensamentos dentro do enorme banheiro feminino da McKinley.

Hora de me transformar de volta em Allycia Dawson.

O único problema está sendo esse MALDITO DELIANEDOR À PROVA D’ÁGUA!

Já consegui tirar todo o resto da maquiagem exageradamente composta que Katherine me fez usar, menos essa porcaria! Na verdade, tudo está me incomodando. Até essa roupa, que não faz nem um pouco meu estilo. Não vou nem falar desse enorme salto rosa. Aliás, por que eu ainda não tirei ele?

Ia colocar minha mão embaixo da torneira e tentar mais uma vez tirar aquele negócio preto do meu olho, quando sinto meu celular vibrando no meu bolso. Sequei minhas mãos na calça mesmo e o peguei.

Era Katherine.

– ONDE VOCÊ ‘TÁ, KATH? – perguntei, exaltada, assim que atendi a ligação. Fiquei encarando meu reflexo no espelho enquanto isso. Eu tava horrível.

– CALMA, ALLY! GAROTA, ACONTECEU ALGUMA COISA? ONDE VOCÊ ESTÁ?

Katherine respondeu e seu tom de voz demonstrava surpresa e preocupação.

É sério, essa coisa no meu olho estava realmente me incomodando!

– Aconteceu sim, e eu ‘to aqui no banheiro feminino, no prédio principal do campus. Dá pra você vir pra cá? – simplesmente me irritei e, segurando o celular com uma mão, a outra usei para abrir a torneira, molhar minha mão e começar a esfregar no meu olho pra ver se esse delineador saía.

– ‘Ta bom, eu já estou indo. Mas não quer pelo menos me dar uma prévia do que aconteceu? – Katherine e sua síndrome de curiosidade compulsiva. Molhei mais uma vez minha mão, e continuei a esfregar no meu olho. Uma hora isso tem que sair!

– Seu delineador é mesmo à prova d’água, hein. – continuei com os dois olhos fechados e continuei a coçar meu olho. É instinto meu. Quando fecho um olho, automaticamente fecho o outro. Estranho, eu sei. – Como eu tiro isso? Já estou a quase vinte minutos tentando tirar essa borda preta do meu olho.

Acho que finalmente aquele negócio estava saindo.

– Me espera que eu já chego e já levo meu demaquilante especial para a região dos olhos. – demaquilante não é tudo igual? Claramente, não sei nada quanto se trata desses produtos de pele e maquiagens. – Enfim, faça o que fizer, não fique coçando o olho e muito menos tentar tirá-lo com água, okay?

– Tudo bem, é só que esse negócio é... ESPERA AÍ, O QUÊ?!

Assim que parei de coçar meu olho e olhei no espelho, quase caí pra trás. Meu celular quase caiu no chão.

EU ESTAVA PARECENDO UM PANDA!

Ou pelo menos um dos meus olhos parecia com o de um panda. O outro continuava ali, intacto, com o maldito delineador preto marcando fortemente meu olho, mas o outro olho, aquele que eu estava esfregando... estava uma enorme bola de delineador borrado ao redor dele!

Por que eu não esperei Katherine?!

Nem dei tchau, apenas desliguei a ligação, coloquei o celular novamente no meu bolso e tentei de todas as maneiras tirar aquele círculo preto do meu olho. O pior é que quanto mais eu esfregava, maior ele ficava. Nessa hora, a parte direita do meu rosto já estava quase toda preta. Já usava até a palma da mão cheia de água pra tentar melhorar, mas só piorava!

Delineador Maldito, 1. Ally Dawson, 0.

Parei quando ouvi alguém bater na porta. Poderia ser a Kath, como também poderia ser qualquer outra estudante da McKinley querendo usar o banheiro. Pra minha sorte, ouvi a voz de Kath do lado de fora me chamando.

Não preciso dizer a cara que Katherine fez assim que eu abri a porta.

– MAS O QUE VOCÊ FEZ?!

– Olha, só, não é minha culpa se... – Kath nem deixou eu terminar de falar. Pegou meu braço e me puxou até a bancada da pia. Assim que fez isso, colocou sua bolsa em cima da bancada e começou a tirar um monte de produtos que não faço ideia pra que sejam. – O que você vai fazer?

Posso dizer que eu estava com um pouco de medo da resposta?

– Eu vou dar um jeito nesse seu rosto. Mas o que você tinha na cabeça, Ally? Eu não falei que não era pra começar a esfregar?

– Eu não sabia. E outra, quando você falou, já era tarde demais. – me defendi. Kath me lançava um olhar de desaprovação. Me desculpa se eu não passo meus dias assistindo vlogs e tutoriais de maquiagem.– Você não quer saber o que aconteceu lá nas audições?

– Depois você me diz o que aconteceu. Além do mais, Emma combinou comigo de irmos nós duas pro seu apartamento mais tarde, daí lá você conta pra nós duas. Claro que eu estou me corroendo por dentro para saber o que aconteceu, mas eu serei paciente. – me permiti rir um pouco depois dessa frase. Kath é uma garota muito curiosa e imagino o quanto deve estar sendo difícil pra ela se conter. Na verdade, é bom que Emma vá também. Assim, já conto pras duas o desastre que foi hoje lá dentro do teatro. Desastre esse que esqueci completamente enquanto brigava com o maldito delineador. E claramente, eu perdi essa briga.

– Kath, - chamei ela, que ainda revirava sua bolsa a procura de sei lá o quê. – Muito obrigada por tudo. – falei sincera. Katherine deu mais um de seus largos sorrisos e eu já ia abraçar ela, quando a mesma me impede.

– Me agradeça depois. Agora vamos dar um jeito nessa mancha preta que tem no seu rosto. Já pensou se algum garoto te ver assim? Ainda não desisti da minha ideia de te arranjar alguém esse ano, dona Allycia. Agora, fica de frente pro espelho que eu vou começar a minha mágica.

Ai, ai.

[...]

Depois de quase quarenta minutos dentro do banheiro da McKinley, finalmente eu estava me reconhecendo. Voltei a ser Ally Dawson.

Katherine me passou um enorme sermão, dizendo que um dia iria pegar um final se semana e passa-lo inteiramente comigo no meu apartamento, me ensinando truques de beleza e mais um monte de bananada só pra mim não correr o risco de cometer a mesma burrice novamente. Depois, ela foi no seu carro e pegou minha mochila, onde estava uma muda de roupas de Ally, e não de Roxy.

Depois de estar com minhas roupas normais, com o rosto sem mais um indício de maquiagem e sem aquela peruca que muitas vezes pinicava, me senti bem melhor. Conseguia me olhar no espelho do banheiro e ver que aquela sim sou eu. Emma estava certa. Eu tinha ficado irreconhecível com aquelas roupas e a peruca. Ainda não sei o que aconteceu comigo hoje de manhã e de onde surgiu tamanha coragem para enfrentar o Moon. É como se eu realmente trocasse de corpo. Fiquei demasiadamente surpresa com o que aconteceu no teatro. Enfim, eu só ainda não sei se essa experiência de ser a Roxy foi boa pra mim. E foi uma experiência bem curta, porque pelo que presumo e pela reação do Moon na audição, ao que parece os trabalhos de Roxy não serão mais necessários.

No momento, eu andava pelos corredores da McKinley rumo à saída, onde Kath me esperava em seu carro no estacionamento da faculdade. Ela tinha ido falar com Emma para marcar o horário que ela iria passar lá no Jambalaya, nosso condomínio, enquanto eu ainda fiquei mais um pouco no banheiro me transformando em Ally.

Eu levava junto de mim uma pequena caixa de papelão – Katherine que a conseguiu pra mim no depósito. Dentro dela, estava minha “fantasia” de Roxy Rocket. A peruca loira com quadradinhos cor de rosa, a camiseta preta e rosa com os dizeres ‘Take that shit of your face, fucking!’, a calça jeans preta toda cheia de rasgos, a coleira de cachorro, braceletes e, é claro, o maravilhoso e enorme salto rosa que deixou um lindo calo no meu pé direito. Sério, prefiro mil vezes minhas sapatilhas confortáveis em vez dele.

Já passavam das uma da tarde, e Kath e eu iríamos comer em uma lanchonete que fica aqui perto da McKinley. A faculdade não estava muito cheia nesse horário.

Eu andava com pressa, segurando firmemente a caixa em meus braços. Quando fui fazer uma curva para ir para o outro corredor, dei um forte baque no peito de alguém e quase tropecei. A caixa ainda estava segura nos meus braços, e quando olhei pra ver quem era a pessoa que eu esbarrei, arregalei meus olhos e petrifiquei.

Não podia ser.

– Ora, ora. Vejam só se não é minha aluna preferida. - Era o Moon. Por que sempre que ele aparece não consigo sequer completar uma frase?! Do nada, comecei a ficar nervosa e tentar achar um jeito de sair dessa situação. Acontece que eu não conseguia raciocinar direito. Meu Deus, eu o enfrentei hoje de manhã! Por que não consigo fazer isso agora? - Não tivemos mais nenhuma aula juntos, não é mesmo? Que pena. - Que pena nada, pensei. Sem aulas com o Moon, sem aulas em que a Ally passa vergonha. Não conseguia encará-lo e firmei ainda mais a caixa em meus braços. - O que você leva aí dentro? - Meu Deus!

Engoli em seco.

Pensa, Ally!

O que eu falo? Na verdade, nem adianta eu pensar em alguma frase pra falar, pois tenho certeza que não conseguirei pronunciar nem a primeira sílaba da primeira palavra. Simplesmente não dá. Tentei abrir a boca e tentar falar alguma coisa, mas nada saía.

Como eu consegui fazer isso com a Roxy hoje de manhã?!

O ruim é que não dava nem pra mim sair andando e o deixar ali, pois ele estava trancando minha passagem.

Parecia que o Moon me perguntaria mais alguma coisa, e eu realmente estava com medo do que seria. Imagina se ele fala pra mim mostrar o que tem dentro da caixa? Ele vai perceber tudinho.

Pra minha salvação, um ruivo que estava ao lado dele - reconheci ele como sendo um dos jurados das audições hoje de manhã - chamou sua atenção e disse algo sobre ele estar com pressa e fome. Eu não entendi direito. Na minha mente, conseguia visualizar a hora que ele arrancaria a caixa da minha mão. A hora que ele olharia dentro dela e que descobriria tudo. A hora que ele começaria a me humilhar e a me xingar. A hora que eu desejaria nunca ter participado desse concurso.

O ruivo falou mais alguma coisa que não prestei muita atenção.

– Tudo bem. - o Moon respondeu a pessoa de roupas extremamente coloridas. - Nos vemos por aí, pequena Allycia.

Volta um pouco.

Aluna preferida?!

Pequena Allycia?!

Ele saiu de minha frente, liberando a passagem. Nem esperei. Saí dali o mais rápido possível. Virei o corredor e meus pés, que estavam me obedecendo direitinho hoje, resolveram falhar e quase que eu caio novamente. É incrível. Sempre que o Moon está por perto, meus pés não me obedecem.

Respirei fundo.

Eu não acredito que ele quase descobriu.

Me acalmei e continuei andando até chegar ao estacionamento, onde não demorei para ver o carro de Kath. Ela estava encostada nele, olhando alguma coisa em seu celular. Assim que me viu, abriu um enorme sorriso, do qual retribui, e entramos em seu carro, não antes de eu colocar a caixa com a fantasia no banco traseiro junto com minha mochila.

– Por que demorou? Eu já ia ligar pra você. – falou Kath, assim que estávamos saindo do estacionamento da McKinley.

– Houve um pequeno incidente no meio do caminho. – falei, não querendo prolongar o assunto. Ainda posso sentir meus batimentos cardíacos acelerados. Nunca fiquei tão nervosa quanto fiquei à alguns minutos atrás e não estou a fim de ficar me lembrando desse momento. – Falou com Emma?

Mude de assunto, Ally.

Kath parou em um sinal vermelho e se virou pra mim para responder.

– Falei, sim. Ela disse que lá por umas seis horas da tarde passa no seu apartamento. – afirma a ruiva. – Meu Deus, eu não vou agüentar até lá! Minha curiosidade vai me matar! – ri um pouco do desespero da Kath.

– Eu sabia que você não iria agüentar esperar. Mas calma, que logo já chega seis horas e daí você vai saber de tudo o que aconteceu hoje de manhã, mesmo não tendo acontecido nada tão grandioso assim.

– Como assim ‘nada tão grandioso assim’? – a ruiva parecia ter ficado indignada. – Olha só, você vai contar pra mim e pra Emma tudinho nos mínimos detalhes, ouviu?

– Ouvi, ruiva. – o semáforo abriu e Kath continuou o trajeto. – Falando em Emma, sempre tive curiosidade sobre vocês duas. – nesse momento, Kath me dá uma rápida olhada e depois volta sua visão para a estrada – Como ficaram assim, tão chegadas?

É impressão minha ou ela ficou nervosa?

– Conheci Emma no ano passado, assim que entrei na McKinley. Ela me ajudou quando eu estava com um problema pessoal muito grande. – ouvia atentamente cada palavra de Kath. – Ela me apoiou quando eu precisei e desde então, ficamos muito chegadas. Sei que posso contar com ela para qualquer coisa.– finalizou Kath, parecendo satisfeita(?) com sua resposta. – Aliás, você e ela também ficaram chegadas rapidinho, não é?

– É verdade. Não sei explicar, mas eu sinto um sentimento bom quando estou perto dela. Uma sensação familiar. É como se eu tivesse em minhas terras londrinas. – falava tudo isso sorrindo. – Olha, faz só uma semana que a gente se conhece, mas eu já sinto um grande carinho por você e pela Emma.

O que eu estaria fazendo agora se não fossem essas duas ruivas?

E olha que eu não queria me apegar muito rápido as pessoas aqui de Miami. Sempre fico com uma pulga trás da orelha quando vou fazer novas amizades. No começo, eu não estava com muita vontade de fazer amizade com Katherine. Hoje, vejo que essa foi uma das melhores escolhas que eu poderia ter feito. Basta deixar fluir e tudo dá certo. Eu pensava demais. Na verdade, acho que esse é o problema. Eu penso demais.

– Acredite, Ally, eu compartilho do mesmo sentimento. E tenho certeza de que Emma também. – Kath disse, e tudo parecia ser verdadeiro. – Agora vamos parar com isso. Daqui a pouco eu já estou chorando aqui.

Rimos e conversamos mais um pouco até chegarmos na lanchonete. Descemos do carro e quando íamos entrar, passou na rua uma linda ferrari vermelha em alta velocidade. Aquilo era uma máquina maravilhosa!

– Um dia ainda comprarei um carrão desses. – disse Kath, assim que entramos na lanchonete e sentamos em uma mesa mais afastada da porta. – Claro que primeiro eu precisaria assaltar um banco para poder compra-lo, mas isso é só um detalhe. – soltei uma pequena risada e comecei a olhar o menu que estava em cima da mesa. – Por que eu não nasci rica? Dinheiro, a Kath tá te esperando, viu? Cadê você? – começou a olhar pelos cantos como se estivesse mesmo procurando um saco de dinheiro perdido por ali.

– Sabe, ruiva, dinheiro não traz felicidade. – falei, mesmo que eu estivesse rindo por dentro com o drama de Katherine.

– Tamanho não é documento e dinheiro não traz felicidade. Escuto tanto isso. – Kath tinha uma expressão divertida no rosto. – Aposto que quem inventou essas merdas era pobre e tinha pinto pequeno.

Katherine é impossível.

Em meio a risadas, a garçonete chegou e fizemos nossos pedidos.

[...]

– E agora, veremos um top 10 com os momentos em que Austin Moon mostrou ser a melhor pessoa do mundo... – desliguei a televisão. Não preciso do Moon me perseguindo até dentro da minha casa.

Passei a tarde inteira mofando dentro do meu apartamento. Depois que saí da lanchonete com Kath, já eram quase 02:50pm. Assim que cheguei, coloquei a caixa com a fantasia no meu quarto e tomei um bom banho a fim de tentar fazer com que meus problemas fossem embora junto com a água que escorria pelo ralo. Por algum motivo desconhecido, ainda não fui no supermercado reabastecer meus armários e minha geladeira. Farei isso amanhã, e dessa vez é pra valer, hein. O resto do dia fiquei deitada no meu pequeno sofá tentando achar alguma coisa boa na televisão. Até que o programa que eu estava vendo era legal, até começarem a falar do Moon.

Eu sei que para qualquer garota seria realmente um sonho ter alguém como Austin Moon sendo seu professor, mas eu não sou qualquer garota. Eu tinha uma imagem boa dele até semana passada, quando ele ainda não tinha decidido que faria com que eu fosse sua diversão pessoal na McKinley. Porque de uma coisa eu tenho certeza: o Moon se diverte muito quando me encurrala em alguma situação desfavorável pra mim (como a de hoje de manhã, no corredor da universidade). Dá pra ver isso nas expressões faciais dele. Na televisão e nos sites de fofoca, ele é aquele cara que os pais sempre sonharam em arranjar para a filha. Eventos de caridade, fundador de projetos sociais e beneficentes, a imagem de bom garoto que ele passa... Tudo isso é apenas marketing?

Ele não é nada do que ele aparenta ser? Austin Moon é realmente um cara “mau”?

Porque, acredite, o Moon que eu vejo na McKinley não é nem um pouco parecido com o Moon que aparece na mídia.

Espera.

Por que você está dominando todos os meus pensamentos, Austin Moon?

Sou tirada de meus devaneios quando ouço a campainha tocar. Quando vou abrir a porta, dou de cara com Emma e Katherine.

– Chegamos! – Kath, animada como sempre, vem entrando cheia de sorrisos e se sentando no sofá.

– É, eu percebi. – dou uma leve risada e vejo que Emma ainda está parada na porta, na minha frente. – Entra, Emma. Fique à vontade.

– Obrigada, Ally. – ela me dá um curto abraço e logo entra.

Assim que fecho a porta, volto pra sala e vejo que no sofá onde anteriormente eu estava jogada, as duas ruivas estavam sentadas me observando.

A curiosidade se notava de longe.

– Bom, acho que já sei o que vocês querem saber. – falei, enquanto me sentava na pequena poltrona vermelha que havia perto do sofá. – Só espero que não fiquem decepcionadas comigo.

– Decepcionadas? Tenho certeza que não, Ally. – Emma falou. – Não importa o que tenha acontecido, saiba que estamos aqui com você.

Emma e sua incrível capacidade de fazer com que eu me sinta segura.

– Ally, eu ‘to louca para saber o que aconteceu! Desembucha, mulher! – Katherine deve estar numa situação difícil. Na semana que passei com ela, descobri que a ruiva pode ser bem curiosa e apesar de ser alegre e extremamente divertida, às vezes possui uma paciência bem curta.

Comecei a contar tudo desde o começo. Desde a parte que entrei dentro do teatro até a hora de chamarem para meu teste. Contei da apresentação de algumas pessoas e as ruivas caíram na gargalhada, principalmente quando comentei sobre um certo drag queen que fez uma música sobre macarrão e sanduíche. Falei também que fiquei ainda mais nervosa quando soube que todos os participantes presentes na audição também veriam meu teste. Meu medo de passar vergonha aumentou ainda mais naquela hora. Finalmente comecei a falar da minha audição.

Falei do quanto eu estava nervosa naquele momento e da minha enorme vontade de sair correndo de dentro daquele teatro e desistir de tudo. De quantas vezes respirei fundo e tentei me acalmar. Do quanto eu tentei não pirar quando finalmente peguei o violão e fiquei frente a frente a eles.

Disse todas as emoções que senti, desde quando dedilhei os primeiros acordes até quando finalmente terminei de apresentar minha composição. Também falei da onda de felicidade que me atingiu por um curto tempo, pois logo veio a frustração de perceber que não foi Ally Dawson quem fez tudo aquilo, e sim Roxy Rocket. Emma tentou discordar nessa parte, mas nada do que ela dissesse faria com que meus pensamentos mudassem.

Allycia Dawson é uma covarde, tímida compulsiva que ainda tem medo do palco. Coloque-a em alguma apresentação e apenas observe o desastre acontecer.

Finalmente cheguei na parte em que falaria da reação dos jurados. Falei sobre o pequeno fio de esperança que apareceu assim que olhei para os rostos daquele moreno e daquele ruivo. Fio de esperança esse que foi totalmente cortado quando Austin Moon disse ‘próximo’! Ele nem se importou em cantar minha música. Katherine e Emma pareciam orgulhosas quando falei do meu pequeno surto. Quando enfrentei o Moon. Quando finalmente consegui dizer uma frase sem gaguejar, sem desviar o olhar e sem temer. Não sei o que aconteceu comigo naquele momento, mas eu apenas queria que ele dissesse por que não escolheria minha composição e por que não se daria nem ao luxo de cantá-la.

Naquela hora, Ally queria questionar.

E Roxy questionou.

– Ally, eu estou tão orgulhosa de você! – Katherine foi a primeira a se levantar e vir correndo até onde eu estava sentada, me levantando da poltrona e me puxando para um forte abraço. – Você conseguiu!

– Você disse que ficaríamos decepcionadas. – Emma se levantou e veio até mim. – Eu não estou nem um pouco decepcionada, querida.

Dito isso, fui abraçada fortemente pelas duas ruivas.

– Orgulhosas? – perguntei, assim que me soltei das duas. – Mas eu nem consegui passar nas audições.

– Ally, para com isso! Eu vi sua música, vi seus ensaios no fim de semana e vi o quanto se preparou. Tenho certeza de que sua apresentação foi incrível. – Kath disse. Depois das ruivas me soltarem, voltei a sentar na poltrona e elas no sofá. – Tenho certeza de que você vai ganhar.

– Mas o Moon, ele... – tentei rebater, dizendo que eu claramente não havia ganhado, quando Emma me interrompeu.

– Ally, você pensa demais. Relaxe. – nesse momento, soltei o ar e nem notei que o estava segurando. – Querida, eles ainda nem anunciaram o vencedor do concurso. Apenas mantenha em mente de que você deu o seu melhor – correção: a Roxy deu o seu melhor. – e por favor, não perca as esperanças. Eu sei e você sabe que é muito talentosa.

– Mas vocês disseram que só tentaríamos uma vez, e se não desse certo, esqueceríamos essa história de Roxy Rocket pra sempre. – falei, tentando não deixar com que as palavras de Emma tivessem efeito em mim.

– É dissemos isso, sim. – Kath disse. – Acontece que ainda não temos certeza de nada. E se você ganhar? Ally,vai ser uma oportunidade e tanta. Imagina que sonho seria trabalhar com Austin Moon. – só se for sonho pra você, Katherine.

– Não gosto de criar falsas expectativas. – falei, enquanto me levantava da poltrona. – Além disso, se eu ganhar, o que vou fazer? Fingir ser a Roxy pra sempre? Talvez seja melhor mesmo que tudo isso acabe agora. – antes de sair da sala, me lembrei de uma coisa. – Emma, você não me disse como fez para poder colocar a Roxy no concurso. Disse que a Srª Morian estava do nosso lado.

As ruivas possuíam uma expressão determinada no rosto. Determinadas a fazer com que eu continuasse com esse plano.

E eu estava determinada a... Bom, ainda não sei.

– Ah, é mesmo. – Emma pareceu se lembrar da pergunta que eu havia feito pra ela hoje de manhã, antes de entrar no teatro. - Bem, Srª Morian tinha ouvido alguns comentários sobre os ensaios dos participantes do concurso, e viu o quão ruim estavam sendo. Ela até assistiu algumas das minhas aulas e a de outros professores pra ver se estava mesmo tão ruim quando diziam estar. Por alguma razão, Srª Morian parecia nervosa e totalmente determinada a fazer Austin Moon achar um compositor em sua faculdade. Não consegui entender por que. – eu também não. A McKinley é uma das melhores, se não a melhor, faculdade de artes desse país. Ta certo que se um aluno da McKinley fosse o novo compositor de alguém como Austin Moon, esse prestígio todo da faculdade aumentaria e a McKinley cresceria cada vez mais e mais. – Quando falei pra ela sobre essa ideia maluca de Roxy, sobre uma estudante fingir ser outra pessoa para poder participar do concurso, ela concordou na hora. Disse que se essa estudante tivesse chances de vencer, eu poderia inscrevê-la normalmente e teria totalmente seu apoio.

– Nossa.

– Pois é. – Emma falou. Pareceu se lembrar de alguma coisa e tirou de dentro do bolso de sua calça jeans um pedaço de papel dobrado. Se levantou e me entregou o mesmo. – Quando fui fazer sua inscrição, pediam para colocar algum contato, caso eles precisassem falar com você fora da McKinley. Eu não poderia colocar o seu número de telefone real, então fiz esse e-mail. No papel, também está escrito a senha.

– Okay. – falei, enquanto olhava o papel. Eu já ia em direção ao meu quarto, mesmo sabendo que seria falta de educação deixar as duas sozinhas aqui na sala, quando Emma segurou meu braço. Katherine ainda estava sentada no sofá, observando tudo.

– Você está brava, Ally? – perguntou devagar com sua voz doce e calma.

– Claro que não. – respondi rapidamente, assim que notei a expressão de preocupação na face de Emma. – É só que foi um dia cheio pra mim hoje. Eu preciso pensar em tudo o que aconteceu e colocar meus pensamentos no lugar.

– Tudo bem. Eu já vou indo, então. Só diga que vai pensar em tudo o que acabamos de conversar. Não perca essa chance, Ally. – por que é tão difícil dizer ‘não’ a Emma? - Nos vemos amanhã, querida. – dei um forte abraço em Emma. A mulher está fazendo muito por mim, e eu nem sei como agradecê-la.

Assim que o abraço se encerrou, Emma se despediu de Kath e foi embora. Olhei pra outra ruiva que ainda estava no sofá.

– Você também já vai?

Kath olhou no relógio pendurado na parede da sala, no qual marcava 07:14pm, e disse que também já ia pro seu apartamento. Quando fui levar ela até a porta, Kath disse que hoje de tarde aquele homem que ela conheceu na internet entrou em contato com ela e que amanhã os dois finalmente se encontrariam. A ruiva parecia mesmo animada. Me despedi dela, com ela dizendo que amanhã passava cedo aqui para me pegar e irmos juntas para a McKinley.

Depois que fiquei sozinha, fui direto pro meu quarto. Assim que entrei, notei que a caixa com a roupa de Roxy Rocket estava em cima de minha cama. Andei até ela, sentando na cama, e tirando de dentro da caixa a peruca loira.

Será que vale a pena continuar com tudo isso?

O pior de tudo é que mais uma vez todos os meus pensamentos se voltaram pra ele.

Ele.

Austin Moon.

E novamente, ele está dominando meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiu?

Ele realmente ficou muito grande e sinceramente, um pouco cansativo de ler, mas no meu caderninho improvisado, tava escrito que nesse capítulo tinha que ter tudo isso, pois coisas novas virão no próximo. Claro, tentarei dar uma diminuída no tamanho.

Novos personagens estão a caminho, meus lindjos.O drama começará a aparecer e nosso metido Moon e nossa gaga Dawson sofrerão tanto... kkkk' Ah, tinham me perguntado se iria demorar para aparecer momentos Auslly... Sinto dizer que demorará alguns capítulos sim :/ Pra Auslly começar a acontecer, alguns personagens serão essenciais, e nos próximos capítulos, eles aparecerão. E quanto a Roxy e Austin, bom, logo logo os dois começaram a passar muito tempo juntos. Vai que não aparece um sentimento aí no meio?

Team Auslly ou Team Roxtin?

A Iza Wade pediu para indicar algumas fics do 1D e do 5SOS. Bom, do 1D eu já li muitas, Iza, mas minhas preferidas são "500 Days In London" (http://fanficobsession.com.br/fanfics/number/500daysinlondon.html) e "Ballet Shoes" (http://fanficaddiction.com.br/fics/b/balletshoes.html e a 2 temporada http://fanficaddiction.com.br/fics/b/balletshoesii.html). As duas são fics interativas, okay? Já do 5SOS, minhas preferidas são "Lost Boy" (http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-5-seconds-of-summer-lost-boy-1690811), "Rejects" (http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-5-seconds-of-summer-rejects-2158832) e "On Sight" (http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-5-seconds-of-summer-on-sight-1442242). Alguma de vocês já leram alguma dessas fics?

Logo, os comentários do capítulo passado serão respondidos, okay? É sério, amo muito todos eles! Muitcho obrigada, meninas!! Sabe, eu to achando que nos comentários desse capítulo não terá quase nada a respeito a fic... a maioria será tudo me xingando mesmo, kkkk' Mas eu deixo, viu? Até que eu to merecendo, né? Podem até começar com "Querida Jeca Cara-de-pau" kkkk

Acho que é isso... Não irei demorar dois meses para postar o próximo, podem acreditar, kkkkk'

Muitchos beijos, Jéh