Hey girl, I really wanna let you know
Your style, it's something that's so natural
You laugh, and everyone around you stops
Your smile, I wish you knew just what you got

And don't be scared to show me something real
We'll never know holding back what we feel
I'm into you, so tell me you feel the same
And that's all it takes 'cause

Oh, girl you could be mine
Girl you could be mine
Once in a lifetime
Once in a lifetime

So open your heart
Open up your heart
Show me who you are
Show me who you are
Show me who you are

.

Eu sinceramente não sei como essa loucura começou.

Quer dizer, eu sei que muita gente sofre de crise de identidade ou tem dupla personalidade. Mas o meu caso é muito pior.

Ally Dawson. Morena, pele branca como porcelana, olhos cor chocolate, cabelos cacheados castanhos, de pequena estatura e magra. Deve estar pensando que essa garota é linda, não é? Bom, bonita até que seria um termo aceitável. Apesar de tudo, ela contém mil defeitos. É tímida, trava na frente dos garotos, não sabe se maquiar e muito menos tem senso pra moda, não suporta que a atenção esteja voltada a ela e morre de pânico só de pensar em cantar na frente dos outros.

Roxy Rocket. Loira, pele impecavelmente branca e macia, olhos marrons sempre com maquiagem na medida certa, cabelos loiros hidratados de um liso extremo com mechas cor de rosa, estatura média por sempre estar de saltos enormes e um corpo de dar inveja a qualquer garota. Essa garota sim é linda. Além disso, possui várias qualidades. É extrovertida, não tem vergonha ou medo de falar o que pensa, é um verdadeiro ícone fashion quando o assunto é moda, faz os garotos rastejarem por onde ela passa, e o melhor, canta maravilhosamente bem e sua voz lembra a de um verdadeiro anjo.

Deu para perceber que essas garotas são bem diferentes, não é? Seria loucura se eu dissesse que essas duas garotas sou eu? Sim, eu disse que o meu caso era muito pior. O motivo de toda essa bagunça? Simples. Um garoto e a vontade de realizar um sonho. Meu maior medo é que ele descubra quem eu realmente sou. Na verdade, acho que nem eu sei quem realmente sou.

E pra esclarecer, na maior parte do tempo eu sou Ally Dawson, a tímida compulsiva que detesta chamar atenção.

Mas voltando a parte do motivo de toda essa confusão. Sim, a maior parte disso foi por um garoto. Seu nome? Austin Moon. E agora você pergunta o que ele tem de tão especial a ponto de fazer com que uma pessoa viva duas vidas, não é? Digamos que ele é o estereótipo de garoto perfeito, digno dos filmes americanos. É um lindo loiro alto, atencioso, sincero, humilde que não se acha melhor do que as outras pessoas, companheiro, amigo de verdade, além de ter um corpo maravilhoso, que não era nem muito bombado e muito menos "puro osso", era na medida certa. Era isso que a mídia nos fazia pensar a respeito dele.

Talvez eu ainda não tenha mencionado, mas Austin Moon é simplesmente o maior ídolo teen de todos os tempos. Sim, ele é famoso. Ele canta, dança e já atuou em vários filmes, apesar de só ter vinte e um anos. Até aí tudo bem, até porque até eu já escutei algumas músicas dele. Confesso, eu sou fã dele. O problema começou quando, do nada, ele resolveu que iria passar um tempo longe dos holofotes e iria "ajudar", nas faculdades de artes cênicas mais prestigiadas do país, os alunos que queriam se tornar futuros artistas. Só que ele começou fazendo esse tipo de caridade bem em Miami. Bem na McKinley University. Bem na minha universidade.

E pior: se mostrou um cara totalmente diferente do que o que ele parecia ser. E pior ainda: eu me via cada dia mais apaixonada por ele.

Enfim, certo dia meu querido professor Sr. Austin sou-muito-melhor-que-você Moon anuncia um concurso para os alunos da McKinley, na qual as pessoas que participarem terão a chance de ser seu novo compositor ou compositora. Acredite, eu amo a música mais do que tudo! Porém, eu jamais conseguiria cumprir tal ato, pois sou a timidez em pessoa. Tímida é pouco! Não suporto que a atenção esteja direcionada pra mim. Ally Dawson e palco não combinam na mesma frase. Portanto, eu poderia descartar completamente a possibilidade de participar desse concurso.

É, eu poderia descartar, se não fosse por uma ideia maluca que, se você tivesse juízo, bom senso ou qualquer uma dessas coisas, jamais aceitaria.

Ideia essa que gerou todos os problemas que agora enfrento.