Angelina olhava pela janela do seu quarto, enquanto a brisa lá fora batia nas folhas das árvores, fazendo-as voarem e repousarem delicadamente sobre o chão. Então ela resolveu abrir a janela, e assim pode sentir o vento gélido em suas bochechas, seus cabelos esvoaçantes lhe davam um ar de liberdade.

Seu celular tocou em cima da cama, fazendo-a voltar a realidade e atender.

– Oi, Angel.

– Bom dia Sarah, como vai você?

– Bem. Eu estava aqui pensando, você não gostaria de ir tomar sorvete comigo?

– Adoraria! Hoje é domingo, dia perfeito para um sorvete. Pode ser naquela sorveteria que fica perto da sua casa?

– Pode, eu estou te esperando lá, até logo.

E as duas desligaram quase ao mesmo tempo.

– Amy! – gritou Angelina após largar o celular na estante.

– O que deseja, senhorita Finkler? – a moça de cabelos ruivos alaranjados apareceu de imediato.

– Não seja tão formal, já lhe disse várias vezes que pode me chamar apenas de Angelina, ok?! – a mesma assentiu com a cabeça uma vez – Em fim, eu preciso sair, pode avisar ao Luigi para preparar um carro, por favor?

– Posso Sim.

– Muito obrigado! – a jovem empregada de trinta anos retirou-se calmamente após o agradecimento feito por Angelina.

Nesse momento, Sarah estava em casa fazendo outra ligação, que também parecia importante.

– Está tudo pronto aí? – perguntou, o indivíduo respondeu, após uma pausa ela falou – Tudo bem, vou ligar pra ele, até mais.

Tirou o celular do ouvido e discou um numero diferente.

– Oi, está tudo certo? – e a pessoa do outro lado da linha deu uma longa resposta, por fim Sarah encerrou – Como você é convencido! Mas em fim, tchau, não posso me atrasar.

Ela continuou com a calça jeans que estava, apenas prendeu o cabelo fazendo um rabo-de-cavalo e acrescentou um moletom. Saiu caminhando pela rua, entrou na sorveteria que ficava a poucos quarteirões de distância e sentou em uma mesa para dois. Não teve de esperar muito, pois Angelina chegou logo em seguida, entrou e sorriu ao enxergar a amiga.

– Bom dia novamente, ou melhor, boa tarde. – a recém-chegada cumprimentou sentando-se – O dia está muito lindo, ótimo para sair e curtir o sol.

– Eu pensei a mesma coisa, por isso resolvi te ligar.

Sarah pediu banana split e Angelina uma taça de milk shake de abacaxi. Um papo agradável sobre a escola e o início das aulas se formava, até Angelina perguntar:

– E você e o Caleb, namorando?

– Mais ou menos. – respondeu Sarah com as bochechas levemente coradas – Na verdade eu não sei muito bem.

Vendo que a amiga estava desconfortável, Angelina resolveu mudar de assunto, então sugeriu a primeira coisa que lhe veio a mente.

– O que acha de caminharmos por aí?

– Eu ia sugerir a mesma coisa, topa ir lá dar uma olhadinha na nossa antiga amiga Minerva?

– Claro, vamos lá! Nas férias não tive muito tempo para visita-la e admirar o quanto ela é forte, claro que já sei disso, mas gosto de vê-la de vez em quando para relembrar, e essa me parece ser uma ótima hora, já que estou com você!– disse a loira sorrindo com entusiasmo.

As duas saíram da sorveteria e cruzaram a praça rumando a grande árvore velha. Chegando lá, elas puderam ver que a mesma estava no lugar de sempre, massacrada pelo tempo, no entanto, mantendo-se de pé com as enormes raízes secas e amostras.

– A Minerva é bem solitária quando nós não estamos por perto lhes fazendo companhia. – afirmou Sarah – O que você acha de arranjarmos uma amiga para ela? Seria legal, não?!

– Não entendi, como assim?

– Meninos! – chamou Sarah olhando em volta.

Nicholas apareceu com pequenas pás de jardim, Caleb também surgiu, trazendo consigo a muda de uma árvore.

– Nossa! – entusiasmou-se ainda mais Angelina.

– Um pequeno broto de Minerva. – disse Caleb tentando ser um pouco poético e engraçado, embora não tenha conseguido nem um e nem outro.

– E então? Vamos colocar logo a mão na massa? – falou Sarah pegando uma das pás que estava nas mãos de Nicholas.

Os quatro jovens cavaram um buraco perto da grande árvore, não tão perto assim, pois “o pequeno broto de Minerva” precisava de seu próprio espaço, pois iria crescer e um dia se tornaria tão bela quanto a veterana ao seu lado.

Após isso, Nicholas pegou a muda e a pôs delicadamente em seu lugar, os outros jogaram terra entorno da pequena.

– Agora falta dar-mos um nome a ela. – indagou Sarah batendo as mãos para tirar a terra impregnada.

– Que tal Salina? – sugeriu Caleb.

– O que?

– Salina, a mistura de Sarah e Angelina. – explicou.

As duas se entreolharam e sorriram, não responderam se gostaram ou não da sugestão que Caleb deu, mas nem precisava responder, os olhares trocados por elas já respondiam. Ambas pareciam ter aprovado o nome, e sem dúvidas, o significado por trás dele. Em bora Caleb não seja tão compreensivo, dessa vez ele havia acertado em cheio.